quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Um homem, Um profeta, O filho de Deus - Conhecendo em prosseguindo em conhecer a Cristo

A cura do cego de nascença
E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença.
E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?
João 9:1,2

Cristo já havia realizado dois milagres tidos como messiânicos, o primeiro deles era a restauração de um leproso, fato que até então não havia acontecido sob vigência da lei mosaica. Posteriormente há uma libertação de um homem possesso por um espírito que lhe tornava cego e mudo. Ou seja: Incomunicável. Por ser um tipo de demônio que não permitia comunicação, era impossível sob a ótica judaica expulsar um demônio dessa natureza.

Cristo já demonstrara sinais quanto a sua missão messiânica, sua ascendência divina e realizado obras consideradas impossíveis a homens comuns, agora já estava sob constante observação por parte dos fariseus e do sinédrio judaico. Todos querem testificar se de fato ele é o messias. Rapidamente todos chegam a conclusão que ele era o que havia de vir, porém era um impasse admitir tais coisas, pois, Cristo fez uma releitura da lei, das tradições e se assentou com pessoas consideradas impuras na visão da elite religiosa da época. Esses fatos geraram uma grande perseguição, pois, Cristo era o cumprimento da profecia, mas de maneira diferente do que esperavam que fosse. Sem se aliar a segmento religioso nenhum ele provoca uma revolução e todos os líderes veem suas posições em jogo.
O próximo acontecimento instigou ainda mais a perseguição por parte das lideranças, Cristo realiza um milagre inédito e posteriormente faz um sermão de extrema confrontação.
Jesus junto de seus discípulos passam por um homem que era cego de nascença.
É provável que esse cego fosse conhecido de todos, além disso o texto informa que ele mendigava. João 9.8
Sua situação era visível, os cegos naquele tempo recebiam uma “licença” do governo para mendigar, foi simbolizada em outra passagem pela capa que de imediato Bartimeu lançou ao chão ao ser curado. Marcos 10.50

E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?
João 9:2


O fato mais interessante está na pergunta posterior, há um homem com necessidade de afago e ajuda por parte de seus conterrâneos ou de pessoas que por ele passavam, mas ao invés de se concentrar na necessidade do cego os discípulos se veem presos a questões teólogo-filosóficas: “Quem pecou, o cego ou seus pais?” De quem é a culpa, por certo de Deus não era, na visão deles, tudo tratava-se de justiça retributiva. Você erra e paga, você não faz o que deve fazer é punido. Então apegaram-se a palavra de Deus que diz que o Senhor visita as iniquidades até de gerações posteriores.


Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.
Êxodo 20:4,5

E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.
Êxodo 20:6


O texto fala muito mais de misericórdia do que de juízo, se por um lado Deus permite que pecados de pais afetem filhos por até quatro gerações, a misericórdia se estende a milhares.
A pergunta dos discípulos vinha da crença falsa de que as dores do presente são fruto dos atos passados de outras pessoas em relação a nós. Em especial os pais.
O filho paga pelo que o pai fez, ou os próprios pais pagam, tudo depende de Deus. Tal afirmação é absurda. Somos tratados como indivíduos diante de Deus.
Ainda há a hipótese de que o próprio cego tenha pecado para nascer assim, mas como? Ainda bebê? 

Chegam ao absurdo de imaginar que o chute de uma criança no ventre de sua mãe fosse motivo para que essa nascesse cega ou ainda de que durante a gestação a natureza má e a boa estão sob constante conflito, quando a natureza má prevalece a criança nasce com defeito, a saber: Doenças, cegueira, paralisias, etc.

A pergunta é feita no sentido de identificar culpados, procurar bodes expiatórios para lhes atribuir culpa por acontecimentos aleatórios, sempre a culpa é de alguém. Obviamente tudo isso não passava de falácias e especulações. Cristo agora irá se posicionar.

Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus.
João 9:3


Como é interessante o fato de que Jesus não tenta dizer quais as origens de tal mal, não é interessante procurar quais os motivos mas sim procurar soluções.
A ineficácia dos discípulos se deu por procurar explicar coisas que iam além de sua alçada sem fornecer ajuda. Não é de discussão que necessitamos hoje, não é problematizar o simples. Precisamos de soluções, não de mais argumentos, o mundo clama por esperança, sobre razões para caminhar. Então Cristo traz a resposta, tudo, absolutamente tudo isso aconteceu para que na vida do cego se manifestem as obras de Deus.

É como o agricultor que poda a videira em João 15. Se as videiras se comunicassem por certo falariam que processo é dolorido e desnecessário, mas é por ter um plano futuro melhor do que o atual que o agricultor continua a cortar tanto quanto for necessário. As videiras se perguntariam quais as razões para esse galho ao lado estar sendo cortado, a videira diria, para que dê mais frutos, para que cresça, para que seu último estado seja melhor do que o primeiro.
Quais as razões para o sofrimento?
“Deus sussurra por meio do prazer, fala em nossa consciência e grita por meio do sofrimento, o sofrimento é o megafone de Deus para demonstrar seu tão grande amor”.
CS Lewis.
Quais as razões pelas quais passamos tantos percalços, é para que em nossas vidas se manifestem as obras de Deus. Somente vidas regadas de sofrimento tendem a ser mais gratas, por não ter sofrido há homens ingratos, enjoados, difíceis de lidar, mas somente quem sabe de onde veio e o quanto cada pessoa sofre e luta para conquistar algo sabe o quanto Deus lhe ajudou até então, o sofrimento elimina o orgulho e a jactância. O sofrimento nos faz entender que há um Deus que traçou nossa história e que do menor ao maior acontecimento, tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus. Estamos em construção. Nossa vida deve ser a manifestação das obras de Deus, por mais dolorido que seja ser o canal para que isso aconteça.


As palavras seguintes são uma demonstração do que era o ministério de Jesus:
Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar.
João 9:4


O bem que deve ser feito é urgente, o amor que devemos prestar é para agora. Pois o que o texto diz é que o dia representa a vida, a noite vem e com ela a impossibilidade de se fazer o que é necessário fazer. Estamos vivendo na era dos amores póstumos, enquanto ainda em vida nada é feito, mas após a morte textos são escritos, declarações que em vida nunca foram feitas e palavras que alegrariam os dias daquele que se foi são ditas apenas após o óbito.
Lembro-me das palavras de pregador Luo:
“Deem flores enquanto possam aprecia-las porque depois elas só servirão para cobrir sepulturas”
O amor que se dá não é resultado da perda, mas é por demonstrar a quem temos agora o quanto são importantes, amor sem expressão é vazio, amor sem prática é falácia, em alguns casos sequer há uma fala. Dias se passam, oportunidades se perdem, a noite chega e quando se damos conta os bons momentos da vida se passaram sem que fossem de fato aproveitados.
Mortes contemporâneas geraram grande comoção, mas ainda em vida essas pessoas não eram tão valorizadas, os exemplos?
Michael Jackson, Amy Whine House, Cristiano Araujo e inúmeros outros. Exemplos de perto e de longe. O tempo de fazer o nosso melhor é hoje, é agora! Enquanto é dia. Quando a noite chegar nos lamentaremos, pela perda. Não por ter chegado a duríssima conclusão de que poderíamos ter feito mais.


Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.
João 9:5
Cristo se apresenta como a esperança do presente, a vida no presente, em Cristo podemos fazer as obras. Em Cristo podemos ser eficazes, em Cristo há possibilidade de amar sem interesses, em Cristo nosso caráter se assemelha ao dele de forma que nosso melhor é feito por tudo e por todos. Enquanto a porta da graça que é Cristo está aberta, podemos entrar, podemos ser melhores do que temos sido até agora. Cristo se apresenta como a possiblidade de fazer tudo o que não foi feito até agora, ele é o novo amanhecer em vidas de trevas, um novo tempo para aqueles que já não podiam trabalhar, o novo significado para quem já perdeu o sentido de viver. Cristo é a porta pela qual podemos entrar e fazer tudo o que não foi feito até então. Cristo é a luz disponível para nos fazer caminhar.


