sexta-feira, 10 de agosto de 2018

A vocação de Isaías


No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e a cauda do seu manto enchia o templo.
Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas; com duas cobriam os seus rostos, e com duas cobriam os seus pés, e com duas voavam.
E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.
E os umbrais das portas se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça.
Então disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos.
Porém um dos serafins voou para mim, trazendo na sua mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz;
E com a brasa tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e expiado o teu pecado.
Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.

Isaías 6:1-8

Isaías foi o profeta que teve mais espaço no Cânon sagrado, de modo que seu livro é chamado de mini bíblia, por conter 66 capítulos, é também chamado de o profeta messiânico, por ter em seu livro algumas das profecias mais específicas sobre como seria o Messias quando este viesse.
Frequentemente se fala sobre Isaías como sendo alguém que era membro da Aristocracia Israelita, isso por conta de alguns relatos históricos que dão conta de seu parentesco com o rei Uzias, acredita-se que Uzias era primo de Isaías. Não foram poucas as vezes em que foi pregado que até o momento deste texto Isaías exerceu seu ministério sem ser vocacionado, ou seja, acabam admitindo que suas profecias até aquele momento não foram inspiradas, com isso seriamos obrigados a admitir que 5 capítulos da bíblia estão inadequados no conteúdo do livro. Neste texto ao ter a visão que descreveremos a seguir, Isaías diz “ai de mim”, porém até aquele momento os “ais” se aplicavam a terceiros. Outra afirmação errada se dá ao dizer que o ministério de Isaías só iniciou quando Uzias morreu, porém, essa fala: No ano em que morreu o rei Uzias, é motivada apenas por questão de data, para referenciar o dia, nada tem a ver com o fato de que Uzias tinha que morrer para ele iniciar.
Isto posto, é interessante dizer quem foi Uzias, porque citar o tempo de sua morte é importante pra Isaías?
Uzias
Foi rei em Judá, este era filho de Amazias. Amazias foi rei durante mais de trinta anos, porém foi morto por seu próprio povo em Jerusalém.
Com 16 anos de Idade, Uzias seu filho assumiu o reino de Judá.
Sua biografia inicia-se falando de seu relacionamento com Deus, que foi bom em linhas gerais, ele também contava com a consultoria de um profeta chamado Zacarias, mas sua principal marca foi seu poder bélico.
Os filisteus eram uma contínua pedra no sapato dos Israelitas, porém no tempo de seu reinado ele destruiu os muros de Gate que era a cidade forte da nação, também destruiu os muros de Jabne e de Asdode, construindo entre os filisteus fortalezas para Israel, ganhar dos Filisteus foi algo rotineiro para Davi, para Samuel e Sansão, mas derrubar os muros, instalar bases em território inimigo foi um ato par além de tudo o que havia sido feito até então.
Ele teve conquistas contra outros povos, edificou torres de vigia e de ataque tanto nos altos como nos desertos, tinha também muito gado, aparelhou nos altos as torres com escudos e confiou sobre elas exércitos de flecheiros destros, canhotos e belicosos, os números de seu exército excediam os trezentos mil.
Aparelhava a todos com escudos, lanças, capacetes, couraças e arcos e fundas para atingir a longa distância os inimigos.
Inventou obras de engenharia de guerra como lançadores de dardos, catapultas e o foi o primeiro a utilizar essas ferramentas.
O significado de seu nome era “O Senhor é a minha força” este pode ter sido o lema do exército em suas batalhas e Uzias passou a ser o rei mais poderoso em guerras em seu tempo.
Com o tempo Uzias deixou o real significado de seu nome e se fortificou, passou a crer que tudo estava baseado em sua própria força.
Numa ocasião ele quis independência dos sacerdotes, assentou em seu coração a oferecer sacrifícios que só competiam aos sacerdotes, se propôs a trazer oferta ao altar e sendo severamente alertado insistiu, até que a lepra lhe saiu na testa.
Desde então sabendo que um rei leproso seria deposto, ele saiu de cena, deixou o reinado e seu filho Jotão o assumiu em seu lugar, não se sabe ao certo por quantos anos ele esteve leproso, o fato é que neste ano de sua morte ele estava nesta condição.
O Grande vencedor, o grande guerreiro, o grande líder estava leproso e impossibilitado de liderar.
Neste ano em que a grande liderança de Judá está acometida de lepra e uma nova transição de poder está prestes a ocorrer, num curto espaço de tempo a nação Israelita sofre duas mudanças de governo inesperadas, uma pela morte de seu rei, outra pela lepra.
