Pedro – A pedra incomum
Pedro certamente é um dos homens mais conhecidos da bíblia,
trata-se de um discípulo cujas atitudes marcaram as páginas sagradas, tanto por
seus maus momentos como também por seus excelentes feitos.
Portanto pretendemos nessas duas semanas falar um pouco mais
sobre esse apóstolo que em muitos aspectos se assemelha a nós.
Pedro era filho de Jonas ou (João) dependendo da versão –
João 1.42
Nascido em Betsaida
Irmão de André – João 1.40
Pedro era sócio de Zebedeu e seu principal ofício era a
pesca, inclusive tendo um barco próprio e tal fato lhe tornava um cidadão com
diversas posses. Lucas 5.3
Pedro era morador de Cafarnaum conforme Marcos 1.21
Pedro era iletrado – Atos 4.13
O primeiro contato de Cristo com Pedro se deu após pregações
de João Batista.
No capítulo primeiro de João é falado sobre a pregação de
João, quando este vê que Cristo é o cumprimento da profecia, o Messias que
havia de vir, afirma a seu respeito: Eis o cordeiro de Deus.
Imediatamente dois dos discípulos de João Batista lhe deixam
e passar a seguir Jesus, acredita-se que sejam João o discípulo amado e André
os discípulos que se aproximaram de Cristo. O primeiro diálogo se inicia em uma
pergunta, Cristo lhes pergunta o que eles buscavam, então os discípulos dizem: “Mestre,
onde moras” essa pergunta era na verdade um oferecimento a conhecer a casa de
Cristo e passar um tempo. Então Jesus se apresenta a eles e passa o dia
conversando, creio que o fato de que os discípulos demonstraram interesse em
saber quem Cristo era antes de qualquer pretensão chamou a atenção de Jesus e
ele lhes concedeu a riqueza de conversar durante longas horas.
Ao sair de lá André e o outro discípulo saem cheios de
entusiasmo na intenção de espalhar a outros sobre tudo o que viram e ouviram,
André de imediato procura o seu irmão e lhe diz: “Achamos o Messias”. Ambos se
encontram novamente com Cristo que de imediato trata de mudar o nome de Simão
para Cefas ou Pedro.
1 – De Simão Barjonas para Pedro.
O nome Simão é na verdade uma variação de Simeão, sabemos
que Simeão foi um dos filhos de Jacó, tinha um temperamento extremamente
explosivo, era capaz de diversas façanhas em nome de seus impulsos, quando sua
irmã Diná é violentada pelos moradores de Siquém ele entra na cidade com Levi e
mata muitos homens, inclusive seus gados e ainda levaram as mulheres cativas na
intenção de vingar sua irmã. Se a vingança se restringisse ao fato de que
matassem os homens que violentaram sua irmã, eles estariam enquadrados numa
certa “justiça” porém tratava-se de uma tirania sem fundamentos, simplesmente
mataram conforme suas vontades e foram repreendidos de forma severa por seu pai
Jacó.
Inclusive na bênção final de Jacó o ato de Simeão e Levi
fora lembrado. A história de Simeão ficara marcada por conta desse ato de
tirania e atenção aos instintos mais profundos.
Simão era semelhante a seu antecessor Simeão, consciente
disso Cristo que era sabedor de todas as coisas lhe diz “Tu serás chamados
Cefas, que quer dizer Pedro”.
A mudança do nome de Simão tratava-se de um processo
contínuo que posteriormente seria chamado de regeneração, Cristo consciente do
caráter instável de Simão lhe fornece a oportunidade de ser uma pedra, uma
rocha, alguém de caráter firme, porém tal processo seria complicado, extenso e
de inúmeros tratamentos.
Nos momentos bons de Pedro ele era chamado por esse nome,
quando seu caráter estava instável, era chamado de Simão. Cristo logo no início
trata de alterar as mazelas mais profundas em nosso caráter.
2 – Deus almeja nos fornecer uma vida incomum
O nome Simão era muito comum, usado por muitos pais. Porém
Pedro (grego), Cefas (Aramaico), jamais fora usado como nome para ninguém, era
um fato incomum, ser chamado de fragmento de Pedra era algo que até então não
havia acontecido.
