terça-feira, 13 de junho de 2023

A resposta de Deus aos nossos medos - Isaías 41 - Sermão entregue à Ad Brás Santo Eduardo - Culto de ceia

 

Isaías 41 – Promessas de Deus contra o medo

“Os aflitos e necessitados buscam águas, e não há, e a sua língua se seca de sede; eu o Senhor os ouvirei, eu, o Deus de Israel não os desampararei.

Abrirei rios em lugares altos, e fontes no meio dos vales; tornarei o deserto em lagos de águas, e a terra seca em mananciais de água.

Plantarei no deserto o cedro, a acácia, e a murta, e a oliveira; porei no ermo juntamente a faia, o pinheiro e o álamo.

Para que todos vejam, e saibam, e considerem, e juntamente entendam que a mão do Senhor fez isto, e o Santo de Israel o criou.

Isaías 41:17-20

 

O profeta Isaías

Isaías era um profeta nobre, um profeta que tinha livre trânsito entre os homens de mais alta classe em Judá.

Por ser parte da nobreza, ele foi o único rei que transitou livremente entre os reis de todo o seu ministério profético e que também teve um tempo de duração no ministério mais extenso, cobrindo 4 reis.

Era um homem inteligente, hábil com as palavras, que conseguia lidar com as questões mais simples do dia a dia, bem como as profecias mais complexas, Isaías faz uma sinfonia entre a limitação humana e a onipotência de Deus.

Isaías era um homem com uma família bem relacionada segundo Eugene Peterson, ele poderia seguir uma vida extremamente tranquila como um dono de terras, ou um político, ou até um membro da corte.

Isaías foi o profeta que teve mais espaço no Cânon sagrado, de modo que seu livro é chamado de mini bíblia, por conter 66 capítulos, é também chamado de o profeta messiânico, por ter em seu livro algumas das profecias mais específicas sobre como seria o Messias quando este viesse.

O ministério de Isaías durou 50 anos, tendo sido morto por um rei chamado Manassés, segundo a tradição sendo serrado ao meio.

 

Fontes extra-bíblicas apontam que Isaías tinha um parentesco com Uzias, este era o primeiro rei que cobria o seu período profético.

 

Quem era Uzias?

Foi rei em Judá, este era filho de Amazias. Amazias foi rei durante mais de trinta anos, porém foi morto por seu próprio povo em Jerusalém.


Com 16 anos de Idade, Uzias seu filho assumiu o reino de Judá.

Sua biografia inicia-se falando de seu relacionamento com Deus, que foi bom em linhas gerais, ele também contava com a consultoria de um profeta chamado Zacarias, mas sua principal marca foi seu poder bélico.

 

O poder de Uzias

Os filisteus eram uma contínua pedra no sapato dos Israelitas, porém no tempo de seu reinado ele destruiu os muros de Gate que era a cidade forte da nação, também destruiu os muros de Jabne e de Asdode, construindo entre os filisteus fortalezas para Israel (Espécies de embaixadas), ganhar dos Filisteus foi algo rotineiro para Davi, para Samuel e Sansão, mas derrubar os muros, instalar bases em território inimigo foi um ato para além de tudo o que havia sido feito até então.

Ele teve conquistas contra outros povos, edificou torres de vigia e de ataque tanto nos altos como nos desertos, tinha também muito gado, aparelhou nos altos as torres com escudos e confiou sobre elas exércitos de flecheiros destros, canhotos e belicosos, os números de seu exército excediam os trezentos mil.
Aparelhava a todos com escudos, lanças, capacetes, couraças e arcos e fundas para atingir a longa distância os inimigos.
Inventou obras de engenharia de guerra como lançadores de dardos, catapultas e o foi o primeiro a utilizar essas ferramentas.

O significado de seu nome era “O Senhor é a minha força” este pode ter sido o lema do exército em suas batalhas e Uzias passou a ser o rei mais poderoso em guerras em seu tempo.

Com o tempo Uzias deixou o real significado de seu nome e se fortificou, passou a crer que tudo estava baseado em sua própria força.

Numa ocasião ele quis independência dos sacerdotes, assentou em seu coração a oferecer sacrifícios que só competiam aos sacerdotes, se propôs a trazer oferta ao altar e sendo severamente alertado insistiu, até que a lepra lhe saiu na testa.

Desde então sabendo que um rei leproso seria deposto, ele saiu de cena, deixou o reinado e seu filho Jotão o assumiu em seu lugar, não se sabe ao certo por quantos anos ele esteve leproso, o fato é que neste ano de sua morte ele estava nesta condição.

O Grande vencedor, o grande guerreiro, o grande líder estava leproso e impossibilitado de liderar.

 

A vocação de Isaías

Neste ano em que a grande liderança de Judá está acometida de lepra e uma nova transição de poder está prestes a ocorrer, num curto espaço de tempo a nação Israelita sofre duas mudanças de governo inesperadas, uma pela morte de seu rei, outra pela lepra.

