segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Oração - A arma pacifista - Sermão entregue a igreja AD Vila Remo Sede


Atos 12 – Oração, a arma pacifista
Introdução a Atos
Até o presente capítulo a igreja vivia uma expansão sem precedentes.
Após a morte de Jesus e subsequente ressurreição, o mestre fala durante quarenta dias com os seus discípulos. A páscoa havia se encerrado, os peregrinos voltariam para as suas terras, mas Jesus ressuscitado ordena aos seus discípulos que não se ausentem de Jerusalém, mas que aguardem a promessa do pai.
Essa promessa diz respeito a dádiva do Espírito Santo, o dia em que Deus “mudaria de casa”.
Há uma preocupação ainda entre alguns discípulos, eles desejavam um reino terreno de Jesus que não tinha chegado até o presente momento.
Jesus trata de tirar o foco dos discípulos deste reino terreno, para que observassem a promessa de Deus:
Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra”. Atos 1:8

Este poder do Espírito seria a capacitação necessária para a expansão do evangelho.
Passados dez dias, os discípulos permanecem buscando, já não eram mais 500, tratavam-se de aproximadamente 120, de diversos lugares que vieram observar a festa da páscoa.
No dia de pentecostes, ou seja, somados os 40 dias de ensinos de Jesus, mais os dez de busca, os discípulos receberam a promessa do Espírito Santo.






Daí em diante o livro de Atos passa a tratar de uma expansão sem precedentes da igreja.
A igreja iniciou-se com 12 –Lucas 9.1
Depois 70 –Lucas 10.1
Em Atos 1.15 tinha -120
Em Atos 2.14 –3.000
Em Atos 4.4 – 5.000
O número continua crescendo ao ponto de perder a conta (Atos 5.14)
Mais crescimento inclusive conversão de sacerdotes (Atos 6.1 e 7)
Cristãos se espalham devido à perseguição (Atos 8.1 e 4)
Muitas Igrejas fundadas (Atos 9.31)
Aldeias inteiras tornam-se cristãs (Atos 9.35)
 Outras conversões significativas ocorreram, como a dos Samaritanos em Atos 8.
A conversão de Saulo em Atos 9
A conversão de Cornélio – O primeiro Gentio – Atos 10

A igreja já havia atingido a dimensão de Jerusalém, toda a Judéia e Samaria.
O próximo passo seria atingir os confins da terra, ou seja, a missão estava chegando ao seu último passo e ainda que sendo perseguida a igreja estava em franco crescimento.
A igreja estava decolando, os relatos de novas conversões são de fato de tirar o fôlego e tornam essa primeira seção de Atos um relato vivo da expansão de uma igreja e dos resultados de oração e evangelismo simultâneos.
Tudo parece indicar que agora os confins da terra serão atingidos, porém Lucas passa a narrar um hiato entre a expansão do evangelho em todo território Israelita e as nações não alcançadas, os denominados “confins da terra”.


E por aquele mesmo tempo o rei Herodes estendeu as mãos sobre alguns da igreja, para os maltratar;
E matou à espada Tiago, irmão de João.
Atos 12:1,2

O imperador neste tempo era Herodes Antipas I, este temia a expansão dos cristãos como uma ameaça ao império, pois, estes recusavam-se a prestar cultos ao imperador e tinham reuniões secretas que de algum modo levantavam suspeitas. Sem contar ainda o fato de que Herodes Antipas desejava manter o controle sobre Israel, logo sua intenção era de atacar aquilo que os judeus mais temiam e odiavam neste momento, a saber, a igreja.
Desde os tempos de Herodes o grande, Israel não tinha um rei, Antipas deseja popularidade e aquilo que gerava mais tumulto era a religião do caminho, logo lançar mão deles para matá-los era uma medida extremamente populista.
Para preservar a paz na Palestina, não poderiam de modo algum haver partidos ou coisas que gerassem tumulto na nação e a fé Cristã representava uma ameaça a essa paz, nos dias de Herodes Agripa a acusação contra Jesus foi de auto proclamação de reino e atentado contra o templo, Herodes Agripa via como uma ameaça a religião do caminho.
Um bom modo de fazer isso era tomando um dos “colunas” da igreja, neste caso Tiago, filho de Zebedeu, irmão de João fora capturado, preso e em seguida decapitado.
Tiago tem o nome citado, mas outros são tomados para ser maltratados.
Tiago provavelmente foi morto diante de todos, de modo que testemunharam seu martírio e multidão festejava tanto com a cena como também com a notícia que correu.
Tiago é o segundo mártir citado por Lucas no livro de Atos, provavelmente houveram outros, mas é o segundo obreiro proeminente que sobre nas mãos do povo.
A popularidade da igreja nos primeiros dias foi grande, porém após a morte de Estevão essa perseguição se estendeu, de modo que ao verem que era interesse dos judeus e dos romanos exterminar a religião, por instinto de preservação decidem apoiar as mortes e perseguição aos frágeis e pobres cristãos.



