quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Gideão e os trezentos - Uma palavra sobre avivamento - Parte 1 (Culto de ensino - Ad Brás Santo Eduardo)

 

GIDEÃO E OS TREZENTOS – AVIVAMENTO PARA HOJE

 

1° Parte – A necessidade do Avivamento e o que lhe impede

 

Desde os tempos mais remotos a devoção a Deus tem se dado mediante opressões, como um pai e um marido que sofre por amor, Deus inflige castigos ao seu povo a fim de que esse esteja mais próximo dele.

A respeito dissoe C.S. Lewis disse:

“Deus sussurra em nossos ouvidos por meio de nosso prazer, fala-nos mediante nossa consciência, mas clama em alta voz por intermédio de nossa dor; este é seu megafone para despertar o homem surdo.”

Vez por outra vimos essa relação de forma clara no antigo testamento, a figura mais clara sobre esse sentimento de Deus é vista na vida dos profetas e patriarcas, Deus almeja ter seu povo perto, mas por ser rejeitado e saber que a rejeição é a morte para eles, Deus castiga seu povo, por vezes os entrega a opressões, outras vezes são levados cativos, outras vezes são envergonhados em batalhas, tudo para que finalmente acordem e tornem ao Senhor.

O tempo dos juízes foi um tempo de ciclos repetitivos, aliás, extremamente tristes que se davam na seguinte sequência:

Tempos de paz, apostasia, opressão por nações inferiores, clamores, restauração e novamente tempos de paz. As palavras mais repetidas no livro dos Juízes são: “Porém o povo de Israel tornou a fazer o que era mal aos olhos do Senhor”. Quando a estabilidade os atingia eles buscavam distrações e se distanciavam de Deus.

A nação Israelita estava em um tempo decisivo, haviam sido conduzidos por alguns patriarcas até que chegou a terra prometida sob a liderança de Josué, a ordem inicial era de se apossar da terra e matar os moradores, sem poupar nenhum. O povo nunca havia sido habituado à guerra, Israel se viu envolvido em guerras muito mais como protecionismo do que por expansão, logo a eficácia das estratégias de batalha e de liderança dependiam diretamente de Deus. Israel sempre foi uma nação que viveu da agricultura, logo guerrear nunca havia sido seu forte. Todas as vezes que saiam para suas guerras sem a devida preparação espiritual o povo era envergonhado. Mais uma vez o povo peca e Deus se entristece, permitindo com isso que os Israelitas sejam humilhados por uma nação inferior:

 

Porém os filhos de Israel fizeram o que era mau aos olhos do SENHOR; e o SENHOR os deu nas mãos dos midianitas por sete anos.
Juízes 6:1

As opressões que haviam se dado até então eram feitas por tempos maiores, porém essa recebe um detalhamento maior, pois, de certa forma ainda que houvesse opressões de mais de 70 anos, essa de sete era superior pelo sofrimento infligido ao povo.

Os Midianitas eram em partes descendentes de Abraão e Quetura, viviam no deserto da Arábia e as margens do mar morto e também próximo as fronteiras de Moabe e Edom. Suas aparições na história não são das mais positivas, pelo contrário.

Há duas menções em especial, quando Israel se aproximou de Moabe, o seu rei Balaque contratou um “profeta” chamado Balaão para amaldiçoar Israel, este foi avisado por Midianitas, que fizeram uma “aliança” para derrubar Israel, porém sem sucesso. NM 22.4-7.

Quando Israel Avançou na posse das terras até Canaã teve de se apossar de Midiã, entre os mortos estavam cinco reis Midianitas, bem como todos os homens, as mulheres e crianças foram tomados como despojo, posteriormente as mulheres que já haviam sido casadas foram mortas também. NM. 31.17.

De certa forma os Midianitas eram motivados tanto pelos despojos Israelitas, como também pela vingança de seus antepassados.