Neste interim Isaías entra no templo, Jotão iniciando seu reino, Uzias leproso, crise nos governos, incertezas gerais, insegurança iminente, juízo de Deus sobre a nação, Isaías vai ao templo e tem a sua vocação.

Foi no ano que Uzias morreu, que ele viu o Senhor assentado num alto e sublime e trono.

Isaías tinha aproximadamente 18 anos quando adentrou ao templo, assim como todo Jerusalém, havia um sentimento muito grande de insegurança e tristeza em seus dias com a morte de dois reis: Um por rebelião e outro por lepra causada pelo orgulho.

É neste dia que algumas das convicções de Isaías sobre Deus ficam mais claras e dois muitos adjetivos aplicáveis ao Senhor, dois se destacam:

As duas convicções de Isaías que dividem o livro

 

1º - Deus é santo.

A santidade de Deus em Isaías não é um mero conceito que decorou-se, a santidade de Deus para Isaías foi demonstrada na sua visão do trono, quando os serafins declaram: Santo, Santo, Santo é o Senhor.

O termo “Santo de Israel” é repetido 43 vezes no livro.

 

2º - Deus é a salvação

Este era o significado do nome Isaías, de modo que ele foi profeta que mais anunciou a salvação na história.

Em seus dias, Isaías teve de carregar essas duas mensagens, Deus é santo e não permite o pecado, Deus é santo e não divide sua glória, Deus é santo e não deixará impune os pecados das nações.

Porém por outro lado, Deus é a salvação, Deus é a esperança, Deus é o Emanuel, o mesmo Deus que pune, é o Deus que perdoa, o mesmo Deus que abre a ferida é o que fecha, o mesmo que fere e mata, faz viver e dá vida.

 

O medo de Judá

O povo de Israel após a morte de Uzias estava atormentado pelo medo, estavam contando com seu poder bélico, estavam seguros com seu grande exército, mas de uma hora para a outra estão sem seu o líder.

O cenário atual é desolador, A Síria se levantou contra o vizinho de Judá (Israel do norte), a perspectiva é que a princípio só eles seriam atacados, mas ironicamente, o que antes era comemorado por eles, se volta contra, quando a nação da Assíria ameaça profundamente Judá.



Eles teriam algumas alternativas: Rogar ajuda ao Egito, rogar ajuda da própria Assíria e se entregar, entregar-se aos seus deuses, ou rejeitar qualquer ajuda humana e o medo que os cercavam e confiar em Deus.

 

O livro de Isaías dessa forma se divide em duas partes, a primeira fala da santidade de Deus e seu juízo que é decorrente deste atributo, a segunda fala da grande salvação que este mesmo Deus oferece.

Está diante do povo confiar em homens ou em deuses falsos, ou rejeitar qualquer ajuda visível para confiar no Deus invisível.

 

Diante do medo do povo, Deus se levanta como uma grande e correta alternativa, apresentando a eles firmes promessas.

 

O medo como inimigo do crente

O medo é um sentimento que advém da insegurança, da falta de certeza, do fato de não termos garantias.

·      O medo está diretamente relacionado a grande parte das nossas ansiedades e a bíblia fala de muitas vezes que as pessoas tiveram medos:
O medo nos faz se apequenar – Números 13 e 14

·      O medo nos cega – Agar e Ismael

·      O medo nos limita – Parábola dos talentos

·      O medo nos faz fazer o que não deveríamos – Abraão e Sara no Egito

·      O medo nos põe no grupo dos covardes – Gideão e os 22.000

·      O pode ser associado a falta de fé – Jesus e os discípulos na primeira tempestade

 

 

 

 

O medo é definido por Neil Barreto como a “Fé na derrota”, o medo é crer com todas as forças que as coisas não darão certo.

 

O medo estava tomando conta de Judá, por várias razões:

 

·      Eles viram a destruição do reino do norte, seus vizinhos e o avanço contra eles.

·      Eles viram as ameaças da Assíria que era implacável

·      Eles não poderiam contar com o Egito, pois, eram extremamente traiçoeiros

·      Eles já não tinham o mesmo exército e uma liderança forte

·      Deus estava punindo as nações ao redor de Judá com severidade

·      Deus estava prometendo punir todos os pecados de Judá então eles tinham medo a essa altura até de Deus.

 

John Piper no livro graça futura, diz que o medo é diretamente associado a nossa falta de fé.

O medo faz com que o parabrisas da nossa vida fique embaçado, manchado, cheio de lama.

 

O medo é um instrumento do mal que quando potencializado nos faz pensar o mal sobre a vida, sobre Deus, sobre tudo o mais.

 

“Suponha que você está em uma corrida de carros e seu inimigo, não quer que você termine a corrida, lance lama nos eu para-brisa. O fato de você perder a visão do alvo temporariamente e começar a guinar para cá e para lá não significa o abandono da corrida. E certamente não significa estar na pista de corrida errada. Se assim fosse, o inimigo nem se incomodaria com você. Isso significa que você deve ligar o limpador de parabrisa e esguichar a água para lavá-lo.