“E, vendo que isso agradara aos judeus, continuou, mandando prender também a Pedro. E eram os dias dos ázimos”.
Atos 12:3

Movido de um sentimento populista, Herodes manda prender Pedro, um outro considerado “coluna” da igreja, de forma que ele vai aos poucos tentando desestabilizar a igreja na medida em que toca nas suas lideranças.
Herodes valia-se do fato de que Mariane, sua avó era judia, logo ele tinha certa ascendência judaica, justificando deste modo sua infiltração entre o povo, buscando popularidade ele fazia sacrifícios diários no templo, lia a lei diante do povo e era desta forma extremamente aceito pelos judeus, como quem é um deles.
Baseando-se na lei judaica, Herodes acusou Tiago de idolatria, quando se tratavam de casos isolados, a idolatria era combatida por meio de apedrejamento do líder, neste caso porém, por se tratar de uma apostasia em níveis gerais do judaísmo, Tiago deveria ser morto ao fio de espada, os Judeus e Herodes entenderam que ele instigou toda a cidade a cometer idolatria.
Pedro é preso nos dias que precediam dos pães asemos, neste período de acordo com John Stott era proibido realizar execuções, de forma que ele esteve preso no cárcere interior e seria executado tal como o seu mestre, pois, a acusação de Jesus, Tiago e agora a de Pedro teriam o mesmo fundamento, a “idolatria” pregada através de Cristo.

E, havendo-o prendido, o encerrou na prisão, entregando-o a quatro quaternos de soldados, para que o guardassem, querendo apresentá-lo ao povo depois da páscoa.
Pedro, pois, era guardado na prisão
Atos 12:4,5

Feita a prisão, Pedro é provavelmente encaminhando à fortaleza Antônia, que ficava ao noroeste do templo. Pedro é guardado por quatro turnos de 4 soldados, de modo que as escalas possivelmente eram de 6 horas para cada turno segundo Kistemaker, segundo Wiersbie eram 2 turnos de 8 soldados, divididos em 2 áreas principais.
Dois soldados ficavam junto as portas, outros dois estavam amarrados a Pedro, sendo um de cada lado, e mais dois ficam em outros dois portais da prisão. Pedro é tratado segundo Kistemaker, como um prisioneiro em regime de segurança máxima.
De agora em diante se dá um embate, o implacável império Romano com toda a sua força, um rei que conta com o paio de Judeus e de seu próprio povo e do outro lado a comunidade dos Cristãos, fracos, sem armas, com poucos recursos.
Segundo Kistemaker, A ideia de Herodes era garantir que Pedro não sairia de modo algum, ele já sabia do retrospecto de Pedro, já sabia que prisão alguma fora capaz de contê-lo, sabia-se também que Pedro estava com tanta autoridade de Deus que onde ele passava os enfermos esperavam a sombra de Pedro passar por cima e deste modo eram curados.
Estão postas as armas de Roma, tudo conspira contra Pedro, o que a igreja poderia fazer por ele?

1° Nós precisamos retomar o hábito de orar
“Mas a igreja fazia contínua oração por ele a Deus.
Atos 12:5”
Não é novidade alguma o fato de que nós precisamos orar, falamos sobre isso, ouvimos sobre isso, mas a realidade prática é que nós não fazemos tanto quanto deveria, a conclusão de todos nós ao falar de oração é: Precisamos orar mais, nosso tempo dedicado a essa importante atividade é menor do que gostaríamos que fosse.
A realidade sobre nós é que falamos de oração, cantamos sobre oração, discutimos sobre como orar bem, mas poucos de nós tiram de fato tempo para orar e oram.
Quando se marcam orações de 19:30 às 20, somos capazes de chegar às 20:05 a fim de evitar o período da oração.
As nossas reuniões de oração são as menos frequentadas e as menos apreciadas.
De fato não é fácil falar e ouvir sobre essas coisas.


