segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Filadélfia - a Porta do Serviço Ministerial - Sermão entregue a Ad Brás Jd Guarujá 2 em 23/09/2018


Filadélfia - a Porta do Serviço Ministerial - Sermão entregue a Ad Brás Jd Guarujá 2 em 23/09/2018

A carta a igreja de Filadélfia é a sexta entre as 7 escolhidas para receber as mensagens de Cristo na Ásia.
Segundo a interpretação histórica a igreja de Filadélfia representa o período da reforma, chefiado por grandes heróis da fé, tal como Adoniram Judson, Jeronimo Savonarola e Martinho Lutero.
Ainda sobre a interpretação histórica, há quem diga que a igreja contemporânea é representada por Laodicéia, em partes é perfeitamente aceitável essa interpretação, porém há desdobramentos que problematizam essa afirmativa. De fato todos no tempo atual se consideram “Ricos, abastados, de nada há falta?” Todos são vistos no tempo atual como “Desgraçados, miseráveis, pobres, cegos e nus?”. O fato é que tanto a igreja de Laodicéia como a de Filadélfia representam esses últimos dias. Se por um lado há uma igreja em decadência e com inúmeros recursos, porém morna e insípida. Há também um remanescente. Em nossas cabeças há diversas vezes um nó, como pode Joel 2.28 dizer que o Senhor derramaria seu espírito sobre toda carne e em Timóteo dizer que nos últimos dias viriam tempos trabalhosos, que o amor de todos se esfriaria, etc. Parece que há divergência entre as profecias, parece haver uma aparente discordância.
Porém não é esse o caso, hoje tanto a igreja de Filadélfia, como também a de Laodicéia estão vigentes. Cabe a nós tomar o exemplo das duas e optar por trilhar o melhor caminho, a saber o caminho dos remanescentes de Filadélfia.
R. N Champlin afirma que os elogios descritos nessa carta se restringem a uma minoria na igreja, a grande maioria já havia se entregado ao culto ao imperador, já havia se perdido com os terremotos e a instabilidade da cidade, não só isso, muitos queriam conciliar judaísmo e cristianismo, de modo que tanto a lei como a graça seriam necessárias para a salvação. Havia ainda um outro inimigo, além dos opositores a igreja, os falsos judeus, existiam os gnósticos, portanto os remanescentes tratavam-se de uma minoria. Tal como naqueles dias, a igreja atual tem inúmeros grupos vigentes, perseguições de diversos lados e alguns dos opressores se denominam como perfeitos, porém são em sua maioria uma sinagoga de satanás. Hoje no Brasil essa é a situação, infelizmente os bons são menos e não mais numerosos entre os que professam a fé.

A cidade.

Filadélfia foi fundada por alguns colonos vindos de Pérgamo, como já foi falado anteriormente Pérgamo era a maior cidade da Ásia, importantíssima na região. Átalo II era o rei na época e levou 21 anos para construir a cidade. Foi chamada assim por conta do grande amor de Átalo por seu irmão Eumenes, o nome philadelphos fora aplicado a ele, era um símbolo do companheirismo dos dois. O nome Filadélfia quer dizer “amor fraternal”.
Ainda hoje o Senhor se manifesta por meio da igreja em amor fraternal, nos últimos dias essa deve ser nossa principal imagem, uma igreja que ama, uma igreja que é eficaz e que vive de fato o amor de Deus.
A cidade tinha localização privilegiada, estava posicionada próxima a estrada que ligava Roma ao Oriente, era chamada de “porta do oriente”.  Em 17 a.c. Ela foi abalada juntamente com Sardes por um terremoto implacável esse terremoto atingiu ainda outras dez cidades.  Após esse ocorrido, muitos se recusaram a voltar para lá, por conta do medo.  Sua reconstrução fora feita sob favor imperial, agora o nome da cidade seria Neo-Cesaréia, pois César lhe ajudara. Posteriormente sob domínio de Vespasiano seu nome se tornou “Flávia”. Já que Flávio era seu apelido.  A cidade tinha sua principal fonte de renda no turismo, uma vez que o correio imperial de Roma passava por lá, não só isso, foi também estrategicamente construída com o fim de transmitir a cultura grega ao oriente, já que não se falava mais em “Lídio”, apenas grego.  Também era privilegiada pelo fato de ter uma ótima agricultura.

Assim como as demais cidades, exceto Tiatira, ela foi tentada a prestar culto ao imperador, também fora assediada pelos gnósticos, e era chamada de pequena “Atenas” devido a sua grande quantidade de deuses. A principal adoração era a Dionísio. Que fora chamado mais tarde de “Baco” – O Deus da intoxicação que une o homem a Deus.


A carta.

