quinta-feira, 23 de julho de 2015

Paulo e Barnabé - Aliados na obra missionária.


A intenção de Saulo ao se dirigir a Jerusalém era de encontrar Pedro, mas em Atos 9, não há citações sobre esse encontro, posteriormente em Gálatas 1.18 entendemos que esse encontro aconteceu 3 anos após sua conversão.
 A primeira aparição de Barnabé na bíblia ressalta que ele era um obreiro influente e pacífico, ele faz questão de apresentar Saulo aos demais apóstolos e falar sobre sua maravilhosa conversão.
Saulo continuou pregando em Jerusalém, porém ainda havia rejeição por parte de algumas pessoas, então seus companheiros decidem enviá-lo a Tarso, que é sua cidade natal.
Durante esse tempo houve uma expansão no evangelho, a palavra de Deus foi pregada em muitos lugares, os cristãos dispersos pela perseguição anunciavam a palavra aos judeus, os gentios que também foram alcançados, auxiliavam na pregação da palavra, esses entraram em Antioquia e a mão do Senhor era com eles, muitas pessoas se converteram, nessa cidade foi estabelecida uma igreja.
Os obreiros de Jerusalém decidiram enviar Barnabé para Antioquia, a fim de instruí-los na sã doutrina. Após essa visita ele vai até Tarso e busca Saulo, todos esses acontecimentos ocorrem em aproximadamente 11 anos.
Em aproximadamente 34/35 D.C. Saulo se converteu.
No Ano 45 Barnabé vai até Tarso para buscá-lo.
O que aconteceu nesse período?
Veja o relato dele na carta aos Gálatas:
“Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça,
Revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei a carne nem o sangue,
Nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia, e voltei outra vez a Damasco.
Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro, e fiquei com ele quinze dias.
E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor.
Ora, acerca do que vos escrevo, eis que diante de Deus testifico que não minto.
Depois fui para as partes da Síria e da Cilícia.
E não era conhecido de vista das igrejas da Judéia, que estavam em Cristo;
Mas somente tinham ouvido dizer: Aquele que já nos perseguiu anuncia agora a fé que antes destruía.
E glorificavam a Deus a respeito de mim”. 
Gálatas 1:15-24
Nesse tempo, Saulo provavelmente estava se preparando para um ministério melhor!
Sua profissão era de fabricante de tendas,provavelmente Saulo estava trabalhando nesse período, Barnabé deduziu que se ele tivesse uma oportunidade entre os gentios, certamente poderia ter maior possibilidade de se interessar a ser um apóstolo próspero.
Características de Barnabé:
1° Ele era uma pessoa que sabia investir em iniciantes:
Quem apostaria em Saulo? Sua única experiência no evangelho foi seu encontro com Cristo, até então o que ele sabia era fruto do que ouviu falar, porém com inclinação a interpretar a pregação dos crentes como heresias. Barnabé viu nesse homem algo que nenhum cristão conseguiu ver, Saulo tinha potencial!
2° Ele conquistou o respeito da igreja de Jerusalém
Para conquistar o respeito são necessárias três coisas, que são consideradas os pré-requisitos para possuí-lo: Provisão, proteção e promoção.
Viram tudo isso em Barnabé, por isso ele foi respeitado.