Cristo almeja que não vivamos uma vida “a margem” uma vida
simplesmente comum, que sejamos simplesmente medíocres, mas sobretudo que
sejamos pessoas diferenciadas, naturalmente nossos nomes constam nos controles
do governo, constam nas listas de médicos, constam nos inúmeros cadastros que
fizemos, constam nas escolas, etc. Porém Cristo oferece a chance de ter uma
nova cidadania que não se alcança com méritos humanos ou nossos esforços,
afinal não depende de quem corre, mas daquele que abençoa a corrida. Muito mais
do que uma vida comum de pescador, Cristo tinha para Pedro a oportunidade de
ser tudo aquilo que nenhum de seus antepassados foram, da mesma maneira a
conversão é um convite a viver as promessas de que nossos nomes não se
restringirão aos cadastros comuns, mas a escrita no livro da vida. Obviamente
isso não implica apenas tempos bons, mas sobretudo o viver uma vida acima da
média, com pretensões que se estendem a algo além da vida atual. Era o que
Cristo queria fazer com Pedro, não apenas ser um Simão comum, conhecido como
filho de Jonas, dono de barco, não! Cristo almeja nos transformar de “um”, para
“O”, de um “quem” para um “alguém”. Deixar a vida pacata para viver as
promessas fantásticas que andar com Cristo nos fornece, os planos de Cristo não
são que sejamos exclusivamente empresários, empregados, ou qualquer coisa
assim, Deus tem paternidade, mudanças de caráter, vidas diferenciadas,
apostolado, pastoreio, louvores, coisas que nos diferenciarão e nos concederão
uma identidade que mostrará quem de fato somos e para quê nascemos.
3 – O segundo encontro com Cristo – Deus almeja nos usar a
partir de habilidades que já possuímos. Mateus 4. 18-19; Marcos 1.14
Cristo estava passando pelo mar da Galiléia quando viu Pedro
e André, o primeiro encontro fora impactante, mas ainda lhes faltava confiança,
outros sinais seriam dados na intenção de ganhar Pedro. Cristo ao olhar os
irmãos pescando lhes convida: “Vinde após mim e eu vos farei pescadores de
homens”, imediatamente ambos largaram as redes e o barco e seguiram a Cristo. É
interessante o fato de Jesus usar o termo pescadores para vocacionar os
discípulos.
Como disse na introdução desse tópico, é a partir de
habilidades que já possuímos que Cristo almeja trabalhar conosco, não devemos
almejar traços da personalidade de outras pessoas para ser aceitos, não devemos
cultivar os impostores na intenção de ser melhor compreendidos, é com a
identidade que possuímos e o nosso eu escondido em Cristo que o Senhor trabalhará,
não importa se até então sabemos nos relacionar apenas com peixes, redes,
mares, Cristo almeja usar nossas limitações para alcançar a muitos.
Davi possuía habilidades com a funda em momentos oportunos,
quando a oportunidade de defender o povo surgira, ele então usou as ferramentas
que já possuía.
Paulo ao ser vocacionado, usou os conhecimentos que possuía
aliados a outros que Cristo concedera para ser o maior apóstolo do
Cristianismo.
Da mesma maneira Jesus fizera com Pedro, Tiago, João e
André. “EU vos farei pescadores de homens”, com suas poucas habilidades, com
suas inúmeras limitações, eu farei as qualidades que vocês já possuem serem
extremamente úteis.
4 – O terceiro e definitivo encontro – Cristo reverterá as
frustrações.
Alguns acontecimentos foram relevantes no que diz respeito
ao ministério de Cristo até esse momento, ele fora convidado a uma festa de
casamento e lá realizou seu primeiro milagre, Cristo já confrontara Nicodemos,
fora batizado por João e as multidões passaram a lhe seguir dia após dia ao
ponto de que a beira do lago de Genesaré Cristo fora cercado pela multidão e
então ao ver dois barcos há uma brilhante ideia, pregar em cima de um deles.
O lago de Genesaré, ou mar da Galiléia, ou ainda de
Tiberíades tratava-se do mesmo lugar, porém o nome era dado de acordo com o
local onde a pessoa se encontrava, ou seja dependia de qual margem estava
posicionado. Na verdade o mar da Galiléia não era de água salgada, ele era
fruto do rio Jordão, porém devido a sua extensão fora chamado de mar e também
pelo fato de algumas vezes ter tempestades tal como a dos mares. Tinha 21 KM de
comprimento e 11 de Largura.
