quinta-feira, 30 de março de 2017

Apenas benevolência ou amor verdadeiro? O que você quer?

Apenas benevolência ou amor verdadeiro? O que você quer?
Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador.
Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto.
João 15:1,2
O amor genuíno não é mera benevolência, queremos muitas vezes o bem para todos, que todos sejam felizes, desconsiderando os meios para alcançar essa alegria, mas e se o bem que as pessoas almejam for algo que lhes afetar de médio a longo prazo, o que fazer?
Se o bem que se quer e a felicidade que se busca for ruim, então devemos reconhecer que não é só mera benevolência que é amor. O amor verdadeiro exige algumas coisas, requer aperfeiçoamento, correção, pois, não é desejar tudo que simplesmente nos alegra que indica amor.
O amor gera feridas, o amor exige ajustes, correções, lapidação contínua. Um filho que almeja ser feliz brincando em lugar perigoso será por certo severamente corrigido por seu pai, pois, não basta ver o filho alegre, o filho deve estar bem. Não basta ver o sorriso da criança, é necessário que esse sorriso seja proporcionado por meios legítimos.
CS Lewis diz que o que gostaríamos que Deus fizesse era simplesmente dizer: "Não importa quais meios se utilize, desde que se sintam felizes, o que queremos de fato não é um pai, mas um avô nos céus."
Queremos libertinagem, queremos muitas coisas que por certo não farão bem. Deus almeja ser um pai, o pai faz o que for necessário para o bem do filho, ainda que lhe custe umas palmadas, ou algo do gênero.
Podemos então enxergar o amor de Deus nas palavras de Jeremias, que diz: Desça a casa do oleiro e lá te farei ouvir as minhas palavras, então ele vê um vaso que é quebrado e mesmo aos cacos é reconstruído para que o oleiro faça outro da maneira que ele quer.
É o amor do escultor por sua arte, é amor de um pintor por sua obra, ele quebra e refaz, ele apaga e redesenha. Deus almeja que a obra seja perfeita e para isso é necessário ajustar o que se tornar necessário, é necessário apagar quantas vezes for preciso, tal fato é demonstrado ainda dentro da parábola que Cristo constrói e que acabamos de comentar, o pai, o agricultor quer que os galhos produzam mais, por querem que os galhos produzam mais ele está disposto a ajustar tanto quanto for necessário, no processo de produção de vinhos, a etapa mais importante é a poda dos galhos da videira, para que não se produzam maus frutos.
Por não saber qual o resultado que Deus almeja sobre nós estamos querendo muitas vezes que Deus nos pode ao nosso gosto e com isso cumprimos o que Blaise Pascal citou:
“Deus fez o homem sua imagem e semelhança, o homem fez questão de retribuir a gentileza”
Queremos que Deus pense como nós e aja nos nossos moldes e como isso nos atrapalha! Seu caminho é mais alto, seu pensamento é mais alto e por ser tudo que é, nós jamais alcançamos a totalidade de suas intenções e daí vem a pergunta de Paulo:
“Quem compreendeu a mente do Senhor?”
Nós almejamos destinos menos gloriosos, mas Deus quer que demos frutos, não poucos.
Não é só de mera benevolência que precisamos, não é só do suprimento de necessidades urgentes que carecemos, isso até o diabo pode fazer.
O amor verdadeiro está apenas em Cristo, nos "podamentos", nos ajustes, nas provações.
Oh quão grande amor.

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