Neste interim Isaías entra no templo, Jotão iniciando seu reino, Uzias leproso, crise nos governos, incertezas gerais, insegurança iminente, juízo de Deus sobre a nação, Isaías vai ao templo e tem a sua vocação.
Foi no ano que Uzias morreu, que ele viu o Senhor assentado num alto e sublime e trono.
Abaixo trago algumas aplicações práticas deste dia da vocação de Isaías.
1° Os tronos da terra podem se desestabilizar, mas sempre haverá um alto e sublime trono.
O reino de Davi havia passado deixando saudades em todos, Salomão seu filho amplia o reino, porém termina mal, Roboão neto de Davi provoca instabilidade e o reino de Israel é divido, desde a divisão nunca Judá passou por tamanha expansão e paz, os tempos de Uzias trouxeram segurança, conforto e prosperidade a todo o povo.
Porém mesmo o rei Uzias teve de sair do trono, ao se fortificar a lepra lhe saiu na testa, no ano de sua morte ele viveu a parte, ele deixou o reino, as incertezas eram gerais, novamente Judá se via em transição de poder, Amazias pai de Uzias fora assassinado, Uzias assume com 16 anos e deixa o reino por conta da lepra, o trono de Judá estava em cheque, Isaías em particular está abalado por saber que seu primo não mais viveria na cidade, porém neste ano de incertezas, neste ano de instabilidade repentina e avassaladora, Isaías tem a visão sobre o trono de Deus.
Toda a terra pode se desestabilizar, mas ainda há um alto e sublime trono, ocupado pelo Senhor.
Estamos em ano eleitoral, de fato há incertezas gerais a cerca do nosso futuro, as projeções econômicas são desanimadoras, a perspectiva é de crise permanente e sem esperanças de renovação e de se reerguer, as pessoas buscam de um lado para o outro esperanças, projetam sobre candidatos, sobre sistemas, sobre pessoas suas expectativas, todas essas são frustradas.
Mas ainda há um Deus num alto e sublime trono, governando tudo, há crises financeiras aqui, usurpações de poder, porém no céu há um rei eterno:
“E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.
Lucas 1:33”
“O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; o cetro do teu reino é um cetro de eqüidade.
Salmos 45:6”
“O Senhor tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo.
Salmos 103:19”
“Assim diz o SENHOR: O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés; que casa me edificaríeis vós? E qual seria o lugar do meu descanso?
Isaías 66:1”
Apocalipse 4 fornece uma descrição excelente sobre o trono de Deus, João é levado por Deus até lá.
A descrição diz resumidamente:
Há um trono de Deus nos céus, a semelhança de Deus sobre o trono tem esses detalhes:
Ele se assemelha a pedras de Jaspe e Sardon.
 Há um arco celeste ao redor do trono e este se assemelha a esmeralda.
Há outros vinte e quatro tronos ao redor do trono de Deus, sobre os tronos estavam vinte a quatro anciãos de branco com coroas de ouro nas cabeças.
Do trono de Deus saem raios, relâmpagos e trovões, vozes e diante dele há sete lâmpadas de fogo que são os sete espíritos de Deus  possivelmente descritos em Isaías 11.
Na frente do trono há um mar de vidro, com a semelhança do Cristal, no meio e ao redor do trono há quatro seres viventes.
O primeiro era semelhante ao leão, o segundo um bezerro, o terceiro um homem e o quarto uma águia.
Todos tinham seis asas e por dentro e por fora tinham olhos, não descansam nem de dia e nem de noite dizendo Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, todo poderoso, que era, e que é, e que há de vir  Ap. 4.8
Quando estes dão glória, os vinte e quatro anciãos retiram suas coroas e depositam nos pés do cordeiro dizendo: Digno é o senhor.
Toda a descrição do capítulo 4 do Apocalipse nos remete a um trono eterno, majestoso, há um rei soberano que não tem planos frustrados.
Quando aqui as flores já fenecem as dos céus começam a brilhar, quando as esperanças desvanecem, o aflito crente vai orar – Louvor da harpa Cristã
Talvez nosso problema até o presente momento é que estamos olhando para frente, para trás, para baixo, para o presente, mas é hora de olhar para o alto, tal como o famosíssimo Salmo 121. É hora de olhar para o trono e saber que há um Deus assentado lá, com um cetro de Justiça, com vigência eterna, com rígido controle, ele é o Senhor.
Já foi dito a cerca de Deus que ele é “o cara”, que ele é “legal” e muitas outras bobagens, porém cabe-nos relembrar, que ele está pra além de tudo isso, ele é rei dos reis, senhor dos Senhores, digno, pois, comprou para si povos de toda a tribo, língua e nação.





