É NECESSÁRIO NASCER DE NOVO
E, estando ele em Jerusalém
pela páscoa, durante a festa, muitos, vendo os sinais que fazia, creram no seu
nome.
João 2:23
João 2:23
Após o milagre da transformação da água em vinho, Jesus fez
ainda muitos outros sinais, na bíblia estão relatados 53 milagres de Jesus,
além de muitos outros que João fez questão de dizer que se anotados o mundo
seria insuficiente para comportar a biblioteca.
Jesus fez muitos sinais durante a páscoa, sinais que são
ocultados de nós, porém não menos impactantes para as testemunhas daqueles
dias. A crença dos que testemunhavam era aguçada na medida em que comparavam ao
poder de seus líderes, Cristo fazia o que nenhum outro costumava fazer. Por ser
tão eficaz ele foi reconhecido, logo creram em seu nome.
Não se tratava de uma fé na pessoa, no caráter, mas sim um
mero convencimento inicial, por ele ser quem está demonstrando ser, por fazer
os sinais que faz, o povo crê. De forma que se outro demonstrasse mais poder,
logo seria o admirado, não era uma fé no caráter, mas um mero reconhecimento.
Jesus nunca se iludiu quanto a esses aplausos, nunca contou com a crença de quem apenas o admira, de quem apenas é de alguma forma convencido por ele.
Por essas razões Jesus não confiava neles, pois, de todo os
conhecia. Cristo no fundo sabe quais as reais motivações de todos, sabe se a fé
é uma fé de “leite”, ou seja, uma fé que precisa amadurecer, que resiste ao
desafio da vida cristã que é crer sem ver, pois, andamos por fé e não por
vista. 2° Coríntios 5.7.
A fé de “leite” é uma fé baseada em sinais de modo que
invertem as palavras de Jesus:
“Esses sinais seguirão os que crêem” Marcos 16.17.
Estamos em tempos em que os que creem seguem os sinais.
Onde há um sinal, ali está o povo, onde há um mover
diferenciado a popularidade tende a aumentar. Ainda hoje há muitos seguidores
de sinais, que vivem uma fé insólita, infrutífera. Quando não há sinais logo se
enfraquecem e a necessidade por novos e mais fortes sinais geram uma obsessão
por tudo que é diferente.
Jesus de todo os conhecia, sabia as reais motivações de
todos.
Desde os tempos mais remotos até agora a humanidade tem uma
fascinação pelo sobrenatural, por coisas que principalmente possam ser vistas,
por deuses que povoem o céu e a terra.
E não necessitava de que
alguém testificasse do homem, porque ele bem sabia o que havia no homem.
João 2:25
João 2:25
Cristo não necessitava de alertas humanos para saber que as
motivações do povo eram diversas, de que essa fé era apenas temporária, que o
povo não necessariamente gostaria de crer e passar por um discipulado, pelo
contrário, eles estavam crendo como quem é convencido, mas as atitudes não
mudariam, continuariam em seus devidos lugares, continuariam levando as mesmas
vidas.
Jesus bem sabia o que havia neles, seus pensamentos e suas
intenções foram sondadas por Cristo.
Na separação posterior de capítulos e versículos, esse
texto ficou fragmentado. O assunto de João 2.23-25 é o mesmo de João 3.
A fim de contar sobre essa “fé” que na verdade é mero
convencimento e a verdadeira fé bem como seus resultados, João cita a história
de um fariseu chamado Nicodemos.
Era como uma continuação, o ideal seria uma escrita
semelhante a:
“Porque ele bem sabia o que havia no homem. Para reforçar
isso Jesus lhes contou uma história: Havia entre os fariseus um homem....”
Há quatro características em especial sobre Nicodemos que
são dignas de nota:
1° - Os fariseus eram a “elite” religiosa dos tempos de
Jesus, eram extremamente zelosos quanto a lei, acredita-se que a origem dos
fariseus se deu durante o período de exílio babilônico, em quem alguns buscaram
manter a lei, copiar e reforçar os ensinos ao povo. Com o posterior retorno do
povo a Jerusalém e a valorização da religião naqueles tempos eles acabaram pouco
a pouco se tornando soberbas, julgavam ser os principais da religião de sua
época, instituindo ainda outros 613 mandamentos para de alguma forma preencher
as lacunas da lei.
