segunda-feira, 11 de setembro de 2017

As feridas da instituição

A igreja institucional tornou-se alguém que inflige feridas nos que curam, em vez de ser alguém que cura os feridos

Brennam Manning - O evangelho maltrapilho

O monergismo - iniciativa de Deus

Embora as Escrituras insistam que é de Deus a iniciativa na obra da salvação — que pela graça somos salvos, que é o Formidável Amante quem toma a iniciativa — freqüentemente nossa espiritualidade começa no eu, não em Deus. A responsabilidade pessoal substituiu a resposta pessoal. Falamos sobre adquirir a virtude como se ela fosse uma habilidade que pudesse ser desenvolvida, como uma bela caligrafia ou um bom gingado numa tacada de golfe.

Brennam Manning - O evangelho Maltrapilho

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Confissões de um pregador

Confissões de um pregador
Uma das coisas que mais me apaixona é pregar. Pregar mexe comigo como nenhuma outra coisa. O esforço para encontrar a passagem adequada, o sentido da passagem, e depois colocar este sentido em um formato fácil de explicar e de ser entendido; e o mais importante, poder espiritual para entregar a mensagem de maneira clara, direta, que fira as consciências, que levante os ânimos e que instrua as mentes; enfim, que seja instrumento na mão do Espírito Santo para glorificar a Deus e exaltar a Jesus Cristo.
Apesar de toda a preparação, é no momento da entrega que a verdade aparece. Quando estou no púlpito, com a Bíblia aberta, e centenas derostos olhando pra mim em expectativa. Ali eu me sinto trêmulo, vacilante e frequentemente tímido. Tenho que superar o meu medo natural para anunciar com clareza e alta voz o sentido do texto bíblico e fazê-lo chegar até os corações e as mentes.
Durante a pregação, manter contato visual com as pessoas, perceber se estão seguindo, sendo encorajadas, se estão sendo abençoado ou se estão simplesmente se sentindo enfadonhas. Em seguida, ajustar ohorário, as palavras, o tom, o timbre da voz, até que a palavra penetre finalmente por entre as barreiras, obstáculos e dificuldades que as pessoas levantam em suas mentes e aí seus corações quando vem a igreja.
E quando o sermão termina, não termina a minha tarefa. Sinto-me geralmente arrasado, fracassado, como quem fez um péssimo trabalho.Não poucas vezes vou pra casa procurando um buraco pra me esconder. E aí que tenho que orar, pedindo perdão a Deus, e suplicar que a palavra pregada, mesmo de forma imperfeita, seja usada por ele para converter e santificar. Um sentimento de vazio com frequência entra em meu coração, como alguém que não fez o que deveria ter feito direito.
As noites de domingo, na cama, são aquelas em que a insônia torna-se minha companheira.

Augustus Nicodemus

O pródigo era obrigado a voltar

O filho pródigo estava obrigado a voltar para sua casa tal como estava, pois não havia nada que pudesse fazer. Estava reduzido a tais extremos de pobreza que não podia comprar uma peça nova de pano para remendar suas roupas, nem um pedaço de sabão com que pudesse limpar-se; e é uma grande misericórdia quando um homem está tão espiritualmente reduzido que não pode fazer nada a não ser ir até Deus como um mendigo, quando ele está tão falido que não pode pagar nem um centavo, quando ele está tão perdido que não é capaz nem de crer ou se arrepender longe de Deus, e mais sente que está eternamente arruinado a não ser pela intervenção do Senhor. Nossa sabedoria consiste em ir a Deus para tudo.
Além disso, não se necessitava nada do filho pródigo

O retorno do pródigo - Charles Spurgeon

A oração como fuga

“Mas eu tenho a intenção de orar,” diz um. O que você pediria? Acaso espera que o Senhor lhe ouça quando você não quer ouvi-lo? Você orará melhor no colo do Pai – mas as orações de um coração orgulhoso, desobediente, cético, são zombarias! Suas próprias orações lhe arruinarão se são convertidas em um substituto para ir de uma vez a Deus.
Suponham que o filho pródigo tivesse sentado perto dos porcos e tenha dito: “vou orar aqui”? De que lhe teria servido? Ou suponha que ele tenha orado ali, que bem o teria lhe acometido? A oração e o pranto eram muito bons uma vez que tivesse ele ido até seu pai, mas poderiam ter substituído seu regresso.

O retorno do pródigo - Charles Spurgeon

Afogue-se na graça

“Oh, mas eu quero vencer minha inclinação para o pecado, quero controlar minhas fortes tentações‖. Eu sei o que você quer. Você quer a melhor roupa sem a necessidade de que o Pai te dê, e calçado para teus pés que você tenha conseguido sozinho. Você não quer ir com roupas de mendigo e receber tudo da amorosa mão do Senhor! Mas tem que renunciar a esse seu orgulho e vir a Deus ou morrerás para sempre! Deve esquecer-se de si mesmo, só lembrando-se de ti para sentir que és mal por completo, e que és indigno de ser chamado filho de Deus. Renuncie a si mesmo como um barco que afunda e não vale a pena ser resgatado, mas tem que deixar que se afunde, e tem que subir ao bote salva-vidas da Graça imerecida. Pense em Deus como seu Pai, n‘Ele, lhe digo, e em Seu amado Filho, o único Mediador e Redentor para os filhos dos homens! Ali está sua esperança; corre de você mesmo e aproxime-se a seu Pai.