2° Há um Deus de batalhas no céu
“E o seu séquito enchia o templo.
Isaías 6:1”
O séquito era a cauda do manto do rei, nestes tempos ele era ornamentado com adições de orlas de outros reis que eram derrotados, ou seja, na medida em que um rei ia crescendo e vencendo batalhas, ele ampliava o seu território e tinha maior poder. O seu poder era simbolizado por seu séquito, cada rei derrotado tinha uma parte do manto cortada e amarrada ao séquito do rei que o matou, de modo que quanto maior o séquito, maior o poder do rei, mas vencedor o rei teria sido.
O séquito de Uzias provavelmente era considerável, ele derrotou em seu tempo Filisteus, derrubou os seus muros e instalou fortalezas lá; também derrotou os Amonitas, derrotou ainda alguns povos que lhe pagaram tributos.
Seu séquito era considerável, mas o orgulho o barrou e ele deixou de ser o vencedor para se tornar leproso.
Quanto ao nosso rei celestial, o seu séquito é tão considerável que enchia todo o templo.
Filisteus, Amalequitas, Moabitas, Assírios, Romanos, Amonitas, Egípcios.
-Diante dos Egípcios ele enviou dez pragas, fez o mar abrir e seu povo passar Ex.14.14
Ao atravessarem Miriam Cantou: "O Senhor é homem de guerra; o Senhor é o seu nome. Êxodo 15:3”
Quando Deus fez uma aliança com o povo de Israel, informou que enviaria terror diante deles, abelhas, elas tirariam os Heveus, Cananeus e Heteus diante do povo. Ex.23.28-29
Diante dos Cananeus Débora tinha o desafio de enfrentar os novecentos carros de ferro de Sísera, por onde passavam eles faziam destruição e levavam o povo a ruína.
A ameaça era iminente e terrível, mas Deus foi a frente na batalha.
De forma que eles prevaleceram contra os Cananeus, acredita-se que após essa batalha se deu a inspiração para o Salmo 46.
“Os gentios se embraveceram; os reinos se moveram; ele levantou a sua voz e a terra se derreteu.
O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. (Selá.)
Vinde, contemplai as obras do Senhor; que desolações tem feito na terra!
Ele faz cessar as guerras até ao fim da terra; quebra o arco e corta a lança; queima os carros no fogo.
Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre os gentios; serei exaltado sobre a terra.
O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. (Selá.)
Salmos 46:6-11”

As pelejas são do Senhor, assim ele se apresentou a Josué, a Josafá e a Ezequias.
Os vitoriosos da terra podem perecer, mas há um Deus que nunca perdeu uma batalha, o seu séquito enche o templo, se ele está ao nosso favor, quem será contra?