Por muitas vezes fui exortado por colegas de ministério a dedicar mais tempo em minhas orações, pois, algo faltava em meus sermões (acredito que ainda falta muita coisa), porém era nítido que eu tinha relativa facilidade em falar, facilidade em ensinar, porém o impacto do que era dito causava pouca, ou nenhuma diferença na maioria dos ouvintes, porém quando orava sentia uma diferença gritante em meu desempenho, bem como nos resultados do sermão.
A fim de não encarar essa realidade me refugiei em livros, simpósios, atividades diversas, todas de atitude exterior para demonstrar a espiritualidade que esperavam, mas na verdade não possuía até então. Me irei com amigos que me aconselhavam a me entregar mais, pois, afinal tudo que precisava era ler mais, se preparar melhor humanamente falando.
Porém a realidade da necessidade de orar estava diante de mim em livros, em testemunhos pessoais, em cobranças de amigos e do próprio Deus que falava a minha consciência.
Fugi de reuniões de oração, criei resistências com os que a praticava, e em busca de refúgios para adaptar minha falta de oração pensei em dizer que orava aos colegas, mas na verdade apenas dedicava alguns pequenos momentos com orações rápidas, como a de Pedro afogando:
“Salva-me Senhor”
Quando poderia fazer orações como a dos heróis da fé, de duas ou quatro horas.
Pensei se tratar de um método que alguns usavam para se gabar, dada a raridade de pessoas que tornam a oração um hábito, vi muitos partirem para o farisaísmo em suas orações, a autocontemplação tornou-se algo que me causou repulsa.
Compensei minha falta de oração com a preparação de sermões, julgava que o tempo que dedicava em pesquisas e escrita compensaria minha falta de oração. Ledo engano!
Não há avivamento que não seja precedido de oração, isso sempre esteve claro para mim na teoria e não na prática.
Quais as razões de estarmos cientes da necessidade de orar e não o fazer?



Os motivos são diversos, enumero alguns dos principais:

A - No contexto de modernidade aperfeiçoamos tudo, louvor, palavra, liturgia, culto, mas não há modernização de orações, essa á única parte da igreja que não passa por adaptação.
De forma que orar, passar tempo de joelhos parece ser algo ultrapassado, não muito prático, não agradável.

B - De acordo com Leonard Ravenhill a oração é uma atividade pouco praticada e desejada na igreja por se tratar de algo que não exige muita inteligência e talentos externos. Tudo o que precisamos para orar é ser espiritual.
Qualquer um pode pregar, qualquer um pode cantar, qualquer um com talento pode administrar. Todas as atividades realizadas na igreja de alguma modo independem da espiritualidade de quem faz,
“Os grandes da terra, hoje, são os que oram. Não me refiro aos que falam sobre oração, nem os que dizem que crêem na oração, nem mesmo aos que sabem explicar os mistérios da oração. Refiro-me às pessoas que separam tempo para orar, e oram”. (S. D. Gordom)

C- Alegamos frequentemente falta de tempo.
Deveríamos considerar nossas atividades diárias, muito provavelmente temos tempo livre, mas quando se trata de oração falta tempo. Somos capazes de zerar os jogos no vídeo game, esgotar séries da Netflix, mas quando se trata de oração nosso tempo parece curto demais.
Orar é o tipo de atividade ao qual dedicamos poucos minutos e esses poucos parecem uma eternidade.
“Três vezes por dia ele se ajoelhava e orava, agradecendo ao seu Deus, como costumava fazer”.  Daniel 6:10

É muito provável que eu tenha mais tempo do que o Governador Daniel tinha.
No fundo nos falta querer um pouco mais, ou mesmo acreditar um pouco mais.




D- Muitos de nós no fundo dizem que não sabem orar.
E a objeção a essa fala é simples, não se aprende nada a não ser por meio da prática, não basta saber o que é orar, não basta decorar versículos sobre oração, não basta cantar “se eu orar o céu vai mover”
É preciso começar, é preciso praticar, pensando nisso certa vez Charles Spurgeon disse:

Rogue pela oração - ore até que consiga orar, ore para ser ajudado a orar e não abandone a oração porque não consegue orar, pois nos momentos em que você acha que não pode orar, é que realmente está fazendo as melhores orações. As vezes quando você não sente nenhum tipo de conforto em suas súplicas e seu coração está quebrantado e abatido, é que realmente está lutando e prevalecendo com o Altíssimo.
C. H. Spurgeon


