terça-feira, 21 de agosto de 2018

O dia que Deus mudou de casa - Sermão entregue a Ad Brás Pq Novo Santo Amaro


O Dia que Deus mudou de casa – O Espírito Santo em nós.
Sermão entregue a Ad Brás - Pq Novo Santo Amaro
“Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada.
João 14:23”

INTRODUÇÃO – A GRANDEZA DE DEUS

O Deus da bíblia é um Deus de características ímpares, ele é pessoal, se comunica, fala, pensa e tem muitos atributos que os homens também possuem.
Deus também tem atributos ou características, como queira, que são incomunicáveis, pertencem exclusivamente a ele, não há um outro ser que tenha em si tais atributos.
Deus é transcendente, Deus é onipotente, Deus é onipresente, Deus é o altíssimo, Deus é soberano e Deus é constantemente descrito como o Deus grande.
Mas em que termos poderíamos falar sobre um Deus grande? Quando a bíblia fala que Deus é grande, de que tamanho estamos falando?
Tentemos imaginar isso, a partir dos termos bíblicos para a grandeza de Deus
-A bíblia diz que Deus constrói sua casa nas alturas, estende os céus sobre a terra e chama as águas e as lança sobre o mar. Am. 9.6
-O céu é o seu trono e terra escabelo de seus pés Is. 66.1
-Ele mede com a concha de suas mãos as águas, toma a medida do céu nos palmos, recolhe numa medida o pó da terra e pesa os montes em balanças. Is. 40.12
-Todas as nações diante dele são apenas uma gota num balde, como pó miúdo sobre uma balança e ele levanta as ilhas como uma coisa pequenina Is. 40.15
-Ele se assenta sobre o globo terrestre, os moradores da terra são como gafanhotos diante dele, ele estende os céus como cortina e desenrola como uma tenda. Is. 40.22
-Ele chama as estrelas, uma por uma, nenhuma delas falta diante dele Is. 40.26
O fato notório entre todos esses textos e citações é que Deus de fato é grande.

COMO DEUS SE MANIFESTAVA

O Deus grande se manifestou muitas vezes ao longo da história, todas elas eram espantosas e repletas de mistérios.
A primeira aparição de Deus aos homens se deu de modo indireto, ele ia diariamente ao jardim no Éden na viração do dia – Gn. 3.8
No pacto com Abraão – Gn. 15
No Sinai com Moisés em Ex.19 (Nuvem, fumaça, fogo no monte, tremor)


Novamente no Sinai, porém agora por conta do pecado do povo ao fazer o bezerro de ouro.
Moisés faz alguns pedidos a Deus:
1° - Que Deus não extermine o povo Ex.32.12
2° - Pede que Deus perdoe o pecado do povo Ex 32.32
3° - Deus informou que não estaria junto a eles, mas enviaria seu anjo adiante  Ex.33.3, Moisés então apela para a sua vocação, dizendo que almeja conhecer o caminho de Deus e sobre ele, Deus cede sua presença Ex.33.13
4°- Moisés apelou novamente ao falar sobre o fato da presença de Deus ser o fator diferencial entre Israel e outros povos, Deus garante sua presença na peregrinação com o povo. Até que Moisés ao perceber que Deus vinha cedendo lhe pede que mostre sua glória Ex. 33.18
Deus passa diante da fenda de uma rocha, põe a mão enquanto passa de frente e Moisés vê apenas suas costas.
5°- Ao descer do monte Moisés estava com o rosto resplandecendo por ter visto a glória do Senhor. Ex 34.35

O DEUS GRANDE PEDIU UMA CASA
Como seria uma casa para um Deus tão grande?
Tabernáculo

Deus ordena Moisés para organizar a construção de sua casa provisória no deserto, esta casa seria chamada posteriormente de tenda da congregação, tenda do encontro ou ainda o mais comum termo: “Tabernáculo”. Êxodo 25-40
No tabernáculo haviam trabalhadores específicos, os levitas.
Haviam alguns com funções mais nobres que eram apenas os filhos de Arão – Sacerdotes                                       Por último estava o mais alto escalão, o sumo sacerdote, a saber Arão.
Em sua casa havia uma séria de restrições e ordens específicas, o povo não tinha acesso a Deus, apenas o sumo sacerdote no dia da expiação.
Até para carregar a arca com a presença de Deus era necessário uma linha específica de sacerdotes, somente os Coatitas é que poderiam fazê-la.
Durante muitos anos Deus se manifestou no tabernáculo, esta foi a primeira casa de Deus.
Os anos se passaram, Israel avançou no deserto, conquistou sua terra, o tabernáculo continuou a existir.




Templo de Salomão
Certa vez Saul batalhou contra os Filisteus, perdeu a guerra e a arca ficou durante muito tempo nas mãos deles, Davi a recuperou e esta foi encaminhada para sua casa, até que ele revelou certo incômodo com isso para o profeta Natã:

“Sucedeu, pois, que, morando Davi já em sua casa, disse ao profeta Natã: Eis que moro em casa de cedro, mas a arca da aliança do SENHOR está debaixo de cortinas.
1 Crônicas 17:1”
Davi não poderia construir o templo, pois, suas mãos estavam sujas de sangue, então Deus diz que um de seus filhos iria construir, o escolhido é Salomão.
E a casa que estou para edificar há de ser grande; porque o nosso Deus é maior do que todos os deuses.
“Porém, quem seria capaz de lhe edificar uma casa, visto que os céus e até os céus dos céus o não podem conter? E quem sou eu, que lhe edificasse casa, salvo para queimar incenso perante ele? 2 Crônicas 2:5,6”
No momento da inauguração do templo Deus desceu lá, enviou fogo do céu que consumiu o holocausto, sua glória encheu o templo.
Os sacerdotes sequer poderiam ficar em pé, pois, a glória do Senhor os impedia.
O templo perdurou até 600 anos antes de Cristo.
Quando o povo então foi cativo pelos babilônios.