3° Há um Deus digno de adoração no céu
Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas; com duas cobriam os seus rostos, e com duas cobriam os seus pés, e com duas voavam.
E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.
E os umbrais das portas se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça.
Isaías 6:2-4
Isaías em seguida tem a visão a respeito da doxologia do céu, como mencionado no capítulo quatro de apocalipse, há seres viventes no céu. A semelhança dos 4 que João vê é de um leão, de um homem, de um jumento e de uma águia.
Essas referências apontam para Cristo que em Mateus é o rei, em Marcos é o servo perfeito, em Lucas o homem perfeito, em João o Deus que vem a terra e habita entre nós.
Os serafins voavam a cima dele, tendo seis asas.
Duas asas sobre os pés em sinal de reverência, pois, foi dito a Moisés e Josué: “Tirem as sandálias dos pés”.
Em Eclesiastes 5.2 é dito: “Guarda o teu pé quando entrares na casa do Senhor teu Deus, e inclina-se muito mais a ouvir do que a falar e oferecer sacrifícios vãos”.
Os serafins em sinal de reverência cobrem seus pés diante do Senhor.
Eles cobrem também os seus rostos, pois, é impossível olhar para ele diretamente.
Certa vez Moisés foi ousado e pediu para olhar para Deus, porém não lhe foi concedido isso, ele teve de esperar Deus passar pela fenda da rocha, sua mão seria posta entre as pedras e Moisés o veria de costas.
Ao descer do monte o rosto de Moisés brilhava muito e assustava a todos a sua volta, pois, ele viu as costas de Deus e olhar para ele passou a ser algo difícil, é então que ele precisa usar um véu sobre o rosto.
Os serafins cobriam o rosto, pois, sua santidade é imensurável.
As duas asas que lhe restaram eram usadas no vôo.
O clamor entre os serafins era “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos exércitos, toda a terra está cheia da sua glória”.
A cena é de um serafim “Gritando” ao outro que o que está no trono é santo, um fala e o outro responde.
Há uma doxologia perfeita no céu, uma adoração excelente, vinte e quatro anciãos se unem nesta adoração depositando suas coroas, na canção do Ap. 4 se diz “Santo, Santo, Santo é o Senhor, Deus todo poderoso, que era, que é, que há de vir.
Santidade é um atributo de Deus dos mais consideráveis, um atributo moral, deve advém os demais relacionados ao seu caráter, o que diferencia a ira de Deus, a paciência de Deus, o amor de Deus, é que todos seus sentimentos comunicáveis são aliados a santidade.
O Livro de Levítico é um marco contínuo: “Sede Santos, porque EU sou Santo”.
Todo o ornamento do tabernáculo tinha uma mensagem implícita, não te chegues pra cá, pois, eu sou Santo.
Os holocaustos visavam “aceitação” para se aproximar de um Deus Santo.
Muito se tem dito sobre o amor de Deus, sobre a misericórdia de Deus, o grito de hoje é: Deus é Santo, Deus é Santo, Deus é Santo.
A mitra sobre a cabeça do Sumo Sacerdote dizia: Santidade ao Senhor.
O Deus que está sobre o trono tem uma voz que move os umbrais das portas do templo, ele abala as estruturas do templo com a sua voz.
A casa se encheu de fumaça como sinal de adoração novamente.