O Retorno do pródigo - Charles Spurgeon

"Venha para casa"

Há um tempo para os pecadores quando seus velhos companheiros parecem dizer: “não queremos estar ao seu lado. Estás demasiadamente abatido e melancólico. Por que você não vai para casa?”. O enviaram a alimentar porcos, e parecia que os próprios animais gruniam: “vá para casa!” quando recolhia as alfaborras, e queria comer elas, esas alfaborras crepitavam: “volte para casa”. Olhava seus trapos e esses abriam suas bovas dizendo: ―vá para casa!‖ Sua barriga faminta e sua fraqueza clamavam: ―vá para casa‖. Logo ele pensou no rosto de seu pai e quão amavelmente havia olhado para ele, e parecia dizer-lhe: ―venha para casa!‖. Ele se lembrava da abundância de pão, e cada bocado parecia dizer: “venha para casa!”. Ele imaginou os servos setandos para jantar e festejando plenamente – e cada um parecia olha-lo de longe, sobre o deserto, e dizendo: “venha para casa. Seu pai nos alimenta bem. Venha para casa!”. Cada coisa lhe dizia : “venha para casa!”. Só o diabo sussurrava: “nunca volte. Tem que lutar até o fim! Melhor é morrer de fome que render-se! é um jogo de azar!”. Mas dessa vez ele fugiu do diabo, pois caindo si e disse: “não! Me levantarei e irei a meu pai!”.

O retorno do pródigo - Charles Spurgeon

As vezes o único meio do pródigo voltar é como mendigo

O filho pródigo estava obrigado a voltar para sua casa tal como estava, pois não havia nada que pudesse fazer. Estava reduzido a tais extremos de pobreza que não podia comprar uma peça nova de pano para remendar suas roupas, nem um pedaço de sabão com que pudesse limpar-se; e é uma grande misericórdia quando um homem está tão espiritualmente reduzido que não pode fazer nada a não ser ir até Deus como um mendigo, quando ele está tão falido que não pode pagar nem um centavo, quando ele está tão perdido que não é capaz nem de crer ou se arrepender longe de Deus, e mais sente que está eternamente arruinado a não ser pela intervenção do Senhor. Nossa sabedoria consiste em ir a Deus para tudo.

O retorno do pródigo - Charles Spurgeon

Tratar os pecados longe de Deus

Toda vez que um pecador se detém longe de Deus para ficar melhor não está fazendo mais que agregando mais pecado a seu pecado, pois o maior de todos os pecados é estar longe de Deus, e quanto tempo permaneça nesse estado, mais ele peca. A intenção de fazer boas obras, fora de Deus, é como o esforço de um ladrão para manter em ordem os bens roubados, enquanto seu único dever é devolvê-los imediatamente.

O retorno do pródigo - Charles Spurgeon

Fé na bondade de Deus

“ainda que Ele estivesse segurando
uma espada em Suas mãos, eu teria corrido contra sua ponta ao invés de manter-me longe d‟Ele”.

John Bunyan

A fé leva o pródigo a chamar o pai de "pai"

O penitente da parábola veio a seu pai tão indigno de ser chamado de filho, e, no entanto, disse: “Meu pai”. A fé tem um jeito de ver a escuridão do pecado e ainda crer que Deus pode converter nossa alma branca como a neve! Não é fé que diz: “eu sou um pequeno pecador então Deus pode me salvar”, mas antes a fé clama: ―Sou um grande pecador! Um pecador maldito e condenado, e, no entanto, apesar disso tudo, a misericórdia de Deus pode me perdoar e o sangue de Cristo pode me limpar”.

O retorno do pródigo - Charles Spurgeon

Precisamos romper com o pecado

“E, levantando-se, foi para seu pai”. Agora observe que essa ação do pródigo foi imediata e sem discussões adicionais. Ele não chegou ao dono dos porcos e perguntou: “ah, você poderia subir meu salário? Se não puder, terei que partir”. Se ele tivesse negociado, estaria completamente perdido! Ele não deu nenhum aviso a seu antigo patrão e cancelou o contrato de trabalho, fugindo.
Queria eu que os pecadores aqui presentes rompessem sua aliança com a morte e violassem seu pacto com o inferno, escapando até Jesus Cristo para salvar suas vidas, pois Ele recebe a todos os „fugitivos‟ que assim o fazem. Não precisamos de nenhuma permissão nem licença para renunciar o serviço do pecado e de Satanás, nem tão pouco é um assunto que requer uma consideração de um mês: nesta matéria, a ação instantânea é a mais sábia.