Jesus se apresenta inicialmente como aquele que é santo e verdadeiro:
E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro
Santidade geralmente é um atributo aplicado ao Deus pai, porém Cristo também é Deus, consequentemente também é santo e mais do que isso, é nosso padrão de santidade conforme Romanos 8.29. Ele é nosso primogênito e exemplo que a igreja deve seguir, no que tange a santificação. Ele foi separado totalmente do pecado, com o fim específico de cumprir a vontade de Deus. A saber, morrer pelos pecadores a fim de resgatar a muitos. Em meio ao panteísmo, pluralismo e todas as crenças contemporâneas podemos confiar no fato de que Cristo é diferente, excepcionalmente separado, sob essa ótica ele sempre é o “outro”. Ele é alheio a indiferença dos demais deuses, sob a ótica do panteísmo tudo é DEUS, porém para nós, tudo vem de Cristo, de Deus pai, porém só ele tem poder por si só, todos os demais ou são falsos ou emanam dele.
A santidade de Cristo foi reafirmada até pelos demônios:
Dizendo: Ah! que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus.
Marcos 1:24
E vós tendes a unção do Santo, e sabeis todas as coisas.
1 João 2:20
Verdadeiro – o Sentido é: “Aquele que é confiável”.
Assim que aquele que se bendisser na terra, se bendirá no Deus da verdade; e aquele que jurar na terra, jurará pelo Deus da verdade; porque já estão esquecidas as angústias passadas, e estão escondidas dos meus olhos.
Isaías 65:16
Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, porque todos os seus caminhos justos são; Deus é a verdade, e não há nele injustiça; justo e reto é.
Deuteronômio 32:4
Cristo se definiu como sendo caminho verdade e vida, verdade está arraigada em seu caráter, nele não há sombra de variação, nele não há dupla personalidade, nele não há dobras nas palavras.
Em resumo Cristo está dizendo que seu caráter é diferente daqueles que são a sinagoga de satanás, ele é confiável, não trata-se de um bordão de cana quebrado como fora o Egito, aqueles que se apoiavam sobre ele tinham suas mãos perfuradas, porém o Senhor estava garantindo a todos que era a rocha perfeita, seu caráter era santo tal como o do pai e ele é a verdade. Por ser santo ele é diferente dos demais, por ser verdadeiro deve-se dar credibilidade a tudo o que ele diz. Se no mundo há mentiras de todos os lados, Cristo se apresenta como o oposto a tudo isso. Cristo se dirige a aqueles poucos irmãos que se mantiveram fieis apontando que tanto a origem como os meios para que fossem como são, emanam dele, não de seus méritos ou forças. Santidade e verdade tem início em Deus, são presentes da graça divina. “Porque Deus é quem opera em nós tanto o querer como o efetuar segundo a sua boa vontade”. Filipenses 2.13
Enquanto alguns judaizantes afirmavam o fato de que Cristo era um herege, ou um rebelde e queriam de todo modo incitar a lei e a liberalidade dos gnósticos, Cristo se apresenta como fonte de santidade em oposição a tais acusações. A verdade não estava entre aqueles religiosos, a verdade estava em Cristo, só nele.
As apresentações de Cristo às igrejas são um desafio contínuo para que busquemos ser a semelhança da imagem perfeita que ele é. Cada apresentação é vista como um encorajamento para a igreja.

o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre:
Apocalipse 3:7
Davi era um tipo do reino futuro de Cristo no AT.
Davi em toda sua autoridade, eficácia e genialidade foi considerado um homem sendo o coração de Deus, alguém querido mesmo em muitas gerações posteriores. Quando se falava de um rei que o povo gostaria que voltasse, logo falavam de Davi.
“ O meu servo Davi reinará sobre eles, e todos eles terão um pastor. Andarão nos meus juízos, e guardarão os meus estatutos e os observarão”. Ezequiel 37.24

Ezequiel estava falando posteriormente a morte de Davi, porém sua profecia apontava para um tempo futuro, essa profecia é sobre Cristo.
Não houve rei semelhante a Davi em Israel, porém sabemos de suas falhas como o homicídio de Urias e o recenseamento do povo Israelita. Cristo se apresenta como aquele que tem as chaves do reino e não só isso, ele é o próprio rei, porém agora em situação oposta, nele não há erros, não há falhas como Davi cometeu. Ele é um rei totalmente perfeito, Santo e verdadeiro como se apresentara no início da presente carta.
O “reino” que é citado pode representar também na tipologia a “casa de Davi”. Salmo 122.5
“Pois ali estão os tronos do juízo, os tronos da casa de Davi”.



A chave de Davi é mais facilmente entendida quando observada a passagem sobre Eliaquim.
E será naquele dia que chamarei a meu servo Eliaquim, filho de Hilquias;
E vesti-lo-ei da tua túnica, e cingi-lo-ei com o teu cinto, e entregarei nas suas mãos o teu domínio, e será como pai para os moradores de Jerusalém, e para a casa de Judá.
E porei a chave da casa de Davi sobre o seu ombro, e abrirá, e ninguém fechará; e fechará, e ninguém abrirá.
Isaías 22:20-22
Sebna até então possuía as chaves do reino, porém tal autoridade lhe levou a se engrandecer ao ponto de construir para si sepulturas como as dos reis, então o Senhor usa Isaias para lhe alertar e informar que seu cargo fora tirado e agora Eliaquim deveria possuir as chaves do reino.
As chaves do reino indicavam autoridade, possibilidade de acesso ao rei, acesso aos tesouros.
Cristo é nosso caminho ao pai, ele tem autoridade sobre o mundo, ele fecha e abre quando quer e uma vez fechado não há quem abra.
Essa figura representa sua autoridade sobre tudo e todos, inclusive no que tange a salvação. Ele admite e exclui quem quer.
No capítulo 1.8 – Jesus tem as chaves da morte e do inferno, ainda no primeiro capítulo Jesus tem sobre suas mãos as sete estrelas, agora ele tem sobre sua mão direita a chave de Davi, também posteriormente no capítulo 5 ele tem sobre sua mão o livro selado com sete selos.
Ele tem autoridade sobre céus e terra, sobre vida e morte, sore tudo e todos. Esse é o Senhor que se apresentou a Filadélfia.
eis que diante de ti pus uma porta aberta
Apocalipse 3:8