3° Ele era pacificador
Então Barnabé, tomando-o consigo, o trouxe aos apóstolos, e lhes contou como no caminho ele vira ao Senhor e lhe falara, e como em Damasco falara ousadamente no nome de Jesus. 
Atos 9:27
4° Ele não tinha medo de perder sua posição
O fato de ele ter ido a Tarso buscar um jovem com mais potencial, mais estudo e qualificação, retrata que o foco de Barnabé era o crescimento do reino de Deus.
Esses são apenas 4 momentos que demonstraram o caráter desse ótimo obreiro.
Amizade Paulo e Barnabé:
Barnabé não sabia se iriam aceitar Saulo ou não, porém ele correu riscos por um amigo.
A bíblia fala de alguns versículos tratando de amizade:
“Em todo o tempo ama o amigo e para a hora da angústia nasce o irmão”. 
Provérbios 17:17
“O homem de muitos amigos deve mostrar-se amigável, mas há um amigo mais chegado do que um irmão”. 
Provérbios 18:24
“O óleo e o perfume alegram o coração; assim o faz a doçura do amigo pelo conselho cordial.
Não deixes o teu amigo, nem o amigo de teu pai; nem entres na casa de teu irmão no dia da tua adversidade; melhor é o vizinho perto do que o irmão longe”. 
Provérbios 27:9-10
“Como o ferro com ferro se aguça, assim o homem afia o rosto do seu amigo”. 
Provérbios 27:17
“Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho.
Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante”. 
Eclesiastes 4:9-10
A bíblia fala de alguns exemplos de amizades verdadeiras:
Rute:
“Disse, porém, Rute: Não me instes para que te abandone, e deixe de seguir-te; porque aonde quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus”.
Rute 1:16
Priscila e Áquila em relação a Paulo:
“Saudai a Priscila e a Áqüila, meus cooperadores em Cristo Jesus,
Os quais pela minha vida expuseram as suas cabeças; o que não só eu lhes agradeço, mas também todas as igrejas dos gentios”. 
Romanos 16:3-4.
Barnabé e Paulo em Antioquia:
Barnabé levou Saulo a Antioquia, ambos ensinavam com muito zelo e propriedade. O caráter dos homens de Deus era tão correto que eles foram chamados pela primeira vez de Cristãos nessa cidade.
Durante o tempo em que eles ainda estavam em Antioquia o Senhor usou um profeta chamado Ágabo para predizer uma grande fome que assolaria todo o mundo, então a partir daquele momento o trabalho dos apóstolos seria também social.
Os discípulos arrecadaram mantimentos para os irmãos da Judéia que estavam padecendo necessidades. Esses donativos foram entregues por Paulo e Barnabé.
Eles se identificaram muito, pois, Barnabé demonstrou que promovia oportunidades e procurava um companheiro, enquanto Paulo queria dividir o que ele havia recebido do Senhor, demonstrando ser essa pessoa que Barnabé procurava.
Ao voltarem a Jerusalém (14 anos após a conversão de Saulo. GL 2.1), eles foram separados para a obra missionária:
“E na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé e Simeão chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes o tetrarca, e Saulo.
E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.
Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram”. 
Atos 13:1-3
Os textos sempre vão expor a seguinte sequencia ao se referir aos apóstolos: Barnabé e Paulo.
Paulo foi um auxiliar, antes de ser um protagonista, ele aprendeu a ser coadjuvante.
Muitos querem ensinar, mas não sentam para aprender, querem cantar, mas não estão dispostos a ouvir outros, querem pregar, mas não respeitam o momento do outro companheiro, querem crescer sozinhos! Sem humildade não há ministério próspero, quem não tem condições de ouvir, não merece falar!
Discordância em Jerusalém:
Havia admiração e respeito de Saulo em relação a Barnabé, porém isso não lhe isentou de corrigir o apóstolo mais experiente em seus erros:
“E, chegando Pedro à Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível.
Porque, antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios; mas, depois que chegaram, se foi retirando, e se apartou deles, temendo os que eram da circuncisão.
E os outros judeus também dissimulavam com ele, de maneira que até Barnabé se deixou levar pela sua dissimulação.
Mas, quando vi que não andavam bem e direitamente conforme a verdade do evangelho, disse a Pedro na presença de todos: Se tu, sendo judeu, vives como os gentios, e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?” 
Gálatas 2:11-14
Nesse texto Barnabé estava demonstrando dupla conduta, até que Paulo o corrigiu e também a Pedro, pois, ambos não demonstraram transparência.
“Melhor é a repreensão franca do que o amor encoberto.
Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos”. 
Provérbios 27:5-6
Paulo não hesitou em repreender uma atitude errada, deixando-nos um exemplo, de que o respeito permite discordância em atitudes erradas, o verdadeiro amigo fala a verdade, mesmo que essa verdade cause temporária dor ao seu receptor.
Companheirismo em meio a perseguição:
Mas há fatores extremamente positivos nessa amizade, ambos tinham seu foco nos judeus, mas quando não havia aceitação por parte deles, costumavam partir para os gentios, algo que aconteceu quando pregaram em Antioquia da Psídia. Após terem pregado e serem questionados pelos judeus, eles afirmaram que os gentios também poderiam ser salvos, gerando alegria neles e inveja por parte dos judeus! Esses por sua vez incitaram algumas pessoas importantes na cidade para persegui-los, os apóstolos foram lançados fora da cidade.
Qual a reação deles?
Eles sacudiram a poeira dos seus pés, representando que fizeram sua parte e não poderiam parar por isso, mesmo com essa perseguição a bíblia diz:
“E os discípulos estavam cheios de alegria e do Espírito Santo”. 
Atos 13:52
Eles se alegraram em meio a perseguição, passaram isso juntos! O que ressalta o versículo citado anteriormente:
“Em todo o tempo ama o amigo e para a hora da angústia nasce o irmão”. 
Provérbios 17:17.
Pregação em Icônio: Nova perseguição, Humildade e Insistência dos apóstolos:
Em Icônio novamente as coisas não foram muito boas, lá eles pregaram primeiramente aos judeus como eles costumavam fazer, porém foram severamente rejeitados, pois, a compreensão deles em relação a graça era muito limitada, chegando ao ponto de rejeitarem qualquer possibilidade de ser salvo tão somente pela fé e aceitação a Cristo como salvador de suas vidas, apenas uma parte dos judeus compreendiam a pregação dos apóstolos, que como é relatado em Atos era confirmada através de curas, sinais e prodígios que levavam multidões a crer.
A inveja por parte de alguns judeus chegou ao ponto de desejarem apedrejar os apóstolos, tal fato chegou ao conhecimento deles, que por sua vez decidiram sair da cidade dirigindo-se a Listra e Antioquia.
Ao chegarem lá novamente pregaram a palavra, Deus continuava abençoando os apóstolos, a ponto de que em um determinado momento Paulo viu um paralítico que tinha fé para ser curado, então direcionado pelo espírito o apóstolo disse a ele para que firmasse os seus pés e andasse, o enfermo ouviu a palavra do homem de Deus e vivenciou o milagre. A repercussão do milagre foi tão grande, que alguns habitantes da cidade começaram a adorar os apóstolos como se fossem deuses, deram a eles novos nomes, a Paulo chamaram Mercúrio e a Silas Júpiter, o sacerdote desse deus trouxe animais para oferecer sacrifícios aos homens de Deus, quando souberam disso os apóstolos rasgaram suas vestes, recusaram a adoração e aproveitaram para ressaltar que o Cristo que eles pregavam deu a eles essa condição de realizar milagres. Os Judeus que outrora haviam planejado o apedrejamento dos apóstolos desceram a Listra e persuadiram a alguns para que seu propósito de agredi-los fosse cumprido, então parte da população apedrejou Paulo e arrastaram-lhe para fora da cidade, pois, ele estava em um estado tão grave que lhe consideraram um homem morto.
Poucos dias depois os apóstolos voltaram para Listra e instruíram os cristãos.
Eles foram perseverantes, recusaram adoração, sofreram perseguição, mas não deixaram de sofrer perseguição.
Outra situação ocorreu na Antioquia, os apóstolos tiveram uma discussão séria com judeus que saíram da Judéia com a intenção de discutir a respeito da circuncisão.
A resistência dos apóstolos a essa doutrina demonstrou esforço apologético em relação à graça. Através deles muitas tradições antigas foram quebradas, a salvação passou a ser oferecida como ato de graça da parte de Deus! Não mais pelo seguimento de inúmeros rituais judaicos.
Discussão Ideológica de Barnabé e Paulo:
O Ultimo fato que gostaria de citar nessa lição está exposto no seguinte texto:
“E alguns dias depois, disse Paulo a Barnabé: Tornemos a visitar nossos irmãos por todas as cidades em que já anunciamos a palavra do Senhor, para ver como estão.
E Barnabé aconselhava que tomassem consigo a João, chamado Marcos.
Mas a Paulo parecia razoável que não tomassem consigo aquele que desde a Panfília se tinha apartado deles e não os acompanhou naquela obra.
E tal contenda houve entre eles, que se apartaram um do outro. Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre.
E Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu, encomendado pelos irmãos à graça de Deus.
E passou pela Síria e Cilícia, confirmando as igrejas”. 
Atos 15:36-41
Os apóstolos iriam sair para sua segunda viagem missionária, porém novamente Barnabé que é muito misericordioso queria levar João Marcos, que anteriormente havia abandonado a comitiva enviada na primeira viagem missionária.
“E, partindo de Pafos, Paulo e os que estavam com ele chegaram a Perge, da Panfília. Mas João, apartando-se deles, voltou para Jerusalém”. 
Atos 13:13.
Paulo discutiu com Barnabé, mas essa discussão não partiu para ofensas, ficaram apenas no campo ideológico. Não é pecado discordar de líderes, o pecado é consumado com ofensas e a falta de transparência e insubmissão.
A bíblia diz: “Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira.
Não deis lugar ao diabo”. 
Efésios 4:26-27
Não é nada absurdo discutir ideias, essa discussão foi tensa, a ponto de cada apóstolo partir para um local diferente.
Qual seria sua escolha? Quem estava certo?
Qualquer que seja nossa resposta, é importante ressaltar, os dois estavam corretos!
Cada um com sua visão, um é mais misericordioso e paciente, enquanto outro é mais exigente, porém toda a preocupação está no crescimento da igreja!

Essa amizade demonstra que é muito bom ter companheiros na obra missionária, pois, com cooperação mútua podemos alcançar lugares inimagináveis.
Minha oração é que nesses dias possamos crescer, não sozinhos! Mas acompanhados de amigos verdadeiros, que sejam bênçãos para nossas vidas.

Escola Bíblica Dominical
AD. Brás 

A mulher Cananéia

A mulher Cananéia
Família, uma causa pela qual vale a pena batalhar.


E eis que uma mulher cananéia, que saíra daquelas cercanias, clamou, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim, que minha filha está miseravelmente endemoninhada.
Mas ele não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, chegando ao pé dele, rogaram-lhe, dizendo: Despede-a, que vem gritando atrás de nós.
E ele, respondendo, disse: Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.
Então chegou ela, e adorou-o, dizendo: Senhor, socorre-me!
Ele, porém, respondendo, disse: Não é bom pegar no pão dos filhos e deitá-lo aos cachorrinhos.
E ela disse: Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores.
Então respondeu Jesus, e disse-lhe: Ó mulher, grande é a tua fé! Seja isso feito para contigo como tu desejas. E desde aquela hora a sua filha ficou sã.
Mateus 15:22-28

Os cananeus eram considerados um povo pagão, a terra de Canaã e seu entorno eram compostas por um povo muito idólatra. Os cultos eram a variados deuses, as práticas eram incompatíveis a muitos princípios éticos e morais da religião prevista em TIAGO 1.27 e toda a lei de Moisés.
O povo sacrificava crianças a ídolos, promovia orgias, os cultos eram repletos de imoralidade e promiscuidade. A tomada de Canaã se iniciou com a chamada de Abraão, a promessa era de que o Senhor lhe levaria a uma terra que emana leite e mel. A aproximação da terra foi cada vez mais notável, desde o momento em que Moisés envia os espias conforme Números 14. Até que Josué lidera o povo e conquista a terra.
No capítulo 1 de Juízes é relatada a morte de Josué e a necessidade de enfrentar os Cananeus para tomar posse da terra, Judá e Simeão decidem subir após uma palavra de Deus. Ao chegarem a terra feriram 10 mil homens JZ 1.4.
Entre os homens estava Adoni-Bezeque. Ele tenta fugir, lhe perseguem e cortam seus dedos polegares das mãos e dos pés. O relato que se segue é do próprio Adoni-Bezeque:

Então disse Adoni-Bezeque: Setenta reis, com os dedos polegares das mãos e dos pés cortados, apanhavam as migalhas debaixo da minha mesa; assim como eu fiz, assim Deus me pagou. E levaram-no a Jerusalém, e morreu ali.
Juízes 1:7

Os dedos polegares hoje servem para a identificação, através das digitais é possível se diferencia de todos os demais seres humanos. No caso da bíblia a intenção inicial não era essa “tirar a identidade”, mas sim impedir que se manuseassem armas, até mesmo segurar um copo seria tarefa árdua, com isso Adoni-Bezeque subjulgava os reais, levando-lhes a um estado de humilhação extremo, tendo que pegar as migalhas que caiam debaixo de sua mesa.
Até que o dia da colheita chegou e ele que até então fez isso a setenta pessoas teve que suportar o próprio mal.