Tendo dito isto, cuspiu na terra, e com a saliva fez lodo, e untou com o lodo os olhos do cego.
E disse-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que significa o Enviado). Foi, pois, e lavou-se, e voltou vendo.
João 9:6,7


Cristo posteriormente cospe no chão, faz lodo nos olhos do cego e lhe envia ao tanque de Siloé.
Há pelos menos duas aplicações quanto a isso. A matéria usada para criação do homem no início foi o barro. Do interior de Deus foi soprado o espírito que nos deu vida. De igual modo agora Jesus usa o barro e ao usar o barro de seu interior joga saliva. Na mistura do interior de Cristo com o barro há uma personificação da encarnação de Cristo. Tal fato é reforçado com o significado do tanque “Siloé” (O Enviado). Cristo é o enviado de Deus em carne para restaurar a cegueira da humanidade.
O outro significado mais simples trata-se do incômodo causado, por certo muitos de nós teríamos ido até um tanque com urgência, não exitaríamos em obedecer para aliviar tão incômodo. Assim são as confrontações que Cristo e no tempo presente o Espírito Santo nos faz. Elas exigem mudanças e na exigência de tais mudanças há incômodo de forma que enquanto não resolvemos a nossa vida e nos adequamos a confrontação é impossível se aquietar. 

É a mesma sensação do peregrino logo no início do livro de John Bunyan:
“Neste estado voltou para sua casa, diligenciando reprimir-se o mais possível, a fim de que sua mulher e seus filhos não percebessem sua aflição. Como, porém, o seu mal recrudescesse, não pôde por mais tempo dissimulá-lo, e, abrindo-se com os seus, disse por esta forma: “Querida esposa, filhos do coração, não posso resistir por mais tempo ao peso deste fardo que me esmaga. Sei com certeza que a cidade em que habitamos vai ser consumida pelo fogo do céu, e todos pereceremos em tão horrível catástrofe se não encontrarmos um meio de escapar. O meu temor aumenta com a idéia de que não encontre esse meio.” Ao ouvir estas palavras, grande foi o susto que se apoderou daquela família, não porque julgasse que o vaticínio viesse a realizar-se, mas por se persuadir de que o seu chefe não tinha em pleno vigor as suas faculdades mentais. E, como a noite se avizinhava, fizeram todos com que ele fosse para a cama, na esperança de que o sono e o repouso lhe sossegariam o cérebro. As pálpebras, no entanto, não se lhe cerraram durante toda a noite, que passou em lágrimas e suspiros. Pela manhã, quando lhe perguntaram se estava melhor, respondeu negativamente, e que a moléstia cada vez mais o afligia. Continuou a lastimarse, e a família, em lugar de se compadecer de tanto sofrimento, tratava-o com aspereza. Esperava, sem dúvida, alcançar por este modo o que a doçura não pudera conseguir até ali: algumas vezes zombavam dele; outras repreendiam-no e quase sempre o desprezavam. Só lhe restava o recurso de se fechar no seu quarto para orar e chorar a sua desgraça, ou o de sair para o campo, procurando na oração e na leitura lenitivo a tão indescritível dor. Certo dia, em que ele andava passeando pelos campos, notei que se achava muito abatido de espírito, lendo, como de costume, e ouvindo-o exclamar novamente: “Que hei de fazer para ser salvo?” O seu olhar desvairado volvia-se para um e outro lado, como em busca de um caminho para fugir; mas, não o encontrando de pronto, permanecia imóvel, sem saber para onde se dirigir. Vi, então, aproximar-se dele um homem chamado Evangelista (Atos 16:30-31; Jó 33:23) que lhe dirigiu a palavra, travando-se entre ambos o seguinte diálogo: Evangelista -- Por que choras? Cristão -- (Assim se chamava ele). -- Porque este livro me diz que eu estou condenado à morte, e que depois de morrer, serei julgado (Heb. 9:27), e eu não quero morrer (Jó 16:21-22), nem estou preparado para comparecer em juízo! (Ezequiel. 22:14). Evangelista -- E por que não queres morrer, se a tua vida é cheia de tantos males? Cristão – Porque temo que este pesado fardo que tenho sobre os ombros, me faça enterrar ainda mais do que o sepulcro, e eu venha a cair em Tofete (Isaías 30:33). E, se não estou disposto a ir para este tremendo cárcere, muito menos para comparecer em juízo ou para esse suplício. Eis a razão do meu pranto. Evangelista – Então, por que esperas, agora que chegaste a esse estado? Cristão – Nem sei para onde me dirigir. Evangelista – Toma e lê. (E apresentou-lhe um pergaminho no qual estavam escritas estas palavras: “Fugi da ira vindoura”). (Mateus. 3:7). Cristão – (Depois de ter lido). E para onde hei de fugir? Evangelista – (Indicando-lhe um campo muito vasto). Vês aquela porta estreita? (Mateus. 7:13-14). Cristão – Não vejo. Evangelista – Não avistas além brilhar uma luz? (Salmo 119:105; II Pedro 1:19). Cristão – Parece-me avistá-la. Evangelista – Pois não a percas de vista; vai direito a ela, e encontrarás uma porta; bate, e lá te dirão o que hás de fazer. ”