2° Orar é o modo mais prudente de se preparar para as guerras da vida

Mas a igreja fazia contínua oração por ele a Deus.
Atos 12:5
A oração é o melhor meio de nos preparar para as batalhas da vida:

“Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos,
Efésios 6:18”
A luta está em andamento, o que a igreja poderia fazer? Paulo fala sobre as batalhas espirituais, de modo que olhando para um Soldado ele passa a descrever uma armadura de Deus, os itens descritos são:



Capacete da Salvação
Calçados da preparação do evangelho da paz
Couraça da Justiça
Cinto da verdade
Escudo da fé
Espada do Espírito que é a palavra
A armadura está praticamente fechada, mas o apóstolo faz questão de incluir a oração no versículo 18, dando a entender que todo o processo de vestir armadura deve ser feito orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no espírito.
Há de fato muitas batalhas que devemos enfrentar como igreja.
Temos diante de nós adversários políticos, adversários na mídia, nas salas de aula, dominando a cultura, dominando as artes.
De todos os lados se levantam contra nossa fé.
O único meio e combater as forças do mal é se preparando por meio da oração.
Herodes se levantou... Mas a igreja estava orando
O império estava contra... Mas a igreja estava orando
Pedro estava prestes a morrer... Mas a igreja estava orando
Somos chamados ainda hoje a reagir contra as investidas do mal, nossa solução não será por meio de armas naturais:

Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas;
2 Coríntios 10:4
,



De um lado estão os exércitos romanos, quatro quartéis de soldados, todos aparelhados, todos prontos a matar, algozes cruéis com espadas afiadas para degolar.
Eles acreditavam que, de alguma forma, realizando ou não um
milagre, Deus poderia soltar o apóstolo em resposta a suas
orações. Portanto, havia duas comunidades, o mundo e a igreja,
colocadas uma contra a outra, cada uma fazendo uso de suas
armas. De um lado estava a autoridade de Herodes, o poder da
espada e a segurança da prisão. Do outro, a igreja se voltou à
oração, a única arma daqueles que não têm poder
Jhon Stott – Comentário de Atos.

Nossos problemas não serão resolvidos com mais e melhor teologia, não serão resolvidos meramente com reformas, não serão resolvidos com novas aparelhagens, as nossas batalhas não se vencem cantando bem, não se vencem com obreiros armados, nossas batalhas se vence de joelhos.
Não foram poucas as vezes em que Deus tomou partido em batalhas através da oração:

Então me disse: Não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras; e eu vim por causa das tuas palavras.
Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia.
Daniel 10:12,13
Oração provoca batalhas, de modo que Deus é quem toma partido por nós, apenas paramos e vemos o seu livramento.
E não houve dia semelhante a este, nem antes nem depois dele, ouvindo o Senhor assim a voz de um homem; porque o Senhor pelejava por Israel.
Josué 10:14
Nesta batalha não tereis que pelejar; postai-vos, ficai parados, e vede a salvação do Senhor para convosco, ó Judá e Jerusalém. Não temais, nem vos assusteis; amanhã saí-lhes ao encontro, porque o Senhor será convosco.
2 Crônicas 20:17

E, perto da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, e os outros presos os escutavam.
E de repente sobreveio um tão grande terremoto, que os alicerces do cárcere se moveram, e logo se abriram todas as portas, e foram soltas as prisões de todos.
Atos 16:25,26

Ponha a sua boca no pó; talvez ainda haja esperança.
Lamentações 3:29

3° Devemos orar sem cessar
“fazia contínua oração”
Atos 12:5
Não é de se espantar a afirmação de Paulo:

“Orai sem cessar.”
1 Tessalonicenses 5:17

A igreja fazia contínua oração, não se tratou de só uma oração, não se tratou de só um momento separado para dizer a Deus sobre Pedro “Não deixe Pedro morrer” Essa oração era contínua, ininterrupta, tal como a parábola do Juíz iníquo.
Pedido incessante, dia e noite clamando, precisamos disso.
E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á;Porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate abrir-se-lhe-á. Lucas 11:9,10

O BOM DEFEITO
Há um defeito da igreja primitiva que eu gostaria de ter, um defeito que eu gostaria de copiar.
Finalmente esses homens disseram: "Jamais encontraremos algum motivo para acusar esse Daniel, a menos que seja algo relacionado com a lei do Deus dele".
Daniel 6:5
Qual o defeito de Daniel? Daniel orava demais.
A igreja orava tanto que foi necessário Herodes armar um esquema de segurança máxima, visto que em outras duas ocasiões Pedro já havia sido liberto da prisão.
A ORAÇÃO ERA INCESSANTE, DEVERÍAMOS ORAR SEM SE PREOCUPAR EM BATER METAS, SEM OLHAR PARA O RELÓGIO.
Apenas orar, apenas falar com Deus.
Oração é segundo as palavras de Josué Gonçalves “oração é a respiração da alma, de modo que quem não ora morre”.