A porta aberta indica salvação e oportunidade para o serviço.
Devemos enxergar o serviço Cristão dessa forma, essa passagem sobre as chaves de Davi e sobre as portas abertas não indicam nada material, mas sim oportunidades singulares de ser tudo o que Deus quer a nosso respeito.
A porta do serviço é um meio que Deus usa para firmar pessoas com poucas forças, é um meio de preparar pessoas que estão com sua fé abalada para grandes obras e sobretudo alcançar os perdidos.
Paulo e Barnabé se referiram a porta dessa forma:
E, quando chegaram e reuniram a igreja, relataram quão grandes coisas Deus fizera por eles, e como abrira aos gentios a porta da fé.
Atos 14:27

Sobre Éfeso Paulo disse o mesmo:
Porque uma porta grande e eficaz se me abriu; e há muitos adversários.
1 Coríntios 16:9

A porta em trôade era a oportunidade de anunciar o evangelho.
Ora, quando cheguei a Trôade para pregar o evangelho de Cristo, e abrindo-se-me uma porta no Senhor,
2 Coríntios 2:12

Paulo rogou aos Colossenses que orassem para que a porta da palavra fosse aberta a ele em Roma.
Orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual estou também preso;
Colossenses 4:3

A porta indicava para eles até então a missão de propagar a cultura helênica, porém o Senhor disse a eles, que a porta que se abriu não era apenas para transmitir o grego, mas para transmitir o evangelho de Cristo.
O Brasil está estrategicamente posicionado no Mercosul, uma cultura que aceita diversidades, que a liberdade religiosa é pregada. Temos a possibilidade única de propagar o evangelho, seja no rádio ou na televisão, há liberdade para cultos ao ar-livre, há liberdade para proclamar o evangelho sem medos. O estado é laico e o fato do estado ser laico torna todas as religiões iguais, nem religiões de matriz africana, nem catolicismo, nem espiritismo é imposto a nós como em culturas comunistas. Uma porta grande eficaz está aberta diante de nós e com ela há a oportunidade singular de ser uma igreja marcante e eficaz e também a responsabilidade de transmitir a tocha do evangelho ainda acesa.
O Senhor usa momentos em que nossa fé está um pouco abalada para nos vocacionar.
Vejamos exemplos:

Pedro
Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.
João 21:17

Onésimo
O qual noutro tempo te foi inútil, mas agora a ti e a mim muito útil; eu to tornei a enviar.
Filemom 1:11

Há ainda exemplos entre os heróis da fé.

Adoniram Judson – Pioneiro na Birmânia.
Guilherme Carey – O pai das missões modernas tradutor da bíblia em trinta idiomas.

A porta o serviço como fora salientado anteriormente está aberta, está disponível, porém há dois inimigos terríveis para a igreja contemporânea:

O narcisismo e o Hedonismo.
O Hedonismo tem feito as pessoas rejeitarem o serviço, visto que exige dedicação a outros, exige perder para ganhar, exige que sejamos simples galhos na árvore, que forneçamos frutos a outros sem usufruir. Essa busca constante por prazer tem sido o norte da sociedade contemporânea, as pessoas quando chamadas a renúncia, ou quando confrontadas por exemplos de heróis da fé dizem: “Onde ficaria minha felicidade, ou minha realização”.
O conceito por trás disso é que o homem é o centro, o homem deve ser feliz a todo custo, independente de família, trabalho, igreja, mesmo que por meios errados o importante é ser feliz.

O Narcisismo leva as pessoas a buscar reconhecimento o tempo inteiro, a porta do serviço tem sido confundida por motivações erradas, entendem serviço Cristão com vínculo empregatício, com vida luxuosa, ninguém quer ser herói da fé anônimo, todos buscam honras ainda em vida. O narcisismo cultiva uma constante vontade de ser reconhecido a todo custo. Essa postura leva muitos a fazer o certo com as motivações erradas, pregar por inveja ou por porfia tal como Paulo alertara eu suas cartas. Infelizmente é o que temos visto com muita frequência.
Precisamos urgentemente nos soltar das armadilhas do humanismo contemporâneo, certa vez quando perguntado sobre a razão de sua eficácia missionária George Muller disse:
“O segredo de George Muller é que ele não existe mais, George já morreu há um tempo, não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim”.
Jim Elliot uma vez disse:
“Almejo viver de tal forma que quando chegar a minha hora eu não tenha nada a fazer para Deus, exceto morrer”
Infelizmente a igreja contemporânea não tem abraçado como deveria a causa missionária, já não é dado o devido valor ao missionário, muitos que fazem tais obras, fazem por motivações erradas e isso desanima o povo nas contribuições e na dedicação a causa. Infelizmente hoje quando um pai vê o outro o desejo é comparar os filhos entre si, um pode dizer que seu filho está classificado para uma grande faculdade federal e encher o peito e o coração de orgulho ao dizê-lo, o mesmo não será possível no caso de um pai de um missionário.
Porém devemos seguir o conselho bíblico de mortificar nossa natureza terrena, não se amoldar a forma desse mundo, de não mais “viver” mas Cristo viver em nós.
Esse é um tempo crucial para a igreja brasileira, podemos ser os remanescentes de Filadelfia ou os demais denominados “sinagoga de Satanás” ou ainda nos assemelhar dia após dia a igreja do último tempo, a saber Laodicéia.
O Brasil está com as portas abertas, tanto da salvação quanto da oportunidade para o serviço, almejo sinceramente que nossos jovens sejam despertados e aprendam a amar as missões, chega de palanques, de interesses políticos, de popstars gospel, de levitas contemporâneos, precisamos resgatar a paixão, precisamos voltar a cumprir o “chorar com os que choram e alegrar-se com quem se alegra”.