Ao olhar a quantidade de ouvintes, a necessidade do povo,
Cristo observa o barco de Pedro e lhe usa como púlpito, na intenção de que o
povo lhe ouvisse, então assentado no barco Jesus ensina a multidão. Ao término
do ensino, Cristo convida Pedro para levar o barco mais ao fundo, ao mar alto e
lhe ordena que lance as redes.
Nesse momento Pedro contesta, pois, a pesca era sua
especialidade, inicialmente sua incredulidade se manifesta, quando diz:
“Havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos”, o que Cristo queria
demonstrar era o fato de que não importa quais vocações o homem tenha, ele
conhece todas as coisas mais do que os peritos poderão saber, Cristo está
disposto a nos impressionar nas áreas que julgamos saber mais, a mostrar nossa
insignificância ante a sua grandeza.
Se por um tempo o coração de Pedro fora incrédulo, há um
momento posterior de fé em que ele afirma, sob tua palavra lançaremos as redes.
O lançamento é uma tentativa, é a atitude de alguém que sabe que não há mais
nada a perder, uma noite inteira de frustrações havia se passado, o sustento
para família havia perecido, porém ainda há uma palavra pela qual podemos trabalhar
e sob essa palavra Pedro lança as redes.
O que Cristo queria demonstrar entre outras coisas é que no
lugar de nossa frustração ele pode conceder dupla honra ainda hoje, no lugar de
nossa vergonha ele pode exaltar ainda hoje, não necessariamente deveremos
vencer com o esquecimento, não há prescrição quando se trata de feridas da alma
e frustrações naquilo que mais conhecemos, somente Cristo pode reverter o lugar
de tristeza e transformá-lo num lugar de alegria.
No lugar da tristeza de Pedro Deus lhe trouxe surpresas e a
oportunidade de vencer seus traumas, a diferença está no fato de ter Cristo no
barco e lançar as redes da vida sob sua palavra, há garantia de que sob a
palavra de Cristo haverá êxito. Quando Pedro vai puxar as redes, o versículo 6
dias que a quantidade de peixes era tanta que o barco quase afundou, ao ponto
de que Pedro pede ajuda a outro barco e enche dois. Todos são tomados de
espanto, num ato de profunda sinceridade Pedro se prostra ao pés de Cristo e
lhe declara seu pecado e pede que se afaste, tal como Isaías fizera, porém
Cristo diz a todos “não temas” de agora em diante serás pescadores de homens.
Até então Cristo fizera um convite, porém no terceiro
encontro trata-se de uma convocação: “Eu vos farei pescadores de homens”
5 – O tesouro escondido – Deixando o barco. Mateus 13.44
É admirável o fato de que após os atos de Cristo os
discípulos entenderam que tratava-se de uma vocação que lhes daria garantias de
que suas necessidades seriam supridas, conscientes disso eles deixam as redes,
os barcos e passar a seguir Jesus de imediato.
A paixão tomou conta do coração dos discípulos de forma que
cumpriram as parábolas ditas por Jesus em Mateus 13, tanto do tesouro
escondido, como também da pérola.
O reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num
campo, Achando-o um homem, escondeu-o de novo, então em sua alegria foi, vendeu
tudo o que tinha e comprou aquele campo. Outrossim, o reino dos céus é
semelhante a um comerciante que busca boas pérolas e tendo encontrado uma
pérola de grande valor, foi, vendeu tudo o que tinha e a comprou.
Mateus 13.44-46
Pedro, João, André, Tiago, já haviam encontrado a pérola, já
haviam encontrado o tesouro, mas seria necessário abrir mão de todo o resto
para poder usufruir de tão grandes bênçãos.
É fato comum descobrir onde há o tesouro, mas são poucos os
que se dispõe a abrir mão de todo o resto afim de comprar o campo e usufruir as
mais copiosas bênçãos que tal transação lhe trará. De fato é comum as pessoas
encontrarem o caminho, o complicado e adaptar-se para caminhar por ele, visto
que estreito e apertado ele é.