Os Midianitas oprimem por sete anos, mas a descrição desses sete anos é bem clara quanto aos acontecimentos desse período e do quanto o povo de Israel sofreram:

“E, prevalecendo a mão dos midianitas sobre Israel, fizeram os filhos de Israel para si, por causa dos midianitas, as covas que estão nos montes, as cavernas e as fortificações.
Porque sucedia que, semeando Israel, os midianitas e os amalequitas, e também os do oriente, contra ele subiam.
E punham-se contra ele em campo, e destruíam os frutos da terra, até chegarem a Gaza; e não deixavam mantimento em Israel, nem ovelhas, nem bois, nem jumentos.
Porque subiam com os seus gados e tendas; vinham como gafanhotos, em grande multidão que não se podia contar, nem a eles nem aos seus camelos; e entravam na terra, para a destruir.
Juízes 6:2-5

A dificuldade tornou a adaptação necessária, os Midianitas vinham como gafanhotos que destruíam tudo o que viam pela frente, de forma que para escapar com vida o povo teve que construir covas nos montes, quando plantavam e pensavam em colher os Midianitas vinham e tomavam toda a colheita, de tempos em tempos, na época de desfrutar do trabalho  o povo tinha que se esconder nas covas cavadas nos altos para não ser morto, ao descer dessas covas restava poucas sobras de alimentos que sustentavam o povo, mas não havia mais prosperidade, trabalhavam de forma que nem para comer tinham. Os Midianitas acabam providenciando uma aliança com o povo de Amaleque e juntos destroem o gado, a lavoura, a colheita e os filhos de Israel passam por uma fome que nunca havia sido vista. Escondidos, acuados, com medo, com fome, mergulhados em pecados, a situação de Israel nunca foi tão grave e se estendeu por sete anos ininterruptos, sem que houvesse paz.

A figura é como de um trabalhador que se esforça o mês inteiro, durante sete anos, no dia de sacar seu salário ele acaba sendo roubado em uma “saidinha” de banco, mês a mês, por sete anos.  O povo plantava cada fruto em sua época, mas nada subsistia. A nação se enfraqueceu muito e a adaptação se fez necessária. Morar nos altos e não mais nas planícies, morar em cavernas e não mais em casas se tornou a única alternativa para viver, esconder-se não era mais algo restrito a uma invasão que ocorreria uma única vez na vida, durante sete anos o povo teve que aprender que a partir de agora essa seria sua rotina.  A pobreza passa a fazer parte da sina Israelita:

“Assim Israel empobreceu muito pela presença dos midianitas, então os filhos de Israel clamaram ao Senhor”.
Juízes 6:6

Em continuidade ao ciclo outrora mencionado, o povo torna a clamar ao Senhor por livramentos. Todos os grandes avivamentos se iniciam com uma profunda convicção de pecado. Essa convicção finalmente toma o povo, ao sentir o pesar por seus pecados há um clamor a Deus por misericórdia, livramento, pelo fim da opressão.

Havia a necessidade de um avivamento urgente e até que o povo percebesse sua real condição isso não aconteceria. Ainda hoje há uma necessidade extrema de avivamento, assim como nos tempos dos Juízes há uma crise de lideranças e referenciais de modo que não há continuidade em boas gestões, sempre ocorre perversão e pergunta que não quer calar é: Quem conduzirá o povo? Isso se aplica a política que também está totalmente corrompida. No âmbito religioso o povo evangélico também se prostitui, transformando a igreja em algo profano, relativizando, ordenando e condenando coisas sob seus próprios pretextos e padrões, sem naturalmente se fundamentar na bíblia. Economicamente se atravessa um momento difícil na nação e ao olhar abaixo da superfície notamos uma causa comum para os mesmos problemas: O pecado.

O avivamento do qual necessitamos se dará quando o povo começar a clamar ao Senhor, pois, foi dessa forma que o avivamento se iniciou em Judá após o cativeiro, foi dessa forma que o avivamento se iniciou após o dia de pentecostes, foi dessa forma que o avivamento encontrou a igreja nos dias dos heróis da fé durante a terrível idade média, foi dessa forma que o avivamento aconteceu em Éfeso e por fim cito o avivamento dos dias de Gideão. Não há avivamentos verdadeiros que não sejam precedidos de longos períodos de oração. O povo Israelita se viu sem alternativas até que finalmente começou a orar.

 

Com a temática do avivamento proposta, de agora em diante considero interessante dizer em primeiro lugar às coisas que impedem os avivamentos de acontecerem:

 

O QUE IMPEDE O AVIVAMENTO?

1° - O povo manter-se fazendo o que é mal.