tendo pouca força, guardaste a minha palavra, e não negaste o meu nome.
Apocalipse 3:8

O Senhor conhecia o estado da igreja, sabia que boa parte dos membros eram pobres e pouco influentes naquela sociedade, mas esses pequenos seriam usados para alcançar lugares altos e os mais improváveis seriam os mais fantásticos. Tinham pouca força, mas ao contrário de Tiatira, optaram pela fidelidade em detrimento da fama, pela integridade em detrimento do poder. Eles escolheram o certo. Guardaram a palavra e não negaram o seu nome.
Esse elogio de Cristo tem uma crítica embutida, é obvio que a igreja tinha certamente poucas forças financeiras, pouca relevância cultural, ao ponto de que constantemente perguntavam qual a real finalidade da igreja, ou o que esse povo tanto busca.
Ainda hoje nos perguntam a mesma coisa, a nossa representação política é pífia, a nossa relevância é baixa no que diz respeito a educação. 100 anos de Assembleia de Deus e nenhum hospital, creche ou escola, qual a relevância de nossa igreja no lugar onde ela está inserida. Precisamos buscar a força de Deus que está disponível, não podemos regredir. Porém há um fato a ser destacado, que na verdade o próprio Cristo destacou, a igreja de Filadélfia não obstante a redução de forças guardou a palavra e não negou o nome de Jesus, seja por palavra ou por ateísmo prático, eles continuavam firmes. Ainda hoje o mesmo ocorre, há falhas no que diz respeito ao poder na igreja contemporânea, as reuniões de oração estão sendo pouco frequentadas e o poder na pregação da palavra além de sua exposição estão perdendo lugar para outros elementos, porém não obstante a isso, há pessoas que optam ainda hoje pelo certo, por seguir a Cristo independente das tendências culturais e morais. Esses são os remanescentes, enquanto muitos gritam que há um avivamento em vigência, esses poucos agem como exceção e enxergam que estão muito aquém disso. Que o avivamento proclamado atualmente é uma deturpação do evangelho de Cristo.
Conta-se que na mitologia grega muitos marinheiros morriam constantemente quando passavam por um determinado mar, haviam sereias que cantavam de forma encantadora e que se tornavam irresistíveis também pelo fato de serem muito belas. Apenas dois homens escaparam das sereias, o primeiro deles foi Orfeu. Ao se aproximar da dita ilha, Orfeu tocou uma música mais excelente que a das músicas, sua voz era mais bela e toda a tripulação sobreviveu porque de modo fantástico ele foi melhor do que as sereias.
O segundo sobrevivente era Ulisses, ele não tinha nenhum talento como o de Orfeu, não cantava, não tinha grandes poderes, nada do que fizesse com seus próprios esforços poderia livrá-lo. Porém ele teve uma estratégia excelente, optou por tapar os ouvidos de todos os tripulantes com cera, para que ao passar não ouvissem o canto das sereias. Ele deveria manter-se amarrado ao mastro do navio, mesmo que pedisse para ser solto os tripulantes deveriam apertar ainda mais as cordas. Chegado o momento crítico, Ulisses foi seduzido como previra, porém, ele optou por não tapar os ouvidos, queria manter-se amarrado para não ser enganado. Então quando finalmente passaram pela ilha, as sereias perceberam que foram derrotadas por simples mortais e iradas se jogaram na água e os tripulantes escaparam a salvo. O que fez Ulisses prevalecer foi o reconhecimento de sua fraqueza, não sua superioridade.
Os remanescentes de Filadelfia sabiam de sua condição porém optaram por não se gloriar em nada que não fosse a cruz de Cristo. Reconheceram que eram fracos como Paulo aconselhara:
“Mas ele me disse: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na sua fraqueza, portanto de muito bom grado me gloriarei das minhas fraquezas, para que em mim repouse o espírito da glória de Deus, porque quando penso que estou fraco é aí que estou forte”.
2º Coríntios 12.9-10
A fé do povo de Filadelfia estava posta a prova com todas as oposições que surgiram, porém bem disse Ronaldo Lidório:
“O caráter não se manifesta nos planejamentos, mas sim nas reações”.
O caráter do povo estava posto à prova, terremotos, instabilidade, adorações a todos Deuses possíveis, perseguição por parte de falsos judeus, etc. Porém eles permaneceram fieis independente disso.
Mesmo sem grandes manifestações espirituais, mesmo vivendo de reservas, o povo permanecera, e recebem o conselho presente e contínuo: “Guardem o que vocês tem”.
Ter fé não é ver coisas fantásticas e acreditar somente após isso, não é estar condicionado a sinais. Fé é crer sem ver, é caminhar só com a garantia da palavra. É fazer como os dez leprosos que Cristo curou, eles tinham apenas uma ordem: “Vá até o sacerdote!”, eles foram, mesmo sem ver nada de imediato, ao serem obedientes foram todos curados. Precisamos de uma fé madura. Hoje não vemos as manifestações de antes, não que Deus não faça, há muitas vertentes de pensamento quanto a isso, mas devemos crer independente de ser igreja continuísta ou cessacionista. Deus é o mesmo, devemos repousar no fato de que seu caráter é imutável e inerrante.


