sexta-feira, 28 de julho de 2017

ÚLTIMOS DIAS: AVIVAMENTO OU APOSTASIA?

ÚLTIMOS DIAS: AVIVAMENTO OU APOSTASIA?

Essa igreja viverá um avivamento, ou um funeral.
Leonard Ravenhill

SERMÃO ENTREGUE A AD LÍRIO DOS VALES - JD MIRIAM 


‘Nos últimos dias, diz Deus, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os jovens terão visões, os velhos terão sonhos.
Sobre os meus servos e as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e eles profetizarão.
Atos 2:17,18
Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.
Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos,
Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons,
Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus,
Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.
2 Timóteo 3:1-5
Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios;
Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência;
1 Timóteo 4:1,2


POR QUE TARDA O PLENO AVIVAMENTO?

Hernandes Dias Lopes disse em um de seus sermões que só podemos almejar o que de fato conhecemos.
Infelizmente a igreja brasileira pouco sabe sobre suas origens, em especial nossos irmãos pentecostais, grupo no qual estou inserido.
Eu concordo com a fala de Hernandes Dias Lopes sobre a nossa história, precisamos urgentemente olhar para trás e ver o esforço de nosso pioneiros nas assembleias de Deus no Brasil.
Chegamos a 106 anos, a comemoração do centenário durante 2011 foi algo que marcou a história do Brasil, grandes cultos, lembranças contínuas, esperanças renovadas e as promessas de manter o legado de nossos fundadores.
Hoje no Brasil há mais de 42 milhões de evangélicos, sendo que 60% são pentecostais. Desses 60%, 22 milhões são da assembleia de Deus em seus diversos campos e convenções. Somos hoje a maior igreja do Brasil, é difícil ir a uma cidade que não tenha ao menos uma igreja desse ministério, temos também mais de 100.000 templos espalhados por todo território nacional.
Teologicamente nos orgulhamos de viver uma plenitude além do que os nosso irmãos tradicionais vivem, cremos no continuísmo, ou seja, que os milagres que ocorreram em Atos dos apóstolos, os milagres da bíblia, são vigentes, os dons espirituais são para os nossos tempos, cremos no batismo com o espírito Santo, cremos no derramar do Espírito, cremos nos grandes avivamentos, cremos no Espírito Santo como agente capacitador da igreja.
Porém os anos se passaram e com eles chegamos a uma dura realidade, infelizmente não cremos com as mesmas forças que críamos em outros tempos. As manifestações do Espírito Santo tem sido cada vez mais raras em nossos cultos, a plenitude do Espírito está se tornando fato raro nas igrejas, os avivamentos no padrão de Atos dos apóstolos estão acontecendo em terras remotas e também são pouco vistos, a igreja já não cai mais na graça do povo, já não é um exemplo de caráter e postura a ser seguido, já não tem sido uma instituição recuperadora como outrora, teologicamente deixou a simplicidade para dar pérolas nos campos, e pérolas não germinam, despreza a própria história e a simplicidade da fé cristã. Nossa pergunta para a noite de hoje é:
Se estamos nos últimos dias e essa promessa é vigente, por que então tarda o pleno avivamento?
A segunda questão que não é menos intrigante é:
Estamos vivendo avivamento ou apostasia?

Ambas palavras, de Timóteo, Jesus e de Joel estão sob vigência para nossos dias, ao contrário do que os cessacionistas dizem, a promessa como Pedro diz é para todos quanto Deus chamar:

Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar.
Atos 2:39

Ora se a promessa é para nós, porque temos visto o contrário acontecer?
Muitos irmãos infelizmente estão apostatando da fé, estão andando em direção oposta ao que Deus lhes chamou para viver, iniciaram bem, mas estão terminando mal.
Lembro-me de um renomado pregador: João de Deus, que ao receber uma oferta para morar na Arábia com a filha que conheceu um Sheik largou tudo, inclusive suas agendas no Brasil para ser adepto do islamismo.
Vimos recentemente outros casos como o da pastora Lana Holder que chegou a dizer que estava liberta do lesbianismo e inclusive pregou e contou testemunhos sobre isso, porém posteriormente voltou ao seu velho caminho.
Ainda há inúmeros casos de perto de nós, de pessoas que largaram a fé cristã ao entrar em faculdades, largaram a fé cristã ao serem confrontados por ateus e amigos em seus trabalhos, ou que por uma decepção ou pecado cometido.
Vimos muito mais hoje pessoas apostatando da fé do que vivendo o verdadeiro avivamento.
Vemos hoje as pessoas blasfemando de nossa fé, não por estarem sob influência de demônios, mas por conta dos nosso inimigos internos, hoje o problema no Brasil não é de perseguição, estamos até bem, comparados a outros países.
Mas quando uma igreja deixa de ser sal, deixa de ser luz ela está morta, tem nome de que vive mas está morta, há na igreja contemporânea o espírito de Sardes.
Estamos sob um extremo, ou mudamos ou morreremos.
Ou vivemos o avivamento ou a apostasia completa. Ou vivemos a plenitude do espirito, ou sofreremos sua ausência total e a igreja não faz nada sem o espírito Santo.

Estamos em tempos que na mesma proporção em que se diz que deseja o espírito Santo, se peca. Na mesma proporção de clamores por avivamentos se deseja libertinagem entre nosso povo, para adultérios, novos casamentos e por aí vai.
Na mesma proporção em que há vigência da promessa de derramamento do espírito, há proporção de pecados e tempos trabalhosos como Timóteo disse.

Estamos hoje em um contexto onde clamamos avivamento, mas porque ele não acontece?
Pretendo responder em poucas palavras essa perturbadora pergunta.

1° Por que não oramos

Nós acostumamos o povo a uma relação com Deus em que as orações são petições, quando falamos “vamos orar a Deus” já subentende-se que vamos “pedir” para Deus qualquer coisa.
Estamos em tempos em que os crentes a fim de não participar do momento da oração arrumam as mais diversas desculpas, seja o tempo, seja as ocupações, as crianças para cuidar, a porta para cuidar, a arrumação da igreja, enfim, toda as atividades parecem mais importantes para nós.
O resultado é que vemos muita lógica, muito conhecimento, muito entretenimento, mas não agozinamos mais em oração.
Esse assunto é rotulado para todos nós como velho, ultrapassado e muitas vezes ao ser confrontado a cerca disso arrumei as minhas desculpas mais diversas: Falta de tempo, orgulho dos que oram (o que é de fato um problema), a oração como refúgio para não cumprir o “ide”, a oração para mim durante muito tempo foi substituída pelo tempo de leitura, o tempo que me dediquei a ler diversos livros poderia ser melhor administrado se eu tivesse dividido esses períodos com orações.
A questão fundamental é que a oração fere nosso orgulho, ninguém precisa ser inteligente para orar, ninguém precisa ser muito gabaritado para orar, dentro do quarto de joelhos no chão, não há diplomas, não há faculdades, não há livros, Deus não se impressiona com minhas citações, Deus não se impressiona com meu bom português, Deus não se impressiona com o quanto tenho sido esforçado em ler e conhecer, obviamente ele leva em conta tudo isso, mas o que de fato precisamos é voltar a oração.
Estamos em tempos tão complicados com relação a oração que ela se tornou evitada pelos crentes mesmo nos momentos públicos, frequentemente as nossas orações são mecânicas, com palavras já premeditadas, versículos salteados a fim de tornar a oração mais extensa, ou cumprir o tempo determinado pela igreja local, os crentes frequentemente chegam após a oração. Se a reunião inicia-se às 19:30 com oração, procuramos chegar às 20:00 a fim de evitar passar alguns momentos de joelhos.
A Batalha de nossos sermões, de nossa vida espiritual não se vence no púlpito, não se vence de microfones na mão, não se vence com boa oratória, na verdade nosso desempenho por melhor que seja pode tocar apenas a mente  e convencer pessoas sobre nossos argumentos, mas a batalha da igreja ainda se vence no quarto secreto, quando ninguém nos vê, quando não preciso forjar nada, quando uso meus momentos secretos para a glória de Deus.
Valorizamos demais as atividades externas, mas pouco damos valor para as secretas. Gostamos de pregar e de cantar, mas qualquer pessoa que conheça as regras de homilética, tenha boa oratória, seja convincente e conheça o texto que está comentando pode pregar e até ser relativamente bom. Mas somente a oração é o método cirúrgico de Deus para adentrar os corações.
Eu não preciso ser espiritual para pregar ou cantar, basta ter talento, apenas crentes espirituais oram.
Essas realidades são muito difíceis de ouvir, visto que não queremos prostrar nossos conhecimentos diante de um quarto de oração, não queremos ter nossa lógica humilhada, pregamos corretamente, falamos corretamente, mas não oramos mais, daí inicia-se a crise que vemos hoje.
É péssimo ouvir um sermão de quem não ora, louvor de quem não ora, ensino de quem não ora.
Nós precisamos submeter toda a nossa vida em oração a Deus, e quando digo isso não me refiro a oração como petição, como reza, como demonstração externa de espiritualidade.
Infelizmente esse último grupo que citei tem tomado conta da igreja, de alguma maneira recorremos a leituras sobre os reformadores e heróis da fé e passamos a tentar imitá-los, bem como sua fala sobre oração, suas experiências, logo os crentes que oram um pouco mais, ou que tiram esse tempo para orar, tornam-se crentes orgulhosos, crentes que tem estrela na testa e seu discurso a respeito de oração é dado de um palanque mais alto.
No fundo todo nós sabemos da necessidade de orar, mas não praticamos.
E Deus permanece como nos dias de Ezequiel:

E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, e estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; porém a ninguém achei.
Ezequiel 22:30

Deus ainda hoje procura esses homens que estejam na brecha, que estejam de joelhos intercedendo pelo seu povo, porque tarda o pleno avivamento?
Por que fazemos tudo, menos orar.
Por que aplaudimos e enchemos reuniões de movimentos, mas não queremos saber de orar 30 minutos antes do culto, porque não temos vida em secreto.
Por que tarda o pleno avivamento? Por que estamos cada vez mais preocupados com as performances diante dos homens, porque nos relacionamos com todos, mas não falamos mais com Deus.
Porque Deus né nosso último plano, costumamos ainda dizer: Esgotei todos meus recursos, agora só Deus pode fazer algo por mim. Falamos isso com lamento, a oração tornou-se nossa última alternativa. A igreja prioriza tudo, menos a oração. Faz construções, dá avisos, dá ensino, mas não ora.
Alegamos falta de tempo, mas acaso temos menos tempo do que Daniel?
Então disseram ao rei: "Daniel, um dos exilados de Judá, não te dá ouvidos, ó rei, nem ao decreto que assinaste. Ele continua orando três vezes por dia".
Daniel 6:13
Daniel continuava orando três vezes ao dia, mesmo depois de ser um dos governadores da Babilônia, Daniel continuava orando três vezes ao dia, pois, sua ocupação política não lhe privou de ter contato com Deus.
Certamente as atividades de um governador eram mais extensas que as minhas.
No fundo nos sobra tempo, mas nos falta garra, nos falta querer um pouco mais.
Jogamos sobre o pregador a responsabilidade de fazer as coisas, jogamos sobre os pastores a responsabilidade trazer avivamentos como os antigos, mas não oramos como os antigos oravam.
Precisamos ainda hoje rever as nossas prioridades, nosso Wathsapp, nosso facebook, nossos e-mails, nossos trabalhos, nossos amigos, tem sido mais privilegiados com a nossa atenção do que o próprio Deus.
Usamos nossas orações como petições para poder conseguir coisas de Deus, logo na sequência o colocamos em segundo plano.
Não norteamos mais as nossas decisões para poder fazer qualquer coisa, a igreja em tempos bíblicos orava em todas as decisões e o espírito Santo as falava o que fazer:

E na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé e Simeão chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes o tetrarca, e Saulo.
E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.
Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram.
Atos 13:1-3
Estamos requerendo uma autonomia que Deus não nos deu, separamos obreiros, instituímos lideranças, sem orar.
Nem Jesus fez isso, pelo contrário:

E aconteceu que naqueles dias subiu ao monte a orar, e passou a noite em oração a Deus.
E, quando já era dia, chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze deles, a quem também deu o nome de apóstolos:
Lucas 6:12,13

Jesus passou a noite toda em oração para escolher os seus doze, mas nós não aguentamos vinte minutos de joelhos. Como vamos afirmar que queremos avivamento sem oração?
           