Deus não abençoará uma igreja que continua praticando a iniquidade, aliás, ao praticá-la, seu estado torna-se pior, ao fazê-lo, espera-se que Deus traga avivamentos num “jeitinho Brasileiro” e a moda Brasileira espera-se que aconteçam grandes expansões na igreja, que Deus faça a igreja crescer, que as coisas tornem-se melhores e haja uma relevância para além dos templos, que as transformações sociais não se restrinjam ao espaço físico da congregação. Porém isso deve ficar claro para todos nós, Deus não abençoa nossas maldições, Deus não dá jeitos, não adapta seus princípios a fim de que as coisas “deem certo”.

Como o famoso texto de 2° Crônicas diz, no calor da inauguração do templo Deus responde as orações de Salomão e de todo o povo:

E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra. 2 Crônicas 7:14








Até mesmo a adoração regada por pecado é rejeitada por Deus.

“De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios, diz o Senhor? Já estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; nem me agrado de sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes.
Quando vindes para comparecer perante mim, quem requereu isto de vossas mãos, que viésseis a pisar os meus átrios?
Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e as luas novas, e os sábados, e a convocação das assembléias; não posso suportar iniqüidade, nem mesmo a reunião solene.
As vossas luas novas, e as vossas solenidades, a minha alma as odeia; já me são pesadas; já estou cansado de as sofrer.
Por isso, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue.
Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer mal.
Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas.
Vinde então, e argüi-me, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã.
Isaías 1:11-18

É necessário um arrependimento urgente no povo de Deus, ou estará fadado a irrelevância, serão humilhados publicamente, nada tira o poder da igreja com mais violência do que o pecado. Como no caso dos filhos de Ceva, que ao tentar expulsar um demônio acabaram sendo espancados, despidos, humilhados em público, pois, a falta de graça e poder de Deus se dá na multidão de iniquidades escondidas, a igreja necessita urgentemente se conscientizar de que a reforma antes de ocorrer em sermões deve ocorrer na vida privada dos membros, pois, reforma em liturgia e sermão sem reforma pessoal leva ao formalismo vazio, uma síndrome de Laodicéia, que pensa estar rica, mas está desgraçada, miserável, pobre, cega e nua. Só o arrependimento pode mudar essa situação, até que ele aconteça Deus esconderá seu rosto e os Midianitas continuarão fazendo a “festa” entre o povo de Deus e na nação onde ele está inserido, a reforma que precisamos se dará na mudança da vida privada da igreja. Não há igreja relevante onde a vida privada da igreja é cheia de erros e o errado passa como certo, onde há relativização do sagrado, onde há vista grossa e a falta da prática de disciplina, não há avivamento enquanto se mente, rouba, adultera e tudo é tratado na visão da graça barata, ou em termos mais populares a graça desvalorizada, o convite a igreja atual se dá na dimensão do arrancar o olho, a mão, o pé, mas ganhar com tudo isso o reino de Deus. Deus é santo, santo, santo três vezes santo, logo não tolera o mal. Pensemos nisso.

2° - Não há avivamento enquanto a igreja continua a se esconder

Certa vez Leonard Ravenhill escreveu um livro clássico: “Por que tarda o pleno avivamento?”
Livro que até os dias de hoje provoca profunda influências sobre as igrejas Brasileiras, porém posteriormente por ter visto que o povo continuava da mesma forma, ele escreveu um segundo livro chamado “Por que ainda tarda o pleno avivamento”?

E a resposta foi:

“O avivamento tarda porque a igreja está muito feliz sem ele”.

A igreja acostumou-se com cultos sem almas, a igreja acostumou-se a passar tempos sem ser percebida, acostumou-se a criar seus casulos, suas tocas, em seu conceito dualista optou por ter uma subcultura que não lhe envolve com as questões fundamentais da vida. Em linhas gerais o segmento evangélico tem atraído as massas, tem atraído os mais simples e isso de fato é muito bom, porém há pouca eficácia no que diz respeito aos segmentos mais preparados e intelectualizados, se faz necessário uma urgente ruptura de conceitos que nos levam a uma busca por simplicidade do “jeito” errado. A igreja necessita sair de suas tocas, porém em nosso tempo vemos o povo se adaptando a elas, o Ekklésia vem sendo deixado de lado para que as tocas sejam aperfeiçoadas. Como num movimento semelhante ao de Babel querem centralizar tudo dentro do espaço físico do templo, não há expansão, apenas uma linguagem própria, um dialeto adaptado e o povo permanece escondido.