Templo de Zorobabel
O templo havia sido destruído, Deus agora almejava restaurar seu povo, após setenta anos de cativeiro Zorobabel inicia a reconstrução do templo, de modo simples este é erguido e pensando no descontentamento geral entre os Israelitas Ageu profetiza que a glória da última casa será maior que a da primeira Ag.2.9
Esta profecia se cumpriu quando Cristo entrou no templo, pois, neste templo pisou o Messias.
E ele mesmo se declarou maior que o templo:
“Pois eu vos digo que está aqui quem é maior do que o templo Mateus 12:6”

A profecia se cumpriu em Cristo, pois, ele também era Deus.
“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade - João 1:14”
O seu nome era Emanuel: Deus conosco. Is.7.14
Jesus habitou entre o povo, era Deus junto aos homens, mas chegaria o momento em que ele seria tirado, sofreria a morte na mão de seus perseguidores. É então que antes de ir Jesus fala sobre uma nova casa de Deus.

A PROMESSA DA CASA DE DEUS
A glória da presença de Jesus era tão grande que excedia toda a grandeza do templo reformado por Herodes, para deixar isso claro, Jesus disse:
“Jesus lhes respondeu: "Destruam este templo, e eu o levantarei em três dias".
Os judeus responderam: "Este templo levou quarenta e seis anos para ser edificado, e o senhor vai levantá-lo em três dias?". João 2:19,20”
Jesus se referia ao seu corpo que seria derribado e levantado novamente em três dias, dando clara alusão a sua morte.
O novo templo seria a casa do pai, mas que casa é essa? Jesus profetizou sobre essa casa:
“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.
Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar João 14:1,2”
Essa casa de Deus não seria mais feita por mãos humanas:
“Mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens, como diz o profeta: O céu é o meu trono,e a terra o estrado dos meus pés.Que casa me edificareis? diz o Senhor,Ou qual é o lugar do meu repouso? Atos 7:48,49”
A casa de meu pai se referia ao templo, todo judeu pensava nisso inicialmente, havia pouco espaço para o povo, nem todos acessavam o salão nobre (lugar Santo).
(Todo o povo no átrio (pátio), no lugar santo só sacerdotes, no lugar santíssimo apenas o sumo sacerdote).
A casa de Deus seria um lugar de muitas moradas, ele iria preparar este lugar;
Que lugar é este?
Essa pergunta foi feita por muitos, até o presente momento mostrei algumas casas de Deus, mas almejo de agora em diante responder a esta pergunta:

Onde Deus mora hoje?
David Yonggi Cho missionário Coreano conta em seu livro a quarta dimensão sobre diversas dificuldades que teve no campo missionário em Seul na Coréia.
Passados 3 meses esgotaram-se os seus sermões, então ele passou a se perguntar sobre como ter êxito na obra neste lugar.
Conta-se que havia muita fome neste tempo, as pessoas passavam necessidade, sofriam e pediam ajuda ao missionário que nada possuía.
Ele então relata suas dificuldades por sentir que horas estava perto de Deus e outras não e em suas orações fez uma pergunta a Deus: “Qual é o seu endereço?”.
Para os orientais é extremamente importante saber onde Deus mora, o endereço da divindade era presente para todos os ídolos, então Cho começou a imaginar onde Deus moraria.
Perguntou a Adão
Perguntou a Abraão
Perguntou a Moisés
Perguntou a Salomão
Perguntou a João Batista
“Até que perguntou a Jesus... Em Jesus veio a resposta:
Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada. João 14:23”


Quando a mudança aconteceu?
Cumprindo-se o dia de pentecostes estavam todos reunidos no mesmo lugar, eram 120 conforme Atos 1.15.
No dia de pentecostes Deus mudou de casa.
“Todos foram cheios do Espírito Santo” Atos 2.4
Hoje nós somos a morada de Deus, como um edifício:

“Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus; Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor. No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito. Efésios 2:19-22
Somos também templo do Espírito:
“Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? 1 Coríntios 6:19”
O endereço de Deus é onde eu estou:
João 14.3b
O Deus transcendente agora habita em mim:
“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 2 Coríntios 4:7”
A humildade que excede todo o entendimento – C.S. Lewis
Agora Deus mora em mim e com ele há infindáveis benefícios:

O selo do Espírito - Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; Efésios 1:13
Os dons espirituais – 1° Coríntios 12
O espírito da verdade – João 14.6
O espirito conduz – Atos 8
O Espírito vocaciona – Atos 13
O Espírito nos ajuda nas nossas fraquezas – Romanos 8.26
O Espírito Intercede por nós – Romanos 8.26

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

A vocação de Isaías


No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e a cauda do seu manto enchia o templo.
Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas; com duas cobriam os seus rostos, e com duas cobriam os seus pés, e com duas voavam.
E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.
E os umbrais das portas se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça.
Então disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos.
Porém um dos serafins voou para mim, trazendo na sua mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz;
E com a brasa tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e expiado o teu pecado.
Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.

