Isaías 41 – Promessas de Deus contra o medo
“Os aflitos e necessitados buscam águas, e não
há, e a sua língua se seca de sede; eu o Senhor os ouvirei, eu, o Deus de
Israel não os desampararei.
Abrirei rios em lugares altos, e fontes no meio
dos vales; tornarei o deserto em lagos de águas, e a terra seca em mananciais
de água.
Plantarei no deserto o cedro, a acácia, e a
murta, e a oliveira; porei no ermo juntamente a faia, o pinheiro e o álamo.
Para que todos vejam, e saibam, e considerem, e
juntamente entendam que a mão do Senhor fez isto, e o Santo de Israel o criou.
Isaías 41:17-20”
O profeta Isaías
Isaías era um profeta nobre, um profeta que tinha livre
trânsito entre os homens de mais alta classe em Judá.
Por ser parte da nobreza, ele foi o único rei que transitou
livremente entre os reis de todo o seu ministério profético e que também teve
um tempo de duração no ministério mais extenso, cobrindo 4 reis.
Era um homem inteligente, hábil com as palavras, que
conseguia lidar com as questões mais simples do dia a dia, bem como as
profecias mais complexas, Isaías faz uma sinfonia entre a limitação humana e a
onipotência de Deus.
Isaías era um homem com uma família bem relacionada segundo
Eugene Peterson, ele poderia seguir uma vida extremamente tranquila como um
dono de terras, ou um político, ou até um membro da corte.
Isaías
foi o profeta que teve mais espaço no Cânon sagrado, de modo que seu livro é
chamado de mini bíblia, por conter 66 capítulos, é também chamado de o profeta
messiânico, por ter em seu livro algumas das profecias mais específicas sobre
como seria o Messias quando este viesse.
O
ministério de Isaías durou 50 anos, tendo sido morto por um rei chamado
Manassés, segundo a tradição sendo serrado ao meio.
Fontes extra-bíblicas apontam que Isaías tinha um
parentesco com Uzias, este era o primeiro rei que cobria o seu período
profético.
Quem era Uzias?
Foi
rei em Judá, este era filho de Amazias. Amazias foi rei durante mais de trinta
anos, porém foi morto por seu próprio povo em Jerusalém.
Com
16 anos de Idade, Uzias seu filho assumiu o reino de Judá.
Sua
biografia inicia-se falando de seu relacionamento com Deus, que foi bom em
linhas gerais, ele também contava com a consultoria de um profeta chamado
Zacarias, mas sua principal marca foi seu poder bélico.
O
poder de Uzias
Os
filisteus eram uma contínua pedra no sapato dos Israelitas, porém no tempo de
seu reinado ele destruiu os muros de Gate que era a cidade forte da nação,
também destruiu os muros de Jabne e de Asdode, construindo entre os filisteus
fortalezas para Israel (Espécies de embaixadas), ganhar dos Filisteus foi algo
rotineiro para Davi, para Samuel e Sansão, mas derrubar os muros, instalar
bases em território inimigo foi um ato para além de tudo o que havia sido feito
até então.
Ele
teve conquistas contra outros povos, edificou torres de vigia e de ataque tanto
nos altos como nos desertos, tinha também muito gado, aparelhou nos altos as
torres com escudos e confiou sobre elas exércitos de flecheiros destros,
canhotos e belicosos, os números de seu exército excediam os trezentos mil.
Aparelhava a todos com escudos, lanças, capacetes, couraças e arcos e fundas
para atingir a longa distância os inimigos.
Inventou obras de engenharia de guerra como lançadores de dardos, catapultas e
o foi o primeiro a utilizar essas ferramentas.
O
significado de seu nome era “O Senhor é a minha força” este pode ter sido o
lema do exército em suas batalhas e Uzias passou a ser o rei mais poderoso em
guerras em seu tempo.
Com o
tempo Uzias deixou o real significado de seu nome e se fortificou, passou a
crer que tudo estava baseado em sua própria força.
Numa
ocasião ele quis independência dos sacerdotes, assentou em seu coração a
oferecer sacrifícios que só competiam aos sacerdotes, se propôs a trazer oferta
ao altar e sendo severamente alertado insistiu, até que a lepra lhe saiu na
testa.
Desde
então sabendo que um rei leproso seria deposto, ele saiu de cena, deixou o
reinado e seu filho Jotão o assumiu em seu lugar, não se sabe ao certo por
quantos anos ele esteve leproso, o fato é que neste ano de sua morte ele estava
nesta condição.
O
Grande vencedor, o grande guerreiro, o grande líder estava leproso e
impossibilitado de liderar.
A
vocação de Isaías
Neste
ano em que a grande liderança de Judá está acometida de lepra e uma nova
transição de poder está prestes a ocorrer, num curto espaço de tempo a nação
Israelita sofre duas mudanças de governo inesperadas, uma pela morte de seu
rei, outra pela lepra.
