terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Lutando contra a Ansiedade

 

Ansiedade – Mateus 6.25-34

 

A ansiedade é um sentimento comum, todas as pessoas em algum momento da vida passarão por um pico de ansiedade. Ela tende a ser mais comum em dias de atividades ininterruptas, alta demanda, ou grandes expectativas em torno de um acontecimento. Ter picos de ansiedade é algo totalmente natural, porém o que caracteriza o mal da ansiedade e a torna um transtorno é quando se torna um estado natural do ser, quando nos auto definimos ansiosos e excedemos a normalidade, este sentimento pode causar problemas diversos e inclusive caracterizar um “pecado”.

A aceleração do ritmo da vida em nosso tempo contribuiu consideravelmente para o aumento do número de pessoas ansiosas e num estado prolongado de ansiedade.

Muitas vezes a ansiedade é mais facilmente demonstrada com seus sintomas do que com explicações. Logo cabe ressaltar quais são os sintomas que sentimos em picos de ansiedade?

 

- Inquietação

- Insônia

- Desenvolvimento de fugas diversas para atividades atuais

- Expectativas elevadas (na maioria das vezes expectativas ruins)

- Roer unhas

 

São vários os sintomas da ansiedade.

 

A pergunta que nos cabe responder agora é:

A Ansiedade é prejudicial? E a resposta bíblica e cristã é SIM.

 

Nós tratamos a ansiedade como um sentimento romantizado, um desejo de resolver as coisas, objetividade, pietismo e tratamos todas essas coisas com sinônimos não muito claros, mas que remetem sempre a este mesmo mal, a ansiedade.

 

 

 

O que a bíblia diz sobre isso?

1° - A ansiedade geralmente é a iminência do pior – Parábola dos talentos


Mas, chegando também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste;
E, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.
Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei?
Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros.
Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos”. Mateus 25.

 

Quase todas as coisas que nos inquietam hoje jamais acontecerão como estamos imaginando, a ansiedade geralmente é focada em negativismo, em pensamentos de que as coisas não darão certo, ou serão muito mais difíceis do que de fato são.

O homem da parábola pensou inúmeras coisas a cerca de seu senhor, movido por ansiedade deixou de trabalhar e granjear, de modo que enterrou seu talento para preservar o pouco que tinha. A ansiedade tem um potencial considerável de limitar, “travar” e não permitir que desenvolvamos todas as nossas aptidões.

 

2º - A ansiedade nos atrapalha no ministério

Disse mais a sentinela: Vejo o correr do primeiro, que parece ser o correr de Aimaás, filho de Zadoque. Então disse o rei: Este é homem de bem, e virá com boas novas.
Gritou, pois, Aimaás, e disse ao rei: Paz. E inclinou-se ao rei com o rosto em terra, e disse: Bendito seja o SENHOR, que entregou os homens que levantaram a mão contra o rei meu senhor.
Então disse o rei: Vai bem com o jovem, com Absalão? E disse Aimaás: Vi um grande alvoroço, quando Joabe mandou o servo do rei, e a mim teu servo; porém não sei o que era.

2 Samuel 18:27-29

 

Aimaás soube da morte do filho do rei, Absalão estava relativamente protegido sob o pedido de Davi de que não lhe tocassem. Após a morte do príncipe de Israel, alguém precisava levar a notícia ao seu pai, é então que Joabe (capitão dos exércitos) escolhe Cuzi como o portador das más notícias. Ao ouvir isso, na ansiedade de contar logo a Davi, sem levar em conta o teor da mensagem, Aimaás se prontifica, se oferece, quer a todo custo contar, ser o mensageiro, esta ainda não era a ocasião certa para ele.

Mediante muita insistência e sem a devida autorização Aimaás pega um atalho, passa a frente do verdadeiro mensageiro, chega a Davi e finalmente tem seu momento.

Quando Davi lhe pergunta sobre a mensagem, Aimaás chega de forma incompleta, ele informa sobre a guerra, mas não lembra do que ocorreu a Absalão. De certa forma Davi sabia que ia vencer, sua maior preocupação era seu filho, o que mais interessava Davi não vem com Aimaás, é então que o rei lhe coloca de “lado” e espera o mensageiro que não foi ansioso e está pronto para comunicar a notícia.

