segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

A casa sobre a rocha – Sermão entregue a Ad Brás Santo Eduardo - Ceia de Janeiro

 

A casa sobre a rocha – Fundamentos da vida Cristã

 

Toda palavra muito mencionada se desgasta, tende a ser menos valorizada, banalizada, etc.

Esta parábola é uma das mais conhecidas, citadas e talvez uma das mais negligenciadas em seu conteúdo e contexto externo. Todos conhecem a parábola das duas casas, mas poucos sabem o que de fato ela significa e as razões por trás das falas de Jesus.

A pergunta que devemos levantar é, o que de fato Jesus quis dizer? O que ele almejava ao falar sobre duas casas?

Observações iniciais

O presente sermão encontra-se no final das palavras da sequência do sermão do monte e da planície – Mateus 5 a 7 e Lucas 6.

Trata-se então de uma palavra de fixação de tudo que foi dito por Jesus, Jesus desejava que as pessoas guardassem algo de tudo que ele disse, isso estava no final desta parábola, era o apelo de Jesus.

 

O sermão do monte tem pelo menos 4 partes principais:

1º - As bem aventuranças – V.3 a 12

2º - Más aventuranças com relação as palavras de Jesus – O sal pisado v 13, o menor no reino v.19.

3° - Reinterpretações da lei – Homicídios, adultérios, Divórcio, Juramento, Olho por olho, amor aos inimigos.

4º - Conselhos práticos para convivência e devoção.

 

Para finalizar Jesus propôs três parábolas que dizem sobre os tempos da vida Cristã: Começo, meio e fim.


Com relação as palavras de Jesus há um começo – Tomamos o caminho largo ou o estreito – MT. 7.13 e 14

O meio diz respeito a qualidade de frutos – v.16 a 20.

O fim fala sobre 2 casas com fundamentos diferentes – A presente parábola

 

Tendo dito todas as palavras que Jesus disse, as pessoas estavam espantadas com tamanha sabedoria e autoridade para ensinar: Discípulos, multidões, estrangeiros, enfermos.

Todos admitiam que Jesus era um grande mestre, um Rabi, eles optaram por reconhece-lo como um mestre para si, ouviriam e interpretariam seus ensinos. Jesus angariou após si inúmeros discípulos (Talmidim).

 

Jesus percebe que todos estão maravilhados com seu ensino, propõe que eles tomem o caminho estreito, sejam a árvore que produz bons frutos, mas agora virá a parte final da mensagem.

 

Lucas 6.46 – Por que me chamais Senhor, Senhor e não fazeis o que eu mando?

Todos já haviam entendido Jesus, estavam maravilhados com Jesus, estavam dizendo entre si que estavam satisfeitos, mas Jesus introduz a confrontação.

Para Jesus não basta que as pessoas escolham que partes do evangelho seguir, que partes devo levar a sério, para Jesus só se aceita a devoção completa.

Bonhoeffer – Há muitas possibilidades para entender o sermão do monte, porém Jesus só conhece seguir e obedecer.

No que diz respeito a mandamentos, Jesus não pesa intenções, compreensões claras, a ele só importa o obedecer. Para Jesus não há conflito ético, não há relativização.

Adriano, um antigo amigo dizia: “Na escola todos vamos para aprender o ABCD, ao seguir JESUS aprendemos que só importa OBDC”.


Tiago também fala sobre dois modos de lidar com a palavra: Ouvir e praticar;

“E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.
Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural;
Porque se contempla a si mesmo, e vai-se, e logo se esquece de como era.
Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito.
Tiago 1:22-25

 

 

 

 

As parábolas de Jesus são repletas de paralelismos:

·         Jeitos certos e errados

·         De Dar esmolas

·         Jejuar e orar

·         Tesouro desejável e indesejado

·         Olhos bons e maus

·         Deus e dinheiro

·         Ansiedade e busca pelo reino

·         Porta larga e estreita

·         Árvore boa e má

 

Jesus agora quer demonstrar um exemplo prático de ouvir e praticar, pois, este é seu objetivo: Obediência – V.47

 

As duas casas – V. 48 e 49

 

Explanação sobre construções ontem e hoje

 

Construções nos tempos

Hoje

Na época

Múltiplos materiais

Recursos escassos

Entrega agendada

Tudo dependia de inúmeros fatores variáveis

Estruturas de ferro

Estruturas de madeira

Pedras sob medida

Pedras brutas

 

Particularidades daquele tempo:


1º - Todo solo Israelita era coberto de areia e se tornava muito dura – ao ponto de terem alusões ao solo como “bronze” Lev. 26.19

2º - As construções eram feitas no verão, por gerar um tempo propício, sem chuvas, sem um inverno rigoroso.

3º - O Barro aparentava ser uma ótima massa e fundamento, pois, devido a seca era duro demais.

4º - Todo solo tinha rocha abaixo, mas dava muito trabalho escavar. A maioria considerando o trabalho, o sol, a comodidade, faziam casas sobre a argila.

5º - A chuva muitas vezes amaciava e tornava o solo uma verdadeira lama, de modo que a casa se abalava.

 

Bailey diz que o ideal era escavar até três metros abaixo do solo, até encontrar a rocha.

Essa figura de edificação sobre rocha é antiga, Jesus estava dando uma extensão a uma profecia de Isaías – 28.14 a 18.

Fundamentos

Israel antigo

Futuro

Aliança com o Egito

Aliança com Deus

Refúgios na mentira

Uma pedra aprovada preciosa e de esquina

Falsa segurança

Quem nela crer não será confundido

 

Possibilidades

As pessoas no decorrer da história se perguntaram, quem é esta pedra?

Alguns pensavam que era a pedra no santo dos santos, outros pensavam na comunidade de Qumram

 

Jesus ressignifica o entendimento deles:

Ele e suas palavras são a pedra onde devemos cavar nossos alicerces:

1º - Essa pedra foi rejeitada por muitos, mas é o nosso fundamento de esquina – Sl. 118.22

2º - Jesus é a Pedra angular – At.4.11

3º - Ele é a pedra que derruba gigantes – 1º Sm 17.49

4º - A pedra que derruba impérios – Dn.2.34-35

5º - A pedra que mata a sede – Nm. 20.11

6º - Ele é a padra de descanso – Jacó

7º - Fundamento da igreja – Mateus 16.18

8º - Nós estamos edificados nele como pedras vivas – 1º Pe. 2.4-5

 

Na parábola há duas casas – Uma de pé e outra cai. O Segredo está nos alicerces:

 

Lições práticas

 

1º - Toda casa é igual até o dia da tempestade – Lidório Caráter e reações

O sol que endurece o barro amolece a cera – Spurgeon

 

2º - Há uma infinidade de solos argilosos para sustentar a vida – Keller Deuses falsos

3º - O caminho da vida com fundamentos rasos sempre será mais cômodo, porém arriscado.

4º - A tempestade virá sobre todas as casas.

5º - Nós precisamos de fundamentos profundos (Vida secreta com Deus)

6º - Fé Cristã é mais resistir do que conquistar – Fp 4

7º - As palavras de Jesus são o fundamento mais seguro do mundo – Exemplo de Pedro sobre as águas.

8º - Deus deseja nos dar segurança em dias difíceis – Salmo 40, 46, Hb 6.18 e 19 – Âncora da alma.


O sofrimento é o momento em que os homens mais honram ou desonram a Deus.