Segundo Hernandes Dias Lopes as igrejas estão se enforcando em seu próprio cordão umbilical, estão com uma síndrome de mar morto em que só recebem e não fazem nada para além de seu espaço. Há ainda um sentimento oposto ao da mulher da parábola da dracma perdida, ao invés de buscar a moeda que se perdeu, há uma expectativa em torno de polir as moedas que estão em mãos, não se busca o que se perdeu, mas se dá atenção demasiada ao que está sob seu controle. O avivamento acontecerá na medida em que o povo novamente estiver disposto a assumir sua identidade e sair das quatro paredes do templo, quando fizermos como Felipe que ao ver o convite do Espírito Santo lhe dizendo “Ajunta-te a essa carruagem” foi e atendeu.

 

 

 

3° - Não há avivamento enquanto o povo não clama a Deus

No texto já citado de 2° Cr. 7.14 há uma exigência de Deus para o povo: “Orar e buscar a minha face” é necessário que haja um constante clamor, como ocorreu nos dias de Pedro durante sua prisão, como ocorreu com Daniel ao orar por 21 dias, como ocorreu com o povo em pentecostes após dez dias, como ocorreu com o povo de Nínive ao pedir a misericórdia de Deus, como aconteceu com Josué ao ser cercado por diversos inimigos.

É necessário que haja um clamor como no tempo da sociedade dos Morávios, orações ininterruptas, constantes, sem cessar, clamores com panos de saco em sinal de arrependimento.

A oração tornou-se para muitos de nós uma última alternativa e ainda assim é negligenciada, somos capazes de se atrasar para evita-la, somos capazes de falar horas com amigos e esquecer de Deus, somos capazes de passar horas nas redes sociais, mas nos falta clamar pelo povo ao nosso redor, e temos uma dificuldade imensa em falar com Deus, a impressão que temos é de que a conversa não rende, não há assuntos, logo a oração é evitada.

Aprende-se a pregar, a cantar, a cultuar, a fazer todas as exigências do ministério enquanto organização humana, só não se dedica tempo a oração. A morte de qualquer avivamento se dá quando o povo deixa de orar. Não há avivamento bíblico que não seja precedido de contínua oração, que não tenha sido repleto de clamores incessantes.

Chegamos a uma instância em que nos assemelhamos demais aos filhos de Israel. Chegamos ao tempo da confrontação, em que ou haverá mudanças ou pereceremos, ou haverá clamor ou haverá morte.

Há muito tempo atrás houve um pastor que pregou em sua igreja a seguinte frase:

“Essa igreja viverá um avivamento ou um funeral”.

Não há mais tempo, é hora de clamar, clamar por novos tempos, por nova vida, por força, por santidade.  Se a oração é a própria batalha espiritual em andamento, nos revistamos então da armadura e guerreemos essa guerra, visto que não há mais tempo para adiar, procrastinamos tanto quanto podemos e o resultado foi um povo com fome, desnutrido e carente de Deus.

O texto afirma na sequência que há uma denúncia feita por um profeta e posteriormente um anjo aparece a Gideão. O avivamento se dá mediante choro, jejum, gemidos, orações contínuas e Deus em sua soberania responde trazendo mudanças e o tão pedido avivamento.

 

4° Avivamentos se seguem após denúncias de verdadeiros homens de Deus

“Enviou o Senhor um profeta aos filhos de Israel
Juízes 6:8

Após o clamor do povo por mudanças em sua atual configuração Deus envia um profeta, este divide seu sermão em lembranças sobre os feitos de Deus, as orientações de Deus e as sanções que foram anteriormente avisadas caso não lhe ouvissem, bem como a denúncia de que mediante todos os avisos eles optaram por não seguir o mandato de Deus.

O profeta simplesmente aparece e denuncia o erro do povo, talvez nossos clamores não sejam tão intensos porque será custoso viver esse avivamento necessário, será necessário tratar de coisas com as quais nos acostumamos, será necessário mexer em lideranças, mudar hábitos, será necessário finalmente alguém abrir a boca e dizer o que está errado. No fundo não é a verdade que desejam ouvir, almejam muito mais um conforto para sua atual prática, mas quando se clama por avivamento há uma mudança até nas mensagens que são pregadas.