Isaías 6:1-8

Isaías foi o profeta que teve mais espaço no Cânon sagrado, de modo que seu livro é chamado de mini bíblia, por conter 66 capítulos, é também chamado de o profeta messiânico, por ter em seu livro algumas das profecias mais específicas sobre como seria o Messias quando este viesse.
Frequentemente se fala sobre Isaías como sendo alguém que era membro da Aristocracia Israelita, isso por conta de alguns relatos históricos que dão conta de seu parentesco com o rei Uzias, acredita-se que Uzias era primo de Isaías. Não foram poucas as vezes em que foi pregado que até o momento deste texto Isaías exerceu seu ministério sem ser vocacionado, ou seja, acabam admitindo que suas profecias até aquele momento não foram inspiradas, com isso seriamos obrigados a admitir que 5 capítulos da bíblia estão inadequados no conteúdo do livro. Neste texto ao ter a visão que descreveremos a seguir, Isaías diz “ai de mim”, porém até aquele momento os “ais” se aplicavam a terceiros. Outra afirmação errada se dá ao dizer que o ministério de Isaías só iniciou quando Uzias morreu, porém, essa fala: No ano em que morreu o rei Uzias, é motivada apenas por questão de data, para referenciar o dia, nada tem a ver com o fato de que Uzias tinha que morrer para ele iniciar.
Isto posto, é interessante dizer quem foi Uzias, porque citar o tempo de sua morte é importante pra Isaías?
Uzias
Foi rei em Judá, este era filho de Amazias. Amazias foi rei durante mais de trinta anos, porém foi morto por seu próprio povo em Jerusalém.
Com 16 anos de Idade, Uzias seu filho assumiu o reino de Judá.
Sua biografia inicia-se falando de seu relacionamento com Deus, que foi bom em linhas gerais, ele também contava com a consultoria de um profeta chamado Zacarias, mas sua principal marca foi seu poder bélico.
Os filisteus eram uma contínua pedra no sapato dos Israelitas, porém no tempo de seu reinado ele destruiu os muros de Gate que era a cidade forte da nação, também destruiu os muros de Jabne e de Asdode, construindo entre os filisteus fortalezas para Israel, ganhar dos Filisteus foi algo rotineiro para Davi, para Samuel e Sansão, mas derrubar os muros, instalar bases em território inimigo foi um ato par além de tudo o que havia sido feito até então.
Ele teve conquistas contra outros povos, edificou torres de vigia e de ataque tanto nos altos como nos desertos, tinha também muito gado, aparelhou nos altos as torres com escudos e confiou sobre elas exércitos de flecheiros destros, canhotos e belicosos, os números de seu exército excediam os trezentos mil.
Aparelhava a todos com escudos, lanças, capacetes, couraças e arcos e fundas para atingir a longa distância os inimigos.
Inventou obras de engenharia de guerra como lançadores de dardos, catapultas e o foi o primeiro a utilizar essas ferramentas.
O significado de seu nome era “O Senhor é a minha força” este pode ter sido o lema do exército em suas batalhas e Uzias passou a ser o rei mais poderoso em guerras em seu tempo.
Com o tempo Uzias deixou o real significado de seu nome e se fortificou, passou a crer que tudo estava baseado em sua própria força.
Numa ocasião ele quis independência dos sacerdotes, assentou em seu coração a oferecer sacrifícios que só competiam aos sacerdotes, se propôs a trazer oferta ao altar e sendo severamente alertado insistiu, até que a lepra lhe saiu na testa.
Desde então sabendo que um rei leproso seria deposto, ele saiu de cena, deixou o reinado e seu filho Jotão o assumiu em seu lugar, não se sabe ao certo por quantos anos ele esteve leproso, o fato é que neste ano de sua morte ele estava nesta condição.
O Grande vencedor, o grande guerreiro, o grande líder estava leproso e impossibilitado de liderar.
Neste ano em que a grande liderança de Judá está acometida de lepra e uma nova transição de poder está prestes a ocorrer, num curto espaço de tempo a nação Israelita sofre duas mudanças de governo inesperadas, uma pela morte de seu rei, outra pela lepra.
Neste interim Isaías entra no templo, Jotão iniciando seu reino, Uzias leproso, crise nos governos, incertezas gerais, insegurança iminente, juízo de Deus sobre a nação, Isaías vai ao templo e tem a sua vocação.
Foi no ano que Uzias morreu, que ele viu o Senhor assentado num alto e sublime e trono.
Abaixo trago algumas aplicações práticas deste dia da vocação de Isaías.
1° Os tronos da terra podem se desestabilizar, mas sempre haverá um alto e sublime trono.
O reino de Davi havia passado deixando saudades em todos, Salomão seu filho amplia o reino, porém termina mal, Roboão neto de Davi provoca instabilidade e o reino de Israel é divido, desde a divisão nunca Judá passou por tamanha expansão e paz, os tempos de Uzias trouxeram segurança, conforto e prosperidade a todo o povo.
Porém mesmo o rei Uzias teve de sair do trono, ao se fortificar a lepra lhe saiu na testa, no ano de sua morte ele viveu a parte, ele deixou o reino, as incertezas eram gerais, novamente Judá se via em transição de poder, Amazias pai de Uzias fora assassinado, Uzias assume com 16 anos e deixa o reino por conta da lepra, o trono de Judá estava em cheque, Isaías em particular está abalado por saber que seu primo não mais viveria na cidade, porém neste ano de incertezas, neste ano de instabilidade repentina e avassaladora, Isaías tem a visão sobre o trono de Deus.
Toda a terra pode se desestabilizar, mas ainda há um alto e sublime trono, ocupado pelo Senhor.
Estamos em ano eleitoral, de fato há incertezas gerais a cerca do nosso futuro, as projeções econômicas são desanimadoras, a perspectiva é de crise permanente e sem esperanças de renovação e de se reerguer, as pessoas buscam de um lado para o outro esperanças, projetam sobre candidatos, sobre sistemas, sobre pessoas suas expectativas, todas essas são frustradas.
Mas ainda há um Deus num alto e sublime trono, governando tudo, há crises financeiras aqui, usurpações de poder, porém no céu há um rei eterno:
“E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.
Lucas 1:33”
“O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; o cetro do teu reino é um cetro de eqüidade.
Salmos 45:6”
“O Senhor tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo.
Salmos 103:19”
“Assim diz o SENHOR: O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés; que casa me edificaríeis vós? E qual seria o lugar do meu descanso?
Isaías 66:1”
Apocalipse 4 fornece uma descrição excelente sobre o trono de Deus, João é levado por Deus até lá.
A descrição diz resumidamente:
Há um trono de Deus nos céus, a semelhança de Deus sobre o trono tem esses detalhes:
Ele se assemelha a pedras de Jaspe e Sardon.
 Há um arco celeste ao redor do trono e este se assemelha a esmeralda.
Há outros vinte e quatro tronos ao redor do trono de Deus, sobre os tronos estavam vinte a quatro anciãos de branco com coroas de ouro nas cabeças.
Do trono de Deus saem raios, relâmpagos e trovões, vozes e diante dele há sete lâmpadas de fogo que são os sete espíritos de Deus  possivelmente descritos em Isaías 11.
Na frente do trono há um mar de vidro, com a semelhança do Cristal, no meio e ao redor do trono há quatro seres viventes.
O primeiro era semelhante ao leão, o segundo um bezerro, o terceiro um homem e o quarto uma águia.
Todos tinham seis asas e por dentro e por fora tinham olhos, não descansam nem de dia e nem de noite dizendo Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, todo poderoso, que era, e que é, e que há de vir  Ap. 4.8
Quando estes dão glória, os vinte e quatro anciãos retiram suas coroas e depositam nos pés do cordeiro dizendo: Digno é o senhor.
Toda a descrição do capítulo 4 do Apocalipse nos remete a um trono eterno, majestoso, há um rei soberano que não tem planos frustrados.
Quando aqui as flores já fenecem as dos céus começam a brilhar, quando as esperanças desvanecem, o aflito crente vai orar – Louvor da harpa Cristã
Talvez nosso problema até o presente momento é que estamos olhando para frente, para trás, para baixo, para o presente, mas é hora de olhar para o alto, tal como o famosíssimo Salmo 121. É hora de olhar para o trono e saber que há um Deus assentado lá, com um cetro de Justiça, com vigência eterna, com rígido controle, ele é o Senhor.
Já foi dito a cerca de Deus que ele é “o cara”, que ele é “legal” e muitas outras bobagens, porém cabe-nos relembrar, que ele está pra além de tudo isso, ele é rei dos reis, senhor dos Senhores, digno, pois, comprou para si povos de toda a tribo, língua e nação.





