terça-feira, 13 de junho de 2023

A resposta de Deus aos nossos medos - Isaías 41 - Sermão entregue à Ad Brás Santo Eduardo - Culto de ceia

 

Isaías 41 – Promessas de Deus contra o medo

“Os aflitos e necessitados buscam águas, e não há, e a sua língua se seca de sede; eu o Senhor os ouvirei, eu, o Deus de Israel não os desampararei.

Abrirei rios em lugares altos, e fontes no meio dos vales; tornarei o deserto em lagos de águas, e a terra seca em mananciais de água.

Plantarei no deserto o cedro, a acácia, e a murta, e a oliveira; porei no ermo juntamente a faia, o pinheiro e o álamo.

Para que todos vejam, e saibam, e considerem, e juntamente entendam que a mão do Senhor fez isto, e o Santo de Israel o criou.

Isaías 41:17-20

 

O profeta Isaías

Isaías era um profeta nobre, um profeta que tinha livre trânsito entre os homens de mais alta classe em Judá.

Por ser parte da nobreza, ele foi o único rei que transitou livremente entre os reis de todo o seu ministério profético e que também teve um tempo de duração no ministério mais extenso, cobrindo 4 reis.

Era um homem inteligente, hábil com as palavras, que conseguia lidar com as questões mais simples do dia a dia, bem como as profecias mais complexas, Isaías faz uma sinfonia entre a limitação humana e a onipotência de Deus.

Isaías era um homem com uma família bem relacionada segundo Eugene Peterson, ele poderia seguir uma vida extremamente tranquila como um dono de terras, ou um político, ou até um membro da corte.

Isaías foi o profeta que teve mais espaço no Cânon sagrado, de modo que seu livro é chamado de mini bíblia, por conter 66 capítulos, é também chamado de o profeta messiânico, por ter em seu livro algumas das profecias mais específicas sobre como seria o Messias quando este viesse.

O ministério de Isaías durou 50 anos, tendo sido morto por um rei chamado Manassés, segundo a tradição sendo serrado ao meio.

 

Fontes extra-bíblicas apontam que Isaías tinha um parentesco com Uzias, este era o primeiro rei que cobria o seu período profético.

 

Quem era Uzias?

Foi rei em Judá, este era filho de Amazias. Amazias foi rei durante mais de trinta anos, porém foi morto por seu próprio povo em Jerusalém.


Com 16 anos de Idade, Uzias seu filho assumiu o reino de Judá.

Sua biografia inicia-se falando de seu relacionamento com Deus, que foi bom em linhas gerais, ele também contava com a consultoria de um profeta chamado Zacarias, mas sua principal marca foi seu poder bélico.

 

O poder de Uzias

Os filisteus eram uma contínua pedra no sapato dos Israelitas, porém no tempo de seu reinado ele destruiu os muros de Gate que era a cidade forte da nação, também destruiu os muros de Jabne e de Asdode, construindo entre os filisteus fortalezas para Israel (Espécies de embaixadas), ganhar dos Filisteus foi algo rotineiro para Davi, para Samuel e Sansão, mas derrubar os muros, instalar bases em território inimigo foi um ato para além de tudo o que havia sido feito até então.

Ele teve conquistas contra outros povos, edificou torres de vigia e de ataque tanto nos altos como nos desertos, tinha também muito gado, aparelhou nos altos as torres com escudos e confiou sobre elas exércitos de flecheiros destros, canhotos e belicosos, os números de seu exército excediam os trezentos mil.
Aparelhava a todos com escudos, lanças, capacetes, couraças e arcos e fundas para atingir a longa distância os inimigos.
Inventou obras de engenharia de guerra como lançadores de dardos, catapultas e o foi o primeiro a utilizar essas ferramentas.

O significado de seu nome era “O Senhor é a minha força” este pode ter sido o lema do exército em suas batalhas e Uzias passou a ser o rei mais poderoso em guerras em seu tempo.

Com o tempo Uzias deixou o real significado de seu nome e se fortificou, passou a crer que tudo estava baseado em sua própria força.

Numa ocasião ele quis independência dos sacerdotes, assentou em seu coração a oferecer sacrifícios que só competiam aos sacerdotes, se propôs a trazer oferta ao altar e sendo severamente alertado insistiu, até que a lepra lhe saiu na testa.