Nicodemos era um deles, nunca haviam mais de 6.000 fariseus
em Israel. Eles eram dedicados exclusivamente ao cumprimento de toda a lei,
estavam sempre dispostos a fazer o que for preciso a fim de agradar a Deus por
suas obras.
Os fariseus acreditavam que a lei era a coisa mais
importante que poderiam possuir, de modo que todos esforços deveriam ser
empregados em preservar e cumprir toda ela. Os fariseus juravam total
fidelidade diante de três testemunhas segundo Willian Barclay. Segundo eles a
lei possuía tudo que precisavam para serem felizes. Mesmo que não de forma
explícita, estaria implícito, na intenção de descobrir o que estava implícito é
que os escribas criaram esses mandamentos a mais. O significado de fariseu é
“separado”.
2° - Nicodemos não só era um fariseu, mas era um dos chefes
dos fariseus. Um membro do sinédrio. O sinédrio tinha um número fixo de 70
pessoas, eles constituíam uma espécie de júri sobre Israel, a suprema corte.
Seu poder até que o império romano dominasse era sob questões civis, penais e
religiosas. Sob domínio de Roma seu poder se restringiu a questões religiosas.
Todos os judeus se submetiam a eles.
Quando um profeta surgia, eles julgavam suas palavras,
atitudes e possíveis milagres.
Com a promessa iminente de que o Messias estaria com eles,
o sinédrio avaliava as profecias e comparavam com o proceder de Jesus. Quando
Jesus fez milagres que em outros tempos não se realizaram, eles logo fizeram
questão de estar mais próximos e acompanhar cada passo dele. Jesus curou um leproso, expulsou um demônio
mudo e cego e posteriormente curou um cego de nascença. Na casa de Jesus
conforme Marcos 2.1 o Sinédrio foi presenciar sua fala e possíveis milagres, a
fim de atestar sua autenticidade.
O sinédrio foi um dos principais culpados pela morte de Jesus, quando lhe apresentam ao sumo sacerdote do ano “Caifás”, ele é julgado e condenado sem provas, apenas com falsos testemunhos. Quando alguns dos chefes dos fariseus ordenam a prisão de Jesus, os homens que receberam essa ordem não conseguiram fazê-la e acabam defendendo que Jesus era de fato diferenciado. Os chefes dos fariseus ficaram irritados, até que há uma intervenção de Nicodemos para que ao menos ouçam o que ele tem a dizer. Em resumo, tudo o que diz respeito a religião e questões espirituais era julgado pelo sinédrio judaico, entre eles estava Nicodemos.
O sinédrio foi um dos principais culpados pela morte de Jesus, quando lhe apresentam ao sumo sacerdote do ano “Caifás”, ele é julgado e condenado sem provas, apenas com falsos testemunhos. Quando alguns dos chefes dos fariseus ordenam a prisão de Jesus, os homens que receberam essa ordem não conseguiram fazê-la e acabam defendendo que Jesus era de fato diferenciado. Os chefes dos fariseus ficaram irritados, até que há uma intervenção de Nicodemos para que ao menos ouçam o que ele tem a dizer. Em resumo, tudo o que diz respeito a religião e questões espirituais era julgado pelo sinédrio judaico, entre eles estava Nicodemos.
3° - Nicodemos certamente era um homem de posses, pois,
após a morte de Jesus ele providenciou junto a José de Arimatéia um Túmulo para
Jesus bem como um composto de diversas especiarias para preparar o corpo de
Jesus.
E foi também Nicodemos (aquele
que anteriormente se dirigira de noite a Jesus), levando quase cem arráteis de
um composto de mirra e aloés.
João 19:39
João 19:39
Tratava-se de algo restrito a pessoas de posses, pois,
essas especiarias custavam caro.
Nicodemos por certo era parte da aristocracia judaica nos
tempos de Jesus, um homem de posses, um homem bem visto na sociedade, um homem
honrado por onde passava, membro do sinédrio. Ele estava no topo. Por certo
quando passava na rua ou quando ministrava na sinagoga todos queriam se
assemelhar a ele. Era um homem digno de ser copiado, um exemplo a ser seguido.