2° Há um Deus de batalhas no céu
“E o seu séquito enchia o templo.
Isaías 6:1”
O séquito era a cauda do manto do rei, nestes tempos ele era ornamentado com adições de orlas de outros reis que eram derrotados, ou seja, na medida em que um rei ia crescendo e vencendo batalhas, ele ampliava o seu território e tinha maior poder. O seu poder era simbolizado por seu séquito, cada rei derrotado tinha uma parte do manto cortada e amarrada ao séquito do rei que o matou, de modo que quanto maior o séquito, maior o poder do rei, mas vencedor o rei teria sido.
O séquito de Uzias provavelmente era considerável, ele derrotou em seu tempo Filisteus, derrubou os seus muros e instalou fortalezas lá; também derrotou os Amonitas, derrotou ainda alguns povos que lhe pagaram tributos.
Seu séquito era considerável, mas o orgulho o barrou e ele deixou de ser o vencedor para se tornar leproso.
Quanto ao nosso rei celestial, o seu séquito é tão considerável que enchia todo o templo.
Filisteus, Amalequitas, Moabitas, Assírios, Romanos, Amonitas, Egípcios.
-Diante dos Egípcios ele enviou dez pragas, fez o mar abrir e seu povo passar Ex.14.14
Ao atravessarem Miriam Cantou: "O Senhor é homem de guerra; o Senhor é o seu nome. Êxodo 15:3”
Quando Deus fez uma aliança com o povo de Israel, informou que enviaria terror diante deles, abelhas, elas tirariam os Heveus, Cananeus e Heteus diante do povo. Ex.23.28-29
Diante dos Cananeus Débora tinha o desafio de enfrentar os novecentos carros de ferro de Sísera, por onde passavam eles faziam destruição e levavam o povo a ruína.
A ameaça era iminente e terrível, mas Deus foi a frente na batalha.
De forma que eles prevaleceram contra os Cananeus, acredita-se que após essa batalha se deu a inspiração para o Salmo 46.
“Os gentios se embraveceram; os reinos se moveram; ele levantou a sua voz e a terra se derreteu.
O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. (Selá.)
Vinde, contemplai as obras do Senhor; que desolações tem feito na terra!
Ele faz cessar as guerras até ao fim da terra; quebra o arco e corta a lança; queima os carros no fogo.
Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre os gentios; serei exaltado sobre a terra.
O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. (Selá.)
Salmos 46:6-11”

As pelejas são do Senhor, assim ele se apresentou a Josué, a Josafá e a Ezequias.
Os vitoriosos da terra podem perecer, mas há um Deus que nunca perdeu uma batalha, o seu séquito enche o templo, se ele está ao nosso favor, quem será contra?