Os relatos já demonstrados nesse pequeno texto, comprovam que o povo Cananeu era idólatra, intolerante e não servia a Deus. Em nome de suas crenças eram capazes de matar, multilar e iriam até as últimas consequências.
No novo testamento, Jesus se encontra com uma mulher que era parte desse povo, porém não obstante a isso ela clama:
“Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim”.
Sua declaração a respeito de Jesus era mais usual entre os Judeus, que sempre enalteceram Davi como um rei inigualável, o fato de Jesus ser descendente de Davi lhe tornaria parte da sucessão do trono, no fundo o que os Judeus queriam era um líder desse porte. Essa mulher talvez não sabia ao certo o que esse termo significava, mas tinha consciência de que com tal declaração ela no mínimo chamaria a atenção de Jesus. O método foi diferenciado dos demais de sua terra. Ela provavelmente se informou a cerca do peso dessas palavras, do quanto elas poderiam influenciar na sua petição então com toda a força ela clama.

Mas qual a causa desse clamor? A resposta se seque no mesmo versículo: “A minha filha está miseravelmente endemoniada”.
Com essas palavras ela estava comprovando que as entidades adoradas em sua terra não lhe causaram nenhuma influencia, o fato de ser Cananéia não lhe limitou ao paganismo ou idolatria, ela conseguia enxergar além das lentes tradicionais ao seu povo. Ela conseguiu enxergar que a causa do problema de sua filha era espiritual. Que não adiantaria buscar a medicina, psicologia, videntes, etc. Involuntariamente ela estava comprovando as palavras de Jesus, que um dia ao ser questionado pelo povo a respeito de que poder ele tinha para poder expulsar demônios disse: “Todo o reino dividido contra si mesmo é devastado, e toda a cidade,  ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá”.
Ou seja, contra os poderes malignos, não seria astarote, Afrodite, ou qualquer outro “deus” que poderia pelejar, de certa forma a casa se dividiria contra si mesma, mas Jesus agia de forma contrária a essa lógica, ele operava essas maravilhas pelo Espírito de Deus.  Essa mulher conseguiu identificar essa diferença em Jesus e então em uma atitude fé lhe procura.
Uma das lições fundamentais sobre essa passagem é que há problemas que podemos resolver com nossas forças, outros exclusivamente mediante o poder de Deus. Com todo o nosso esforço, conhecimento e experiências, não podemos expulsar demônios. A psicologia não resolve esse problema, ou qualquer outra religião. Só o poder de Deus seria capaz de reverter tal situação.
Essa mulher soube identificar esse problema, percebeu que sua luta seria impossível, desde que tratada apenas com suas forças. Só Deus pode libertar uma pessoa “miseravelmente endemoniada”. A continuação do relato diz “Mas ele não lhe respondeu palavra”. A primeira provação dessa mulher foi o silêncio de Deus. Jesus não lha dá atenção imediata, não lhe presta a menor solidariedade, ela esperava uma palavra, uma reação, ao menos seu olhar. Mas Jesus estava consciente de quem era essa mulher, de quem ele mesmo era e onde queria chegar; acredito muito que todos os momentos que se sequem foram para demonstrar a todos um grande exemplo de fé.
O silencio inicialmente martiriza, nos inquieta, incomoda por demonstrar indiferença, o silêncio de Deus até hoje leva muitas pessoas a se desesperar, mas a questão fundamental dos que desviam seus passos em tempos de silêncio é a falta de fé. Nietzsche afirmou “Deus está morto” em um momento de silêncio divino, a história diz que em um momento de desespero ele saiu a uma praça gritando “onde está Deus?” até que ele afirmou: “Deus está morto”.
A mulher Cananéia não obstante ao silêncio, permaneceu buscando, pois, sua busca e sua fé eram mais fortes que qualquer momento de provação, numa mistura de amor, fé e determinação ela não abre mão de sua filha.
A questão fundamental das perdas e dos momentos de provação é não se perder junto com as tempestades. 
Isso aconteceu com a viúva de 2 Reis 4. Ela perde os maridos, um credor vem levar seus filhos, mas ao invés de perder a cabeça, ela vai até o profeta e recebe sua provisão. Hoje um dos problemas mais graves da igreja é que o povo não tem mais a perseverança, que é um fruto do Espírito, qualquer vento derruba os “crentes”. Falta a paciência para entender que as provações fazem parte da vida Cristã, que ao final os resultados compensarão todos os esforços do presente. Falta fé, falta acreditar, há uma letra do cantor Paulo César Baruk que fala do nosso sentimento:
Então chega o dia
De viver tudo que se aprendeu
E a enxergar até
O que não se pode ver
Chega o dia de entender
Ate ouvi um não de Deus
Mas sem duvidar, mas sem duvidar”.
O versículo continua dizendo: “ Os discípulos lhe rogaram: Despede-a pois vem gritando atrás de nós”.
Infelizmente na caminhada como obreiros, as vezes na intenção de ajudar podemos atrapalhar pessoas de se achegarem a Cristo, queremos limitar os volumes da adoração, os gêneros de louvor a ser entoado e sem saber ao certo a vontade de Deus, dizemos o que é certo e o que não é certo em um culto. Grande parte das pessoas que foram alcançadas por Cristo na bíblia causaram um certo “incômodo”. Os discípulos querem evitar o incômodo ao mestre, mas um clamor nunca lhe gerou desconforto, do contrário, o próprio Jesus nos diz que veio aos que precisavam dele, aos doentes. Eles tentam ajudar e involuntariamente quase levam uma mulher a desistir de sua filha. Se não podemos ajudar, no mínimo devemos não atrapalhar os necessitados. Para Deus são mais relevantes as motivações do que os sacrifícios e os métodos.

“E ele (Jesus) lhes disse: Eu não fui enviado, se não as ovelhas perdidas da casa de Israel”.

Sabemos muito bem que o propósito inicial de Cristo era restaurar Israel, mas a bíblia no antigo testamento há diversas passagens apontando para uma breve redenção a todos os povos mediante o sacrifício de Cristo. Jesus se despiu de sua glória na intenção de resgatar para si todos os povos. A Graça se estendeu a Cananeus, Americanos, Europeus,  Latinos, Brasileiros, enfim a todos. Aqui Jesus estava demonstrando que sua prioridade no ministério terreno era resgatar Israel, mas isso não lhe impediria de no futuro morrer por todos. Há quem diga que o plano de redenção se iniciou nesse milagre, com base no comum filme “Jesus” que em ocasiões como a páscoa e o natal costuma ser exibido em canais de TV aberta. Após o milagre da cura da mulher Cananéia, há uma cena em que o personagem de Cristo diz: “Essa mulher me ensinou que vim para todos”.
Completamente oposto ao sentido bíblico. Jesus estava demonstrando que tem prioridades, que seu maior propósito é salvação. Antes de minhas petições, ele me quer. Antes do meu desejo ele almeja se relacionar com o que eu sou.