Alguém a quem todos que conheciam, tinham orgulho de conhecer. Um homem que de
forma alguma iria se submeter a procurar um outro a fim de pedir conselhos.
Apenas diria e todos ouviriam. Um homem que não se humilharia ao ponto de dizer
que desconhece algo. Um homem que não tinha do que se envergonhar, Nicodemos
era a personificação do homem ideal, do religioso perfeito.
4° - Nicodemos significa “vitorioso sobre o povo”
Nicodemos era um representante do melhor que o povo tinha a
oferecer, ele representava a nação, seus anseios, suas perguntas e tudo que os
religiosos sempre foram e buscam ser.
Este foi ter de noite com
Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque
ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.
João 3:2
João 3:2
Qual a razão de Nicodemos ir ter com Jesus de noite?
Muito tem se discutido sobre essa parte em especial.
Nicodemos teria vergonha?
Ou ainda poderia se sentir receoso com Jesus?
Ou estava apenas em buscas de respostas que não conseguira
no judaísmo?
Uma primeira hipótese seria a do orgulho.
Por saber que Jesus conhecia de fato muitas coisas,
Nicodemos pode ter optado por ir ter com Jesus a noite na intenção de que não o
vissem e notassem que ele conhecia mais, que o rabino Nicodemos tinha dúvidas e
estava em busca de um Galileu. Ir até lá de dia, era a demonstração de que
Nicodemos também é limitado, de que mesmo um homem filho de carpinteiro poderia
contribuir para o crescimento dele.
A segunda hipótese era a do medo
Por temer represálias Nicodemos pode ter optado por ir a
noite de forma “oculta”. Assim o sinédrio não saberia desse encontro, tampouco
sobre seu interesse em ouvir o homem chamado Jesus. O medo lhe impediu de ir
sob a vista de todos, por isso ele foi de noite.
A terceira hipótese é de mera curiosidade
Por ver os sinais e o povo cada vez mais fascinado por
Jesus, ele opta por ir a noite a fim de não causar tumultos e ver finalmente
quem é esse tal “Jesus” que dizem ser o Messias, apenas para fins de o
conhecer, analisar seus ensinos, suprir a curiosidade que a fama dele causou em
Nicodemos.
A quarta Hipótese era de que Nicodemos queria um tempo a
sós com Jesus, por isso optou pela noite.
Essa com certeza é a mais plausível, Nicodemos notou que
Jesus tinha algo em especial que ele não encontrara até então, notou que os
anseios mais profundos de sua alma poderiam ser respondidos pelo Galileu
Jesus. Porém como se aproximar em meio a
tantas pessoas? Tanto as que lhe cercavam como os adeptos dos pensamentos de
Nicodemos? De dia, Nicodemos seria tentado a se orgulhar, a buscar
exclusividade, a esbanjar seu poder como fariseu e membro do sinédrio.
Considerando todos esses fatores e o anseio pessoal por respostas que ele vai
até Jesus de novo, para ter um tempo para conversar, para ouvir suas palavras,
para de alguma maneira poder desabafar coisas que tinha vontade de dizer, poder
confessar a culpa contínua e o peso de ser alguém a quem todos respeitam.
Nicodemos vai em busca de Jesus porque buscava um tempo a sós com alguém que
conseguia ser apenas ele mesmo, sem precisar dos cerimonialismos sacerdotais e
rituais da lei. Talvez até chegar junto a Jesus seu anseio era de mostrar quem
de fato ele era e finalmente remover os pesos de si.
Porém ao se aproximar de Jesus, novamente os títulos lhe
sobem a cabeça, a posição social e religiosa para ele é impossível de ser
deixada. A partir daí vem sua afirmação que não é a totalidade do que está em
seu coração:
Rabi, bem sabemos que és
Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se
Deus não for com ele.
João 3:2
João 3:2
Nicodemos a princípio reconhece que Jesus é um grande
mestre, um Rabi e é por essa razão que usa esse termo.