4° A real dimensão de quem Deus é nos apequena
Isaías até o presente momento está vendo tudo aquilo imóvel, talvez espantado, suas conclusões até o momento são: Há um Deus no controle, Deus batalhador, Adorado e Santo, três vezes santo.
É então que ele diz: Ai de mim, sou apenas um homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios e os meus olhos viram o Rei, o Senhor.
Talvez a nossa falta de postura na igreja se dê por ainda não conhecer a Deus, por ainda não ter visto o Deus do trono.
A irreverência, os atrasos, as conversas paralelas, a falta de temor ao louvar, o modo de se referir a Deus e a si, a forma que cantamos sobre nós e sobre Deus, revelam que precisamos de fato saber quem é Deus.
Por não saber que Deus é santo, não se almeja a santidade, pois, nos tornamos a semelhança do que adoramos. A falta de saber sobre a santidade de Deus levou as pessoas a se tornar irreverentes diante de Deus, de modo que se humaniza Deus, se aplica sentimentos totalmente humanos e falhos a Deus, se exalta muito o homem.
No dia em que de fato virmos a Deus nós seremos confrontados com sua beleza, santidade e perfeição e gritaremos “Ai de mim”
Ai de mim que sou um homem, um homem de lábios impuros, habito entre pessoas de impuros Lábios, ai de mim que minto, ai de mim que peco uma frequência pra além do que penso e do que controlo, ai de mim que não faço o bem que quero, mas o mal que não quero já fiz, ai de mim miserável pecador, que me orgulho com o que é vergonha e me envergonho do que deveria me orgulhar, ai de mim... os ais são infinitos.
Precisamos resgatar esse temor.
Eu tenho a impressão de que Deus deseja retomar esse sentimento entre nós, tal como o sentimento que tomou a igreja em Jerusalém por ocasião da morte de Ananias e Safira, o temor que tomou a todos quando Nadabe e Abiú ofereceram fogo estranho, o temor gerado quando a arca esteve entre os filisteus.
Que esse temor volte e clamemos por santidade.
5° O fogo de Deus é purificação para o tempo presente
Lá está Isaías, temeroso, espantado, gritando “Ai de mim”.
Até que um serafim voou trazendo uma brasa tirada do altar, tocou os lábios de Isaías e a sua iniquidade foi tirada.
Talvez seja a hora de Deus queimar algumas coisa em nós, de alguns assim como Isaías, o Senhor toma a língua e queima, outros precisam ter a mente queimada, outros precisam ter pés queimados, olhos, mãos, celulares, aparelhos.
O que é meu obstáculo para ver a glória de Deus? O Senhor deseja queimar essas coisas, tocar e purificar.
Isso foi o que Isaías recebeu, seu problema era a língua, correto? Deus tratou de resolver naquele instante, pois, a real visão de Deus além de nos espantar, nos dá a chance de começar a acertar, de resolver o que impede de estar em paz diante dele, o Deus do trono é santo e santificador.
Com frequência se fala de fogo, mas como algo que alegra, que levanta, que deixa todos felizes, mas o fogo na bíblia não se refere só a aprovação, mas na maioria das vezes ao juízo, a purificação.
O fogo elimina as ferrugens, tira as arestas, modela, amolece, desfaz e refaz.
O fogo foi o agente purificador dos lábios de Isaías, quando este fogo vier sobre nós, não simplesmente cantaremos os corinhos de fogo, andaremos em tapetes de fogo, este fogo vai ser a purificação de Deus sobre nós.
A iniquidade será tirada e estaremos aptos a estar diante de Deus, minha oração é que Deus de fato venha com o seu fogo.



6° A visão de Deus e a santificação nos tornam aptos ao ministério.
“Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.
Isaías 6:8”
Com a purificação realizada, com os lábios limpos, Deus o convida ao serviço.
A quem enviarei, quem há de ir por nós?
Este chamado está sobre nós ainda hoje, já vimos a glória de Deus, já contemplamos nossa miséria, já fomos purificados e o chamado é a realidade presente, quem irá?
Deus ainda hoje procura pessoas, gente que passe por esses processos, gente que ouça seu chamado, como dito pelo grande escritor E.M. Bounds, Deus não unge planos ou métodos, Deus unge homens.
Jim Elliot, Fracasso é ser um sucesso naquilo que Deus nunca lhe chamou para fazer.
Nós precisamos compreender o chamado de Deus e com a visão sobre quem ele é, sobre quem nós somos, sobre a santificação que ele outorga diremos, eis-me-aqui.
Ainda hoje há um clamor, quem irá?
Que sejamos os que dizem eis-me aqui.
A ceara é grande e poucos são os ceifeiros.  

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