Desde então sabendo que um rei leproso seria deposto, ele saiu de cena, deixou o reinado e seu filho Jotão o assumiu em seu lugar, não se sabe ao certo por quantos anos ele esteve leproso, o fato é que neste ano de sua morte ele estava nesta condição.

O Grande vencedor, o grande guerreiro, o grande líder estava leproso e impossibilitado de liderar.

 

A vocação de Isaías

Neste ano em que a grande liderança de Judá está acometida de lepra e uma nova transição de poder está prestes a ocorrer, num curto espaço de tempo a nação Israelita sofre duas mudanças de governo inesperadas, uma pela morte de seu rei, outra pela lepra.

Neste interim Isaías entra no templo, Jotão iniciando seu reino, Uzias leproso, crise nos governos, incertezas gerais, insegurança iminente, juízo de Deus sobre a nação, Isaías vai ao templo e tem a sua vocação.

Foi no ano que Uzias morreu, que ele viu o Senhor assentado num alto e sublime e trono.

Isaías tinha aproximadamente 18 anos quando adentrou ao templo, assim como todo Jerusalém, havia um sentimento muito grande de insegurança e tristeza em seus dias com a morte de dois reis: Um por rebelião e outro por lepra causada pelo orgulho.

É neste dia que algumas das convicções de Isaías sobre Deus ficam mais claras e dois muitos adjetivos aplicáveis ao Senhor, dois se destacam:

As duas convicções de Isaías que dividem o livro

 

1º - Deus é santo.

A santidade de Deus em Isaías não é um mero conceito que decorou-se, a santidade de Deus para Isaías foi demonstrada na sua visão do trono, quando os serafins declaram: Santo, Santo, Santo é o Senhor.

O termo “Santo de Israel” é repetido 43 vezes no livro.

 

2º - Deus é a salvação

Este era o significado do nome Isaías, de modo que ele foi profeta que mais anunciou a salvação na história.

Em seus dias, Isaías teve de carregar essas duas mensagens, Deus é santo e não permite o pecado, Deus é santo e não divide sua glória, Deus é santo e não deixará impune os pecados das nações.

Porém por outro lado, Deus é a salvação, Deus é a esperança, Deus é o Emanuel, o mesmo Deus que pune, é o Deus que perdoa, o mesmo Deus que abre a ferida é o que fecha, o mesmo que fere e mata, faz viver e dá vida.

 

O medo de Judá

O povo de Israel após a morte de Uzias estava atormentado pelo medo, estavam contando com seu poder bélico, estavam seguros com seu grande exército, mas de uma hora para a outra estão sem seu o líder.

O cenário atual é desolador, A Síria se levantou contra o vizinho de Judá (Israel do norte), a perspectiva é que a princípio só eles seriam atacados, mas ironicamente, o que antes era comemorado por eles, se volta contra, quando a nação da Assíria ameaça profundamente Judá.



Eles teriam algumas alternativas: Rogar ajuda ao Egito, rogar ajuda da própria Assíria e se entregar, entregar-se aos seus deuses, ou rejeitar qualquer ajuda humana e o medo que os cercavam e confiar em Deus.

 

O livro de Isaías dessa forma se divide em duas partes, a primeira fala da santidade de Deus e seu juízo que é decorrente deste atributo, a segunda fala da grande salvação que este mesmo Deus oferece.

Está diante do povo confiar em homens ou em deuses falsos, ou rejeitar qualquer ajuda visível para confiar no Deus invisível.

 

Diante do medo do povo, Deus se levanta como uma grande e correta alternativa, apresentando a eles firmes promessas.

 

O medo como inimigo do crente

O medo é um sentimento que advém da insegurança, da falta de certeza, do fato de não termos garantias.

·      O medo está diretamente relacionado a grande parte das nossas ansiedades e a bíblia fala de muitas vezes que as pessoas tiveram medos:
O medo nos faz se apequenar – Números 13 e 14

·      O medo nos cega – Agar e Ismael

·      O medo nos limita – Parábola dos talentos

·      O medo nos faz fazer o que não deveríamos – Abraão e Sara no Egito

·      O medo nos põe no grupo dos covardes – Gideão e os 22.000

·      O pode ser associado a falta de fé – Jesus e os discípulos na primeira tempestade

 

 

 

 

O medo é definido por Neil Barreto como a “Fé na derrota”, o medo é crer com todas as forças que as coisas não darão certo.