Nicodemos fala no plural “bem sabemos” na verdade ele
representava parte do próprio sinédrio que mesmo não admitindo, reconhecia que
Jesus era o Cristo. Ao se expressar dessa forma ele declara acreditar em Jesus
com base no que ele fez.
Sabemos que és vindo de Deus porque ninguém faz o que ele
faz, ele de alguma forma é convencido pelos sinais, é atraído pelo que ele fez,
ao calcular as profecias e o que Jesus fazia ele traz a conclusão: Você é vindo
da parte de Deus.
Como 1+1 é igual a 2.
Como o amanhã vem depois de hoje.
Conclusões óbvias, alguém que diz o que ele diz, faz o que
ele faz, só pode vir da parte de Deus, pois, ninguém pode fazer isso se Deus
não for com ele.
Com essas respostas Nicodemos de alguma forma elogia Jesus,
mas não revela os reais motivos de ir ter com ele, ao ver Jesus ele não
consegue admitir seu real estado, não se desnuda totalmente para dizer que almejava
respostas que não encontrava no judaísmo, ele busca a Jesus do seu jeito, ao
seu modo. Não há entrega, não são declarados os reais anseios, a posição
inicialmente fala mais alto, como admitir que o membro do Sinédrio tinha
dúvidas?
Assim somos nós, a aproximação de boa parte das pessoas em relação a Cristo ocorre sob os mesmos moldes, é difícil admitir os pecados, dizer que precisa de Deus, temos dificuldades em admitir que devemos e que alguém pagou por nós, gostamos da sensação de mérito, de ser digno.
Assim somos nós, a aproximação de boa parte das pessoas em relação a Cristo ocorre sob os mesmos moldes, é difícil admitir os pecados, dizer que precisa de Deus, temos dificuldades em admitir que devemos e que alguém pagou por nós, gostamos da sensação de mérito, de ser digno.
A sua relação com o Senhor Jesus é de alguém que forja
falas, de quem premedita todas as atitudes. As falas são muito bem pensadas de
modo que ele almeja causar boas impressões.
Quando a adoração é forjada na intenção de esconder quem
realmente ele é, elogios feitos para esconder o desespero.
“O fariseu em mim usurpa meu eu verdadeiro sempre que
prefiro as aparências à realidade, que tenho medo de Deus, que entrego o
controle da alma às regras em lugar de me arriscar a viver em união com Jesus,
quando escolho parecer bom e não ser bom, quando prefiro as aparências à
realidade”
Brennam Manning – O impostor que vive em mim
A partir daí Jesus começa seu sermão ao mestre Nicodemos:
Jesus respondeu, e disse-lhe:
Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver
o reino de Deus.
João 3:3
João 3:3
Jesus poderia ter simplesmente agradecido os elogios de
Nicodemos, ter dito que era uma grande honra ser reconhecido por alguém de tão
alto escalão. Mas Jesus não se relaciona com nossos impostores, não se engana
com a beleza das palavras e não se contamina com o sucesso. O impostor que há
em Nicodemos lhe faz dizer: “Bem sabemos que és mestre”, mas o coração no fundo
diz: “Como posso ser salvo”?
E Jesus examina os corações: RM 8.27
Sonda o nosso coração Salmo 139
Conhece nossa estrutura e sabe que somos pó – Salmo 103.14
Por saber a estrutura de Nicodemos ele interpretou o que seu
coração de fato queria dizer, pois, antes de ouvir as palavras, ou melhor
dizendo, maior que a importância das palavras proferidas são os gritos do
coração para Deus.
Nicodemos se apresenta a Jesus com elogios vazios, pois, seu
coração estava com anseios, mas adiando totalmente os passos que ele precisava
dar, Nicodemos continuava com o jogo da religiosidade demonstrada, é muito
difícil deixar a imagem do membro do sinédrio, o que vão pensar se ele
finalmente disser tudo o que tem vontade? Se ele simplesmente disser o que
todos no fundo sentem? Nicodemos tem medo de ser mais um, sua busca por ser
diferente, por não ter fraquezas, ser alguém perfeito, pouco a pouco lhe
sufocam e cada vez mais torna-se difícil ser apenas ele mesmo.
Até que Jesus lhe diz: “Quem não nascer de novo não pode ver
o reino de Deus”.