“Então Chegou ela e o adorou, dizendo-lhe: Senhor, socorre-me”.
Um outro fator fundamental na vida dessa mulher, em meio a primeira adversidade que era o silêncio de Jesus, a intervenção dos discípulos, a demonstração da prioridade de Jesus que naquele momento não era favorável; ela permaneceu com toda a perseverança, adorando e nas entrelinhas dizendo “não abro mão da minha filha”. E além de pedir socorro, ela adora a Deus. A fé nos leva a tomar atitudes que naturalmente não tomaríamos, por isso a fé classificada como um dom espiritual, como um pré-requisito indispensável a um Cristão, é impossível agradar a Deus sem fé. Essa mulher olhou para as adversidades e decidiu exceder os limites de qualquer pessoa. Antes de qualquer outra petição ela adora. Que o mesmo sirva para a geração contemporânea, que as muitas adversidades não nos impeçam de perceber que ele continua sendo bom. De que seu caráter é imutável, que assim como Jeremias em sua lamentação, possamos perceber que ele sempre cuidou de nós e mesmo em meio a tribulação, possamos trazer a memória o que nos trás esperança, as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos. Lamentações 3.21 e 22. Que a lembrança de que ele cuidou de nós até hoje nos faça olhar para esse momento e lembrar que a promessa bíblica é de que o peso da glória excederá qualquer tribulação.

“Ele porém lhes disse: Não é bom pegar o pão dos filhos e deitá-lo aos cachorrinhos, ela porém lhe disse: Sim Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem debaixo da mesa”

Esse com certeza é um dos textos mais polêmicos da bíblia, há quem diga que Jesus demonstrou preconceito, que a chamou de cachorra e aos seus olhos ela era desprezível.
Há quem diga por exemplo que essa mulher demonstrou a sua fé ao aceitar até ofensas. Mas é contrário ao caráter de Cristo ofender, mesmo os fariseus que lhe causaram tantos incômodos não foram tratados como “cachorros”, não podemos analisar a bíblia sem considerá-la como um todo. Jesus não é um sádico, um homem indiferente como Jonas, materialista, ou algo assim. Pelo contrário ele ama, chora com os que choram como no caso de Lázaro, se compadece das dores e abençoa pessoas das mais diversas formas e com os mais diversos gêneros, seu amor excede nossos defeitos. Não que houvesse defeito em ter nascido em Canaã, a afirmação de Jesus é “Não é bom”, você há de concordar que não foi dito um não definitivo, como no caso de Jessé que orou por Saul, 1° SM 1. Como na oração de Paulo a cerca do espinho na carne 2 Coríntios 12. 8-9.
Nesse caso a fala de Jesus foi: “Não é bom”, isso não é definitivo. “Então a mulher vem com a maior declaração de fé daquele dia: Até os cachorrinhos comem das migalhas que caem debaixo da mesa”.
Ela discerniu o que Jesus disse, não é bom, mas ele não se negou a fazer. Um dos segredos dela foi discernir o que Jesus falou.
O fato de usar o diminutivo, “Cachorrinho” demonstrava estima, um cachorro geralmente é querido por seus donos, permanecem na casa, não são filhos, mas recebem muito carinho e cuidado. Jesus estava lhe dizendo que a queria por perto, que independentemente de sua nacionalidade ele não abre mão de tê-la por perto. Jesus a chamaria de filha posteriormente ao sacrifício da cruz, ele nos reconciliou com Deus. Até então éramos criaturas de Deus, mas com a morte e ressurreição de Cristo nos tornamos filhos por adoção. As ovelhas desgarradas agora tem um pastor. Jesus nos amou.
Quando ela falou até os cachorrinhos comem das migalhas que caem, ela demonstra que diferentemente de seu povo, de Adoni-Bezeque, ela estava disposta a ceder a outra face, andar duas milhas a exceder a justiça dos fariseus, a ir além de todos e ser uma mulher que não desiste, sua filha era mais importante que qualquer humilhação, então em outras palavras ela diz: “Uma migalha me basta”, Jesus sendo o pão da vida lhe diz: Mulher grande é a tua fé”. Esse elogio se aplicou apenas duas vezes, uma ao centurião de Cafarnaum, outra a ela. Jesus demonstra que não importa sua nacionalidade, sua fé pode ser grande, morando em qualquer lugar, aliás o lugar onde se está é irrelevante com relação fé. João estava em Patmus, mas no lugar de sua aflição se abriu uma porta no céu e ele passou a receber as maiores revelações da história. Jonas era da Galiléia, diziam que de lá não vinham profetas, os fariseus cometeram um grande equívoco, pois, de lá surgiu o profeta mais eficaz, com uma pregação de uma linha converteu 120 mil Ninivítas, e o maior de toda a história, Juiz, Sacerdote, Profeta , Jesus de Nazaré na Galiléia. Houve o dia em que Felipe e Natanel discutem, esse segundo lhe diz: “pode vir alguma coisa boa de Nazeré? – Vem e vê!``
Há quem pergunte ainda hoje, de Canaã vem algo bom? Do Brasil vem algo bom? Da zona sul de São Paulo? Das comunidades do Rio? Do Sertão nordestino?
Eu e você somos a prova constante e definitiva de que podem vir pessoas boas de qualquer lugar, basta ter fé. Que ouviremos do próprio Cristo um dia, “oh filho, grande é a tua fé, foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei”.

Concluo dizendo que essa mulher foi determinada até o fim, suportou o silêncio, oposição, conflitos de propósitos, respostas adversas. Mas o amor pela filha e sua fé excederam tudo isso.
Minha palavra é: Minha família e a sua, são de Deus, não abriremos mão de nenhum, pai, mãe, filhos, irmãos, primos, tios. Vamos até o fim, seu casamento é muito precioso para se acabar assim, sua relação familiar vale mais que sua razão, se julgar necessário peça perdão mesmo estando errado, ceda mais, pois nossa família é preciosa. Não abriremos mão dela.








O leproso purificado por Jesus

Identificando as estratégias do nosso inimigo e o agir de Deus ao nosso favor.

Texto base:
E aproximou-se dele um leproso que, rogando-lhe, e pondo-se de joelhos diante dele, lhe dizia: Se queres, bem podes limpar-me.
E Jesus, movido de grande compaixão, estendeu a mão, e tocou-o, e disse-lhe: Quero, sê limpo.
E, tendo ele dito isto, logo a lepra desapareceu, e ficou limpo.

Marcos 1:40-42
Hanseníase – Sinônimo usado atualmente para se referir a lepra, pelo sentido negativo da palavra “lepra”
 Espiritualmente a lepra representa o pecado.

1° O diabo quer nos destruir aos poucos:
A lepra não mata imediatamente, ela atinge membros, faz com que feridas se abram e até que atinja órgãos vitais o doente vive triste, o pecado faz isso, a princípio parece não matar, mas sua consequência é terrível. Tiago 1.15 e Romanos 6.23.

2° Acabar com nosso caráter:
Também as vestes do leproso, em quem está a praga, serão rasgadas

Levítico 13:45 parte A.
As roupas representam caráter na bíblia. Veja alguns exemplos em Mateus 27.35, Salmos 21.19.
As vestes rasgadas representam um caráter corrompido, desonestidade, maldade, as obras da carne, etc.

3° Ele quer acabar com nossa reputação.
“...andará descabelado...”

Levítico 13:45 Parte b.
O cabelo fala de aparência, ou seja, fatores externos, o diabo quer nos fazer conhecidos como um povo incorreto, corrompido, de má fama, que ninguém nos respeite, que ninguém nos reconheça como servos de Deus, mas sim como falsos profetas.
Veja 2° Coríntios 3.1-3, Mateus 5.13 e 16.

4° Tornar nosso pecado conhecido e tirar a qualquer expressão das nossas palavras:
“cobrirá a parte inferior do rosto e gritará: ‘Impuro! Impuro!”

Levítico 13:45 Parte C.
O leproso tapava a boca ao entrar na cidade e deveria ficar gritando que era leproso só isso era dito em público. Ou seja, seu defeito era exposto, muito mais que suas qualidades, ninguém conhecia o amor de um leproso, mas sabia de sua doença e do risco de contaminação. O diabo quer que todos saibam os defeitos da igreja, ao ponto de não conseguirem enxergar nada de bom!