 

O medo estava tomando conta de Judá, por várias razões:

 

·      Eles viram a destruição do reino do norte, seus vizinhos e o avanço contra eles.

·      Eles viram as ameaças da Assíria que era implacável

·      Eles não poderiam contar com o Egito, pois, eram extremamente traiçoeiros

·      Eles já não tinham o mesmo exército e uma liderança forte

·      Deus estava punindo as nações ao redor de Judá com severidade

·      Deus estava prometendo punir todos os pecados de Judá então eles tinham medo a essa altura até de Deus.

 

John Piper no livro graça futura, diz que o medo é diretamente associado a nossa falta de fé.

O medo faz com que o parabrisas da nossa vida fique embaçado, manchado, cheio de lama.

 

O medo é um instrumento do mal que quando potencializado nos faz pensar o mal sobre a vida, sobre Deus, sobre tudo o mais.

 

“Suponha que você está em uma corrida de carros e seu inimigo, não quer que você termine a corrida, lance lama nos eu para-brisa. O fato de você perder a visão do alvo temporariamente e começar a guinar para cá e para lá não significa o abandono da corrida. E certamente não significa estar na pista de corrida errada. Se assim fosse, o inimigo nem se incomodaria com você. Isso significa que você deve ligar o limpador de parabrisa e esguichar a água para lavá-lo.

 

As promessas de Deus são o limpador do parabrisas, o espírito Santo é como o esguicho que nos ajuda a dissolver as más impressões que o medo nos causa.

 

Deus então fez uso das promessas de salvação para retirar a lama do medo e movimentar os limpadores com a palavra.

 

 

As promessas de Deus ao seu povo contra o medo

 

No texto que lemos Deus faz diversas promessas ao seu povo para que eles sintam segurança mesmo em meio ao medo:

 

1º - Quem governa tudo ainda é Deus – Isaías 41.1-4

Deus fala às nações primeiro. Eles estão espantados com tudo que está acontecendo e pensam que as nações que prevalecem tem uma força independente.

·      Deus diz que começou e terminou todo o plano.

·      Deus continua assentado num alto e sublime trono.

·      Deus continua governando tudo.

ainda há um Deus num alto e sublime trono, governando tudo, há crises financeiras aqui, usurpações de poder, porém no céu há um rei eterno:

“E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.

Lucas 1:33”

“O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo; o cetro do teu reino é um cetro de eqüidade.

Salmos 45:6”

“O Senhor tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo.

Salmos 103:19”

“Assim diz o SENHOR: O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés; que casa me edificaríeis vós? E qual seria o lugar do meu descanso?

Isaías 66:1”

Apocalipse 4 fornece uma descrição excelente sobre o trono de Deus, João é levado por Deus até lá.

A descrição diz resumidamente:

Há um trono de Deus nos céus, a semelhança de Deus sobre o trono tem esses detalhes:
Ele se assemelha a pedras de Jaspe e Sardon.
 Há um arco celeste ao redor do trono e este se assemelha a esmeralda.

Há outros vinte e quatro tronos ao redor do trono de Deus, sobre os tronos estavam vinte a quatro anciãos de branco com coroas de ouro nas cabeças.
Do trono de Deus saem raios, relâmpagos e trovões, vozes e diante dele há sete lâmpadas de fogo que são os sete espíritos de Deus  possivelmente descritos em Isaías 11.

Na frente do trono há um mar de vidro, com a semelhança do Cristal, no meio e ao redor do trono há quatro seres viventes.

O primeiro era semelhante ao leão, o segundo um bezerro, o terceiro um homem e o quarto uma águia.
Todos tinham seis asas e por dentro e por fora tinham olhos, não descansam nem de dia e nem de noite dizendo Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, todo poderoso, que era, e que é, e que há de vir  Ap. 4.8

Quando estes dão glória, os vinte e quatro anciãos retiram suas coroas e depositam nos pés do cordeiro dizendo: Digno é o senhor.
Toda a descrição do capítulo 4 do Apocalipse nos remete a um trono eterno, majestoso, há um rei soberano que não tem planos frustrados.