Não há mais mensagens de conforto, mas de confronto, não são mais antropocêntricas, pelo contrário, são mensagens “ante autoajuda” . Precisamos clamar também por isso, pois, na configuração atual estamos como o povo de Judá em cativeiro sendo confortados com mensagens do tipo “Em dois anos o cativeiro acaba”, mas Deus enviará “seus Jeremias” para confrontar e dar o real conselho de Deus. No modo atual os pregadores confirmam comportamentos que nunca deveriam confirmar, mas quando o avivamento chega se faz necessário mudar o tom das mensagens confortantes para o bom e velho “arrependa-se”.

Esse avivamento se dá em pelo menos três instâncias: Avivamento pessoal, comunitário e nacional. Há uma progressão no avivamento.

5° Não se pode desejar o que não se conhece

 

Ao denunciar o povo, o profeta fez uma lembrança sobre seu passado, talvez seja necessário fazer o mesmo em nossos dias, talvez não desejem um avivamento verdadeiro por não saber como ele ocorre e quais são os seus efeitos. Portanto considero interessante que voltemos a história da assembleia de Deus e de alguns avivamentos espirituais:

 

O movimento pentecostal teve início em 1906, com o avivamento da rua Azuza.

O pregador americano William Joseph Seymour acreditava na vigência da profecia de Joel 2.28-29. Pregava que o falar em línguas era uma evidência do  batismo com o Espírito Santo, apresentou alguns sermões sobre o assunto, porém ele ainda não era batizado. Por não desfrutar da mensagem que di

zia,lhe privaram de pregar nos templos. William foi hospedado na casa de alguns

irmãos e durante muitos dias orou a Deus buscando a plenitude do Espírito, até que finalmente recebeu essa graça e pela primeira vez falou em línguas, nas reuniões seguintes algumas pessoas passaram a falar novas  línguas também e logo as notícias sobre o novo movimento correram de forma que a casa j

á não podia suportar tantas pessoas.

Na rua Azuza número 312, em 1906 o movimento ganhava forças e pessoas de todo o mundo iam até lá, cegos viam, paralíticos andavam e membros de outras igrejas pouco a pouco iam se desligando a fim de pertencer a esse novo avivamento. Pessoas de todo o mundo mandavam seus testemunhos ou iam

visitar a pequena igreja de Seymour, entre eles estavam Daniel Berg e Gunnar

Vingren.

Esses saíram da Suécia e desembarcaram no Brasil em 1910 e se filiaram a igreja Batista, sua igreja de origem no país natal. Adeptos do movimento pentecostal, eles passaram a ensinar essa doutrina no Brasil e logo foram severamente rejeitados. Porém alguns acreditaram em suas palavras e buscaram receber o batismo no Espírito Santo, entre elas estava a senhora Celina de Albuquerque primeira pessoa batizada no Espírito Santo no Brasil.

Com os adeptos da visão da rua Azuza, os missionários instituíram a igreja Missão de fé apostólica que posteriormente foi chamada de Assembleia de Deus.

Nossos pioneiros foram homens de oração, homens de simplicidade, que com poucas coisas mudaram o mundo desde aquela época!

Martin Lutherking revolucionou o mundo com sua fé e vida dedicada a Deus e ao próximo.

William Seymour orava sete horas a Deus para receber revestimento de poder, Lutero três horas, Whithefield oito horas. Precisamos voltar a nossa história e lembrar que o avivamento na igreja gerou revoluções nunca vistas antes.

 

Nós precisamos voltar a nossas origens, olhar para trás e saber que nascemos dando glória a Deus e aleluias, falando em línguas, profetizando, vivendo a plenitude do Espírito, cheios do Espírito. A morte da igreja se dá com o pecado, com a falta de oração, com a adaptação a coisas que não deveria se adaptar, com a falta de denúncia das coisas erradas, mas, sobretudo se dá quando não se conhece suas origens, não se sabe sequer a própria posição em Cristo. Nós precisamos falar de avivamento para que as pessoas desejem ele.