Eis que eu farei aos da sinagoga de Satanás, aos que se dizem judeus, e não são, mas mentem: eis que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo.
Apocalipse 3:9

A sinagoga de satanás é um avanço de seu trono. O trono se dá quando a cultura é exatamente igual ao governo do diabo, quando já não se sabe o que é influência demoníaca e o que é cultura, ali está um trono de satanás, o grande problema é quando isso afeta a igreja. Os falsos judeus na verdade eram a sinagoga de satanás, pois, eles tinham a oportunidade de ensinar e se escondiam em sua religiosidade para perturbar o povo.
Tal como Paulo se referiu a alguns “falsos irmãos” na igreja da Galácia, que se meteram e espiar a liberdade que eles tinham. Para muitos “falsos judeus” a salvação de gentios era inadmissível, somente pela graça aos olhos deles era uma blasfêmia, então passaram a perseguir os cristãos chamando-os de “seita dos nazarenos, etc”.
Quanto a esses que os perturbam, quem dera que se castrassem!
Irmãos, vocês foram chamados para a liberdade. Mas não usem a liberdade para dar ocasião à vontade da carne; pelo contrário, sirvam uns aos outros mediante o amor.
Toda a lei se resume num só mandamento: "Ame o seu próximo como a si mesmo".
Gálatas 5:12-14
O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor
Romanos 13:10
Os falsos judeus são os que não compreendem o sentido real da lei, sobre esses Paulo disse:

Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne.
Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus.
Romanos 2:28,29
Eis que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo.
Apocalipse 3:9
O sentido dessa palavra não é de vingança, não era para produzir uma falsa sensação de superioridade na igreja. Mas sim que o evangelho convenceria até os falsos judeus de que Cristo é o Senhor.
Os falsos Judeus julgavam-se superiores aos Cristãos, a sinagoga é um termo de certa forma diminutivo, Cristo não queria sequer chamá-los de igreja, mas de algo inferior. Enquanto se julgavam superiores, Deus queria deixar claro que o tempo futuro seria um tempo em que todo joelho se dobraria ao Senhor e até os falsos judeus hão de confessar que Cristo é o Senhor. FP 2.9-10.
Nos tempos atuais a opressão não é de falsos judeus, mas sim dos Gnósticos modernos, querem a todo custo que confessemos que Cristo é fantástico, que foi um excelente homem, mas não o Senhor da igreja. Não um ser divino, mas alguém em quem podemos nos espelhar como um ser de bom proceder, porém não podemos baixar a guarda, Cristo é o Senhor! Por mais que tentem de todos os lados nos fazer admitir que “todos os caminhos levam a Deus” há um único caminho, a saber, Jesus o filho de Deus!
Chegará o tempo em que os opressores hão de se converter, tal como recentemente o renomado escritor Augusto Cury fizera, chegará o tempo em que mesmo os que durante toda a vida negaram o senhorio de Cristo, hão de se dobrar perante ele, pois, todo olho o verá, do oriente ao ocidente e confessarão sua divindade e veracidade.

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Se não fosse o Senhor que esteve ao nosso lado - Sermão entregue a Ad Brás Jd Guarujá 2 no culto da gratidão


Se não fosse o Senhor que esteve ao nosso lado - Sermão entregue a Ad Brás Jd Guarujá 2 no culto da gratidão

Se o Senhor não estivesse do nosso lado; que Israel o repita:

Se o Senhor não estivesse do nosso lado quando os inimigos nos atacaram,
eles já nos teriam engolido vivos, quando se enfureceram contra nós;
as águas nos teriam arrastado e as torrentes nos teriam afogado;
sim, as águas violentas nos teriam afogado!
Bendito seja o Senhor, que não nos entregou para sermos dilacerados pelos dentes deles.
Como um pássaro escapamos da armadilha do caçador; a armadilha foi quebrada, e nós escapamos.
O nosso socorro está no nome do Senhor, que fez os céus e a terra.

Salmos 124:1-8

Se não fosse o Senhor que estivesse ao nosso lado...
Existem diversas categorias de Salmos, alguns são de imprecações, ou seja, sentimentos de vingança, expressões de mágoa, outros são verdadeiras orações, expressando o sentimento dos seus autores, outros são salmos tristes, de luto e profundo lamento.
Há uma sessão de Salmos escrita por diversos autores, chamados cânticos de romagem, ou mais conhecidos como Cântico dos degraus.
Os salmos 120 a 134 são chamados dessa forma, são os cânticos entoados na peregrinação anual rumo a Jerusalém para a adoração no templo, a figura é semelhante a de romeiros que saem de suas cidades rumo a cidades religiosas a fim de apresentar-se a sua divindade, é estabelecido um cântico para o caminho e este deve ser entoado em toda a viagem.
Alguns foram escritos por Davi, outro por Salomão e os demais se mantiveram anônimos.
O Salmo que estamos estudando tem duas possíveis ocasiões para ser entoado, a primeira delas que é bem aceita é de que estes cânticos foram entoados no retorno dos peregrinos da Babilônia para Jerusalém, são cânticos pós-exílio e este em especial foi cantado logo após o regresso.
A outra visão também comumente aceita é de que Davi escreveu este Salmo, referindo-se a suas muitas aflições nas mãos de Saul e em suas guerras no decorrer da vida. João Calvino, Augustus Nicodemus e outros defendem esta ideia.
Adotaremos esta interpretação a fim de explanar o presente texto.
Não foram poucas as situações em que Davi precisou de livramentos de Deus, a sua vida foi de guerras, perseguições e por diversas vezes ele foi fugitivo da mão de seus adversários, enumeraremos alguns de seus principais livramentos.