5° Ele quer nos afastar da igreja, família, através do orgulho, inveja, etc.
Então Uzias se indignou; e tinha o incensário na sua mão para queimar incenso. Indignando-se ele, pois, contra os sacerdotes, a lepra lhe saiu à testa perante os sacerdotes, na casa do Senhor, junto ao altar do incenso.

2 Crônicas 26:19

6° Criar impasses entre lideranças.
Miriam e Arão tentaram criar conflitos com Moisés, questionar sua integridade e a escolha de Deus para que ele liderasse o povo.  Por conta disso Miriam fica leprosa.
Conflitos desnecessários geram lideranças leprosas e certamente ninguém quer seguir um líder assim, pois, todos seus liderados consequentemente serão contaminados.
Números 12.10
7° Modificar nossas motivações:
Geazi desejou valores por ter feito o bem a Naamã, para ele era inconcebível o fato de Eliseu não aceitar dinheiro pela cura.
Sua motivação se tornou o que poderia conquistar com ministério, por isso ele mentiu e se tornou leproso.
2° Reis 5.27


O que Deus quer fazer?

1° Quer que tenhamos uma vida superabundante. Livre de culpas, medos, receios e, sobretudo do pecado.
O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.

João 10:10
Veja também Romanos 5.20, Romanos 8.37, etc.

2° Ao contrário do diabo que quer acabar com o caráter de todos, Deus através do seu Santo Espírito quer nos aperfeiçoar dia após dia.
Veja o fruto do espírito: Gálatas 5.22, Filipenses 4.11-13, 1° Coríntios 1.27.

3° Deus fornece perdão, sem acusar ou trazer lembrança do passado.
2° Coríntios 5.17, Romanos 8.1, Miquéias 7.19.

4° Jesus quer ter comunhão conosco, pois, ele não é indiferente as nossas dores.
João 11.35
No caso do leproso, esperava-se que ele apenas falasse algo a ele, mas Jesus vai além e toca nele.
A viúva de Naim chorava pelo seu filho morto, Jesus não só declara a ressurreição, mas ainda toca no esquife.
Esperamos que Deus tome atitudes como as nossas, mas o amor dele vai além, ele nos surpreende com atitudes inigualáveis que o tornam o Deus incomparável no qual confiamos.
No processo de purificação eram oferecidas duas pombas, uma ficava livre e outra era sacrificada, essa que era sacrificada tinha seu sangue retirado e misturado à água. Esse líquido era espargido na pomba livre, que por sua vez era solta no campo e poderia viver, com as marcas da libertação.
Esse ritual simboliza o que o próprio Jesus fez por nós, sangrando, sofrendo e após tudo isso ao ser cravada a lança ao seu lado a água se misturou ao sangue e como Isaías diz: O Castigo que nos traz a paz estava sobre ele.
Ele morreu para nos tornar livres da lepra, do pecado, etc.
Por fim, ao ser restaurado o leproso cortava o cabelo.  Ele indica experiências passadas, bagagens, conhecimentos, traumas, etc.  Deus estava demonstrando que a partir da libertação do pecado viveremos um novo tempo, uma nova vida, enfim: “ Tudo se fez novo”.

Existia uma cura temporária para a lepra, a chamada lepra branca, isso acontecia quando o corpo era totalmente coberto pela doença, porém se alguma ferida simples aparecesse à pessoa era novamente expulsa da cidade.
Quando Deus cura o processo é definitivo, ele não esconde tumores, não põe esparadrapos em úlceras, não indica psicólogos. Ele é a própria cura, o poder foi lhe dado nos céus e na terra.


Leituras complementares: Levítico 13 e  14.

VOLTANDO AO PRIMEIRO AMOR

É tempo de voltar...



“ Escreve ao anjo da igreja que está em Éfeso: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete 

estrelas , que anda no meio dos sete castiçais de ouro: Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e 

a tua paciência,e que não podes sofrer os maus; e os que se dizem ser judeus e o não são e tu 

os achastes mentirosos; e sofrestes e tens paciência; e trabalhaste e não cansaste pelo nome 

meu nome e não te cansaste. Tenho porém contra ti que deixaste a tua primeira caridade. 

Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te e pratica as primeiras obras; quando não, 

brevemente a ti virei e tirarei do seu lugar o seu castiçal, se não te arrependeres. Tens, porém, 

isto: que aborreces as obras dos nicolaítas, quais eu também aborreço. Quem tem ouvidos 

ouça o que o espírito diz às igrejas: Ao que vencer, Dar-lhe-ei a comer da árvore da vida que 

está no meio do paraíso de Deus.”  


As sete cartas tem um padrão de escrita, em todas Jesus Cristo se apresenta de uma maneira

diferente, demonstra seu conhecimento em relação a igreja, faz promessas aos vencedores.

Em Duas dessas cartas há apenas elogios: Esmirna (AP. 2.8-11) e Filadélfia (Ap. 3. 7-13) e em

Laodicéia ( AP 3.14-22) há apenas repreensões.

A conclusão das cartas tem o seguinte trecho: “Quem tem ouvidos ouça o que o espírito diz as

A cidade de Éfeso era a maior da Ásia, a igreja dessa cidade sofreu diversas perseguições, pois,

a idolatria era generalizada. O apóstolo Paulo dedicou boa parte de seu ministério a essa

igreja, em Atos ele pregou um de seus sermões mais melancólicos, quando disse: “ E, agora, na

verdade, sei que todos vós, por quem passei pregando o reino de Deus, não vereis mais o meu

Após essa declaração de Paulo e mais algumas exortações, ele orou com a igreja: “ E, havendo

dito isto, pôs-se de joelhos e orou com todos eles, E levantou-se um grande pranto entre todos

e lançando-se ao pescoço de Paulo o beijavam.” (AT 20.36-37)

Assim como predito por Paulo eles sofreram muito, na época em que o livro do Apocalipse foi

escrito os cristãos estavam sofrendo sobre o império de Domiciano, imperador romano (81-96

A autor do livro estava exilado na ilha de patmos, tudo parecia estar perdido pra João, mas no

momento de tristeza Jesus apareceu a João mostrando-se ressurreto, mostrando ao seu servo

as coisas que foram, que são e estão pra acontecer.

Antes de iniciar a análise das cartas, é importante ressaltar que o livro do Apocalipse utiliza

linguagem simbólica, os sete candeeiros (castiçais), representam as sete igrejas.

Jesus apresenta-se a Éfeso como aquele que tem em suas mãos as sete estrelas, que

representam Os sete anjos.

Ou seja ele tem o controle sobre a igreja, Éfeso estava nas mãos de Jesus Cristo.

Após isso a carta diz “Aquele que anda no meio dos sete castiçais”, Jesus não só conhece e tem

controle sobre a igreja, como também anda entre ela. Seguindo esse pensamento é possível

chegar a conclusão que quem olha pra igreja vê a semelhança de Cristo, tanto que João antes

de ver Jesus, viu a igreja.  Somos a imagem e semelhança de Deus, não há como ver Jesus

Cristo nos nossos dias sem olhar para a igreja.

Nos versículo 2 e 3, Jesus demonstra conhecer a igreja intimamente, como o esposo conhece

sua esposo, ele diz: “Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência,e que não podes

sofrer os maus; e os que se dizem ser judeus e o não são e tu os achastes mentirosos; e

sofrestes e tens paciência; e trabalhaste e não cansaste pelo nome meu nome e não te

cansaste.”

A igreja de Éfeso pode ser um ótimo exemplo para as igrejas dos nossos dias, eles tinham

compromisso a ponto de rejeitar falsas doutrinas, sofrer pelo evangelho de Cristo, a filosofia

de vida desses cristãos era semelhante a de Paulo: “ Pois para mim o viver é Cristo, e o morrer

é ganho”. (FP 1.21)

Infelizmente as igrejas dos nossos dias, estão seguindo o evangelho dos sinais, estão sendo

levados por qualquer vento de doutrina. São poucos que realmente estão dispostos e sofrer e

até mesmo a morrer pelo evangelho verdadeiro.

