Neemias 4 - Os inimigos da fé
Os desafios de
Neemias
As semelhanças entre
os nossos tempos e os tempos de Neemias são maiores do que se pensa, trata-se
de uma reprodução dos fatos ocorridos em outra época, porém com novos moldes e
tendo raízes rigorosamente iguais.
Neemias empreendeu a
reconstrução dos muros de Jerusalém, passado o trauma de 70 anos de Exílio eram
necessários muitos esforços para a reconstrução. Economicamente, emocionalmente
e fisicamente falando era impossível conseguir reerguer o muro.
O grande problema de
não ter muros nas cidades é que quando se tratavam de cidades planas, as únicas
proteções em torno delas eram os seus muros, eram esculpidos muros extensos,
resistentes e imponentes a fim de não permitir a invasão dos inimigos.
Dependendo da força que os muros tivessem e da sua boa arquitetura, as
cidades tornavam-se cada vez mais difíceis de serem invadidas, de forma que os
inimigos sitiavam as cidades por muitos dias a fim de encontrar apenas uma
brecha para iniciar sua invasão, pois, se as portas estavam bem colocadas e os
muros fechados não haveria meios de tomar a cidade.
Ao chegar a
Jerusalém, Neemias vê muros derribados, portas queimadas, escombros por todos
os lados, de modo que seu cavalo não poderia prosseguir viagem dados os muitos
pedaços de pedras e portões jogados.
Constatada a situação, Neemias chama todos os homens da cidade e passa a lhes
falar o motivo de sua ida a Jerusalém, sua intenção era de reedificar os muros,
seu chamado era para tirar a nação da vergonha.
Ao ouvir essas
palavras, três homens passam a zombar do povo e em especial de Neemias:
Sambalate, Tobias e
Gesém.
Esses homens ficam no
entorno da obra e o tempo todo atrapalhando e enfraquecendo o povo.
Neemias separa as
equipes para trabalhar na obra, eram ao todo 41 grupos encarregados
de trabalhar nas mais diversas frentes, até então toda a questão era de
reforçar a segurança, porém as ameaças ainda não estavam tão explícitas.
Todo o esforço dos
homens era apenas em torno do trabalho, que era considerável, pois, Neemias não
teve material consigo para construir, a ideia era reaproveitar os muros
derribados, tomar novamente as pedras, limpar, preparar e realocar sobre o
muro, o serviço era dobrado, o pessoal reduzido e humanamente era praticamente
impossível realizar esse trabalho.
Porém com suas
palavras Neemias anima os homens, consegue encorajá-los e fazê-los perceber que
era possível realizar a obra, o trabalho de Neemias era de motivação e foco.
Passados alguns dias a obra estava em andamento, movidos pela motivação
transmitida por Neemias os homens vão, iniciam a obra e trabalham
incessantemente.
A caminhada Cristã,
também é uma construção
O Senhor é o
arquiteto e a pedra fundamental, todos nós, somos pedras vivas postas sobre o
alicerce que é Cristo. Isso em linhas gerais fala da igreja e de sua
construção.
Porém a palavra nos
inclui nas responsabilidades pela construção, não a construção da igreja, pois,
esta está sob o cuidado do grande arquiteto, mas sim, do discipulado pessoal.
Quando somos chamados
por Cristo, somos chamados à construir uma vida de fé que é o discipulado. Uma
das muitas figuras para o discipulado é a de uma construção.
Jesus abordou este
assunto em Lucas 14, quando diz que o reino dos céus é semelhante a um homem
que se assentou para fazer contas a fim de entender se com os recursos que
possuía, conseguiria encarar a obra que estava adiante de si.
Também Jesus falou
sobre o reino de Deus, como a semelhança de um homem prudente que edificou uma
casa sobre a Rocha.
Somos chamados a
construir uma vida cristã e esta é como um empreendimento.