4° A oração traz paz

É fato digno de nota que Pedro estava dormindo:
nessa mesma noite estava Pedro dormindo entre dois soldados
Atos 12:6
Paulo cantava na prisão de Filipos
Daniel mesmo sabendo do decreto do rei continuava orando, como se nada estivesse acontecendo.
A oração traz paz para a alma:
Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças.
E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus. Filipenses 4:6,7

5° Frequentemente em respostas a orações na bíblia Deus enviou anjos
E eis que sobreveio o anjo do Senhor, e resplandeceu uma luz na prisão; e, tocando a Pedro na ilharga, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa. E caíram-lhe das mãos as cadeias.

Atos 12:7

Deus enviou um anjo em resposta a oração de Israel e este falou com Gideão – Jz 6.12
Atos 12.5 – Deus enviou o anjo para Pedro
Atos 10.2 Cornélio recebeu a visita de um anjo
Mateus 4.2 – Jesus orou e ao final de 40 dias é servido por anjos
Daniel 6.11 – Arcanjo batalhou e o anjo trouxe a resposta
Atos 27.23 – O anjo apareceu para lhe dizer que ninguém iria morrer
Gênesis 28.10-18- Quando Jacó orou e dormiu na Pedra ele viu anjos subindo e descendo.

O anjo tem algumas atividades neste texto:
- Com ele veio uma luz
- Acordou Pedro
- Mandou se levantar
- Fez os soldados dormirem
- Fez as cadeias caírem das mãos
- Mandou se cingir
- calçar as sandálias
-Por a capa
Por fim ordena seguir



Pedro tem a impressão de estar tendo uma visão – V.9
Os soldados dormiram, Warren Wiersbie comenta que eram 8 em dois turnos, dormiram os de dentro da cela, dois da entrada da cela, dois da primeira guarda, dois da segunda guarda.
Chegada a entrada da cidade a porta de ferro se abriu sozinha.

E, quando passaram a primeira e segunda guarda, chegaram à porta de ferro, que dá para a cidade, a qual se lhes abriu por si mesma; e, tendo saído, percorreram uma rua, e logo o anjo se apartou dele.
E Pedro, tornando a si, disse: Agora sei verdadeiramente que o Senhor enviou o seu anjo, e me livrou da mão de Herodes, e de tudo o que o povo dos judeus esperava.
Atos 12:10,11

Para Pedro tudo isso tratava-se de um sonho, mas era a resposta da oração feita pela igreja, uma resposta concreta, surpreendente e que demonstra o poder e a força da oração.

7° Devemos transformar nossas casas em centros de oração

E, considerando ele nisto, foi à casa de Maria, mãe de João, que tinha por sobrenome Marcos, onde muitos estavam reunidos e oravam.
Atos 12:12
Pedro sai da prisão, passados sete dias, muito provavelmente de madrugada, ele tinha uma convicção consigo: Deus o tirou!
A segunda convicção foi a seguinte, os crentes estarão na casa de Maria, pois, a esta hora sua casa é um lugar de oração.

A casa de Maria foi o lugar chamado grande cenáculo, onde Jesus fez a última ceia e onde buscaram o espírito Santo em Atos 2.

Agora pensemos, era natural ir para a casa de Maria, pois, ela já tinha tradição como uma mulher que orava, que tinha amigos que oravam e que tinha um local para isso.
Há casas marcadas por diversas características, casas onde se fazem muitas festas, casas onde se reúnem para assistir jogos, casas onde sempre há famílias e não há problemas nisso.
Mas uma das coisas que deveríamos ter e fazer, era transformar nossos lares em referenciais de oração, tal como uma irmã que conheci, chamada Edite, José dos Santos.
Casas de oração, literalmente, não só igreja, mas uma casa onde as pessoas vão para orar. Esse era o espaço de Maria.