Mas após essa série de elogios, Jesus traz uma dura repreensão : “ Tenho porém contra ti que

abandonaste a tua primeira caridade”. ( AP. 2.4)

A igreja de Éfeso demonstra que é possível que haja um compromisso sem amor, eles eram

perfeitos em sua conduta,trabalho, paciência ETC.

Mas falharam em um ponto crucial: Passaram a agir de maneira “mecânica”, como um simples

costume. Suas motivações já não eram as mesmas, tinham muito zelo no serviço ao Senhor,

mas só as obras não garantem a aprovação divina, até então estavam agindo corretamente,

não haviam se conformado com o mundo, não sujaram suas vestes como parte da igreja de

Sardes, não se deixaram levar por heresias como Pérgamo, mas deixaram de servir a Deus com

Era como se Jesus estivesse dizendo : “ Vocês fizeram tudo certo, mas falharam apenas em um

ponto, esqueceram  que o amor é maior do que os dons, maior que todos sentimentos, maior

do que todas as suas boas obras.”

Paulo escrevendo aos Coríntios diz : “ Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e

não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine”. (1 Cor. 13.1)

A igreja de Éfeso havia se afogado no mar do ativismo religioso, o famoso “ fazer por

costume”, “ cumprimento de rotina”.

O amor para Deus excede as obras, as motivações pesam mais que os sacrifícios, Míquéias

demonstra isso em seu ministério ao questionar-se: “ Com que me apresentarei ao Senhor e

me inclinarei ante o Deus Altíssimo?

Virei perante ele com holocaustos, com bezerros de um ano? Agradar-se-á o Senhor de

milhares de carneiros? Darei o meu primogênito pela minha transgressão? O fruto do meu

ventre pelo pecado da minha alma? Ele te declarou ó homem o que é bom; e o que o Senhor

pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e Andes humildemente com

teu Deus?” ( MQ. 6.6-8)

O que Deus espera de nós não é apenas o sacrifício externo e visível, ele espera algo que venha

de nosso coração!  Os nossos lábios podem muito bem expressar belas palavras, mas Cristo vê

além do exterior.

A igreja de Éfeso estava comprometida, mas sem o amor. Quando em primeiro amor, imagino

algo puro, um sentimento completamente voluntário, isento de interesses, pretensões, ETC.

O verdadeiro amor foi expresso por Deus através de Cristo : “ Mas Deus prova seu amor para

conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” ( RM 5.8)

“ Porque Deus, amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo

aquele que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna” ( JO 3.16)

Deus não espera de nós apenas o zelo no serviço, mais do que a nossa dedicação ele espera

nosso amor.  Os Fariseus eram zelosos em relação a lei, porém pouco sabia sobre o amor,

jamais compreenderam que a grandeza do evangelho é a Graça de Deus, manifesta em Jesus

Cristo. Eles tinham uma boa aparência, mas o importante em nosso relacionamento com Deus

é o nosso sentimento e desejo de expressar uma verdadeira adoração, há uma grande

distância entre a aparência e essência.

Quando penso em desvio das primeiras obras, lembro-me de dois exemplos bíblicos: Sansão e

o filho-pródigo.

Sansão tinha tudo pra ser o maior herói do antigo testamento, seu nascimento foi

completamente diferente dos demais juízes, patriarcas e ícones da fé cristã. Sua mãe recebeu

a visita de um anjo anunciando seu nascimento, antes de nascer Sansão já recebeu uma

ordem, seria nazireu de Deus, ou seja, não teria contato com mortos, não iria ingerir bebida

forte, não passaria navalha em sua cabeça, ETC.

Com o passar do tempo ele deveria ter uma vida completamente regrada, correta, sendo

assim um exemplo para o povo. Mas o que aconteceu foi justamente o contrário, ele a cada

dia foi se afastando de Deus, por diversas vezes o espírito se apoderava de Sansão, ele passou

a se conformar com momentos ao lado de Deus e desprezou a comunhão.

Chegou ao ponto de tocar em animais mortos, (JZ 14.6,9) contar seu segredo a uma mulher

que tinha a intenção de afligi-lo (JZ 16.6,18)

O Filho pródigo assemelha-se a Sansão pelo fato de sair de sua casa, onde tinha estabilidade,

boa comida, servos à sua disposição, boas vestimentas e principalmente um pai exemplar.

Mas ele preferiu arriscar-se saindo de casa e deixar amor de seu pai, mergulhou em uma crise

tão grande a ponto de desejar a própria comida que os porcos comiam.

O versículo seguinte é uma das partes mais importantes da carta a igreja de Éfeso:

“Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te e pratica as primeiras obras; quando não,

brevemente a ti virei e tirarei do seu lugar o seu castiçal, se não te arrependeres.”

O filho pródigo lembrou-se da casa de seu pai, mas não só lembrou, pois, a simples lembrança

do bom estado gera um sentimento chamado remorso.

Cristo não só espera de sua igreja o remorso, mas uma atitude em direção a mudança, a

simples lembrança não muda a vida do cristão.

Arrependimento exige atitudes, o filho pródigo diz: “ Levantar-me-ei e irei ter com meu pai e

dir-lhe-ei: Pai pequei contra o céu e perante ti...” (LC 15.18)

O filho volta pra casa e é recebido por seu pai, torna a praticar as primeiras obras.

Sansão da mesma maneira, antes de morrer fez uma oração ao Senhor dizendo: “ Deus, peço-

te que lembres de mim, e fortalece-me agora só esta vez ó Deus para que de uma só vez me

vingue dos filisteus pelos meus dois olhos” (JZ 16.28)

Houve arrependimento por parte de Sansão e do filho pródigo, Deus sempre está disposto a

nos perdoar, e receber-nos de braços abertos, podemos estar como o filho pródigo fedendo a

porcos, mas Cristo está disposto a saltar em nosso pescoço e beijar-nos, se movendo de íntima

compaixão.

O arrependimento deve fazer parte da conduta Cristã, a igreja de Éfeso se acostumou a olhar

para os outros, esquecendo-se que o importante é antes de notar o cisco no olho de nosso

irmão, remover a imensa trave que está diante de nossos olhos.

A auto-avaliação é importantíssima na vida de qualquer pessoa, sem a qual ninguém poderá

notas as próprias limitações e arrepender-se dos seus erros.

Caso a igreja de Éfeso não se arrependesse eles teriam seu castiçal removido. O castiçal no

tabernáculo tinha a função de iluminar o interior.

Paulo nos compara a um tabernáculo quando diz: “ Sabemos que se a nossa casa terrestre

deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício...” ( 2 Cor 5.1a)

Somos habitação de Deus, morada do espírito santo, a diferença entre tabernáculo e templo é

na mobilidade.

O tabernáculo sem castiçal, perde a luz.  Assim  é todo cristão que abandona o seu primeiro

amor, Uzias é um exemplo de orgulho e falta de arrependimento. Devido a esses erros ele

acabou leproso, longe do templo, da família, do reino. ( 2 Cr. 26)

Cristo nos compara à Luz do mundo (MT 5.14).

O grande problema da falta do castiçal é a ausência do brilho, luz, capacidade de influência da

igreja.

Muitas igrejas estão sem o castiçal, ao invés de serem luz e exemplos para o mundo, tem sido

motivo de desonra ao evangelho, muitas tem se tornado apenas um museu, cristãos estão

vivendo do passado da igreja e não terão no futuro algo a apresentar a seus filhos e

sucessores. E quando refiro-me ao castiçal no interior do tabernáculo, chego a conclusão que o

brilho começa no nosso caráter, a grandeza dos valores cristãos não está baseada em palavras,

mas sim em atitudes, o que sai da nossa boca não é maior que nosso caráter, nossa conduta

fala mais que as palavras...

Eu também não te condeno - João 8

A mulher adúltera

Uma segunda chance.