Os inimigos da
construção do discipulado existem
Ao ver a obra sendo
realizada os homens passaram a propor oposição ferrenha contra os judeus, de
acordo com J.I. Parcker as falas de Sambalate são transcritas abaixo:
E
falou na presença de seus irmãos, e do exército de Samaria, e disse: Que fazem
estes fracos judeus? Permitir-se-lhes-á isto? Sacrificarão? Acabá-lo-ão num só
dia? Vivificarão dos montões do pó as pedras que foram queimadas?
Neemias 4:2
As suas falas são
públicas, talvez sejam ditas no entorno do muro para todos ouvirem. Ou mesmo
diante de alguns que moravam mais perto dos Samaritanos, o fato é que sua fala
se espalhou e causou profunda comoção e desânimo
entre os Judeus.
Além da fala
debochada de Sambalate, Tobias agora aparece com piadas:
Ainda que edifiquem, contudo, vindo uma raposa,
derrubará facilmente o seu muro de pedra.
Neemias 4:3
Sempre tive dificuldades em admitir a possibilidade de que existiriam
pessoas inimigas da construção da vida Cristã, porém a palavra trata de
inúmeros.
FP – 3,18 – Inimigos da Cruz
2º Tim – 4.14 – Alexandre o Latoeiro
Himineu e Fileto – 2º Tim. 2.18
Se o apóstolo Paulo enfrentou todas essas oposições quando lançava
fundamentos e construía para Deus, que dirá nós outros. Ainda hoje há inúmeros
inimigos da cruz e devemos nos atentar para que eles não impeçam a construção
para Deus nem mesmo a restauração para a qual fomos designados.
O primeiro cuidado que nós precisamos ter é emocional, essa é a primeira
área que o inimigo deseja derrubar.
1° Tentação – Serviço vão - Ofensas
O lhe que pobre grupo de incompetentes eles são! – J.I Parcker
“O que fazem esses fracos judeus?” V.2
A ideia dos opositores era parar os homens emocionalmente, bloquear suas
mentes para caírem na realidade da dificuldade e desistirem de sua cidade, de
seus propósitos e simplesmente aceitar a decadência com a qual viviam até
então. Passados setenta anos alguém
falar sobre reconstrução era de fato um grande desafio, as falas irônicas de
Sambalate e Tobias fizeram os homens de Israel se sentirem fracos, com um
sentimento de trabalho vão, impotência e muitos outros. O diabo por meio de
seus agentes ainda hoje usa a mesma estratégia inicial, ele tenta atacar os
homens em suas mentes, no campo de suas ideias, de modo que desnorteia nossos
homens.
Por ser certo somos chamados de fracos, de tolos, de pessoas engessadas,
as tentações se dão para reafirmar nossa própria autoestima que nos diz: “É vão
e não vale a pena ser certo”.
Olhando mais abaixo da superfície percebe-se que esse problema também é
dos nossos dias. A relativização da família, do casamento, da sexualidade
saudável, dos papéis do homem e da mulher tem nos deixado constantemente se perguntando
o que de fato devemos fazer, se o padrão cristão não é como se diz
“retrógrado”, “ultrapassado”, fidelidade conjugal está fora de moda, o fera
para nós é o que tem várias mulheres, o que tem poucas limitações morais.
Os Sambalates e Tobias militam contra a construção de nossos muros
familiares, querem nos desanimar da porta estreita, do caminho apertado, da
honestidade, são os tentadores e zombadores contínuos querendo nos tomar no
pecado “favorito” do diabo: O Orgulho.
O que aos olhos do mundo é nossa fraqueza é a nossa força: A força de
manter-se nos seus propósitos de não atender a todos instintos, de simplesmente
se subjugar, é necessário de fato ser “homem” para gostar de mulheres e ter
forças, porém é necessário ser muito mais do que meramente “homem” para ser
esposo de uma só mulher, amando-a, respeitando-a, cuidando dela, mantendo-se
fiel.
A primeira tendência é a inversão de valores, chamar de fraco, quem toma
atitudes fortes, chamar de escravo quem é livre.