8° Feito tudo isso seremos surpreendidos com respostas mais excelentes do que a imaginação alcança

  E, batendo Pedro à porta do pátio, uma menina chamada Rode saiu a escutar;
E, conhecendo a voz de Pedro, de gozo não abriu a porta, mas, correndo para dentro, anunciou que Pedro estava à porta.
E disseram-lhe: Estás fora de ti. Mas ela afirmava que assim era. E diziam: É o seu anjo.
Mas Pedro perseverava em bater e, quando abriram, viram-no, e se espantaram.
Atos 12:13-16


9° A oração salva aquele pelo qual intercedemos
E acenando-lhes ele com a mão para que se calassem, contou-lhes como o Senhor o tirara da prisão, e disse: Anunciai isto a Tiago e aos irmãos. E, saindo, partiu para outro lugar.

            Atos 12:17





A importância do Louvor


A importância do Louvor

INTRODUÇÃO - HISTÓRIA

- Paulo Estava na sua 2° Viagem Missionária
-Sua ideia era passar pelas mesmas igrejas de antes declarando o parecer do concílio:
Antioquia da Síria, Icônio, Listra, Derbe e Antioquia da Psídia
-Isso se deu por conta da necessidade de desfazer os estragos dos judaizantes que relativizaram o trabalho de Paulo e Barnabé.
-Paulo tenta avançar para dois lugares diferentes – Ásia e Bitínia
-Frustrados pela tentativa sem sucesso eles se dirigem a Trôade, ou Troas.
-Lucas se une ao grupo, sendo 4 homens
-Paulo tem a visão de um homem que lhe pede ajuda – V.9
-Saem em direção a Macedônia – Passam por Samotrácia, Neápolis – Dois dias de Viagem até Filipos
-Chegam na primeira parte da Macedônia, uma colônia (Lugar romano, fora dos termos italianos, cheio de soldados veteranos).
-Lucas provavelmente era de lá, portanto fala com profunda empolgação da viagem.
-Lá permanecem vários dias – V.12

A Cidade de Filipos não tinha sinagoga, provavelmente por falta de quórum, pois, eram necessários 10 homens para formar uma sinagoga.
-O Lugar disponível para culto dos judeus nessa condição era denominado “Lugar de oração” este era próximo ao rio, não se sabe se era uma construção ou ao ar livre.
- As mulheres dominavam o lugar, os 4 homens se assentam e esperam um espaço para falar.
-É dado um espaço para que Paulo pregue, este proclama a palavra e alcança a primeira convertida da Europa – Lídia – V.13-14
- Ela como prova de sua conversão pede que se hospedem em sua casa, os apóstolos são constrangidos a ficar.

A segunda conversão e consequente prisão
-Indo ao local de oração, Paulo e seus companheiros são interceptados por uma moça que tinha um Espírito de adivinhação – Chamado Pitón.
-Ela seguia a Paulo, dando a Ideia de que ia atrás deles insistindo nos gritos
-Paulo perturbou-se pelo estado ruim que essa moça vivia:
Exilada, escrava, possessa e explorada
-Vendo essa situação por muitos dias e considerando o risco espiritual, Paulo expulsa o espírito V.18
-Seus senhores vendo que não poderiam mais lhe explorar, tomam Paulo e Silas e levam-no a ágora da cidade.
- A queixa deles é apresentada aos “strategoi” (dupla de magistrados) ou “pretores” (Nobres).
A Acusação se baseia nos seguintes pontos:
1° Esses homens judeus estão colocando nossa cidade em confusão
2° Eles estão trazendo costumes que não podemos receber nem praticar, sendo romanos.
Há um clamor pela reafirmação da Colônia, homens judeus não poderiam perturbar uma colônia dominada por militares, uma punição exemplar deveria ser aplicada.
Há um antissemitismo e orgulho romano na acusação, gerando comoção popular:

“E a multidão se levantou unida contra eles, e os magistrados, rasgando-lhes as vestes, mandaram açoitá-los com varas.
Atos 16:22”
-Sem o direto de defesa eles são despidos, espancados por comoção popular e açoitado com varas pelos “policiais” que permaneciam a disposição dos magistrados.