Neste
interim Isaías entra no templo, Jotão iniciando seu reino, Uzias leproso, crise
nos governos, incertezas gerais, insegurança iminente, juízo de Deus sobre a
nação, Isaías vai ao templo e tem a sua vocação.
Foi no
ano que Uzias morreu, que ele viu o Senhor assentado num alto e sublime e
trono.
Isaías tinha aproximadamente 18 anos quando adentrou ao
templo, assim como todo Jerusalém, havia um sentimento muito grande de
insegurança e tristeza em seus dias com a morte de dois reis: Um por rebelião e
outro por lepra causada pelo orgulho.
É neste dia que algumas das convicções de Isaías sobre Deus
ficam mais claras e dois muitos adjetivos aplicáveis ao Senhor, dois se
destacam:
As
duas convicções de Isaías que dividem o livro
1º -
Deus é santo.
A santidade de Deus em Isaías não é um mero conceito que
decorou-se, a santidade de Deus para Isaías foi demonstrada na sua visão do
trono, quando os serafins declaram: Santo, Santo, Santo é o Senhor.
O termo “Santo de Israel” é repetido 43 vezes no livro.
2º -
Deus é a salvação
Este era o significado do nome Isaías, de modo que ele foi
profeta que mais anunciou a salvação na história.
Em seus dias, Isaías teve de carregar essas duas mensagens,
Deus é santo e não permite o pecado, Deus é santo e não divide sua glória, Deus
é santo e não deixará impune os pecados das nações.
Porém por outro lado, Deus é a salvação, Deus é a
esperança, Deus é o Emanuel, o mesmo Deus que pune, é o Deus que perdoa, o
mesmo Deus que abre a ferida é o que fecha, o mesmo que fere e mata, faz viver
e dá vida.
O medo
de Judá
O povo de Israel após a morte de Uzias estava atormentado
pelo medo, estavam contando com seu poder bélico, estavam seguros com seu
grande exército, mas de uma hora para a outra estão sem seu o líder.
O cenário atual é desolador, A Síria se levantou contra o
vizinho de Judá (Israel do norte), a perspectiva é que a princípio só eles
seriam atacados, mas ironicamente, o que antes era comemorado por eles, se
volta contra, quando a nação da Assíria ameaça profundamente Judá.
Eles teriam algumas alternativas: Rogar ajuda ao Egito,
rogar ajuda da própria Assíria e se entregar, entregar-se aos seus deuses, ou
rejeitar qualquer ajuda humana e o medo que os cercavam e confiar em Deus.
O livro de Isaías dessa forma se divide em duas partes, a primeira
fala da santidade de Deus e seu juízo que é decorrente deste atributo, a
segunda fala da grande salvação que este mesmo Deus oferece.
Está diante do povo confiar em homens ou em deuses falsos,
ou rejeitar qualquer ajuda visível para confiar no Deus invisível.
Diante do medo do povo, Deus se levanta como uma grande e
correta alternativa, apresentando a eles firmes promessas.
O medo
como inimigo do crente
O medo é um sentimento que advém da insegurança, da falta
de certeza, do fato de não termos garantias.
· O medo
está diretamente relacionado a grande parte das nossas ansiedades e a bíblia
fala de muitas vezes que as pessoas tiveram medos:
O medo nos faz se apequenar – Números 13 e 14
· O medo
nos cega – Agar e Ismael
· O medo
nos limita – Parábola dos talentos
· O medo
nos faz fazer o que não deveríamos – Abraão e Sara no Egito
· O medo
nos põe no grupo dos covardes – Gideão e os 22.000
· O pode
ser associado a falta de fé – Jesus e os discípulos na primeira tempestade
O medo é definido por Neil Barreto como a “Fé na derrota”,
o medo é crer com todas as forças que as coisas não darão certo.
O medo estava tomando conta de Judá, por várias razões:
· Eles
viram a destruição do reino do norte, seus vizinhos e o avanço contra eles.
· Eles
viram as ameaças da Assíria que era implacável
· Eles
não poderiam contar com o Egito, pois, eram extremamente traiçoeiros
· Eles
já não tinham o mesmo exército e uma liderança forte
· Deus
estava punindo as nações ao redor de Judá com severidade
· Deus
estava prometendo punir todos os pecados de Judá então eles tinham medo a essa
altura até de Deus.
John Piper no livro graça futura, diz que o
medo é diretamente associado a nossa falta de fé.
O medo faz com que o parabrisas da nossa vida
fique embaçado, manchado, cheio de lama.
O medo é um instrumento do mal que quando potencializado
nos faz pensar o mal sobre a vida, sobre Deus, sobre tudo o mais.
“Suponha que você está em uma corrida de carros
e seu inimigo, não quer que você termine a corrida, lance lama nos eu
para-brisa. O fato de você perder a visão do alvo temporariamente e começar a
guinar para cá e para lá não significa o abandono da corrida. E certamente não
significa estar na pista de corrida errada. Se assim fosse, o inimigo nem se
incomodaria com você. Isso significa que você deve ligar o limpador de
parabrisa e esguichar a água para lavá-lo.