O incômodo de Cristão é o mesmo que o nosso quando confrontado com as verdades até que o evangelista nos encontra e fornece uma nova luz. Um novo caminho.

E é no caminhar que vamos descobrindo o quão difícil é a jornada, mas a luz ao fim do horizonte nos motivará a continuar a caminhada:
Eu dou um passo, ela dá dois passos.
Eu dou dois passos, ela dá quatro passos.
Eu dou quatro passos, ela dá oito passos.
Para isso serve a utopia, para eu seguir caminhando.
Autor: Eduardo Galeano

Diante de nós há o incômodo do presente, mas se em obediência prosseguirmos para o alvo será possível ao chegar no destino perceber que a grandiosidade dos resultados compensou todos os esforços do presente.
A ida ao tanque exigia um grande esforço do cego, por não ver o caminho, por ser a época da festa dos tabernáculos e as ruas estarem cheias, por ter um tanque em que havia por certo uma tremenda concorrência na aproximação e uso. 
Mas o apego as promessas nos motivam a continuar dando dois, quatro, oito passos em direção de nosso real objetivo.
Os métodos podem parecer abstratos, mas há um Deus que confunde a sabedoria humana.
A partir de agora há uma sucessão de interrogações por parte daqueles que estavam ao redor do ex-cego.
Gradativamente percebemos a evolução de suas convicções sobre Jesus.

Em primeiro lugar – Um homem.


Então os vizinhos, e aqueles que dantes tinham visto que era cego, diziam: Não é este aquele que estava assentado e mendigava?
Uns diziam: É este. E outros: Parece-se com ele. Ele dizia: Sou eu.
Diziam-lhe, pois: Como se te abriram os olhos?
Ele respondeu, e disse: O homem, chamado Jesus, fez lodo, e untou-me os olhos, e disse-me: Vai ao tanque de Siloé, e lava-te. Então fui, e lavei-me, e vi.
Disseram-lhe, pois: Onde está ele? Respondeu: Não sei.
João 9:8-12