Eliseu ao ser convocado por Elias para iniciar o ministério
matou os bois – 1 reis 19. 19-21
Paulo ao encontrar o tesouro abriu mão do nome que até então
possuía e de todo o status conquistado como fariseu para ser um dos adeptos da
seita dos nazarenos e sobre isso ele escrevera em Filipenses 3.5-8
O.S Boyer foi missionário durante muitos anos no Brasil,
quando sua sociedade missionária lhe convidou a voltar por conta de sua idade e
condições de saúde ele se viu frustrado, triste e distante do tesouro que
possuía até então. Certa feita sua esposa faleceu e quando avisado sobre o
falecimento dela O.S. Boyer teve a oportunidade de sair uma vez mais de seu
retiro missionário, o hospital esperava que Boyer fosse reconhecer o corpo e
providenciar o enterro. Porém Boyer usou o dinheiro da sociedade missionária
para voltar ao Brasil e a organização só fora informada quando Boyer já tinha
chegado ao Brasil, obviamente a paixão de Boyer sobrepujava sua necessidade de
descanso. Por isso ele fora ao Brasil para reencontrar o seu real tesouro.
Os morávios foram a sociedade missionária que fez o maior
período de oração ininterrupta da história, a origem deles fora feita por
alguns poucos missionários que vendo as dificuldades de entrar numa nação não
acharam outra alternativa, a não ser se vender como escravos para alcançar a
terra que eles almejavam, quando então conseguiram, eles sabiam que não
voltariam mais a sua terra natal, não teriam mais opção a não ser morrer como
escravos missionários, quando o barco estava saindo de sua terra natal e todos
choraram esperando que eles fossem se arrepender é dita a seguinte frase: “O
cordeiro é digno pelo seu sacrifício” tal frase marcou a vida missionária de
muitos posteriormente e tornou-se o tema da sociedade missionária dos morávios.
Os arrais cantam as músicas “esperança” e “fogo” que tratam
da vida como uma embarcação e cujo destino é o alcance do reino de Deus, a
embarcação é nossa vida e tudo trata-se de uma grande viajem, visando o tesouro
eles se dispõe a enfrentar inúmeros ventos e tempestades e inclusive abrir as
velas da embarcação na esperança de que os tesouros do reino lhe seriam
suficientes e ao amanhecer eles avistariam o porto, a saber o céu. A música
fogo é ainda mais enfática, quando fala de “por fogo no que resta da
embarcação, para não ser tentado a abandonar a missão”. A bíblia fala dessa
paixão em Hebreus 11. 13-16.
“Todos esses morreram na fé. Não alcançaram as promessas.
Viram-nas de longe, e as saudaram. E confessaram que eram estrangeiros e
peregrinos na terra.
Ora, os que dizem tais coisas, claramente mostram que buscam
uma pátria. E se, na verdade, se lembrassem da daquela de onde haviam saído,
teriam oportunidade de voltar.
Mas agora desejam uma pátria melhor, isto é, a celestial.
Pelo que também Deus não se envergonha deles de ser chamado o seu Deus. Pois já
lhes preparou uma cidade.”
A vida Cristã é na verdade uma peregrinação por terras
estranhas em que pomos em jogo tudo o que possuímos até então, para alcançar
uma terra desconhecida mas que tem tesouros inegáveis, vimos hoje a promessa de
longe, como que por um espelho, mas então veremos face a face e conheceremos
como dele somos conhecidos.
A paixão tomou conta de Abraão fazendo-lhe sair do meio de
sua parentela de onde estava sem garantias a não ser a palavra, porém a palavra
de Deus estava posta como garantia e essa é a âncora da alma. Hebreus 11.19
A âncora da alma estava posta sobre o coração de Pedro, por
isso as redes, os barcos tudo era inútil diante do tesouro que estava diante de
seus olhos.
6 – Cristo atento aos detalhes da vida.
Cristo estabelecera seu ministério em Cafarnaum como já fora
dito, porém houve um dia em que perguntaram a Pedro se o seu mestre pagava os
tributos, a saber duas dracmas.