 

A ansiedade atrapalha consideravelmente a vida, pois, pessoas apressadas demais vivem se retratando, corrigindo, se esquecendo. Falando de ministério, Aimaás chega aonde deseja, mas não chega pronto. Este é um mal muito atual, tomando atalhos, se apressando, se chega onde se quer, mas sem a bagagem necessária.

 

3º - A ansiedade me torna um “mal terreno” para o crescimento da palavra.

E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-na.
Mateus 13:7

E o que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo, e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera;
Mateus 13:22

 

A ansiedade nos rouba a fé, nos rouba a atenção, a concentração, a ansiedade nos impede de viver o desenvolvimento espiritual pela palavra, pois, estamos sempre com a semente entre os espinhos das preocupações da vida.

 

4º - A ansiedade é a raiz de muitos pecados, de modo que estancando a ansiedade evitaremos vários erros:

 

·         A ansiedade por aceitação e inclusão nos leva a más companhias e a tentar agradar quem não deveríamos.

·         A ansiedade por um relacionamento leva a autodepreciação

·         A ansiedade por resultados gera rispidez

·         A ansiedade por dinheiro pode gerar desonestidade

 

 

 

 

5º - A ansiedade sempre me priva dos momentos para me levar a situações fúteis:

E respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária;
Lucas 10:41

                                                  

6º - Paulo nos diz que não deveríamos estar ansiosos em hipótese alguma:
Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças.
Filipenses 4:6

 

 

O texto que foi escolhido como base: Mateus 6.25 a 34 é o sermão de Jesus contra a ansiedade:

 

·         Jesus trata a ansiedade como sinônimo de incredulidade – V 30.

·         Jesus diz que não deveríamos ser ansiosos por pelo menos três vezes

 

1º Ansiosos pela vida, o que comer e beber, o que vestir -  V.25

2º No versículo 31 novamente esses itens

3º Não vos inquieteis pelo amanhã – V 34

 

 

Jesus faz questão de usar a fé como antônimo a ansiedade e nos incentiva a lutar contra essa incredulidade com promessas:

 

1º Se Deus cuida do corpo e da vida ele nos dará alimento e roupa:

Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?
Mateus 6:25

 

O que é mais difícil, criar e sustentar um corpo tão complexo como o nosso? Ou nos dar o recurso para comer e se vestir? Se Deus cuida do corpo e da vida, ele nos dará o que precisamos, esta é a primeira promessa.

 

2º Se Deus cuida de pássaros ele também cuidará de nós – V.26

Consideremos o valor dos pássaros, não é possível que nós nos consideremos inferiores a eles. Eles não se preocupam com nada, ainda assim Deus os alimenta. A pergunta de Jesus é: “Você acha que vale menos que um pássaro? Então qual a razão de tantas preocupações?

 

3º - A ansiedade não nos ajuda em nada – V.27

Você vive mais por ser ansioso?  Jesus está demonstrando o controle da vida, a vida vai até onde ele quer que vá. Os ansiosos com todos seus cuidados não adicionam um côvado a vida (Côvado é a medida do cotovelo a ponta do dedo médio).

 

4º - Se Deus cuida dos lírios do campo ele cuidará de nós – 28-30

O lírio existe um dia e no outro não, se Deus os veste bem assim, não vestirá a nós? A pergunta de Jesus é “Você vale menos que uma flor?”

 

5º - Jesus sabe o que você precisa – 31-32

A paz é uma característica que deveria nos diferenciar totalmente do mundo, as coisas banais com as quais nos preocupamos são sempre um mau testemunho.

São os gentios que vivem preocupados, os filhos de Deus devem repousar em seu cuidado.

 

6º - Ao confiar e priorizar ao Senhor, ele dará o que de fato precisamos – Mateus 6.33

Ler também Romanos 8.32

 

7º - Não devemos nos preocupar com o amanhã – 6.34

A promessa implícita é, o amanhã está nas mãos de Deus.