Havia uma crença antiga entre os judeus que quando o Messias viesse seria capaz de com sua saliva e a orla de seus vestidos curar, eis aí a confirmação. Ao dizer tais palavras o cego talvez não tivesse ideia da grande desse testemunho e tudo o que ele representava.
Ser um cego de nascença era um problema para toda a vida, porém ele era o primeiro cego de nascença curado, não tratava de uma restauração, mas sim de uma reversão completa para um estado que nunca antes ele viveu; por isso vem as perguntas:
“não é este que estava mendigando”? Alguns duvidavam de uma possível substituição tamanha era a importância desse fato e a novidade que foi para todos. Porém ele reafirmava: Sou eu!
A pergunta seguinte é: “Como isso aconteceu?” e daí vem a primeira compreensão do cego sobre Jesus. Um homem. Um homem que fez algo incomum. Cristo é chamado muitas outras vezes de um homem, principalmente por aqueles que conhecem pouco sobre ele.
Para muitos Cristo é apenas um rapaz admirável, um homem fantástico, mas a medida em que lhe conhecemos nossas compreensões sobre Cristo tendem a ir aumentando gradativamente.


Levaram, pois, aos fariseus o que dantes era cego.
E era sábado quando Jesus fez o lodo e lhe abriu os olhos.
Tornaram, pois, também os fariseus a perguntar-lhe como vira, e ele lhes disse: Pôs-me lodo sobre os olhos, lavei-me, e vejo.
Então alguns dos fariseus diziam: Este homem não é de Deus, pois não guarda o sábado. Diziam outros: Como pode um homem pecador fazer tais sinais? E havia dissensão entre eles.
Tornaram, pois, a dizer ao cego: Tu, que dizes daquele que te abriu os olhos? E ele respondeu: Que é profeta.
Os judeus, porém, não creram que ele tivesse sido cego, e que agora visse, enquanto não chamaram os pais do que agora via.
E perguntaram-lhes, dizendo: É este o vosso filho, que vós dizeis ter nascido cego? Como, pois, vê agora?
Seus pais lhes responderam, e disseram: Sabemos que este é o nosso filho, e que nasceu cego;
Mas como agora vê, não sabemos; ou quem lhe tenha aberto os olhos, não sabemos. Tem idade, perguntai-lho a ele mesmo; e ele falará por si mesmo.
Seus pais disseram isto, porque temiam os judeus. Porquanto já os judeus tinham resolvido que, se alguém confessasse ser ele o Cristo, fosse expulso da sinagoga.
Por isso é que seus pais disseram: Tem idade, perguntai-lho a ele mesmo.
João 9:13-23

Ao ver tão grande testemunho, as pessoas que estavam próximas ao cego logo chamam os fariseus e lhes declaram o ocorrido. De imediato eles vão até o homem restaurado e lhe perguntam como isso aconteceu.
Ao falar como aconteceu, declarando que Cristo cuspiu no chão, fez lodo e passou nos olhos, os olhares dos fariseus deixam de estar voltados ao milagre, passando a se atentar aos métodos. Por se atentar aos métodos percebem aparentes violações quanto ao sábado.
Cuspir no chão, criar lodo e untar os olhos eram três transgressões subsequentes ao mandamento do sábado e por se atentar a isso e também por dar ouvidos a inveja dizem que Cristo não é o Senhor porque transgrediu a lei.

Segundo - Um profeta 

O relato do homem é tão contundente que há dissenção entre os próprios fariseus, uns reconhecem e se questionam como isso seria possível se não fosse mediante o poder de Deus? Outros preferem manter o status e brigar para desmascarar possíveis tramas de Jesus, estão coando os mosquitos e engolindo os camelos, não entram no caminho e não permitem outros entrarem. Então há uma segunda pergunta: O que você diz sobre Jesus? “Ele é um profeta”.

Já há uma ligeira evolução nos conceitos do homem sobre Jesus. Agora para o rapaz ele é um profeta, alguém que tem a palavra de Deus, tem poder de fazer sinais maravilhosos, tem condições de dizer palavras a cerca do futuro e além disso alguém que tem sobre si o Espírito de Deus.
Vamos notar que gradativamente a compreensão do rapaz sobre Jesus vai crescendo.
Os Judeus agora querem a todo custo invalidar todo o milagre e para isso estão dispostos a recorrer aos pais, mesmo sabendo que era inválido, visto que o rapaz era maior.
Os pais temiam os fariseus e a possível exclusão da sinagoga. Por isso apenas afirmam a paternidade e a cegueira, mas mesmo sabendo de tudo aconteceu eles se recusam a falar e transferem a responsabilidade ao filho. “Ele já tem idade”. Eles se apegaram mais ao que tinham e a segurança da religião, do que correr riscos por Jesus.