Uma coisa é dizer isso a um traficante, um político todo
sujo, um bêbado qualquer, mas quando se trata de um doutor da lei, principal
dos fariseus, maioral da religião, as coisas tendem a se complicar mais. Dizer
para um corrupto nascer de novo é algo fácil, mas como dizer isso a alguém que
é exemplo para toda a sociedade? Porque essa era a visão que as pessoas tinham
de Nicodemos. Ele não poderia errar, admitir falhas, muito menos ser
repreendido por um judeu qualquer, mas agora um homem lhe diz que ele deve nascer
de novo, que deve recomeçar tudo, que o modo atual está incorreto e um novo
começo se faz necessário. Dizer isso a Nicodemos era algo ousado que ninguém
teria coragem de fazer.
Ele precisa resgatar seu eu verdadeiro, precisa se desfazer
dos velhos costumes sem sentido, precisa viver uma nova realidade, sem
fingimentos ou aparências.
Jesus almeja se relacionar com alguém disposto a aprender, a
descobrir no caminhar diário as grandes novidades de ser seu discípulo, seu
filho. As descobertas de aprender a falar, aprender a andar, enfim, desaprender
para aprender certo.
Nicodemos precisava experimentar esse novo começo, essa nova
história, que nos faz ser crianças, discípulos novamente, transforma o fariseu
letrado em alguém que considera tudo o que viveu como refugo, que faz o homem
vender as propriedades por um terreno, a fim de encontrar o tesouro escondido.
Ninguém se torna apto a enxergar o reino sem nascer de novo,
é necessário se despir dos velhos olhares e opiniões antigas, todos
preconceitos logo vão sendo removidos dando lugar ao coração puro da criança
que cresce dia após dia desejando afetuosamente o leite racional para crescer.
1° Pedro 2.2
Brennam Manning expôs perfeitamente as diferenças entre o
fariseu e a criança.
“Para o fariseu, a ênfase está sempre no esforço e na
conquista pessoal. O evangelho da graça enfatiza a primazia do amor de Deus. O
fariseu saboreia a conduta impecável; a criança se delicia na ternura
implacável de Deus
O fariseu precisa usar a máscara religiosa o tempo todo. O
apetite voraz do fariseu por atenção e admiração o obriga a apresentar uma
imagem edificante e evitar, com muito cuidado, os erros e as falhas. Não
censurar as emoções pode render grandes problemas.
Livro – O impostor que vive em mim
O nascer de novo implica num processo posterior ao chamado
mediante a proclamação da palavra, a palavra é o instrumento que Deus usou para
criar o mundo, na palavra as pessoas são regeneradas, tornam a viver, estavam
mortas em seus delitos e pecados e agora passam a compreender seu real estado,
lamentam-se por seu pecado. Somente os regenerados enxergam o reino de Deus, se
não houver novo nascimento mediante a palavra é impossível por mais que se
esforce, compreender integralmente a palavra. Daí vem a afirmação de Jesus “Quem
não nascer de novo não pode ver o reino de Deus”.
O estado natural do ser humano é de um coração petrificado,
indiferente, fingido, tingido, não legítimo, essa é a ideia do inimigo aos homens
desde o antigo testamento.
Conhecendo superficialmente o próprio coração Nicodemos se
aproxima de Cristo na intenção de se declarar, dizer o que de fato sente, mas
quando se apresenta elogia.
Jesus começa a responder a pergunta implícita, a mesma
feita pelo jovem rico.
“O que devo fazer para ser salvo?”
“O que devo fazer para ser salvo?”
Essa na verdade era uma dúvida que pairava sobre muitos, já
reconheciam quem Jesus de fato era, mas estavam envolvidos demais para
simplesmente largar suas vidas, abraçar um discipulado radical que deixa tudo e
todos na intenção de seguir exclusivamente a Cristo.
Nicodemos almeja respostas mais concretas, almeja uma
experiência mais profunda, a criança de seu interior grita enquanto o fariseu
externamente permanece lhe privando da comunhão.
Que devo fazer para ser salvo? A questão fundamental a
partir daqui é que ele pensa numa religião meritocrática, porém o evangelho
trata-se de algo que Deus fez por nós, e não algo que nós faremos para alcança-lo.
