Em princípio, acontece o mesmo com todo o povo de Deus. Talvez a coisa mais impressionante seja a
combinação, tanto em Paulo como em Timóteo, da soberania divina com a responsabilidade humana. São
duas realidades, de revelação e de experiência, que consideramos difícil subsistirem ao mesmo tempo, e
impossível serem sistematizadas numa acurada doutrina.
Paulo podia escrever sobre a vontade de Deus e assegurar que a graça divina fizera dele o que ele era.
Mas Paulo imediatamente acrescentou: "e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã, antes
trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus comigo" (1 Co 15: 10). Ou seja,
ele acrescentou o seu esforço à graça de Deus; contudo, na verdade, foi a graça de Deus que inspirou o seu
esforço.
Com Timóteo acontecia o mesmo. Sua mãe e sua avó puderam ensinar-lhe as Escrituras e levá-lo à
conversão. Foi Paulo que o levou a Cristo, tornou-se seu amigo, orou por ele, escreveu-lhe, treinou-o e
exortou-o. Timóteo recebeu de Deus um dom especial, em sua ordenação. Mas o próprio Timóteo teve que
desenvolver sozinho o dom divino, sem Paulo. Ele teve de acrescentar a sua própria autodisciplina aos dons
de Deus.
Tu porém - John Stott
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