Pedro imediatamente diz que sim, Cristo paga o tributo. Ao
entrar em casa, Jesus já sabia o que havia se passado, propõe uma parábola
sobre o rei e seus filhos, consciente disso Cristo passa a ordenar a Pedro que
lance o anzol no mar, o primeiro peixe que veio tinha em sua boca o valor que
eles necessitavam.
A lição de agora parece vazia de grandes significados, porém
há diversas aplicações práticas para tal ato.
Primeiro, Cristo está atento a nossa reputação como cidadãos
e almeja suprir as necessidades imediatas dos que se envolvem em sua obra, em
termos práticos Deus cuida dos detalhes de nossa vida quando se dispomos a
fazer nosso melhor. Pedro estava com Cristo e esse lhe ordena pescar, pois em
sua obediência suas necessidades seriam supridas. Deus se atenta a nossa vida
material, social, política e estar com Cristo não nos isenta das obrigações
como cidadão. Obviamente naquele momento Pedro e Jesus não precisariam pagar os
impostos pois, eram daquela terra, tratava-se de algo abusivo, porém por ter
visto que Pedro antecipara a promessa de pagamento, Cristo providenciou os
meios para manter a honra de seu servo, da mesma maneira ainda hoje Jesus se
preocupa com os detalhes de nossa vida, ele é capaz de olhar para uma multidão
faminta e ajudar todos a alimentar-se a partir de cinco pães e dois peixes.
Deus se preocupa até com a roupa que vestimos e no tempo oportuno nos traz as
provisões necessárias.
Mateus 17. 24-27
7 – A oração eficaz de Pedro.
Jesus ordenara aos discípulos que fossem ao outro lado do
mar, enquanto ele se despedia da multidão, posteriormente Jesus fora ao monte
para orar sozinho, os discípulos estavam no barco, quando por volta da quarta
vigília da noite eles foram surpreendidos por uma terrível tempestade, que
açoitava o barco. Quando veem Cristo ao longe não o reconhecem de imediato,
principalmente pelo fato de vir andando sobre as águas, então os discípulos
chegam a falsa conclusão de que tratava-se de um fantasma. Porém Cristo lhes
assegura ao se dar a conhecer dizendo: Sou eu, não temas. Pedro carente de
provas faz um pedido insano: “Me ordene para que eu vá ter contigo sobre as
águas”.
Cristo lhe diz para que venha, Pedro anda sobre as águas,
está vivendo uma experiência sensacional, com os olhos postos em Cristo ele
pode andar sem temer, porém ao olhar para a tempestade, para as circunstâncias,
o mar, o barco ao longe ele passa a afundar e então exclama: Salva-me Senhor.
Essa oração de Pedro
foi breve, porém eficaz. Foi direta e precisa e sobretudo atendida.
Não haveria tempo para formular grandes teorias, para ser
maquiavélico, para dizer coisas vazias, ele simplesmente precisava de socorro e
assim o fez.
Essa oração é perfeitamente adaptável as mais diversas
situações da vida, tal como a do publicano que diz “Sê propício a mim pecador”.
É uma oração completa teologicamente, é uma oração adaptável,
é breve, sem resenhas, sem forjamentos, sem máscaras, um pedido sincero de um
coração que está prestes a naufragar.
O Que Deus espera de nós não são orações com entonações
diversas, com palavras rebuscadas, nada disso lhe comove, somente um pedido de
um coração sincero lhe comove, não é o orar muito que importa, mas sim o orar
com o coração, não são longas as orações registradas na bíblia, mas são
eficazes a maior delas talvez tenha sido a de Salomão na inauguração do templo,
mas não deve ter durado mais do que 13 minutos. Então devemos entender que não
é o orar muito, mas o orar certo, não é o muito pedir mas o pedir com o coração
que atrairá o favor divino.
Estamos buscando muitos métodos, Deus busca pessoas que
tenham a humildade de nos diversos momentos da vida poderem dizer: “Salva-me”.
A boa mão do Senhor estará sempre estendida para corações sinceros que não
precisem forjar, corações moldados no secreto e que estejam dispostos a
entender que não precisamos explicar teologia para o próprio Deus. Ele tudo
sabe, ele tudo vê, cabe a nós ser sinceros e orar em todo tempo, nos momentos
mais diversos da vida. E a boa mão do Senhor se estenderá em meio ao nosso
naufrágio.
1Mateus 14. 22-33