Quando aqui as flores já fenecem as dos céus começam a brilhar, quando as esperanças desvanecem, o aflito crente vai orar – Louvor da harpa Cristã

Talvez nosso problema até o presente momento é que estamos olhando para frente, para trás, para baixo, para o presente, mas é hora de olhar para o alto, tal como o famosíssimo Salmo 121. É hora de olhar para o trono e saber que há um Deus assentado lá, com um cetro de Justiça, com vigência eterna, com rígido controle, ele é o Senhor.
Já foi dito a cerca de Deus que ele é “o cara”, que ele é “legal” e muitas outras bobagens, porém cabe-nos relembrar, que ele está pra além de tudo isso, ele é rei dos reis, senhor dos Senhores, digno, pois, comprou para si povos de toda a tribo, língua e nação.

 

2º - Diante de Deus todos os outros se calam – 5-7

 

A cruz calou todos eles – Josafá

Salmo 115 – Eles tem boca e não falam olhos e não veem, nós temos um Deus vivo – AP 1.

Onde estão os tronos dos outros deuses?

 

3º - Ao nosso lado está um Deus extremamente maior – 8-10

 

Não tenham medo! É a palavra de Deus.


Deus dá algumas razões:

 

·      Ele é conosco

·      Ele é nosso Deus

·      Ele vai nos dar forças

·      Ele vai nos ajudar

·      Ele segurará em nossas mãos

 

 

 

4º - Nós não precisamos confiar em homens 11-13

 

Deus promete calar os adversários, há um ponto que Jesus cala todas as vozes que nos fazem temer.

 

5º - Deus nos dará uma força incomparável – 14-16

 

6º - Deus usará meios improváveis para abençoar os seus – 17-18

 

7º Deus nos faz florescer nos maiores desertos da vida – Sete árvores diferentes no deserto

 

Cedro – Força

Acácia – lugar da presença de Deus (sita)

Murta – Beleza (Bom perfume)

Oliveira – Unção

Cipestre – Segurança

Olmeiro – Sustentação

Álamo - História

 

 

 

 

 

 

A batalha de Neemias - Sermão entregue à Ad Brás Santo Eduardo

 

Neemias 4 - Os inimigos da fé


Os desafios de Neemias

As semelhanças entre os nossos tempos e os tempos de Neemias são maiores do que se pensa, trata-se de uma reprodução dos fatos ocorridos em outra época, porém com novos moldes e tendo raízes rigorosamente iguais.

Neemias empreendeu a reconstrução dos muros de Jerusalém, passado o trauma de 70 anos de Exílio eram necessários muitos esforços para a reconstrução. Economicamente, emocionalmente e fisicamente falando era impossível conseguir reerguer o muro.

O grande problema de não ter muros nas cidades é que quando se tratavam de cidades planas, as únicas proteções em torno delas eram os seus muros, eram esculpidos muros extensos, resistentes e imponentes a fim de não permitir a invasão dos inimigos.


Dependendo da força que os muros tivessem e da sua boa arquitetura, as cidades tornavam-se cada vez mais difíceis de serem invadidas, de forma que os inimigos sitiavam as cidades por muitos dias a fim de encontrar apenas uma brecha para iniciar sua invasão, pois, se as portas estavam bem colocadas e os muros fechados não haveria meios de tomar a cidade.

Ao chegar a Jerusalém, Neemias vê muros derribados, portas queimadas, escombros por todos os lados, de modo que seu cavalo não poderia prosseguir viagem dados os muitos pedaços de pedras e portões jogados.
Constatada a situação, Neemias chama todos os homens da cidade e passa a lhes falar o motivo de sua ida a Jerusalém, sua intenção era de reedificar os muros, seu chamado era para tirar a nação da vergonha.

Ao ouvir essas palavras, três homens passam a zombar do povo e em especial de Neemias:

Sambalate, Tobias e Gesém.

Esses homens ficam no entorno da obra e o tempo todo atrapalhando e enfraquecendo o povo.

Neemias separa as equipes para trabalhar na obra, eram ao todo 41 grupos encarregados de trabalhar nas mais diversas frentes, até então toda a questão era de reforçar a segurança, porém as ameaças ainda não estavam tão explícitas.

Todo o esforço dos homens era apenas em torno do trabalho, que era considerável, pois, Neemias não teve material consigo para construir, a ideia era reaproveitar os muros derribados, tomar novamente as pedras, limpar, preparar e realocar sobre o muro, o serviço era dobrado, o pessoal reduzido e humanamente era praticamente impossível realizar esse trabalho.