1° - Ao apascentar as ovelhas de seu pai

 Certa vez Davi sendo interrogado e questionado sobre sua história e a possibilidade de enfrentar o gigante filisteu que por 40 dias afrontava Israel disse ao rei:

Então disse Davi a Saul: Teu servo apascentava as ovelhas de seu pai; e quando vinha um leão e um urso, e tomava uma ovelha do rebanho,
Eu saía após ele e o feria, e livrava-a da sua boca; e, quando ele se levantava contra mim, lançava-lhe mão da barba, e o feria e o matava.
Assim feria o teu servo o leão, como o urso; assim será este incircunciso filisteu como um deles; porquanto afrontou os exércitos do Deus vivo.
1 Samuel 17:34-36

Apascentando as ovelhas por diversas vezes, ainda que novo, menino, com poucas forças aparentes, Davi enfrentou possivelmente as maiores feras possíveis, duas das quais qualquer pessoa correria e comemoraria a ligeira distração por levar uma ovelha lhe mantendo intacto, porém Davi ia justamente atrás das feras, feria o urso e arrancava a ovelha de suas mãos e suas bocas, antes de o ferimento ser letal. Quando o leão que sendo um animal rápido, pesado e forte vinha sobre Davi, ele o pegava pela barba, puxava seus pelos e o feria possivelmente na cabeça, uma coragem descomunal tomara este jovem, as maiores feras não lhe causavam temor e na adrenalina dos momentos e com o peso da responsabilidade ele simplesmente exterminou as maiores feras de seu tempo.

2° - Ao enfrentar Golias
 Essa apresentação que Davi faz ao rei sobre si, é ocasionada porque durante quarenta dias nenhum homem tinha coragem de apresentar-se diante de Golias que os provocava de contínuo.
De fato o desafio diante de Davi era extremamente utópico, improvável e insano, isso pelas características de Golias:
Ele tinha 2,80 mts, sua armadura pesava 68 quilos, a ponta da sua lança pesava 9 quilos e ele guerreiro desde sua mocidade. A estratégia dos filisteus foi de separar apenas um guerreiro, a guerra seria entre duas pessoas que tinham o destino da nação aos seus cuidados.
Para piorar, neste tempo havia apenas duas espadas em Israel, pois, os filisteus privaram Israel de usar qualquer tipo de lança e espada, tudo estava sob sua tutela.
Davi chega a experimentar a armadura de Saul, mas não se sente bem, é então que ele toma apenas cinco pedras, com uma funda ele relembra de sua história com o leão e o urso, até que enfrenta o filisteu.

Disse mais Davi: O Senhor me livrou das garras do leão, e das do urso; ele me livrará da mão deste filisteu. Então disse Saul a Davi: Vai, e o Senhor seja contigo.
1 Samuel 17:37

Davi vai com um cajado, cinco pedras, um alforje e apresenta-se ao filisteu, este lhe ofende, diz que daria sua cabeça as aves do Céu, mas Davi vai, tal como diz a bíblia: “em nome do Senhor”.

E saberá toda esta congregação que o Senhor salva, não com espada, nem com lança; porque do Senhor é a guerra
1 Samuel 17:47

Em seu trajeto de corrida até Davi, ele saca a pedra rapidamente, gira na funda e ataca o filisteu em fração de segundos, a pedra lhe é cravada na testa e ele cai no chão com o rosto em terra. Humanamente era impossível tudo isso acontecer, o único alvo disponível era a testa de Golias por conta de sua estatura, muito provavelmente o escudeiro era mais bairro que Golias, o capacete e a couraça protegiam seu corpo, mas a testa estava livre, este era o único lugar possível de causar um ferimento letal em Golias, a força deveria ser descomunal, mas Davi acerta em nome do Senhor, nesta ocasião sempre se enaltece o grande triunfo de Davi, porém o livramento que o Senhor operou no povo e ao próprio Davi foi considerável.

3° - Nas perseguições de Saul

 Assim que Davi foi reconhecido por seu triunfo contra Golias, Saul passa a ter ciúmes na medida em que ouve as mulheres cantando pelas ruas de Israel:

E as mulheres dançando e cantando se respondiam umas às outras, dizendo: Saul feriu os seus milhares, porém, Davi os seus dez milhares.
1 Samuel 18:7

Neste momento Saul pensa que Davi já tinha o povo após si, era questão de tempo tomar após si toda a nação e o reino para si, só lhe faltava a coroa.
Saul passa a manter perto de si uma lança, Davi dedilha sua harpa, toca, acalma o coração de Saul, mas este por três vezes tenta lhe acertar com a lança e lhe cravar na parede.
Por quatro vezes Davi escapa por reflexos das lanças de Saul, que tenta a todo custo lhe matar.
Ainda durante as perseguições de Saul, ele arma um bom plano para matar Davi, ao oferecer sua filha para se casar com Davi, a saber Mical, ele pede um caríssimo dote para conceder sua filha por esposa.
Davi não tem dinheiro, não tem o que oferecer, ele sabe que não teria condições de ter consigo a filha do rei como esposa.
É então que Saul propõe o preço de sua filha:

Então disse Saul: Assim direis a Davi: O rei não tem necessidade de dote, senão de cem prepúcios de filisteus, para se tomar vingança dos inimigos do rei. Porquanto Saul tentava fazer cair a Davi pela mão dos filisteus.
1 Samuel 18:25

Não há como tomar cem prepúcios de filisteus, a não ser que matem eles.
A ideia de Saul é que ele morreria após fazer isso, ou seria desmoralizado por não ter coragem de encarar uma guerra. Para sua surpresa Davi toma alguns homens consigo e traz duzentos prepúcios de Filisteus aos pés de Saul e toma Mical por esposa.

