terça-feira, 29 de março de 2016

A graça está acima das leis levíticas

As leis levíticas advertiam contra o contágio: contatos com doentes, gentios, cadáveres, certos tipos de animais ou até mesmo mofo e bolor podiam contaminar uma pessoa. Jesus inverteu o processo: em vez de ficar contaminado, tornou a outra pessoa sadia. O louco nu não contaminou Jesus; foi curado. A pobre mulher com o fluxo de sangue não envergonhou Jesus nem o tornou impuro; ela se afastou sadia. A menina morta de doze anos de idade não contaminou Jesus; foi ressuscitada. Vejo no método de Jesus um cumprimento, e não uma abolição das leis do Antigo Testamento. Deus tinha "santificado" a criação separando o sagrado do profano, o puro do impuro. Jesus não cancelou o princípio santificador; antes, mudou sua fonte. Nós mesmos podemos ser agentes da santidade de Deus, pois Ele habita em nós. No meio de um mundo impuro podemos passear, como Jesus, buscando meios de ser uma fonte de santidade. Os doentes e os aleijados para nós não são avisos vermelhos de contaminação, mas receptores em potencial da misericórdia divina. Somos chamados para estender essa misericórdia, para ser transmissores da graça, e não para evitar o contágio. Assim como Jesus, podemos ajudar o "impuro" a se tornar limpo! Levou algum tempo para a igreja ajustar-se a essa mudança dramática; Pedro precisou da visão no terraço. Semelhantemente, a igreja precisou de um incentivo sobrenatural para levar o evangelho aos gentios. O Espírito Santo estava contente em atuar, enviando Filipe primeiro a Samaria e depois levando-o para a estrada no deserto onde encontrou um estrangeiro, um homem negro, alguém que era considerado impuro segundo as regras do Antigo Testamento (como eunuco, ele tinha os testículos danificados). Pouco tempo depois, Filipe batizou o primeiro missionário para a África. O apóstolo Paulo — inicialmente uma das criaturas mais resistentes à mudança, um "fariseu dos fariseus" que diariamente agradecia a Deus por não ser gentio, escravo, nem mulher — acabou escrevendo estas palavras revolucionárias: "Desta forma não há 12 judeu nem grego, não há servo nem livre, não há macho nem fêmea, pois todos vós sois um em Cristo Jesus". A morte de Jesus, ele disse, derrubou as barreiras do templo, desmantelou os muros divisórios da hostilidade que haviam separado as categorias de pessoas. A graça encontrou um caminho.

Philip Yancey - Maravilhosa Graça

A graça desfaz Hierarquias.

Degrau por degrau, Jesus desmantelou a escada da hierarquia que marcava a aproximação de Deus. Convidou pessoas defeituosas, pecadores, estrangeiros e gentios — os impuros! — para a mesa do banquete divino.

Philip Yancey - Maravilhosa Graça

A graça me livra de mim

A não-graça, às vezes revida, levando-me a crer que o meu agora iluminado ego é moralmente superior aos caipiras e racistas que ainda não viram a luz. Mas eu conheço a verdade, que "Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores".2 Sei que enfrentei face a face o amor de Deus no meu estado pior, não melhor, e que a maravilhosa graça salvou um miserável como eu.

Philip Yancey - Maravilhosa graça

Somos esquisitos mas Deus nos ama mesmo assim

A aproximação de Jesus das pessoas "impuras" consternava seus compatriotas e, finalmente, ajudou a crucificá-lo. Em essência, Jesus cancelou o grande princípio do Antigo Testamento "Esquisitices, não", substituindo-o por uma nova regra da graça: "Todos nós somos esquisitos, mas Deus nos ama mesmo assim".

Philip Yancey - Maravilhosa graça