Porém com suas palavras Neemias anima os homens, consegue encorajá-los e fazê-los perceber que era possível realizar a obra, o trabalho de Neemias era de motivação e foco. Passados alguns dias a obra estava em andamento, movidos pela motivação transmitida por Neemias os homens vão, iniciam a obra e trabalham incessantemente.

 

A caminhada Cristã, também é uma construção

 

O Senhor é o arquiteto e a pedra fundamental, todos nós, somos pedras vivas postas sobre o alicerce que é Cristo. Isso em linhas gerais fala da igreja e de sua construção.

 

Porém a palavra nos inclui nas responsabilidades pela construção, não a construção da igreja, pois, esta está sob o cuidado do grande arquiteto, mas sim, do discipulado pessoal.

 

Quando somos chamados por Cristo, somos chamados à construir uma vida de fé que é o discipulado. Uma das muitas figuras para o discipulado é a de uma construção.

Jesus abordou este assunto em Lucas 14, quando diz que o reino dos céus é semelhante a um homem que se assentou para fazer contas a fim de entender se com os recursos que possuía, conseguiria encarar a obra que estava adiante de si.

 

Também Jesus falou sobre o reino de Deus, como a semelhança de um homem prudente que edificou uma casa sobre a Rocha.

 

Somos chamados a construir uma vida cristã e esta é como um empreendimento.

 

Os inimigos da construção do discipulado existem

 

Ao ver a obra sendo realizada os homens passaram a propor oposição ferrenha contra os judeus, de acordo com J.I. Parcker as falas de Sambalate são transcritas abaixo:

 

E falou na presença de seus irmãos, e do exército de Samaria, e disse: Que fazem estes fracos judeus? Permitir-se-lhes-á isto? Sacrificarão? Acabá-lo-ão num só dia? Vivificarão dos montões do pó as pedras que foram queimadas?
Neemias 4:2

 

As suas falas são públicas, talvez sejam ditas no entorno do muro para todos ouvirem. Ou mesmo diante de alguns que moravam mais perto dos Samaritanos, o fato é que sua fala se espalhou e causou profunda comoção e  desânimo entre os Judeus.

 

 

 

Além da fala debochada de Sambalate, Tobias agora aparece com piadas:

Ainda que edifiquem, contudo, vindo uma raposa, derrubará facilmente o seu muro de pedra.
Neemias 4:3

 

Sempre tive dificuldades em admitir a possibilidade de que existiriam pessoas inimigas da construção da vida Cristã, porém a palavra trata de inúmeros.

 

FP – 3,18 – Inimigos da Cruz

2º Tim – 4.14 – Alexandre o Latoeiro

Himineu e Fileto – 2º Tim. 2.18

 

 

Se o apóstolo Paulo enfrentou todas essas oposições quando lançava fundamentos e construía para Deus, que dirá nós outros. Ainda hoje há inúmeros inimigos da cruz e devemos nos atentar para que eles não impeçam a construção para Deus nem mesmo a restauração para a qual fomos designados.

 

O primeiro cuidado que nós precisamos ter é emocional, essa é a primeira área que o inimigo deseja derrubar.

 

1° Tentação – Serviço vão - Ofensas
O lhe que pobre grupo de incompetentes eles são! – J.I Parcker

“O que fazem esses fracos judeus?”  V.2

 

A ideia dos opositores era parar os homens emocionalmente, bloquear suas mentes para caírem na realidade da dificuldade e desistirem de sua cidade, de seus propósitos e simplesmente aceitar a decadência com a qual viviam até então.  Passados setenta anos alguém falar sobre reconstrução era de fato um grande desafio, as falas irônicas de Sambalate e Tobias fizeram os homens de Israel se sentirem fracos, com um sentimento de trabalho vão, impotência e muitos outros. O diabo por meio de seus agentes ainda hoje usa a mesma estratégia inicial, ele tenta atacar os homens em suas mentes, no campo de suas ideias, de modo que desnorteia nossos homens.

 

Por ser certo somos chamados de fracos, de tolos, de pessoas engessadas, as tentações se dão para reafirmar nossa própria autoestima que nos diz: “É vão e não vale a pena ser certo”.

Olhando mais abaixo da superfície percebe-se que esse problema também é dos nossos dias. A relativização da família, do casamento, da sexualidade saudável, dos papéis do homem e da mulher tem nos deixado constantemente se perguntando o que de fato devemos fazer, se o padrão cristão não é como se diz “retrógrado”, “ultrapassado”, fidelidade conjugal está fora de moda, o fera para nós é o que tem várias mulheres, o que tem poucas limitações morais.