O retorno do pródigo - Charles Spurgeon

Só há música no céu quando há arrependimento

Alegramo-nos quando ouvimos a resolução de vocês: “me voltarei para Deus‟‟, mas os anjos no céu não se regozijam por causa das resoluções, já que eles reservam sua música para os pecadores que efetivamente se arrependem.

O retorno do pródigo - Charles Spurgeon

Promessas não cumpridas

Cada sermão sincero, cada morte em sua família, cada tom fúnebre por seu vizinho, cada remorso na consciência, cada visita da enfermidade te dá uma resolução de emenda, mas suas notas promissórias nunca estão honradas e teu arrependimento termina
em palavras. Sua bondade é como o orvalho, que ao amanhecer adorna com jóias cada folha do chão, porém logo quando o sol ardente chega sobre o prado, deixa o chão seco e quente.

O retorno do pródigo - Charles Spurgeon

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Amor não correspondido

O amor não deve perguntar se é correspondido, mas procurar quem carece dele. Quem mais necessita de amor se não aquele que, sem amor vive no ódio? Quem, portanto, seria mais digno de amor que meu inimigo? Onde seria o amor mais glorificado do que entre seus inimigos?

Dietrich Bonhoeffer - Discipulado

terça-feira, 8 de agosto de 2017

O que é a salvação?

O termo "salvação" precisa ser urgentemente libertado do conceito medíocre e pobre com o qual tendemos a degradá-lo. "Salvação" é um termo majestoso, que evidencia todo o amplo propósito de Deus, pelo qual ele justifica, santifica e glorifica o seu povo: primeiramente, perdoando as nossas ofensas e aceitando-nos como justos ao nos olhar através de Cristo; depois transformando-nos progressivamente, pelo seu Espírito, para sermos conforme a imagem do seu Filho, até que finalmente nos tornemos iguais a Cristo no céu, com novos corpos, num mundo novo. Não devemos minimizar a grandeza de "tão grande salvação" (Hb 2:3).

Tu porém - John Stott

Coisas que não devemos ter vergonha

Estes continuam ainda sendo os três modos mais importantes pelos quais os cristãos, como Timóteo, são tentados a envergonhar-se: ora do nome de Cristo, do qual somos chamados a dar testemunho; ora do povo de Cristo, ao qual também pertencemos, se é que pertencemos a Ele; ora do evangelho de Cristo, cuja propagação nos foi confiada.

Tu porém - John Stott

Soberania divina e responsabilidade humana no ministério

Em princípio, acontece o mesmo com todo o povo de Deus. Talvez a coisa mais impressionante seja a combinação, tanto em Paulo como em Timóteo, da soberania divina com a responsabilidade humana. São duas realidades, de revelação e de experiência, que consideramos difícil subsistirem ao mesmo tempo, e impossível serem sistematizadas numa acurada doutrina. Paulo podia escrever sobre a vontade de Deus e assegurar que a graça divina fizera dele o que ele era. Mas Paulo imediatamente acrescentou: "e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus comigo" (1 Co 15: 10). Ou seja, ele acrescentou o seu esforço à graça de Deus; contudo, na verdade, foi a graça de Deus que inspirou o seu esforço. Com Timóteo acontecia o mesmo. Sua mãe e sua avó puderam ensinar-lhe as Escrituras e levá-lo à conversão. Foi Paulo que o levou a Cristo, tornou-se seu amigo, orou por ele, escreveu-lhe, treinou-o e exortou-o. Timóteo recebeu de Deus um dom especial, em sua ordenação. Mas o próprio Timóteo teve que desenvolver sozinho o dom divino, sem Paulo. Ele teve de acrescentar a sua própria autodisciplina aos dons de Deus.

Tu porém - John Stott

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

O evangelho é a promessa da vida

E o evangelho é a boa nova para os pecadores agonizantes, é a notícia de que Deus lhes promete vida em Jesus Cristo. É muito interessante que, quando a morte lhe parece mais evidente, o apóstolo define aqui o evangelho como sendo uma "promessa de vida". E é realmente isso. O evangelho oferece vida aos homens, vida verdadeira, vida eterna, tanto aqui como depois. Ele declara que a vida está em Cristo Jesus, o qual não somente afirmou ser ele mesmo a vida (João 14: 6) mas, como Paulo logo adiante revela, "destruiu a morte e trouxe a luz da vida e a imortalidade mediante o evangelho" (v. 10).

Tu porém - John Stott

A relevância da segunda carta de Paulo a Timóteo

A igreja de nossos dias precisa urgentemente atentar para a mensagem desta segunda carta de Paulo a Timóteo, já que à nossa volta vemos cristãos e igrejas abrindo mão do evangelho, manuseando-o desajeitadamente, incorrendo no perigo de finalmente vê-lo escorrer por entre os dedos. Precisa-se de uma nova geração de jovens Timóteos, que queiram guardar o sagrado depósito do evangelho, que estejam determinados a proclamá-lo e preparados para sofrer por ele; e que o compartilharão puro e incorrupto à geração que, cm seu devido tempo, se levantará em seguida.

Tu porém - John Stott