A bíblia relata no capítulo 8 de João, que uma mulher foi “apanhada em adultério”, a rejeição

bíblica em relação a esse ato é citada nos 10 mandamentos, descritos no capitulo 20 de Êxodo:

Não adulterarás (Êxodo 20.14)

Jesus confirma aquilo que havia sido relatado no antigo testamento:

Não Cometerás adultério (Mateus 5.27)


O adultério consiste basicamente no relacionamento sexual ilícito, ou seja, uma

relação extraconjugal, que em nossos tempos tem sido chamada por um nome

simplificado de “traição”,  uma vez que o casamento trata-se de um consentimento

mútuo, os votos de fidelidade devem ser respeitados. Pessoas se dispõem a serem

padrinhos, pastores se disponibilizam para abençoar casais, portanto o compromisso

do casamento que é exposto publicamente deve ser respeitado.

Na situação citada nos versículos utilizados como base para esse estudo, percebe-se

que Jesus tinha a preocupação de ensinar os seus seguidores, com esse cuidado ele se

dirige ao templo de Jerusalém, pois, lá haveria pessoas que poderiam ouvir seus

Como é citado na revista, Jesus havia feito algumas afirmações que geraram incomodo

entre os fariseus, pois, eles não concebiam a ideia de um homem se autointitular filho

de Deus, salvador do mundo, pão da vida, etc. Sua preocupação agora além de ensinar,

era de firmar a convicção de que suas palavras eram verdadeiras em seus ouvintes.

Durante esse período de ensino que teoricamente deveria ser tranquilo os escribas e

fariseus trazem uma mulher apanhada em adultério, a intenção deles não era tratar do

pecado em si, mas testar aquele que estava falando, afim de que o surpreendessem

expondo alguma palavra negativa, tanto consentindo no pecado, como sendo a favor

da morte  e contradizendo sua posição de cordeiro de Deus que tira o pecado do

A mulher é posta no meio de todos os ouvintes, para os fariseus pouco importaria se

ela morresse, pois, sua intenção era ter algo que pudesse condenar Jesus.

Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando, E, na lei, nos

mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes? (João 8.4 e 5)

A lei afirma que o fim para pessoas que cometessem esse pecado era o

Também o homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a

mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera. (Levítico 20.10)

Quando um homem for achado deitado com mulher, casada com marido, então

ambos morrerão, o homem que se deitou com a mulher e a mulher: assim tirarás o

mal de Israel. (Deuteronômio 22.22)

A pergunta é cheia de astúcia, semelhante a outras vezes que testaram Jesus, veja

duas situações: “E os principais dos sacerdotes e os escribas procuravam lançar mão

dele, naquela mesma hora; mas temeram o povo, porque entenderam que contra

eles dissera esta parábola.E, trazendo-o debaixo de olho, mandaram espias, que se

fingissem justos, para o apanharem nalguma palavra e o entregarem à jurisdição e

poder do presidente.E perguntaram-lhe, dizendo: Mestre, nós sabemos que falas e

ensinas bem e retamente, e que não consideras a aparência da pessoa, mas ensinas

com verdade o caminho de Deus.É-nos lícito dar o tributo a César, ou não? E

entendendo ele a sua astúcia, disse-lhes: Por que me tentais?Mostrai-me uma

moeda. De quem tem a imagem e a inscrição? E, respondendo eles, disseram: De

César.Disse-lhes, então: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.

E não puderam apanhá-lo em palavra alguma diante do povo; e, maravilhados da

sua resposta, calaram-se.”

Veja que no questionamento dos escribas, a resposta de Jesus poderia ser utilizada

contra ele, pois, a negligência ao pagamento de tributos geraria um argumento para

Veja mais uma situação:

“E ACONTECEU, num daqueles dias, que, estando ele ensinando o povo, no templo, e

anunciando o evangelho, sobrevieram os principais dos sacerdotes e os escribas, com

E falaram-lhe, dizendo: Dize-nos, com que autoridade fazes estas coisas? Ou,

E, respondendo ele, disse-lhes: Também eu vos farei uma pergunta: Dizei-me,

os anciãos,

quem é que te deu esta autoridade?

pois:

O batismo de João era do céu, ou dos homens?

E eles arrazoavam entre si, dizendo: Se dissermos: Do céu, ele nos dirá: Então por

E se dissermos: Dos homens; todo o povo nos apedrejará, pois têm por certo que

que   o    não crestes?

João era profeta.

E responderam que não sabiam de onde era.

E Jesus lhes disse: Tão-pouco vos direi com que autoridade faço isto.

Os fariseus fazem uma pergunta inicial, “Com que autoridade fazes estas coisas ?”, a

resposta de Jesus poderia gerar a acusação de blasfêmia, então ele entendo que a

partir do momento que ele é questionado teria também o direito de fazer uma

pergunta, aproveita a situação e pergunta a eles: “O batismo de João era do céu ou

dos homens ?”

A pergunta que partiu de Jesus foi suficiente para deixá-los sem palavras, pois, se

afirmassem que o batismo era do céu eles seria coagidos a crer nos sinais de Cristo, se

respondessem que era dos homens o ministério de João seria questionado e todos

tinham convicção de que ele era um verdadeiro profeta, qualquer discordância em

relação a eficácia do ministério dele seria tratada pelo povo com completa rejeição,

podendo gerar inclusive o apedrejamento para aqueles que levantassem tal

questionamento.

É necessário perceber que Essa não foi a primeira vez que Jesus havia sido testado,

porém diferente das outras vezes em que o mestre surpreendia os fariseus e escribas

agora ele é surpreendido com a pergunta feita pelos doutores da lei.

Porém independente daquilo que o homem tramasse para tentá-lo, nada adiantaria,

pois, a bíblia diz:

“Ele apanha os sábios na sua própria astúcia” Jó 5.13

Essa era uma das situações mais complicadas que Jesus já havia vivenciado, pois,

com a capacidade que os fariseus tinham de influenciar o povo, seu ministério poderia

ser destruído através de uma palavra mal colocada, porém Ele é conhecedor de tudo,

como no versículo acima, ele utiliza o conhecimento dos tais doutores para repreendê-

Jesus passa a ser o advogado daquela mulher adúltera, a palavra advogado vem do

grego “parakaleõ” e significa literalmente “chamar para o lado”, ou seja Jesus estaria

ao lado dela diante daqueles que se posicionaram como juízes de sua causa. O papel

de Cristo nessa situação é semelhante ao do Espírito Santo, que intercede por nós

los.

junto ao pai:

“Da mesma maneira o espírito nos ajuda nas nossas fraquezas, não sabemos o que

havemos de pedir como convém, mas o mesmo espírito intercede por nós com

gemidos inexprimíveis” (Romanos 8.26)

Jesus decide defender a mulher adúltera, para demonstrar que o perdão é muito mais

importante do que o julgamento, principalmente para nós homens que estamos

sujeitos ao erro todos os dias, como a bíblia diz em Romanos 3.23: “Porque todos

pecaram e destituídos estão da glória de Deus”

Insistiram na pergunta e Jesus respondeu-lhes:

“Aquele que, de entre vós, está sem pecado, seja o primeiro que atire pedra contra

ela.” (João 8.7)

A postura de Jesus diante dessa situação não foi favorável ao pecado, pelo contrário,

ele estava demonstrando que o julgamento não pode partir de homens, veja o que é

dito em outras passagens:

Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois

todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo.

Romanos 14:10

“Porque todos devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que cada um

receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal.” 2° Coríntios

5.10

Com essa pergunta feita pelo mestre cada um examinou a sua própria vida,

percebendo que era necessário renunciar algo para pudessem estar com o coração

tranquilo, todos olharam para si e não viram condições de atirar nenhuma pedra. Os

acusadores se retiraram e Jesus perguntou a aquela mulher: “onde estão os seus

acusadores? Ninguém te condenou?”

Perceba que a postura de Cristo não foi de concordância com o pecado, até porque a

bíblia diz: “Meus filinhos, essas coisas vos escrevo para que não pequeis”  1° João

Veja que há uma exortação, o pecado gera consequências, não vamos negar que Cristo

tem poder para perdoar, mas dependendo do pecado será necessário sofrer sanções

previstas em lei, como por exemplo, em casos de crimes.