2° Tentação – Hipocrisia – Vocês não vão dar conta
“Permirtir-se-lhes-ás isto?” V.2
“A tarefa certamente está além de sua capacidade.”
Assim Sambalate procedeu: Chamou-os de fracos, de insuficientemente
competentes para levar a vida no alto padrão que se propuseram a levar,
relativizaram sua fé, o que é um fato comum hoje em dia, afinal ter fé não é
algo bem-visto entre homens, ainda mais quando se priva do ditado paulino
“comamos e bebamos, amanhã morreremos”
O tempo inteiro se acusa os que escolhem o caminho da excelência de
serem hipócritas, se diz: “Vai me dizer que nunca traiu, que nunca assistiu
vídeos pornográficos, que nunca foi tentado por uma mulher?”
Nos nivelam por baixo, querem nos julgar com base em seus padrões
mundanos e de moral baixa.
Querem que cedamos a fim de demonstrar certa humildade, ser comum, ser
uma pessoa como as demais. Afinal, o padrão mundano é de traição, considerando
que mais de 70% dos homens já traíram suas mulheres.
O nivelamento por baixo é o padrão do mundo, afinal todos fazem, logo
nós devemos fazer.
Exemplo: Espanha, Mido.
3° Tentação – Quebra de rotina – Vencer pelo cansaço
“Acabá-lo-ão num só dia?” V.2
“Acabá-lo-ão num só dia?” (Isto é, eles compreendem a enorme tarefa que
abraçaram e quanto tempo ela tomará? Não têm a menor noção da realidade!)
A tentação também se deu porque Sambalate questiona o tempo que se
dedicariam a causa de Jerusalém, de fato somos tentados na rotina, somos
tentados a querer sempre novidades, mudanças, mas a rotina é uma característica
marcante de homens de que fato vivem focados e nos propósitos de Deus.
Nós não fomos feitos para viver novidades repetidas, viver de modo hedonista,
nossa marca não é o prazer, nossa marca é a perseverança.
Trabalhar muitos dias limpando pedras, reparando portões, cuidando de
coisas corriqueiras.
Se você ainda não está pronto para viver uma rotina, você também não
pode se considerar homem, pois, ser homem entre outras coisas é viver de casa
ao trabalho, do trabalho a igreja e para casa de novo.
Jackson Jacques diz:
Homens precisam de rotina. Deus não nos fez para
termos tempo livre. Vença a preguiça e você estará atacando de frente a
pornografia. Acorde cedo, faça exercícios, leia, trabalhe. É assim que lutamos
a guerra espiritual dos nossos dias.
O anseio por novidades contínuas revela o quão menino ainda se é, de
fato há tempo para tudo, mas quando se decide ser homem, a novidade e o ócio
não estão como opção para nós.
Você não nasceu para diversões, para distrações, porém nossos homens
ávidos por quebrar a rotina estão buscando alternativas diversas:
Bares
Passeios em excesso
Video-Game
Futebol
Todas as distrações tem seu valor, mas elas não podem se tornar uma alegria
excedente ao estar em casa, ao amar a família.
Há casas em que as mulheres anseiam por atenção, porém o rapaz não sai
do vídeo game, não dão tanto valor a elas do que dão as suas distrações.
Os homens que Deus conta não podem ser tão distraídos.
4º Tentarão nos parar com ataques frontais a fé
Sacrificarão?
Neemias 4:2
Engana-se quem pensa que não há uma perseguição ferrenha contra a fé no
Brasil e no mundo, ainda que ela não seja admitida.
Quando se diz que algo não é feito em nome da fé, se é atacado, quando
se atribui a fé coisas da vida pessoas se ofendem, ainda hoje perguntam tal
qual fizeram os opositores:
(Imaginam que algum exercício devocional extra fará os muros erguerem-se
como por mágica?) J.I Parcker
Estamos tirando Deus de cena para introduzir a nossa cena.