As promessas de Deus são o limpador do parabrisas, o
espírito Santo é como o esguicho que nos ajuda a dissolver as más impressões
que o medo nos causa.
Deus então fez uso das promessas de salvação para retirar a
lama do medo e movimentar os limpadores com a palavra.
As
promessas de Deus ao seu povo contra o medo
No texto que lemos Deus faz diversas promessas ao seu povo
para que eles sintam segurança mesmo em meio ao medo:
1º - Quem governa tudo ainda é Deus – Isaías 41.1-4
Deus fala às nações primeiro. Eles estão espantados com
tudo que está acontecendo e pensam que as nações que prevalecem tem uma força
independente.
· Deus
diz que começou e terminou todo o plano.
· Deus
continua assentado num alto e sublime trono.
· Deus
continua governando tudo.
ainda
há um Deus num alto e sublime trono, governando tudo, há crises financeiras
aqui, usurpações de poder, porém no céu há um rei eterno:
“E
reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.
Lucas
1:33”
“O teu
trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; o cetro do teu reino é um cetro de
eqüidade.
Salmos
45:6”
“O
Senhor tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo.
Salmos
103:19”
“Assim
diz o SENHOR: O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés; que casa
me edificaríeis vós? E qual seria o lugar do meu descanso?
Isaías
66:1”
Apocalipse
4 fornece uma descrição excelente sobre o trono de Deus, João é levado por Deus
até lá.
A
descrição diz resumidamente:
Há um
trono de Deus nos céus, a semelhança de Deus sobre o trono tem esses detalhes:
Ele se assemelha a pedras de Jaspe e Sardon.
Há um arco celeste ao redor do trono e
este se assemelha a esmeralda.
Há
outros vinte e quatro tronos ao redor do trono de Deus, sobre os tronos estavam
vinte a quatro anciãos de branco com coroas de ouro nas cabeças.
Do trono de Deus saem raios, relâmpagos e trovões, vozes e diante dele há sete
lâmpadas de fogo que são os sete espíritos de Deus possivelmente descritos em Isaías 11.
Na
frente do trono há um mar de vidro, com a semelhança do Cristal, no meio e ao
redor do trono há quatro seres viventes.
O
primeiro era semelhante ao leão, o segundo um bezerro, o terceiro um homem e o
quarto uma águia.
Todos tinham seis asas e por dentro e por fora tinham olhos, não descansam nem
de dia e nem de noite dizendo Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, todo poderoso,
que era, e que é, e que há de vir Ap.
4.8
Quando
estes dão glória, os vinte e quatro anciãos retiram suas coroas e depositam nos
pés do cordeiro dizendo: Digno é o senhor.
Toda a descrição do capítulo 4 do Apocalipse nos remete a um trono eterno, majestoso,
há um rei soberano que não tem planos frustrados.
Quando
aqui as flores já fenecem as dos céus começam a brilhar, quando as esperanças
desvanecem, o aflito crente vai orar – Louvor da harpa Cristã
Talvez
nosso problema até o presente momento é que estamos olhando para frente, para
trás, para baixo, para o presente, mas é hora de olhar para o alto, tal como o
famosíssimo Salmo 121. É hora de olhar para o trono e saber que há um Deus
assentado lá, com um cetro de Justiça, com vigência eterna, com rígido
controle, ele é o Senhor.
Já foi dito a cerca de Deus que ele é “o cara”, que ele é “legal” e muitas
outras bobagens, porém cabe-nos relembrar, que ele está pra além de tudo isso,
ele é rei dos reis, senhor dos Senhores, digno, pois, comprou para si povos de
toda a tribo, língua e nação.
2º -
Diante de Deus todos os outros se calam – 5-7
A cruz calou todos eles – Josafá
Salmo 115 – Eles tem boca e não falam olhos e não veem, nós
temos um Deus vivo – AP 1.
Onde estão os tronos dos outros deuses?
3º - Ao nosso lado está um Deus extremamente
maior – 8-10
Não tenham medo! É a palavra de Deus.
Deus dá algumas razões:
· Ele é
conosco
· Ele é
nosso Deus
· Ele
vai nos dar forças
· Ele
vai nos ajudar
· Ele
segurará em nossas mãos
4º - Nós não precisamos confiar em homens 11-13
Deus promete calar os adversários, há um ponto que Jesus
cala todas as vozes que nos fazem temer.
5º - Deus nos dará uma força incomparável –
14-16
6º - Deus usará meios improváveis para abençoar
os seus – 17-18
7º Deus nos faz florescer nos maiores desertos
da vida – Sete árvores diferentes no deserto
Cedro – Força
Acácia – lugar da presença de Deus (sita)
Murta – Beleza (Bom perfume)
Oliveira – Unção
Cipestre – Segurança
Olmeiro – Sustentação
Álamo - História
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