Estamos muito preocupado com finanças e veja o que o Rev. Leonard Ravenhill disse;

Não se pode negar que a maior preocupação da igreja hoje são as finanças. E, no entanto, esse problema que tanto inquieta as igrejas modernas era o que menos perturbava a do Novo Testamento. Hoje damos mais ênfase à contribuição; eles a davam à oração.
Por que tarda o pleno avivamento?

No fundo nos falta fé na provisão de Deus, por isso falamos tanto de ofertas oramos tão poucos, fazemos campanhas de enriquecimento, imploramos ao povo que contribua, mas com isso estamos negando nossa origem na igreja do novo testamento. Lucas relata que entre o povo não havia necessidade, todos compartilhavam entre si os seus bens, os crentes de Antioquia conseguiram de sua pobreza ajudar os crentes da Judéia que viviam em miséria, pois, uma igreja que ora não tem necessidades financeiras. Voltemos a oração!
Logo vale a pena orar, pois, a oração é o sacrifício necessário para ter comunhão com Deus e viver de fato um verdadeiro avivamento.
Muito se tem dito a respeito de reforma geral nas igrejas, me refiro obviamente ao sistema, mas nós não queremos reformar nosso proceder. Os jovens gritam: Reforma já! Mas não tem a disposição de mudar seus próprios comportamentos.
Querem usar armas carnais como protestos, lógica, estudo, questionamentos dos mais diversos tipos; Mas as armas de nossa milícia são outras:

Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas;
2 Coríntios 10:4
Para viver a reforma da maneira que almejamos, precisamos voltar a usar nossas armas espirituais, em especial a oração.
Hoje clamamos avivamento, mas não estamos mais como o povo no cenáculo, hoje clamamos a presença de Deus, mas isso passou a ser um simples jargão, poucos sentem falta de Deus.
Enumero aqui alguns motivos para a nossa negligência na oração:

1° - Ela não exige intelectualidade
2° - Ela não é reconhecida pelos homens
3° - Ela não é incentivada pela igreja tampouco ensinada
4° - No fundo confiamos pouco em Deus
5° - Amamos menos a Deus do que nossos amigos e família
6° - Por que gostamos de resultados instantâneos

2° Perdemos o amor pela palavra de Deus.

Muito se tem falado a respeito da palavra, muito se tem pregado sobre Deus.
Na verdade, estamos em tempos de expansão da pregação nos meios de comunicação.

·         Há pelo menos 26 rádios evangélicas em atividade no Brasil, sendo que algumas programações tomam espaço em rádios não evangélicas.
·         Há canais na tv aberta com programação 24 Hrs.
·         Há inúmeras bíblias de estudo, Thompson, pentecostal, do pregador, do pastor, do líder, da mulher, da adolescente, do homem, do pregador pentecostal, do ministro, etc, etc, etc.
Porém o que vemos em nossas igrejas é cada vez mais a negligência na palavra, os nossos congressos têm 15 minutos de mensagem, 30 de ministração de ofertas, 3 horas de louvor, 5 minutos de oração.
O povo já não conhece a bíblia, quando pregamos em alguns livros do antigo testamento ou cartas as pessoas são obrigadas a procurar em índices, pois, não encontram os livros.
Não sabem quantos livros tem a bíblia, não sabem sequer um versículo.
Os nossos jovens já leram E.L. James, já leram Jojo Moisés, Já leram toda a coleção de Harry Potter, mas não leram as cartas de Paulo, não leram os evangelhos, a porcentagem de pessoas que já leram toda a bíblia é absurda.
As pregações devem ser cada vez mais rasas, pois, o povo por não ler não entende, logo os pregadores não são mais esforçados em ler, pois é frustrante falar a um povo que não tem interesse.
Os pregadores também falham ao não incentivar seus ouvintes a ler, torna-se mais fácil para todos, pregar simples demais, com piadas, entretenimento, heresias, a fim de agradar seus ouvintes, o povo por sua vez aplaude, pois, como crianças que nunca se desenvolveram dependem do lúdico para compreender. Há preguiça de pensar, há preguiça para ler, principalmente quando se trata da palavra.
Os cultos de ensino são pouco frequentados, nossas mensagens são preparadas em cima do púlpito, ou simplesmente abrimos a bíblia e falamos o que vem a mente, o povo está negligenciando a palavra.
Nossas vigílias são cheias no momento do louvor, durante a oração para a palavra metade se vai deixando o pregador só.
Estamos em tempos tão complicados com relação a palavra que o povo pede confirmações para coisas que estão escritas na bíblia, as experiências tem se colocado acima da palavra.
A tentação que Jesus sofreu no deserto só foi vencida por conhecer a palavra, mas nós diferentemente de nosso mestre estamos transformando as pedras em pães, estamos pulando dos pináculos do templo e nos prostrando para receber coisas. Falta-nos o está escrito.
Estamos vivendo nos tempos que Amós profetizou:
Eis que vêm dias, diz o Senhor DEUS, em que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do SENHOR.
Amós 8:11