Neemias Ora
Neemias ouve as provocações e tentações dos homens a sua volta e
opta por orar, ainda que uma oração imprecatória.
“Ouve, ó nosso Deus, que somos tão desprezados, e torna o seu opróbrio
sobre a sua cabeça, e dá-os por presa, na terra do cativeiro.
E não cubras a sua iniqüidade, e não se risque de diante de ti o seu
pecado, pois que te irritaram na presença dos edificadores”.
Neemias 4:4,5
Neemias mantém o povo trabalhando, consegue driblar as tentações e se
manter firme vencendo os apelos psicológicos feitos por seus opositores.
O muro já estava pela metade, já se via a esperança recobrada, era
possível sentir que em breve o trabalho terminaria, afinal meio caminho já
havia sido trilhado, era manter o ritmo e finalizar a obra, porém mais ataques
viriam.
O segundo cuidado é pelos seus
Vejamos o relato de J.I. Parcker:
“Os que desejavam mal ao empreendimento de reconstruir moravam nas
cercanias da cidade; Sambalate morava ao norte, em Samaria, e Tobias e os
Amonitas, ao leste, além dos arábios ao sul , e das forças de Asdode a oeste:
"E ligaram-se entre si todos, para virem atacar Jerusalém e para os
desviarem do seu intento" (4.8).”
Uma conspiração entre
quatro povos de todos os lados desejavam se unir contra Israel, a ideia era de
atacar, não para matar, mas para desestabilizar e encerrar a obra, pois uma
preocupação apenas na guerra seria fatal para os homens de Judá, eles deixariam
de cuidar dos muros para guerrear, alguns morreriam e seriam acusados de
rebelião.
Manter o equilíbrio
era uma missão praticamente impossível, se eles apenas trabalhassem, muitos
morreriam na invasão dos inimigos, se apenas guerreassem os muros ficariam
vulneráveis e invadiriam para matar suas mulheres e crianças.
A ideia inicial era de deixar uma guarda pronta para a defesa, porém os
homens da guarda e os homens da obra se cansaram:
“Então disse Judá: Já desfaleceram as forças dos carregadores, e o pó é
muito, e nós não poderemos edificar o muro”.
Neemias 4:10
Considerando o cansaço, os inimigos tramam um ataque surpresa, sua ideia
era tomar os homens no momento mais extremo e ataca-los de modo que não
sobreviveriam, a integridade física de seus familiares e amigos estava em jogo,
para piorar, os judeus que moravam próximo aos samaritanos disseram por dez
vezes que eles iriam matar os Judeus.
Foram dez viagens com a mesma notícia, a fala era: De todos os lugares
eles virão V.12
Neemias passa a armar os homens, dar espadas em suas mãos.
Alguns em locais baixos nos muros, outros em altos e todos os homens das
41 equipes tinham armas para defender suas famílias.
Precisamos batalhar pela nossa fé
E olhei, e levantei-me, e disse aos nobres, aos magistrados, e ao
restante do povo: Não os temais; lembrai-vos do grande e terrível Senhor, e
pelejai pelos vossos irmãos, vossos filhos, vossas mulheres e vossas casas.
Neemias 4:14
A convocação de
Neemias era para que todos agissem como homens, a virilidade lhes fora exigida,
era necessário coragem, lembrar-se de Deus e batalhar, pelos irmãos, pelos
parentes, pelas mulheres, pelas casas, de agora em diante seria exigido que
todos fossem de fato homens.
A fórmula de Neemias
para salvar as famílias pode ser tomada por nós hoje
1º - Não tenham medo
– 4.14 a
2º - Lembrem-se do
Senhor – 4.14 b
3º - Esteja disposto
a lutar – 4.14 c
4º - Deus nos dará
uma pá para o trabalho (Serviço ministerial) 4.17
5º - Deus nos dará
espadas para a batalha 4.18
6º - Deus preparará
amigos para quando precisarmos 19-20
7º - Deus fortalecerá
nossas mãos – 6.9
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