Se Jesus fosse a favor do pecado ele estaria se contradizendo, pois, seu objetivo ao vir

a terra foi levar sobre si as nossas iniquidades. (Ler Isaías 53.4-6 e 1° Pedro 2.24)

Se ele fosse a favor da morte daquela mulher estaria contra as autoridades romanas,

A mulher percebe que seus acusadores  haviam se retirado, então Jesus ao questionar

sobre eles afirma: “Eu também não te condeno, vá não peques mais”

Nesse momento aquela mulher foi justificada pela graça!

Uma definição básica para justificação: É o processo de transformação que ocorre no

homem ao aceitar a Jesus, através dessa decisão  o homem passa do estado de

pecador, para remido pela fé salvífica em Cristo, tornando-se apto a receber a vida

Justificar em outras palavras é “tornar justo”, essa questão é difícil de entender,

perceba que o homem pode ser considerado justo diante de Deus, como isso é

Essa pergunta foi feita três vezes no livro de Jó:

“Seria, porventura, o homem mais justo do que Deus? Seria, porventura, o varão mais puro

do que o seu criador?” Jó  4.17 – Palavras de Elifaz o temanita.

“Na verdade sei que assim é: porque como se justificaria o homem para com Deus?

Jó 9.2 – Palavras de Jó

“Como, pois, seria justo o homem perante Deus, e como seria puro aquele que nasce da

mulher?” Jó 25.4 – Palavras de Jó

Pensando em nossas limitações e falhas não nos consideramos justos de maneira nenhuma,

mas ao lermos a bíblia percebemos que o sangue de Cristo nos purifica dos pecados:

“Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o

sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.

Jesus nos purifica e dá a condição de servi-lo de todo o nosso coração,  com a vida restaurada

e mudada, pois, uma vez estando nele nos tornamos novas criaturas:

“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram;

eis que tudo se fez novo” (2° Coríntios 5.17)

A nossa vida é mudada a partir do momento que estamos em Cristo e ele em nós.

Talvez assim como aquela mulher as pessoas nos acusem, em relação ao nosso

passado, antiga postura e maneira de viver, mas é importante entender que Deus nos

aceita e nos justifica diante de todas as acusações:

“Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.

Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu, ou, antes, quem ressuscitou de

entre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.”

Veja mais: “PORTANTO, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo

Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito” (Romanos 8.1)

Ninguém pode condenar aquele  que está em Cristo, pois, como Paulo disse ao aceitá-

lo estamos crucificados com ele:

“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim;

e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me

amou, e se entregou a si mesmo por mim.” Galatás 2.20

O que devemos fazer para alcançar a justificação?

“SENDO, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus

“E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é

justificado todo aquele que crê.” (Atos 13.39)

“De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé

fôssemos justificados” (Gálatas 6.24)

Perceba que dois textos citados acima foram citados por Paulo, que compreendeu que

todo o seu passado, todos os pecados, falhas, erros e inúmeras outras falhas, foram

cravadas por Cristo no calvário:

“Havendo riscado a cédula que era contra nós, nas suas ordenanças, a qual de

alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz.”

Concluindo, Jesus diz para a mulher adúltera: “Vai-te e não peques mais”

A Justificação produz em nós um desejo de santificação, passamos a partir daí a

rejeitar aquilo que é oferecido a nós, que pode muitas vezes nos afastar da presença

A fé nos faz viver uma vida diferenciada, separada do mundo e com o foco em agradar

aquele que nos resgatou.

Não devemos utilizar a graça como desculpa para pecar, pois, Deus está disposto a nos

perdoar, mas a sua justiça também é infalível, além disso entre essas idas e vindas a

nossa vida pode ser ceifada e infelizmente vivendo de maneira inconsequente muitas

pessoas tem um duplo caráter, quando na verdade Deus procura pessoas que sejam

O pecado é tudo aquilo que você não faria na frente de Jesus, pois, a atitude

pecaminosa envergonha tanto aquele que pecou, como Cristo que contempla a atitude

errada de seu filho. Devemos sempre pensar que os olhos de Deus estão como chamas

de fogo sobre nós, que nossos atos serão julgados por ele no tribunal de Cristo e que o

nosso galardão será conforme as nossas obras.

Lucas Araujo Rodrigues 01/09/2012

EBD – Assembleia de Deus Ministério do Brás

DESIGUALDADE SOCIAL

Desigualdade social – Problema mor do Brasil


“A política do nosso governo pretende que os ricos fiquem mais ricos para que, graças a eles os pobres sejam menos pobres” ( General Costa e Silva, Presidente do Brasil - (1967 – 1969)


“Vamos fazer o bolo crescer para depois repartir”
(Antonio Delfin Netto, Ministro da área econômica em duas gestões durante o regime militar).


As desigualdades sociais quase sempre são relacionadas com a má distribuição de renda, que consiste de uma maneira muito simples em “muitos com pouco, poucos com muito”. Esse é um problema presente em várias nações do mundo, de uma maneira mais intensa nas menos desenvolvidas. Essa má distribuição também é chamada de desigualdade social, esse termo abrange várias áreas, não fala exclusivamente da pobreza, até porque a pobreza está presente em todos os países independente de sua economia.

A desigualdade social não está relacionada apenas as diferenças econômicas, mas também de oportunidade, escolaridade, ETC. O pensamento exposto na frase do General Costa e Silva, Ex-presidente do Brasil, retrata muito bem o quanto nosso país é desigual, com a afirmação dele  percebe-se que basicamente a antiga intenção  era de que os ricos se tornassem cada vez mais ricos, podendo assim gerar empregos para que os pobres não ficassem em uma condição pior do que já estavam, não promovendo a distribuição da renda, mas apenas oferecendo empregos, em partes esse pensamento foi benéfico, pois, o índice de desemprego caiu. Porém o problema persiste enquanto alguns vivem de maneira abastada tendo opções de escolha de alimentos, boas escolas, acesso a saúde de qualidade, Etc. Alguns vivem em ruas e literalmente “vendem o almoço para que possam jantar”, não somente isso, a desigualdade no Brasil é tão gritante, que chega a tornar-se um cartão de visita para o mundo, segundo a ONU éramos a 8° nação mais desigual do mundo em 2005, esses índices diminuíram, mas a situação ainda é no mínimo desconfortável, uma letra de RAP cita essa parte da realidade atual do nosso país:

“...Quem são esses seres que me olham bem no olho, disfarçam que não me viram pra não enxugarem meu choro, eu sou a paisagem pior que um tapa no rosto, acredite ser humano é este corpo, tenho vergonha da minha miséria, que tortura que é a fome, ela se alimenta de pele amarela, de pele escura, mas pele de pobre, como um golpe forte, três pontas de chicote, que invade a carne com um corte, uns tem muita grana e são chamados de ricos, outros dormem na lama e são confundidos com o lixo...” (Edvaldo Silva, Ao Cubo)
Enquanto alguns bebês nascem em grandes maternidades dotadas da mais alta tecnologia, outros nascem em hospitais públicos, que em alguns momentos não são dotados sequer de higiene, há lugares onde pelos motivos mais fúteis alimentos são desperdiçados, enquanto há outros que comem das sobras de alimentos de feiras, produtos que as são impróprios para o consumo.
O pensamento da igualde na distribuição de renda teve maior ênfase no governo do antigo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que criou programas como o PROUNI, Fome Zero, primeiro emprego, ETC. Mas ainda estamos distantes de uma regularidade na distribuição de renda no Brasil, o pensamento de “ fazer o bolo crescer para depois repartir” ainda provoca a sensação de que a maior parte fica para os mais favorecidos, enquanto os pobres dividem um pedaço minúsculo do bolo, poucos “enchem a barriga, muitos passam fome”.

“Estamos em um país onde todos são iguais, mas vivemos submergidos em total desigualdade social” Said Augusto

A tendência é que essa desigualdade diminua, porém o pensamento dos líderes do governo deve estar voltado para que essa mudança ocorra efetivamente e de maneira rápida, pois, a imagem do Brasil está extremamente prejudicada pela sua imensa desigualdade.


Lucas Araujo Rodrigues