Por faltar ler a palavra, falta o temor diante dela como nos dias de Esdras:
Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto não vos entristeçais; porque a alegria do Senhor é a vossa força.
E os levitas fizeram calar a todo o povo, dizendo: Calai-vos; porque este dia é santo; por isso não vos entristeçais.
Neemias 8:10,11

Clamamos por um avivamento mas qual a nossa postura diante da palavra?
Acaso estamos sendo confrontados e nos permitindo ser confrontados por ela?
Receio que não. Na hora da palavra hoje conversamos, ansiamos que ela acabe logo, ou ainda somos tentados a desprezar toda a pregação por conta de erros mínimos de português.
Queremos avivamento como antes, mas não amamos a palavra como antes.

3° Por não conhecer a palavra, não conhecemos a Deus.

A falta do conhecimento de quem Deus é tem feito boa parte dos crentes lhe tratarem como qualquer coisa, menos Deus.
Quem é Deus para nós?
Deus tem sido um garçom.
Deus tem sido para alguns a última alternativa.
Deus tem sido para alguns um autenticador das besteiras que se faz.
Deus tem sido para algum um refúgio emocional qualquer.
Deus tem sido para alguns simplesmente um meio de ser aceito

E é daí que vem as orações mais absurdas que temos visto hoje em dia.
Falam com Deus como quem fala a qualquer pessoa, dizem a Deus, faça isso e ele é obrigado a fazer.
Mandamos em Deus em nossas orações, ordenamos que ele vá a lugares, ordenamos que ele cure, que ele aja, que ele faça o que queremos, e tal como o conceito católico de castigos aos santos, tentamos fazer chantagens com Deus do tipo: “ Se não me responderes hoje eu largo tudo”
Julgamos que somos indispensáveis, totalmente importantes, ao ponto de que se eu parar não há mais pregação, se eu parar não há mais louvor e no fundo nos falta saber quem Deus é!
1° Deus é não só grande, Deus é o maior. 
2° Deus é bom, é amor, mas é santo, irado, tem ciúmes.
3° Deus odeia o pecado
4° Deus não pode resistir o mal

Deveríamos ao orar ser tomados de temor, de forma que jamais daríamos ordens a Deus como damos.
Uma real compreensão de Deus nos levaria a pensar duas vezes antes de tratar Deus como o tratamos.
De sorte que, longe de nos elogiar, a
cruz mina nossa justiça própria. Só podemos nos aproximar dela com a cabeça curvada e em espírito de
contrição. E aí permanecemos até que o Senhor Jesus nos conceda ao coração sua palavra de perdão e aceitação,
e nós, presos por seu amor, e transbordantes de ação de graças, saíamos para o mundo a fim de viver as nossas
vidas no serviço dele.