Numa terceira ocasião Davi vai guerrear na cidade de Queila, era uma cidade murada, ou seja, tinha apenas uma saída, Saul sai para capturar Davi, este é avisado por Deus e se dirige ao deserto para escapar:

E Saul e os seus homens se foram em busca dele; o que anunciaram a Davi, que desceu para aquela penha, e ficou no deserto de Maom; o que ouvindo Saul, seguiu a Davi para o deserto de Maom.
1 Samuel 23:25

Dai em diante Davi se esconde atrás de uma pedra, ambos caminham em volta dessa pedra, Saul divide o exército e finalmente cerca a Davi, não haveria jeito de escapar, porém, neste momento chega a notícia vinda de Israel de que os Filisteus tornaram a atacar, Davi novamente escapa por um triz.

Saul, porém, e os seus homens cercaram a Davi e aos seus homens, para lançar mão deles.
Então veio um mensageiro a Saul, dizendo: Apressa-te, e vem, porque os filisteus com ímpeto entraram na terra.
Por isso Saul voltou de perseguir a Davi, e foi ao encontro dos filisteus
1 Samuel 23:26-28


Por pelo menos três vezes Davi iria morrer pelas mãos de Saul, mas de todas elas ele escapou.




4° - Diante de Aquis
Davi vai a Gate para escapar de Saul, lá é visto por alguns dos servos do rei Aquis que ao vê-lo o reconhecem de imediato com sua fama de grande guerreiro, Aquis é chamado para matar o rei, Davi sabendo que sua situação era difícil por estar só, Davi vai até o rei e se apresenta do seguinte modo:

Por isso se contrafez diante dos olhos deles, e fez-se como doido entre as suas mãos, e esgravatava nas portas de entrada, e deixava correr a saliva pela barba.
1 Samuel 21:13

Fingindo ser louco Davi morde os batentes das portas, grita, talvez corre, faz movimentos desconexos e deixa a baba descer por sua barba, de modo que Aquis ao vê-lo diz que diante dele está um louco, na falta de mais loucos é que levariam mais um diante do rei? Ou seja, o rei Aquis não acreditou que este era o temido Davi.
Mais uma vez o Senhor livra Davi das mãos de seus inimigos.

5° - Davi e Isbi-Benobe

Davi já estava velho, havia vencido o grande Golias, na ocasião da morte de Golias ele tomara 5 pedras do Ribeiro para possivelmente matar seus 4 irmãos que também eram gigantes, ao ver Golias tombado, todos tiveram medo e fugiram.
Mais de 20 anos se passaram, Davi estava velho, com dores em seu corpo, já estava prestes a fazer seu discurso final narrado no capítulo seguinte, por estar vivendo momentos de incerteza após a volta ao reino posterior a morte do usurpador Absalão, Davi decide na batalha contra os filisteus tomar a frente. Ele já derrotara muitos inimigos, já vencera muitas batalhas, este seria mais um gigante para ser derrubado, os quatro gigantes sobreviventes da batalha permaneceram vivos, agora eles queriam vingança, estavam talvez mais experientes e isso tornou a situação mais difícil.
Davi toma a espada, a armadura e sai para a batalha, estão todos em volta na espera de ver o grande Davi já velho guerreando e se reafirmando no poder. A batalha se estende durante um período considerável até que Davi se cansa:

Tiveram mais os filisteus uma peleja contra Israel; e desceu Davi, e com ele os seus servos; e tanto pelejaram contra os filisteus, que Davi se cansou.
E Isbi-Benobe, que era dos filhos do gigante, cuja lança pesava trezentos siclos de cobre, e que cingia uma espada nova, intentou ferir a Davi.
2 Samuel 21:15,16





Davi já cansado vê diante de si Isbi-Benobe que era um dos gigantes, a sua lança pesava 9 Quilos e a sua espada era nova, ou seja, com o corte intacto e pronto a ferir Davi, por este estar cansado essa era uma batalha dificílima. Davi já cansado não prevaleceria nessa batalha, é então que Abisai, filho de Zeruia se levanta e mata o filisteu, sem essa intervenção Davi morreria, é a partir daí que Davi é privado de sair a guerra para que não haja risco de vida em sua velhice:

Então os homens de Davi lhe juraram, dizendo: Nunca mais sairás conosco à peleja, para que não apagues a lâmpada de Israel.
2 Samuel 21:17

A REFLEXÃO DE DAVI – SALMO 124
Mais uma vez Davi vive um grande livramento, ao refletir em sua vida, ao pensar em tantas batalhas, tantas coisas que poderiam ter lhe acontecido, ele compõe esse salmo. Ao refletir em sua vida e em todos os livramentos que passou Davi faz uma canção de gratidão.
A fala de Davi é tão interessante que foi adicionada postumamente aos cânticos de peregrinação, todo Israelita que ia ao templo anualmente cantava essas músicas movidos por esperança, em gratidão cantavam rumo a Jerusalém.
Nós também estamos em processo de Romagem 1° Pe 2.11, Hb 11.13-16
Nossa caminhada em rumo a nova pátria também tem cânticos, músicas de gratidão, músicas de reflexão, o anseio de todo Israelita para chegar ao templo também é o anseio pelo grande dia em que Cristo nos levará para junto dele e alcançaremos a nova pátria.
O que Davi cantaria após tantas batalhas? O que ele diria no fim de sua vida após tantos livramentos e inimigos tombados? O que a lâmpada de Israel diria ao pensar em suas guerras?