3° Há um Deus digno de adoração no céu
Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas; com duas cobriam os seus rostos, e com duas cobriam os seus pés, e com duas voavam.
E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.
E os umbrais das portas se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça.
Isaías 6:2-4
Isaías em seguida tem a visão a respeito da doxologia do céu, como mencionado no capítulo quatro de apocalipse, há seres viventes no céu. A semelhança dos 4 que João vê é de um leão, de um homem, de um jumento e de uma águia.
Essas referências apontam para Cristo que em Mateus é o rei, em Marcos é o servo perfeito, em Lucas o homem perfeito, em João o Deus que vem a terra e habita entre nós.
Os serafins voavam a cima dele, tendo seis asas.
Duas asas sobre os pés em sinal de reverência, pois, foi dito a Moisés e Josué: “Tirem as sandálias dos pés”.
Em Eclesiastes 5.2 é dito: “Guarda o teu pé quando entrares na casa do Senhor teu Deus, e inclina-se muito mais a ouvir do que a falar e oferecer sacrifícios vãos”.
Os serafins em sinal de reverência cobrem seus pés diante do Senhor.
Eles cobrem também os seus rostos, pois, é impossível olhar para ele diretamente.
Certa vez Moisés foi ousado e pediu para olhar para Deus, porém não lhe foi concedido isso, ele teve de esperar Deus passar pela fenda da rocha, sua mão seria posta entre as pedras e Moisés o veria de costas.
Ao descer do monte o rosto de Moisés brilhava muito e assustava a todos a sua volta, pois, ele viu as costas de Deus e olhar para ele passou a ser algo difícil, é então que ele precisa usar um véu sobre o rosto.
Os serafins cobriam o rosto, pois, sua santidade é imensurável.
As duas asas que lhe restaram eram usadas no vôo.
O clamor entre os serafins era “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos exércitos, toda a terra está cheia da sua glória”.
A cena é de um serafim “Gritando” ao outro que o que está no trono é santo, um fala e o outro responde.
Há uma doxologia perfeita no céu, uma adoração excelente, vinte e quatro anciãos se unem nesta adoração depositando suas coroas, na canção do Ap. 4 se diz “Santo, Santo, Santo é o Senhor, Deus todo poderoso, que era, que é, que há de vir.
Santidade é um atributo de Deus dos mais consideráveis, um atributo moral, deve advém os demais relacionados ao seu caráter, o que diferencia a ira de Deus, a paciência de Deus, o amor de Deus, é que todos seus sentimentos comunicáveis são aliados a santidade.
O Livro de Levítico é um marco contínuo: “Sede Santos, porque EU sou Santo”.
Todo o ornamento do tabernáculo tinha uma mensagem implícita, não te chegues pra cá, pois, eu sou Santo.
Os holocaustos visavam “aceitação” para se aproximar de um Deus Santo.
Muito se tem dito sobre o amor de Deus, sobre a misericórdia de Deus, o grito de hoje é: Deus é Santo, Deus é Santo, Deus é Santo.
A mitra sobre a cabeça do Sumo Sacerdote dizia: Santidade ao Senhor.
O Deus que está sobre o trono tem uma voz que move os umbrais das portas do templo, ele abala as estruturas do templo com a sua voz.
A casa se encheu de fumaça como sinal de adoração novamente.