A prisão
-A ordem é de deixa-los na prisão, sendo que a fuga de um prisioneiro era “vida por vida”.
                 O carcereiro lançou Paulo e Silas no cárcere interno.” Na parte
externa da cadeia os presos tinham liberdade de caminhar e encontrar
amigos e parentes, mas a parte interna era escura e feita para manter os
presos submetidos a confinamento rígido. Ali o carcereiro meteu as
pernas dos apóstolos no tronco para tornar a fuga impossível. Ser confinado
ao tronco era tortura, especialmente quando as pernas eram forçadas
a ficar separadas e colocadas em buracos afastados uns dos outros.
 Paulo e Silas foram tratados como criminosos indignos de qualquer
conforto humano. Todavia, para os missionários, o poder de Deus
se tornou evidente em sua hora mais sombria. – Simon Kistemaker
- As portas eram guardadas muito provavelmente com travas de madeira também, como portas antigas de hoje:
“A porta estava fechada por meio de uma barra de madeira que se encaixava em duas ranhuras e os cepos se ajustavam da mesma maneira. O terremoto fez cair as barras e os prisioneiros se viram livres, com as portas abertas”. Willian Barclay

Construção de cena – Com pés presos ao tronco, as costas cansadas e machucadas por tantos açoites por meio de varas, de modo que Paulo menciona esse como sendo um dos três, o vitupério público, a falta de oportunidade de se defender, as injustiças cometidas, tudo isso levaria qualquer um a cantar e orar imprecações, mas a surpresa vem a seguir:
E, perto da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, e os outros presos os escutavam.
Atos 16:25

Feita essa introdução, falemos do assunto de hoje.

Qual é a importância do louvor para nós?
Tudo levaria o povo a desanimar, a não querer mais pregar e músicas com essa mentalidade tem sido feitas com base nessa passagem querendo dar margem a imprecação.
O Fato é que Paulo e Silas oravam e CANTAVAM, orar no desespero se vê com certa frequência, Jonas o fez, Davi, Jeremias, Jesus no Getsêmani, Pedro nas águas.
Mas cantar no desespero parece menos frequente do que pensamos, porém esse fato deve ser um encorajamento  para nós, falemos então da importância do louvor.
Por que nós cantamos?

Ao longo da história bíblica a música teve papel preponderante, mesmo entre a tradição judaica. Há trechos na bíblia dedicados a música, alguns livros inteiros são cânticos, como o caso dos salmos e do livro de cantares.
Na tradição judaica os salmos são as músicas entoadas pelo povo, alguns são cantados em ocasiões específicas, como na páscoa, outros são lembranças de seus grandes heróis.
Os grandes homens da bíblia compuseram cânticos diversos, alguns de louvor como Davi, Salomão, etc.
Outros de lamentação como Moisés, Jeremias, Amós, seja na alegria, na gratidão na tristeza, o louvor tem a possibilidade de expressar o que o coração de fato quer dizer e as palavras não expressam de modo integral.
Ainda que com essas palavras sendo conhecidas de todos, é bem possível que num movimento de retorno a palavra, na busca de equilíbrio entre tempo de exposição bíblica e boa doxologia, diminuamos excessivamente o louvor.
Há pessoas que sempre se perguntam, porque os cristãos cantam tanto?
As reclamações de pessoas que moram próximas a igrejas sempre foram essas: “Eles não tem hora pra ensaiar, não tem hora para cantar, eles vivem cantando”...
Como dito anteriormente essa marca está conosco há muitos anos, nós somos o povo do louvor, Kirk começou a abordar esse assunto em uma canção chamada “WHY WE SING”:
Alguém fez essa pergunta
Porque nós cantamos?
Quando levantamos nossas mão a Jesus
O que isso significa realmente?
Porque nós cantamos? Porque diariamente ao nos reunirmos cantamos tantas músicas nos cultos?


Há muitos que chegam após o período de louvor, que desejam apenas ouvir a palavra, que se pudessem boicotariam totalmente as canções.
Cabe aqui então começar a responder essa pergunta de Why we sing por meio da própria palavra, Porque cantamos?

