quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

O filho mais velho e a crise dos cabritos

E trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos, e alegremo-nos;



Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos;



O filho mais velho era conforme a lei, herdeiro da maior parte do que o pai possuía, era também um sucessor após sua morte, logo herdaria tudo que o pai tem. 
Os textos acima demonstram o momento que o pródigo voltou,  é feita uma festa, um anel é colocado em sua mão e um bezerro cevado é morto. O bezerro cevado era preparado para momentos especiais, seria equivalente aos animais preparados para as grandes festas em fazendas e cidades interioranas. 
Nesse período de ausência do pródigo, o irmão mais velho permaneceu em casa, tinha direito a tudo, porém ele implica em extremo com o fato de que o pai matou o bezerro cevado ao irmão mais novo, mas nunca lhe deu um cabrito.
O que o irmão mais velho desconsiderou é que as posses do pai também eram suas, ele não levou em conta que se atentar ao cabrito que ele não ganhou, lhe privou de aproveitar das muitas cabeças de gado disponíveis em sua fazenda.
Ainda hoje o filho mais velho vive nas igrejas. Almejamos cabritos tendo fazendas, deixamos de participar das festas para lamentar o cabrito que não recebemos. O que seria esse cabrito? O trivial que nos impede de ver o crucial, as coisas fúteis que nos privam de ver o essencial, sendo ainda mais prático, o cabrito da igreja contemporânea é a "bênção", a "vitória", o "carro", a "Casa", O "deus falar comigo", e por aí vai. A lista é enorme.
Lamento muito por pensar que o que desconsideramos é muito maior e mais importante do que aquilo que almejamos, lamento pensar que estamos dispostos a abandonar a Deus por coisas fúteis, ou servir por um cabrito. 

Precisamos urgentemente deixar de cultuar as bênçãos (Nossos cabritos), para voltar a se relacionar com Deus como pai. precisamos deixar esse cristianismo platônico e frustrado que sempre quer mais, que vive com suas duas filhas "Dá e dá". Um Cristianismo que transforma o cabrito no fim, desconsiderando a grandiosidade da salvação. Que transforma a prosperidade e do dinheiro em deus, sendo que há um pai disposto a nos amar.

Que Deus nos guarde de amar mais cabritos do que irmãos, que Deus nos guarde de desconsiderar o que já temos por "cabritos" diante de nós.
Essa é minha oração.

Amém,

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