 

As promessas de Deus são o limpador do parabrisas, o espírito Santo é como o esguicho que nos ajuda a dissolver as más impressões que o medo nos causa.

 

Deus então fez uso das promessas de salvação para retirar a lama do medo e movimentar os limpadores com a palavra.

 

 

As promessas de Deus ao seu povo contra o medo

 

No texto que lemos Deus faz diversas promessas ao seu povo para que eles sintam segurança mesmo em meio ao medo:

 

1º - Quem governa tudo ainda é Deus – Isaías 41.1-4

Deus fala às nações primeiro. Eles estão espantados com tudo que está acontecendo e pensam que as nações que prevalecem tem uma força independente.

·      Deus diz que começou e terminou todo o plano.

·      Deus continua assentado num alto e sublime trono.

·      Deus continua governando tudo.

ainda há um Deus num alto e sublime trono, governando tudo, há crises financeiras aqui, usurpações de poder, porém no céu há um rei eterno:

“E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.

Lucas 1:33”

“O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; o cetro do teu reino é um cetro de eqüidade.

Salmos 45:6”

“O Senhor tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo.

Salmos 103:19”

“Assim diz o SENHOR: O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés; que casa me edificaríeis vós? E qual seria o lugar do meu descanso?

Isaías 66:1”

Apocalipse 4 fornece uma descrição excelente sobre o trono de Deus, João é levado por Deus até lá.

A descrição diz resumidamente:

Há um trono de Deus nos céus, a semelhança de Deus sobre o trono tem esses detalhes:
Ele se assemelha a pedras de Jaspe e Sardon.
 Há um arco celeste ao redor do trono e este se assemelha a esmeralda.

Há outros vinte e quatro tronos ao redor do trono de Deus, sobre os tronos estavam vinte a quatro anciãos de branco com coroas de ouro nas cabeças.
Do trono de Deus saem raios, relâmpagos e trovões, vozes e diante dele há sete lâmpadas de fogo que são os sete espíritos de Deus  possivelmente descritos em Isaías 11.

Na frente do trono há um mar de vidro, com a semelhança do Cristal, no meio e ao redor do trono há quatro seres viventes.

O primeiro era semelhante ao leão, o segundo um bezerro, o terceiro um homem e o quarto uma águia.
Todos tinham seis asas e por dentro e por fora tinham olhos, não descansam nem de dia e nem de noite dizendo Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, todo poderoso, que era, e que é, e que há de vir  Ap. 4.8

Quando estes dão glória, os vinte e quatro anciãos retiram suas coroas e depositam nos pés do cordeiro dizendo: Digno é o senhor.
Toda a descrição do capítulo 4 do Apocalipse nos remete a um trono eterno, majestoso, há um rei soberano que não tem planos frustrados.

Quando aqui as flores já fenecem as dos céus começam a brilhar, quando as esperanças desvanecem, o aflito crente vai orar – Louvor da harpa Cristã

Talvez nosso problema até o presente momento é que estamos olhando para frente, para trás, para baixo, para o presente, mas é hora de olhar para o alto, tal como o famosíssimo Salmo 121. É hora de olhar para o trono e saber que há um Deus assentado lá, com um cetro de Justiça, com vigência eterna, com rígido controle, ele é o Senhor.
Já foi dito a cerca de Deus que ele é “o cara”, que ele é “legal” e muitas outras bobagens, porém cabe-nos relembrar, que ele está pra além de tudo isso, ele é rei dos reis, senhor dos Senhores, digno, pois, comprou para si povos de toda a tribo, língua e nação.

 

2º - Diante de Deus todos os outros se calam – 5-7

 

A cruz calou todos eles – Josafá

Salmo 115 – Eles tem boca e não falam olhos e não veem, nós temos um Deus vivo – AP 1.

Onde estão os tronos dos outros deuses?

 

3º - Ao nosso lado está um Deus extremamente maior – 8-10

 

Não tenham medo! É a palavra de Deus.


Deus dá algumas razões:

 

·      Ele é conosco

·      Ele é nosso Deus

·      Ele vai nos dar forças

·      Ele vai nos ajudar

·      Ele segurará em nossas mãos

 

 

 

4º - Nós não precisamos confiar em homens 11-13

 

Deus promete calar os adversários, há um ponto que Jesus cala todas as vozes que nos fazem temer.

 

5º - Deus nos dará uma força incomparável – 14-16

 

6º - Deus usará meios improváveis para abençoar os seus – 17-18

 

7º Deus nos faz florescer nos maiores desertos da vida – Sete árvores diferentes no deserto

 

Cedro – Força

Acácia – lugar da presença de Deus (sita)

Murta – Beleza (Bom perfume)

Oliveira – Unção

Cipestre – Segurança

Olmeiro – Sustentação

Álamo - História

 

 

 

 

 

 

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