1° A música nos ajuda a tomar o remédio amargo da vida
Quando criança eu frequentemente tinha enjoos, sofria muito por conta de não conseguir tomar ônibus sem que antes usasse um medicamento chamado Dramin.
Ele tinha versões em comprimido e líquido, o líquido era mais usado, pois, durava mais, porém o gosto era péssimo, nas poucas vezes que minha mãe me deu esse medicamento diretamente na boca eu sofri amargamente.
Com o tempo ela buscou meios de aliviar isso, começou a por um pouco de água e uma colher de açúcar para reduzir o mau gosto.
O louvor é justamente isso, é a força que tomamos para provar os remédios amargos da vida, seremos obrigados a encarar a doença, a dor, o cansaço, as humilhações, mas o louvor alivia todas essas sensações.
Jesus estava na sua última noite junto aos discípulos, ele sabia o que estava por vir, ele sabia que o dia seguinte seria de humilhações, espancamentos, tristezas e abandonos. Ele também sabia da traição que ocorreria pouco tempo depois, da negação de Pedro, dos açoites vindouros.
Mesmo assim Jesus vai para o jardim do Getsêmane, deixa a ceia e canta uma música.
Era um dos cânticos de romagem, não se sabe ao certo qual, mas o fato é que Jesus encarou o dia difícil o dia de luta o dia anterior a sua maior luta até aquele momento cantando.
“E tendo Jesus cantado um hino foi para o monte das Oliveiras”
O louvor é essa força para encarar os dias difíceis, eu sei que as coisas estão difíceis, que as coisas serão complicadas, mas enquanto canto me fortifico, me renovo, me alegro.


2° Nós cantamos por conta das grandes vitórias que Deus nos concedeu:

Quando Moisés atravessou o mar vermelho ele cantou – Êxodo 15.1-3
Em suas vitórias Davi cantou – 2 SM 22.1-3
Nós cantamos porque a alegria do Senhor nos alcança – Sl 126.1-3
A gratidão é um dos motivos para louvar – Salmo 116

3° A música é um meio que Deus deixou para nos encantarmos com suas maravilhas
Ao falar das grandezas de Deus o exaltamos, essa sempre é a fala que ouvimos, sempre falamos de cantar por gratidão, em honra a Deus.
Porém olhemos um pouco para nós, ao cantar as grandezas de Deus é bem possível que nos encantemos a nós mesmos com a grandeza de seus atributos, de sua graça, então o louvor é um ato duplo: Eu louvo e me encanto com o que recebe meu louvor.
Esse era o sentimento de Maria em seu cântico após a anunciação do Messias:
Lucas 1.46-50
Paulo ao falar da segurança de sua salvação cantou em Romanos 8.31-40
Como canta Vitorino Silva:
“És o sonho ideal da poesia,  Que irradia na rima do verso, Na candura do meu dia a dia, O segredo total do universo,  És o berço que embala o que nasce, És a face da alma remida,  És degrau da eterna subida, És a vida meu Deus
 És a vida”

Davi incentivou que falassem das grandezas de Deus e se espantassem e se encantassem ao mesmo tempo:
Salmo 66


4° A música nos iguala
O louvor é uma atividade que iguala a todos, só quem se destaca é quem puxa o coro no microfone, todos os demais estão ladeados de gente das mais diversas classes, não há destaques entre a multidão dos que cantam, o afinado, afina o que não é dotado do mesmo talento, de modo que ninguém é excluído ou destacado demais entre todos.
O louvor reforça a comunhão, o louvor é democrático e inclusivo.
Quando Salomão fez a inauguração do templo, seus músicos tiveram o cuidado de deixar os tons das músicas em altura alcançável a homens e mulheres, de modo que toda a nação cantava em uma só voz.
“Aconteceu que, quando eles uniformemente tocavam as trombetas, e cantavam, para fazerem ouvir uma só voz, bendizendo e louvando ao Senhor; e levantando eles a voz com trombetas, címbalos, e outros instrumentos musicais, e louvando ao Senhor, dizendo: Porque ele é bom, porque a sua benignidade dura para sempre, então a casa se encheu de uma nuvem, a saber, a casa do Senhor”;
2 Crônicas 5:13
O louvor é o momento em que todos são iguais, não há ricos ou pobres, não há empregados e desempregados, não há teólogos e iletrados, há apenas adoradores em torno de uma canção para dizer o quanto Deus é grande e excelente.

5° A música é uma reafirmação a nós mesmos de certas verdades
Quando eu louvo eu digo a mim mesmo que posso todas as coisas, o louvor é um meio de dizer que vamos conseguir e de responder a nossa própria alma que por algumas vezes deseja desanimar.
O louvor tem a capacidade de me auto encorajar, quando canto que vou vencer eu recobro as forças para o meu dia a dia, canções como “Vai dar tudo certo”, são cantadas pela fé, são cantadas como um meio de me auto encorajar.
Gosto da canção do Brás adoração “Eu vou vencer”.
Ainda que o tempo presente seja extremamente complicado, cantemos pela fé,


7° No céu há uma doxologia

O final da nossa história será de cânticos, no céu essa doxologia já acontece:


9° O louvor atrai o sobrenatural de Deus