Essa realidade só será de fato compreendida a partir do momento que renascermos
em Cristo, desaprender o errado para aprender o certo. Só se enxerga isso
nascendo novamente mediante a palavra de Cristo.
Não se alcança salvação por méritos, não se alcança
salvação quando se está morto, quem está morto não pensa, não vive, mas em
Cristo fomos vivificados.
Mas Deus, que é riquíssimo em
misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou,
Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos),
E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus;
Efésios 2:4-6
Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos),
E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus;
Efésios 2:4-6
Ainda estando mortos o amor, a palavra de Cristo nos
vivificaram, pois, pela graça somos salvos.
O nosso estado se assemelha (ainda que o sentido inicial da
palavra não seja esse), ao vale de ossos secos descrito por Ezequiel.
A visão fala de um vale de ossos sequíssimos, que mediante o “Ruah” (vento) de Deus, se reuniu e junto ao Espírito profetizado através de Ezequiel transformou o que até então era um vale de ossos secos em um exército forte.
A visão fala de um vale de ossos sequíssimos, que mediante o “Ruah” (vento) de Deus, se reuniu e junto ao Espírito profetizado através de Ezequiel transformou o que até então era um vale de ossos secos em um exército forte.
A palavra de Deus tem esse poder de trazer vida aos
corações mortos em delitos e pecados, só ela pode fazer isso, convidar quem
está morto ao discipulado, para caminhar junto a Cristo.
Mortos não enxergam, mortos não conseguem avançar em nada,
estão estáticos, apodrecendo, essa é a condição do homem sem Deus, está preso a
sua morte, às suas limitações, mas a palavra de Cristo tem o poder de trazer
vida.
A partir daí o homem vê o reino de Deus.
Outro exemplo perceptível é o do homem descrito em João
Cap. 9.
Ele é cego de nascença, não é uma cegueira adquirida.
Jesus abre seus olhos, ele enxerga Jesus como um homem
fantástico, posteriormente um profeta, por fim o filho de Deus. 9.35.
Só a partir do momento que enxergou esse homem pode ver o
reino de Deus, o rosto de Jesus e todos os seus feitos.
Os fariseus assim como Nicodemos estavam cegos, mortos,
eram chamados por Jesus de sepulcros caiados, mortos internamente e
exteriormente belos.
Essa era a situação de Nicodemos, nesse mesmo capítulo 9 Jesus fala sobre a condição espiritual dos fariseus. Esses eram os verdadeiros cegos. Loucos não errariam o caminho, porém eles estavam errando, estavam cegos, não queriam ver.
Essa era a situação de Nicodemos, nesse mesmo capítulo 9 Jesus fala sobre a condição espiritual dos fariseus. Esses eram os verdadeiros cegos. Loucos não errariam o caminho, porém eles estavam errando, estavam cegos, não queriam ver.
Não importava a condição de Nicodemos, ele estava cego, só
nascendo de novo veria a Deus. Essa questão de nascer de novo não se aplica só
aos maltrapilhos, talvez eles sendo isentos de justiça própria estejam mais
propícios a recomeçar. Mas quando se constrói a identidade baseando-se no
impostor que vive em nós, no fariseu externo, é necessário nascer de novo,
pois, com as máscaras atuais não se vê o reino de Deus, com os vícios e velhas
manias do escriba não se enxerga o reino de Deus, esse reino fala de
desaprender tudo que se sabe para ouvir apenas a palavra de Cristo.
Para ver o reino minhas faculdades não ajudam, para ver o
reino não dependo de cargos ou relevância social.
Paulo rejeitou tudo o que possuía até então, deixou o velho
homem, os costumes do “desejado” (Saulo) para voltar a ser “pequeno” (Paulo).
Só quando tornou-se pequeno viu o reino, só quando Zaqueu
desceu recebeu Cristo em sua casa, só quando largou o barco Pedro viveu a
plenitude de Deus, só quando deixou a coletoria de impostos Mateus abraçou o discipulado,
só após matar os bois Eliseu viveu a porção dobrada. Ainda hoje somos chamados
pela palavra a nascer de novo para ver o reino, para enxergar a Cristo.