Chamaram, pois, pela segunda vez o homem que tinha sido cego, e disseram-lhe: Dá glória a Deus; nós sabemos que esse homem é pecador.
Respondeu ele pois, e disse: Se é pecador, não sei; uma coisa sei, é que, havendo eu sido cego, agora vejo.
João 9:24,25


Há uma segunda série de questionamentos, que já se torna maçante, cansativa. As respostas passam a ser mais diretas por parte do rapaz curado.
Quando lhe pedem que declarem que Jesus é pecador o homem traz uma resposta fantástica:
Se era pecador não sei, o que sei é agora vejo. Não importa para os religiosos a alegria dos outros, importa que sejam iguais, que pensem de forma parecida.
Ao cego pouco importa os métodos contato que seu problema foi resolvido. Não é necessário nexo, não é necessárias maiores explicações. Simplesmente está resolvido. Éramos cegos agora vemos, o perdido encontrou perdão.
O que importa é que ele me achou!


E tornaram a dizer-lhe: Que te fez ele? Como te abriu os olhos?
Respondeu-lhes: Já vo-lo disse, e não ouvistes; para que o quereis tornar a ouvir? Quereis vós porventura fazer-vos também seus discípulos?
João 9:26,27


Estavam a todo custo querendo lhe acusar de blasfêmia. Lhe perguntam novamente o método, agora o ex-cego passa a ser um evangelista.


Então o injuriaram, e disseram: Discípulo dele sejas tu; nós, porém, somos discípulos de Moisés.
Nós bem sabemos que Deus falou a Moisés, mas este não sabemos de onde é.
O homem respondeu, e disse-lhes: Nisto, pois, está a maravilha, que vós não saibais de onde ele é, e contudo me abrisse os olhos.
Ora, nós sabemos que Deus não ouve a pecadores; mas, se alguém é temente a Deus, e faz a sua vontade, a esse ouve.
Desde o princípio do mundo nunca se ouviu que alguém abrisse os olhos a um cego de nascença.
Se este não fosse de Deus, nada poderia fazer.
Responderam eles, e disseram-lhe: Tu és nascido todo em pecados, e nos ensinas a nós? E expulsaram-no.
João 9:28-34


O homem é então expulso da sinagoga, Ele abriu mão da estabilidade diferentemente dos pais que optaram por um caminho mais fácil.
Ele fez como Orlando Boyer.
Como a parábola do tesouro escondido.
Optou pela dor de ser expulso da sinagoga, perdeu o mundo e ganhou a Cristo.

Terceiro - O filho de Deus

Jesus ouviu que o tinham expulsado e, encontrando-o, disse-lhe: Crês tu no Filho de Deus?
Ele respondeu, e disse: Quem é ele, Senhor, para que nele creia?
E Jesus lhe disse: Tu já o tens visto, e é aquele que fala contigo.
Ele disse: Creio, Senhor. E o adorou.
João 9:35-38


Finalmente há o encontro final com Cristo. A compreensão final foi de que Cristo era o filho de Deus, momentos diferentes fizeram a fé desse rapaz crescer, ele passa a ser um instrumento para que a fé de outros fosse estimulada e não só isso, um cego consegue ver quem é Cristo enquanto os que se consideravam maiorais são confundidos.
A cegueira ainda hoje ocorre, mas essas palavras são incômodos constantes para que nos desloquemos ao enviado e resolvamos de vez o problema de nossa cegueira.


Porque, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados.
Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes;
E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são;
Para que nenhuma carne se glorie perante ele.
1 Coríntios 1:26-29



Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!
Por que quem compreendeu a mente do Senhor? ou quem foi seu conselheiro?
Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado?
Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.
Romanos 11:33-36

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