A Cruz de Cristo - John Stott

Com frequência perguntamos a Deus o por que ele que não pune o mal, ou permite o sofrimento, mas a pergunta se fosse feita com honestidade nos condenaria, pois, como pode um Deus santo como esse tolerar minhas mentiras, nossos jeitinhos, nosso egoísmo?
 Como? Temos vivido por falta do conhecimento de Deus uma adoração rasa.
Letras rasas. Onde está a poesia dos salmos? Onde estão os louvores inspirados pela grandeza de Deus?
Onde estão as letras que enalteciam a Deus exclusivamente e não o colocava em nosso serviço? Onde estão os adoradores? Só uma compreensão correta sobre Deus nos levará a um avivamento.

Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.
Oséias 6:3








4° - Por que negligenciamos nossa história
O movimento pentecostal teve início em 1906, com o avivamento da rua Azuza.
O pregador americano William Joseph Seymour acreditava na vigência da profecia de Joel 2.28-29. Pregava que o falar em línguas era uma evidência do batismo com o Espírito Santo, apresentou alguns sermões sobre o assunto, porém ele ainda não era batizado. Por não desfrutar da mensagem que dizia, lhe privaram de pregar nos templos. William foi hospedado na casa de alguns irmãos e durante muitos dias orou a Deus buscando a plenitude do Espírito, até que finalmente recebeu essa graça e pela primeira vez falou em línguas, nas reuniões seguintes algumas pessoas passaram a falar novas  línguas também e logo as notícias sobre o novo movimento correram de forma que a casa já não podia suportar tantas pessoas.
Na rua Azuza número 312, em 1906 o movimento ganhava forças e pessoas de todo o mundo iam até lá, cegos viam, paralíticos andavam e membros de outras igrejas pouco a pouco iam se desligando a fim de pertencer a esse novo avivamento. Pessoas de todo o mundo mandavam seus testemunhos ou iam visitar a pequena igreja de Seymour, entre eles estavam Daniel Berg e Gunnar Vingren.
Esses saíram da Suécia e desembarcaram no Brasil em 1910 e se filiaram a igreja Batista, sua igreja de origem no país natal. Adeptos do movimento pentecostal, eles passaram a ensinar essa doutrina no Brasil e logo foram severamente rejeitados. Porém alguns acreditaram em suas palavras e buscaram receber o batismo no Espírito Santo, entre elas estava a senhora Celina de Albuquerque primeira pessoa batizada no Espírito Santo no Brasil.
Com os adeptos da visão da rua Azuza, os missionários instituíram a igreja Missão de fé apostólica que posteriormente foi chamada de Assembléia de Deus.

Nossos pioneiros foram homens de oração, homens de simplicidade, que com poucas coisas mudaram o mundo desde aquela época!
Martin Lutherking revolucionou o mundo com sua fé e vida dedicada a Deus e ao próximo.
William Seymour orava sete horas a Deus para receber revestimento de poder, Lutero três horas diária, Withefield oito horas
Precisamos voltar a nossa história e lembrar que o avivamento na igreja gerou revoluções nunca vistas antes.
Dietrich Bonhoeffer foi um dos maiores opositores ao Nazismo e abriu os olhos de parte da humanidade com o que ele viu, escreveu e fez. Engajado na luta contra Hitlher foi o símbolo de um Cristão que ama sua pátria, que ama a Deus sobre tudo.

Que voltemos aos nossos pilares, como os pais da igreja e clamemos como Jeremias:

Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para as vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos nele. Jeremias 6:16
Converte-nos a ti, Senhor, e seremos convertidos; renova os nossos dias como dantes. Lamentações 5:21
               
O que devemos fazer para retornar ao avivamento bíblico?

Em primeiro lugar devemos notar que o avivamento não acontecerá sob a moda Brasileira, com jeitinhos.
De forma alguma teremos avivamento com reuniões marcadas, com músicas de forró e corinhos de fogo, com danças, entretenimento, com novos métodos.