4° A real dimensão de quem Deus é nos apequena
Isaías até o presente momento está vendo tudo aquilo imóvel, talvez espantado, suas conclusões até o momento são: Há um Deus no controle, Deus batalhador, Adorado e Santo, três vezes santo.
É então que ele diz: Ai de mim, sou apenas um homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios e os meus olhos viram o Rei, o Senhor.
Talvez a nossa falta de postura na igreja se dê por ainda não conhecer a Deus, por ainda não ter visto o Deus do trono.
A irreverência, os atrasos, as conversas paralelas, a falta de temor ao louvar, o modo de se referir a Deus e a si, a forma que cantamos sobre nós e sobre Deus, revelam que precisamos de fato saber quem é Deus.
Por não saber que Deus é santo, não se almeja a santidade, pois, nos tornamos a semelhança do que adoramos. A falta de saber sobre a santidade de Deus levou as pessoas a se tornar irreverentes diante de Deus, de modo que se humaniza Deus, se aplica sentimentos totalmente humanos e falhos a Deus, se exalta muito o homem.
No dia em que de fato virmos a Deus nós seremos confrontados com sua beleza, santidade e perfeição e gritaremos “Ai de mim”
Ai de mim que sou um homem, um homem de lábios impuros, habito entre pessoas de impuros Lábios, ai de mim que minto, ai de mim que peco uma frequência pra além do que penso e do que controlo, ai de mim que não faço o bem que quero, mas o mal que não quero já fiz, ai de mim miserável pecador, que me orgulho com o que é vergonha e me envergonho do que deveria me orgulhar, ai de mim... os ais são infinitos.
Precisamos resgatar esse temor.
Eu tenho a impressão de que Deus deseja retomar esse sentimento entre nós, tal como o sentimento que tomou a igreja em Jerusalém por ocasião da morte de Ananias e Safira, o temor que tomou a todos quando Nadabe e Abiú ofereceram fogo estranho, o temor gerado quando a arca esteve entre os filisteus.
Que esse temor volte e clamemos por santidade.
5° O fogo de Deus é purificação para o tempo presente
Lá está Isaías, temeroso, espantado, gritando “Ai de mim”.
Até que um serafim voou trazendo uma brasa tirada do altar, tocou os lábios de Isaías e a sua iniquidade foi tirada.
Talvez seja a hora de Deus queimar algumas coisa em nós, de alguns assim como Isaías, o Senhor toma a língua e queima, outros precisam ter a mente queimada, outros precisam ter pés queimados, olhos, mãos, celulares, aparelhos.
O que é meu obstáculo para ver a glória de Deus? O Senhor deseja queimar essas coisas, tocar e purificar.
Isso foi o que Isaías recebeu, seu problema era a língua, correto? Deus tratou de resolver naquele instante, pois, a real visão de Deus além de nos espantar, nos dá a chance de começar a acertar, de resolver o que impede de estar em paz diante dele, o Deus do trono é santo e santificador.
Com frequência se fala de fogo, mas como algo que alegra, que levanta, que deixa todos felizes, mas o fogo na bíblia não se refere só a aprovação, mas na maioria das vezes ao juízo, a purificação.
O fogo elimina as ferrugens, tira as arestas, modela, amolece, desfaz e refaz.
O fogo foi o agente purificador dos lábios de Isaías, quando este fogo vier sobre nós, não simplesmente cantaremos os corinhos de fogo, andaremos em tapetes de fogo, este fogo vai ser a purificação de Deus sobre nós.
A iniquidade será tirada e estaremos aptos a estar diante de Deus, minha oração é que Deus de fato venha com o seu fogo.



6° A visão de Deus e a santificação nos tornam aptos ao ministério.
“Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.
Isaías 6:8”
Com a purificação realizada, com os lábios limpos, Deus o convida ao serviço.
A quem enviarei, quem há de ir por nós?
Este chamado está sobre nós ainda hoje, já vimos a glória de Deus, já contemplamos nossa miséria, já fomos purificados e o chamado é a realidade presente, quem irá?
Deus ainda hoje procura pessoas, gente que passe por esses processos, gente que ouça seu chamado, como dito pelo grande escritor E.M. Bounds, Deus não unge planos ou métodos, Deus unge homens.
Jim Elliot, Fracasso é ser um sucesso naquilo que Deus nunca lhe chamou para fazer.
Nós precisamos compreender o chamado de Deus e com a visão sobre quem ele é, sobre quem nós somos, sobre a santificação que ele outorga diremos, eis-me-aqui.
Ainda hoje há um clamor, quem irá?
Que sejamos os que dizem eis-me aqui.
A ceara é grande e poucos são os ceifeiros.  

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Sansão ou João Batista. (Palavra sobre decisões)

SANSÃO OU JOÃO BATISTA? QUEM É VOCÊ?
UMA PALAVRA SOBRE DECISÕES


E disse ela: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão. E despertou ele do seu sono, e disse: Sairei ainda esta vez como dantes, e me sacudirei. Porque ele não sabia que já o Senhor se tinha retirado dele.

Então os filisteus pegaram nele, e arrancaram-lhe os olhos, e fizeram-no descer a Gaza, e amarraram-no com duas cadeias de bronze, e girava ele um moinho no cárcere.
Juízes 16:20,21
E, partindo eles, começou Jesus a dizer às turbas, a respeito de João: Que fostes ver no deserto? uma cana agitada pelo vento?
Sim, que fostes ver? um homem ricamente vestido? Os que trajam ricamente estão nas casas dos reis.
Mas, então que fostes ver? um profeta? Sim, vos digo eu, e muito mais do que profeta;
Porque é este de quem está escrito:Eis que diante da tua face envio o meu anjo,que preparará diante de ti o teu caminho.
Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João o Batista; mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele.
Mateus 11:7-11

Frequentemente se vê pessoas de média idade reclamando, não de coisas específicas da vida, mas da condição da vida em si, num contexto geral, não é algo específico que incomoda, o que incomoda é onde se está, o que se sabe, o que se conquistou.
De certa forma reclamações por coisas que são externas a nós, são aceitáveis, há circunstâncias que estão pra além da nossa possibilidade de evitar e de agir antecipadamente, simplesmente reagimos a essas circunstâncias.
Porém se tratando do lugar onde se está na vida, ou quem se é hoje, não é válido reclamar, pois, o lugar onde estamos, o que somos, quem nos tornamos, é a soma de todas as decisões que tomamos na vida desde a nossa mais tenra idade.
As histórias que lemos são de pessoas muito parecidas, se não vejamos as semelhanças:
Ambos eram Nazireus, ambos tiveram restrições mesmo antes de nascer, ambos tiveram nascimentos preditos por anjos, ambos Israelitas, ambos vocacionados por Deus, ambos tinham sobre si grandes responsabilidades.
Mas vejamos o final das vidas de ambos, Sansão encerra sua carreira com os olhos furados, girando um moinho e sendo considerado um palhaço para os Filisteus.
João Batista, ainda que decapitado, morre com a honra de ser a pessoa mais honrada por Jesus entre todos nascidos de mulher.
O que causa tamanha diferença? O que torna um deles um sucesso e o outro um fracassado? O que faz Sansão ser a grande decepção do Antigo Testamento enquanto João é citado como uma das pessoas mais íntegras da história se ambos tem caminhos tão iguais, inícios tão parecidos, mas desfechos totalmente diferentes.
Frequentemente paro para pensar nas pessoas com as quais estudei, com as que cresci e já me perguntei onde muitos deles estão.
Com tristeza constatei que a grande maioria está em situações que anteriormente não imaginava que estariam, alguns mortos, alguns pais e mães muito precoces, alguns ex-presidiários. Outros estão formados, bem estabilizados, tem famílias, até moram fora do país, se tornaram grandes pessoas, entre os tais há gente vencedora e bem-sucedida.
O que leva pessoas que sentaram nas mesmas cadeiras, ouviram os mesmos professores, tiveram as mesmas chances a tomarem rumos tão diferentes?
A resposta está nas decisões.
Como bem disse C.S. Lewis:
A vida é uma estrada cheia de bifurcações