Os Sambalates e Tobias militam contra a construção de nossos muros familiares, querem nos desanimar da porta estreita, do caminho apertado, da honestidade, são os tentadores e zombadores contínuos querendo nos tomar no pecado “favorito” do diabo: O Orgulho.

O que aos olhos do mundo é nossa fraqueza é a nossa força: A força de manter-se nos seus propósitos de não atender a todos instintos, de simplesmente se subjugar, é necessário de fato ser “homem” para gostar de mulheres e ter forças, porém é necessário ser muito mais do que meramente “homem” para ser esposo de uma só mulher, amando-a, respeitando-a, cuidando dela, mantendo-se fiel.

 

A primeira tendência é a inversão de valores, chamar de fraco, quem toma atitudes fortes, chamar de escravo quem é livre.

 

 

 

2° Tentação – Hipocrisia – Vocês não vão dar conta
“Permirtir-se-lhes-ás isto?” V.2

“A tarefa certamente está além de sua capacidade.”

 

Assim Sambalate procedeu: Chamou-os de fracos, de insuficientemente competentes para levar a vida no alto padrão que se propuseram a levar, relativizaram sua fé, o que é um fato comum hoje em dia, afinal ter fé não é algo bem-visto entre homens, ainda mais quando se priva do ditado paulino “comamos e bebamos, amanhã morreremos”

O tempo inteiro se acusa os que escolhem o caminho da excelência de serem hipócritas, se diz: “Vai me dizer que nunca traiu, que nunca assistiu vídeos pornográficos, que nunca foi tentado por uma mulher?”

Nos nivelam por baixo, querem nos julgar com base em seus padrões mundanos e de moral baixa.

Querem que cedamos a fim de demonstrar certa humildade, ser comum, ser uma pessoa como as demais. Afinal, o padrão mundano é de traição, considerando que mais de 70% dos homens já traíram suas mulheres.

O nivelamento por baixo é o padrão do mundo, afinal todos fazem, logo nós devemos fazer.

Exemplo: Espanha, Mido.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

3° Tentação – Quebra de rotina – Vencer pelo cansaço

Acabá-lo-ão num só dia?” V.2

“Acabá-lo-ão num só dia?” (Isto é, eles compreendem a enorme tarefa que abraçaram e quanto tempo ela tomará? Não têm a menor noção da realidade!)

A tentação também se deu porque Sambalate questiona o tempo que se dedicariam a causa de Jerusalém, de fato somos tentados na rotina, somos tentados a querer sempre novidades, mudanças, mas a rotina é uma característica marcante de homens de que fato vivem focados e nos propósitos de Deus.
Nós não fomos feitos para viver novidades repetidas, viver de modo hedonista, nossa marca não é o prazer, nossa marca é a perseverança.

Trabalhar muitos dias limpando pedras, reparando portões, cuidando de coisas corriqueiras.

Se você ainda não está pronto para viver uma rotina, você também não pode se considerar homem, pois, ser homem entre outras coisas é viver de casa ao trabalho, do trabalho a igreja e para casa de novo.

Jackson Jacques diz:
Homens precisam de rotina. Deus não nos fez para termos tempo livre. Vença a preguiça e você estará atacando de frente a pornografia. Acorde cedo, faça exercícios, leia, trabalhe. É assim que lutamos a guerra espiritual dos nossos dias. 

 

O anseio por novidades contínuas revela o quão menino ainda se é, de fato há tempo para tudo, mas quando se decide ser homem, a novidade e o ócio não estão como opção para nós.

 

Você não nasceu para diversões, para distrações, porém nossos homens ávidos por quebrar a rotina estão buscando alternativas diversas:


Bares

Passeios em excesso

Video-Game

Futebol

Todas as distrações tem seu valor, mas elas não podem se tornar uma alegria excedente ao estar em casa, ao amar a família.

Há casas em que as mulheres anseiam por atenção, porém o rapaz não sai do vídeo game, não dão tanto valor a elas do que dão as suas distrações.

Os homens que Deus conta não podem ser tão distraídos.

 

 

 

4º Tentarão nos parar com ataques frontais a fé

 

Sacrificarão?

Neemias 4:2

 

Engana-se quem pensa que não há uma perseguição ferrenha contra a fé no Brasil e no mundo, ainda que ela não seja admitida.