 

Conselhos finais:

Tomemos o exemplo de Paulo em Fp. 4.6

Não devemos estar ansiosos por nada

Paulo propôs três métodos para nos acalmar:

·         Oração

·         Súplicas (orações intensas e até de desabafo)

·         Ações de graça (Uma vida de agradecimento inclusive antecipadamente)

·         Ao cumprir isso viveremos a paz que excede todo o entendimento – Fp 4.7

·         Devemos em dias de ansiedade pensar em coisas – Fp 4.8

 

Em crises de ansiedade devemos questionar a própria alma, qual a razão de tamanho desespero? Salmo 42 (Porque estás abatida oh Minh ‘alma?)

 

Um dos textos mais significativos que li sobre ansiedade é do escritor John Piper no livro Graça futura:


“Deveríamos seguir o padrão de Jesus e Paulo. Deveríamos lutar contra a incredulidade da ansiedade com as promessas da graça futura. Quando estou ansioso sobre alguma nova aventura ou encontro arriscado, luto com uma das minhas promessas mais frequentemente usadas: Isaías 41:10. O dia que parti para Alemanha, para ficar três anos ali, meu pai me ligou de uma longa distância e me deu essa promessa ao telefone. Por três anos eu devo ter citado para mim mesmo umas quinhentas vezes em meio a períodos de tremendo estresse. "Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel" (Isaías 41:10). Quando o motor da minha mente está no neutro, o zunido do sistema de marchas é o som de Isaías 41:10.

 

Quando estou ansioso sobre meu ministério ser inútil e vazio, eu luto contra a incredulidade com a promessa de Isaías 55:11: "Assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei."

 

Quando estou ansioso sobre ser muito fraco para realizar o meu trabalho, eu luto contra a incredulidade com a promessa de Cristo: "A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza" (2 Coríntios 12:9).

 

Quando estou ansioso sobre decisões que preciso tomar sobre o futuro, eu luto contra a incredulidade com a promessa: "Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho" (Salmos 32:8).

 

Quando estou ansioso sobre encarar oponentes, eu luto contra a incredulidade com a promessa: "Se Deus é por nós, quem será contra nós?" (Romanos 8:31).

 

Quando estou ansioso sobre o bem-estar daqueles a quem amo, eu luto contra a incredulidade com a promessa que se eu, sendo mau, sei como dar coisas boas para os meus filhos, "quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem?" (Mateus 7:11). E luto para manter meu equilíbrio espiritual com a lembrança que ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos por amor a Cristo "que não receba, já no presente, o cêntuplo de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições; e, no mundo por vir, a vida eterna" (Marcos 10:29-30).

 

Quando estou ansioso sobre ficar doente, eu luto contra a incredulidade com a promessa: "Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR de todas o livra" (Salmos 34:19). E tomo a promessa com temor: "A tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado" (Romanos 5:3-5).

 

Quando estou ansioso sobre estar ficando velho, eu luto contra a incredulidade com a promessa: "Até à vossa velhice, eu serei o mesmo e, ainda até às cãs, eu vos carregarei; já o tenho feito; levar-vos-ei, pois, carregar-vos-ei e vos salvarei" (Isaías 46:4).1

 

Quando estou ansioso sobre morrer, eu luto contra a incredulidade com a promessa que "nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor. Foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressurgiu: para ser Senhor tanto de mortos como de vivos" (Romanos 14:7-9).

 

Quando estou ansioso sobre a possibilidade de naufragar na fé e me afastar de Deus, eu luto contra a incredulidade com as promessas: "aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus" (Filipenses 1:6); e "também pode salvar totalmente os que por ele [Cristo] se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles" (Hebreus 7:25).

 

Essa é a forma de vida que ainda estou aprendendo à medida que me aproximo dos meus cinquenta anos. Estou escrevendo este livro na esperança, e com a oração, que você se unirá a mim. Lutemos, não contra outras pessoas, mas contra nossa própria incredulidade. Ela é a raiz da ansiedade, a qual, por sua vez, é a raiz de muitos outros pecados. Assim, liguemos nossos para-brisas, o jato de água e mantenhamos nossos olhos fixos nas mui grandes e preciosas promessas de Deus. Tome a Bíblia, peça auxílio ao Espírito Santo, guarde as promessas em seu coração, e lute o bom combate – viver pela fé na graça futura.”

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