A primeira fala de Davi é

“Ah se não fosse o Senhor que estivesse ao nosso lado”

Lembro-me de um antigo membro da igreja onde congreguei, que frequentemente após tantas lutas dizia: “Ai de mim de não fosse Jesus”, quanto a nós há o mesmo sentimento.
O que seria de nós sem Deus? Se o Senhor não estivesse ao nosso lado, o que aconteceria?
Davi tem o mesmo clamor, ele inicia a canção dizendo, o que aconteceria se Deus não estivesse com ele nos dias difíceis.
A sua ideia é cantar a primeira estrofe e em a nação repetiria:
Se não fora o Senhor que esteve ao nosso lado... V.1 e 2
O que aconteceria com Davi se o Senhor não estivesse com ele quando os muitos inimigos se levantaram?

1° Os inimigos o teriam engolido vivo – Uma alusão a Saul -  V.3

2° As águas teriam Transbordado sobre todos e as águas teriam invadido sua alma (Inimigos coletivos) – Perseguição junto a pedra em Maom  V.4-5

3° Ele seria presa aos dentes de seus inimigos (Golias e Isbi-Benobe)– V.6

4° Inicia-se então o cântico de gratidão: Bendito seja o Senhor que não nos deu por presa aos seus dentes. V.6

5° Bendito seja o Senhor que quebrou os laços e nós escapamos V.7

6° Por último há uma canção de certeza:

O nosso socorro está no nome do Senhor, que fez o céu e a terra.
Salmos 124:8

Pensemos em todos nós agora:
Se o Senhor não estivesse ao nosso lado, o que seria de nós?

O SALMO DE HOJE

Enumero aqui algumas coisas que teriam acontecido:

- Jamais alcançaríamos a salvação – Efésios 2.1-8

- Teríamos sido separados de Deus – Romanos 8.31-39

3° - Jamais teríamos escolhido a Cristo – João 15.16

4° - Sofreríamos o que Davi disse:

Os inimigos nos engoliriam vivos
As águas das tribulações invadiriam nossa alma
Seríamos presas nos dentes do adversário
Estaríamos sob os laços do mal – SL.91


Pensemos em elementos extra bíblicos:
Se não fosse o Senhor que estivesse ao nosso lado, o que você escreveria em dias atuais?
Se não fosse o Senhor que esteve ao seu lado na sua infância, nas doenças que você teve, os médicos declararam que você corria risco, mas Deus te guardou.
Se não fosse o Senhor que esteve ao seu lado na sua adolescência correndo riscos de abuso, riscos de más influências, mas o laço se quebrou e você escapou.
Se não fosse o Senhor no dia da sua angústia, quando pensastes em desespero em algum método de suicídio.
Se não fosse o Senhor que estivesse ao nosso lado no dia daquele acidente, o risco de morte era iminente mas o Senhor não lhe deu por presa aos dentes do adversário.
Se não fosse o Senhor que esteve ao vosso lado quando a fome bateu a porta, quando tudo estava prestes a acabar as portas se abriram e a provisão chegou.
Se não fosse o Senhor ao seu lado quando o casamento estava prestes a acabar, se não fosse o Senhor para o guiar na educação de seus filhos.
Se não fosse o Senhor no dia em que você recebeu o livramento.
O resumo de nossa vida até aqui é: Se não fosse o Senhor que estivesse ao nosso lado?
A mesma fala de José dos Santos é a que quero reafirmar agora: Ai de mim se não fosse Jesus, ai de nós se não fosse o Senhor.
Mas bendito Seja ele que não nos deu por presa aos dentes do inimigo, os laços se quebraram e nós escapamos, o nosso socorro está no Senhor que fez os céus e a terra.
O meu convite para um culto de gratidão como o de hoje é, façamos uma retrospectiva, veja quanta coisa você já passou e reflita como Samuel fez certa vez: Até aqui nos ajudou o Senhor.

Gosto da canção do hinário “Cantor Cristão”, chamada “Conte as bênçãos”.

Se da vida as vagas procelosas são,
Se com desalento julgas tudo vão
Conta as muitas bênçãos, dize-as duma vez,
Hás de ver surpreso quanto Deus já fez.

Conta as bênçãos, conta quantas são.
Recebidas da divina mão.
Uma a uma, dize-as de uma vez,
Hás de ver surpreso quanto Deus já fez.

Tens acaso mágoas, triste é teu lidar?
É a cruz pesada que tens de levar ?
Conta as muitas bênçãos, não duvidarás,
E em canção alegre os dias passarás.

Conta as bênçãos, conta quantas são.
Recebidas da divina mão.
Uma a uma, dize-as de uma vez,
Hás de ver surpreso quanto Deus já fez.

Que repousemos hoje na fé na graça futura, ao olhar para o passado, ponhamos os olhos no futuro e saibamos que há um Deus que livrou, livra e livrará.