Quando se diz que algo não é feito em nome da fé, se é atacado, quando se atribui a fé coisas da vida pessoas se ofendem, ainda hoje perguntam tal qual fizeram os opositores:

 

(Imaginam que algum exercício devocional extra fará os muros erguerem-se como por mágica?) J.I Parcker

 

Estamos tirando Deus de cena para introduzir a nossa cena.

 

 

Neemias Ora

 Neemias ouve as provocações e tentações dos homens a sua volta e opta por orar, ainda que uma oração imprecatória.

“Ouve, ó nosso Deus, que somos tão desprezados, e torna o seu opróbrio sobre a sua cabeça, e dá-os por presa, na terra do cativeiro.

E não cubras a sua iniqüidade, e não se risque de diante de ti o seu pecado, pois que te irritaram na presença dos edificadores”.

Neemias 4:4,5

Neemias mantém o povo trabalhando, consegue driblar as tentações e se manter firme vencendo os apelos psicológicos feitos por seus opositores.

O muro já estava pela metade, já se via a esperança recobrada, era possível sentir que em breve o trabalho terminaria, afinal meio caminho já havia sido trilhado, era manter o ritmo e finalizar a obra, porém mais ataques viriam.

 

 



O segundo cuidado é pelos seus

Vejamos o relato de J.I. Parcker:

“Os que desejavam mal ao empreendimento de reconstruir moravam nas cercanias da cidade; Sambalate morava ao norte, em Samaria, e Tobias e os Amonitas, ao leste, além dos arábios ao sul , e das forças de Asdode a oeste: "E ligaram-se entre si todos, para virem atacar Jerusalém e para os desviarem do seu intento" (4.8).”

 

Uma conspiração entre quatro povos de todos os lados desejavam se unir contra Israel, a ideia era de atacar, não para matar, mas para desestabilizar e encerrar a obra, pois uma preocupação apenas na guerra seria fatal para os homens de Judá, eles deixariam de cuidar dos muros para guerrear, alguns morreriam e seriam acusados de rebelião.

Manter o equilíbrio era uma missão praticamente impossível, se eles apenas trabalhassem, muitos morreriam na invasão dos inimigos, se apenas guerreassem os muros ficariam vulneráveis e invadiriam para matar suas mulheres e crianças.

A ideia inicial era de deixar uma guarda pronta para a defesa, porém os homens da guarda e os homens da obra se cansaram:

“Então disse Judá: Já desfaleceram as forças dos carregadores, e o pó é muito, e nós não poderemos edificar o muro”.

Neemias 4:10

Considerando o cansaço, os inimigos tramam um ataque surpresa, sua ideia era tomar os homens no momento mais extremo e ataca-los de modo que não sobreviveriam, a integridade física de seus familiares e amigos estava em jogo, para piorar, os judeus que moravam próximo aos samaritanos disseram por dez vezes que eles iriam matar os Judeus.

Foram dez viagens com a mesma notícia, a fala era: De todos os lugares eles virão V.12

Neemias passa a armar os homens, dar espadas em suas mãos.

Alguns em locais baixos nos muros, outros em altos e todos os homens das 41 equipes tinham armas para defender suas famílias.

 

 

Precisamos batalhar  pela nossa fé

 

E olhei, e levantei-me, e disse aos nobres, aos magistrados, e ao restante do povo: Não os temais; lembrai-vos do grande e terrível Senhor, e pelejai pelos vossos irmãos, vossos filhos, vossas mulheres e vossas casas.

Neemias 4:14

A convocação de Neemias era para que todos agissem como homens, a virilidade lhes fora exigida, era necessário coragem, lembrar-se de Deus e batalhar, pelos irmãos, pelos parentes, pelas mulheres, pelas casas, de agora em diante seria exigido que todos fossem de fato homens.

 

A fórmula de Neemias para salvar as famílias pode ser tomada por nós hoje

 

1º - Não tenham medo – 4.14 a

2º - Lembrem-se do Senhor – 4.14 b

3º - Esteja disposto a lutar – 4.14 c

4º - Deus nos dará uma pá para o trabalho (Serviço ministerial) 4.17

5º - Deus nos dará espadas para a batalha 4.18

6º - Deus preparará amigos para quando precisarmos 19-20

7º - Deus fortalecerá nossas mãos – 6.9