“Não estamos vivendo em um mundo onde todas as estradas
são raios de um círculo e onde todas, se seguidas suficientemente, acabarão por se aproximar gradualmente e terminar se encontrando no centro.
Pelo contrário, estamos num mundo em que cada
estrada, depois de alguns quilômetros, se divide em duas, e cada uma destas mais uma vez em duas, e em cada encruzilhada você tem de tomar uma decisão”.
C. S. Lewis - O grande Abismo

Na vida o tempo inteiro se faz necessário tomar decisões: O que estudar? Com o que trabalhar? Com quem se casar? De quem serei amigo?

Analisemos a partir de agora as decisões destes dois personagens:

1° - A volta a velhas rotinas, o retorno para ver o leão.
Quando Sansão vai a Timna pela primeira vez, ele encontra um leão em seu caminho, o Espírito do Senhor se apossa dele de modo que ele despedaça o leão, como quem despedaça um cabrito. Sansão vai a Timna, fala com a mulher que deseja e volta depois de uns dias ao lugar onde havia matado o leão.
Nazireus não poderiam comer fruto da vide, raspar a cabeça e tocar em coisas mortas. Sansão está numa vinha (risco), matou um leão, porém torna a vê-lo.
Há situações na vida que encaramos a primeira vez e matamos, mas tornamos a praticar os mesmos erros de sempre, voltamos aos cadáveres que já matamos, velhos hábitos que superamos um dia, mas estão tão arraigados que queremos ter um último contato, a curiosidade de saber como algo está, a sensação de ser a última vez, uma despedida do velho hábito, um regresso rápido.
Há leões que estão mortos, não devemos tornar a procurar ver os cadáveres que deixamos no caminho.

2° - Doçuras de fontes podres
Sansão tornou a encontrar o cadáver, em cima dele havia uma colmeia e ele comeu dela. V.8-9
É impressionante a capacidade que se desenvolve em alguns de encontrar doçura na podridão, a capacidade de achar bom coisas que são ruins, de encontrar prazer no que é banal, de admirar comportamentos sem sentido, de idolatrar sentimentos que naturalmente seriam repudiados em sã consciência.
As pessoas estão encontrando doçura e prazer no que é morto, no que é podre.

3° Comer da colmeia andando, a inconsequência V.9
Quando se opta por viver uma vida resoluta e de renúncias com frequência o que se vê são as pessoas em volta criticando este comportamento, pois, tal comportamento é voltado a um certo “medo”, um “olhar excessivo” para o futuro, etc.
Sansão come, e continua andando, alimentando outros, o erro de Sansão é a inconsequência, as nossas atitudes ainda que perdoadas, tem suas consequências, a preguiça, o desleixo, a procrastinação, um dia serão requeridas, porém enquanto é possível comer da colmeia de origem desconhecida, se come, caminha, ainda se alimenta a outros, vive-se com a expectativa de que não haverá consequências das atitudes presentes.
4° Gloria-se do que deveria se envergonhar V.14
Sansão se casa, propõe a partir daí um Enigma. A ideia era fazer algo que todos tivessem que pensar, a proposta era que o que prevalecesse ganharia 30 mudas de roupas.
O enigma é proposto: Do comedor saiu comida, do forte saiu doçura.
Futuramente Jesus diria: A boca fala do que o coração está cheio Mt 12.34
Ele poderia propor qualquer coisa, porém fala do que acabara de fazer e com um ar de certo orgulho, um sentimento de alegria por coisa que jamais deveria se alegrar. Se gabando de fazer errado, em nossa volta e talvez até em nosso meio isso acontece com frequência, se caçoa de quem é certo, se critica quem segue o caminho, mas devemos manter a resolução firme.
5° Sansão e os relacionamentos perigosos
Com a mulher de Timna, com seus trinta amigos, uma prostitua e agora com Dalila.
Sansão acumula sob si uma série de relacionamentos perigosos, difíceis e arriscados.
6° - A cegueira do pecado
Dalila pergunta: Me diga no que consiste a tua força para que possamos te afligir.
Uma pergunta que naturalmente ninguém responderia, que levaria qualquer um ao espanto, mas apaixonado Sansão não pensa mais, apenas brinca e se deixa levar por seus momentos.
C.S. Lewis certa vez disse em seu livro cartas de um diabo ao seu aprendiz:

“O homem poderia desejar que essa Vênus não fosse a esposa de outro e lamentar o fato de não poder amá-la legitimamente. Mas, com o segundo tipo, o que ele deseja é sentir o mal; é o "sabor picante" que ele procura. No rosto, ele busca um traço de animalidade visível, ou de mau humor, ou de dissimulação, ou de crueldade; no corpo, algo bem diferente daquilo que ele geralmente chama de Beleza, algo que ele talvez até descreva, num momento de lucidez, como feiúra, mas que por meio de nossas habilidades pode exacerbar uma obsessão particular. A verdadeira utilidade da Vênus infernal é, sem dúvida, como prostituta ou amante. Mas, se o seu homem for cristão, e se ele já tiver experiência para lidar com as bobagens do ''Amor" irresistível que para tudo arranja justificativa, é possível induzi-lo a casar-se com ela. Você terá falhado em relação à fornicação e ao pecado solitário; mas há outros métodos, mais indiretos, de usar a sexualidade de um homem para levá-lo à ruína. E posso dizer a você que eles não são apenas eficazes, mas muito prazerosos; a infelicidade que eles produzem é de um tipo duradouro e raro.”

Sansão não vê em Dalila alguém confiável para toda a vida, mas ainda assim ingressa no relacionamento, o que se vê em Dalila não é o que se chama de bonito, mas é o mal que ele não veria fazendo o certo, é o prazer do proibido, ele então inicia seu relacionamento com essa mulher filisteia.
Diferentemente da primeira mulher, esta agora é coagida não por perigo, mas sim por dinheiro, Sansão sabe que está num jogo, sabe que não vai a lugar nenhum com isso, mas ele insiste.
A pergunta de Dalila é feita algumas vezes: “Me diga no que consiste a tua força para que eu possa te afligir”.
Sansão responde por x vezes:
1° - Me amarre com sete tiras de couro úmidas V.7
2° Me amarre com cordas novas V.11
3° Teça os meus cabelos com um pano e o amarre a uma lançadeira. V.14
4° Sansão revela seu segredo, conta que nunca poderia raspar sua cabeça.
7° Sansão subjugado
Havia sobre Sansão a expectativa de ser a pessoa mais excelente de seu tempo, mas ele teve potencial de sobra, atitudes de menos.
Como é triste perceber que há pessoas que tem potencial para serem príncipes de Deus, mas com o passar do tempo tornam-se meros palhaços do inimigo.
Os filisteus fizeram algumas coisas com Sansão:
1° Prenderam
2° Furaram os olhos
3° Puseram para girar moinho na prisão
4° Tornou-se um troféu do inimigo, um palhaço diante do povo.

Fico a imaginar quem Sansão poderia ter se tornado, pois, no antigo testamento não há ninguém que tenha vivido as experiências que ele viveu. Não houve ninguém que tenha experimentado as coisas que ele experimentou.
Façamos de agora em diante um paralelo entre ele e João:

1° João é resoluto em sua missão
Do início ao fim da vida, João viveu para a glória de Deus. Sempre se vê pregando, batizando, confrontando, não que ele não tivesse pecado, mas o que se via sobre João era um caráter firme e não volátil como o Sansão.
“Só os peixes mortos nadam contra a correnteza”
Murridge – Citado por Stott em o discípulo radical

2° João é resoluto em sua identidade
Ele sabia que era nazireu e assim se manteve até o fim de sua vida:
E este João tinha as suas vestes de pelos de camelo, e um cinto de couro em torno de seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre.

Mateus 3:4

3° João vive para a glória de Deus
Ao ver Jesus junto ao rio Jordão ele lhe declara como o cordeiro de Deus, se recusa a batizá-lo, ao ser questionado sobre se ele era o Cristo, ele diz que é apenas uma voz e declara a famosa parábola do amigo do Noivo.

4° João está disposto a abrir mão de si para que Cristo Cresça

É necessário que ele cresça e que eu diminua.

João 3:30

(Testemunho pessoal)

João no texto em que lemos, está inseguro, preso, por um momento a dúvida lhe visita.
Ele envia seus discípulos para perguntar a Jesus quem ele é, se de fato é o Messias, se de fato a missão havia sido feita corretamente, João vive um momento de insegurança interna e até sobre sua missão, e é pensando nisso que ele envia seus discípulos, ele queria certezas de que sua labuta não foi em vão.
Jesus faz muitas curas V. 4-5
Daí em diante inicia sua fala sobre João:
O que causou o sucesso de João? As roupas? Porque o povo ia ao deserto ouvi-lo?
Seria pelo fato de ser profeta? Jesus diz, ele é mais que um profeta V.9
João era o cumprimento de uma profecia V.10
Daí em diante vem a fala de Jesus, este o maior entre os que nasceram de mulher V.11

Veja que uma coisa é dizer isso de amigo pra amigo, de fã para ídolo, mas é Cristo quem o diz. É uma honra pra além da nossa imaginação.

Sansão optou por viver momentos com Deus, João quis estar perto.
sansão desviou-se da missão, joão foi resoluto.
Sansão brincou de se arriscar, os riscos de João foram legítimos 1° Pe. 4
Porém com todas as coisas houve uma chance para Sansão, com olhos furados, machucado, triste, envergonhado, ele ora a Deus e recebe outra chance de honrá-lo ao fim de sua vida.
Essa é sua decisão final.

Talvez essa seja a hora em que outros Sansões e Joãos estejam lendo ou ouvindo este sermão, é a hora de tomar uma decisão, é a hora de romper.