Ainda assim, agora mesmo diz o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto.
E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal.
Joel 2:12,13

Precisamos rasgar os corações e clamar pela igreja Brasileira, tal como Moisés fez, durante quarenta dias esteve com o Senhor no Sinal, tal como ele que em outra ocasião poupou a morte de milhares por conta de sua intercessão:
Perdoa, pois, a iniqüidade deste povo, segundo a grandeza da tua misericórdia; e como também perdoaste a este povo desde a terra do Egito até aqui.
E disse o Senhor: Conforme à tua palavra lhe perdoei.
Números 14:19,20
Precisamos chorar mais por nossos pecados:

E Neemias, que era o governador, e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo, disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus, então não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei.
Neemias 8:9

Nós precisamos ser tomados dessa convicção de pecado. Nós temos errado muito e ainda ousamos exigir muito de Deus, ousamos pedir curas como antes, mas onde está o temor de antes?

Nós precisamos voltar a palavra como nos dias de Josias:
O rei subiu à casa do Senhor, e com ele todos os homens de Judá, e todos os moradores de Jerusalém, os sacerdotes, os profetas e todo o povo, desde o menor até ao maior; e leu aos ouvidos deles todas as palavras do livro da aliança, que se achou na casa do Senhor.
2 Reis 23:2

Nós precisamos ser movidos por um senso de urgência

O evangelista deve aguentar correr mais do que cavalos - JR. 12.15
Deus mandou Felipe alcançar o Etíope que estava indo a perdição
Felipe  significa - O que ama cavalos.
Nós devemos correr adiante da carruagem que está levando as almas pro inferno, chegar lé e explicar as escrituras.

- O pleno avivamento é dado mediante oração com unidade de propósitos
"Como esperar o Pentecoste se nem ainda fomos despertados para orar? Primeiro, vem a igreja toda, unânime, perseverando em oração, só depois vem o Pentecoste".

Insistência na oração – 1.14
Unanimidade – Todos oravam 2.1
Mesmo propósito 2.1

O pleno avivamento nos levará a multiplicação das almas:
A igreja iniciou-se com 12 – Lucas 9.1
Depois 70 – Lucas 10.1
Em Atos 1.15 tinha - 120
Em Atos 2.14 – Três mil pessoas
Em Atos 4.4 – Cinco mil
O número continua crescendo ao ponto de perder a conta (Atos 5.14)
-Mais crescimento inclusive conversão de sacerdotes (Atos 6.1 e 7)
-Cristãos se espalham devido à perseguição (Atos 8.1 e 4)
-Muitas Igrejas fundadas (Atos 9.31)
-Aldeias inteiras tornam-se cristãs (Atos 9.35)
-Gentios se convertem a Cristo (Atos 13.48,49)
-Igrejas erguidas na Ásia menor e Turquia (Atos 14.1-28)
-Igrejas fundadas na Europa (Atos 16.5 e 11,12; 17.4)
-Milhares de judeus tornam-se cristãos (Atos 21.20).


Em último lugar, o avivamento tarda porque roubamos a glória que pertence a Deus. Reflitamos um pouco sobre essas palavras de Jesus: “Eu não aceito glória que vem dos homens”. “Como podeis crer, vós os que aceitais glória uns dos outros, e contudo não procurais a glória que vem do Deus único?” (Jo 5.41,44.) Chega de toda essa autopromoção nos púlpitos. Chega de tanto exaltar “meu programa de rádio”, “minha igreja”, “meus livros”. Ah, que repulsiva demonstração carnal vemos nos púlpitos: “Hoje, temos o grande privilégio...” E os pregadores aceitam isso; não, eles já o esperam. (E se esquecem de que só estão ali pela graça de Deus.) E a vaidade é que, quando ouvimos tais homens pregar, notamos que nunca ficaríamos sabendo que eram tão importantes, se não tivessem sido apresentados como tal. Coitado de Deus! Ele não está recebendo muita glória! Então, por que ele ainda não cumpriu sua terrível mas bendita ameaça de que iria vomitar-nos de sua boca? Nós fracassamos; estamos impuros. Apreciamos os louvores dos homens. Buscamos nossos próprios interesses. Ó Deus, liberta-nos dessa existência egoística, egocêntrica! Dá-nos a bênção do quebrantamento! O juízo deve começar por nós, pelos pregadores!

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