O coração do fariseu é petrificado, mas sem méritos, por
estarmos mortos no pecado ele troca o coração por um de carne
E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito
novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de
carne. Ezequiel 36:26
E lhes darei um só coração, e um espírito novo porei dentro deles;
e tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne; Ezequiel 11:19
Essa obra é exclusivamente de Deus, ele muda nosso coração
na pregação da palavra. Não há méritos nossos, após essa mudança o poder da
decisão é restaurado.
O reino de Deus passa a ser visto, estando diante de nós o
tempo todo.
Só com um novo coração eu posso enxerga-lo, quando as
escamas caem tal como Paulo em sua conversão.
“Quem não vive na luz não sabe o que é escuridão” Lorena
Chaves.
Disse-lhe Nicodemos: Como pode
um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de
sua mãe, e nascer?
João 3:4
João 3:4
Estava claro de qual Nascimento Jesus falava, não se trata
de nada físico. O nascimento do qual
Jesus fala ocorre no espírito, na mente, é a renovação no nosso entendimento Rm
12.2.
Porém temos dificuldades com simplesmente obedecer,
gostamos de questionar e problematizar coisas que estão claras, patentes diante
de nós.
Gostamos de perguntar: E se eu fizesse assim? E quem é meu
próximo? Quais são as situações de brecha nessa lei?
São os conflitos éticos com os quais esbarramos o tempo
todo, gostamos de adiar o início da obediência, a adaptação necessária a partir
do momento em que a vontade de Deus fica clara para nós.
Assim como o jovem rico que pergunta, o que devo fazer para
ser salvo? E no fundo sabe que sua “salvação” não estava na justiça própria,
nem na observância dos mandamentos. Nada disso era suficiente, ele deveria
largar seu “deus” a saber as riquezas, deixar tudo e seguir Jesus. Mas antes
disso ele adia a conversa, pergunta mais coisas, quer saber se de fato precisa
ser tão radical e não há discipulado sem radicalidade, sem mudanças, sem
obediência simples.
Deus falou, eu farei.
Deus mandou, eu vou!
Como Abraão que cheio de fé leva seu filho ao Moriá, como Josué que sem ver nada simplesmente dá voltas numa cidade.
Como Abraão que cheio de fé leva seu filho ao Moriá, como Josué que sem ver nada simplesmente dá voltas numa cidade.
Obedecer sem questionar, confiando na palavra do que chama.
Não fazia sentido descer do barco e ir andando sobre as
águas, mas como Jesus autorizou a ida, Pedro foi.
Da mesma maneira, dizer a um homem já velho que ele precisa nascer de novo deve ser entendido não sob a ótica de um novo parto, até porque isso era inútil, sem sentido, mas Nicodemos quer adiar a obediência. Apela ao conflito ético para que Deus providencie outro meio de salvá-lo, que não exija reaprender e recomeçar tudo como uma criança, porém Deus não vai mudar de ideia.
Da mesma maneira, dizer a um homem já velho que ele precisa nascer de novo deve ser entendido não sob a ótica de um novo parto, até porque isso era inútil, sem sentido, mas Nicodemos quer adiar a obediência. Apela ao conflito ético para que Deus providencie outro meio de salvá-lo, que não exija reaprender e recomeçar tudo como uma criança, porém Deus não vai mudar de ideia.
“Como pode um homem renascer sendo velho”?
Como pode Deus me separar ao ministério se eu não almejo?
Como posso pregar se não quero?
Como posso ser líder se sou pesado de língua?
Como posso ser separado profeta com lábios impuros?
O conflito ético talvez seja o maior inimigo da real
conversão, sempre tememos parecer fanáticos demais, obedecer demais, o que
antes era nossa preocupação:
“Não espiritualizar tudo”.
Se tornou nosso problema, questionamos tudo, não obedecemos
nada!
Precisamos resgatar a obediência simples, de doar sem
questionar, de simplesmente partir ainda que por cima das águas para encontrar
Jesus, de sair da terra, do meio da parentela para ir a uma terra que o Senhor
vai mostrar.
Confiando em sua palavra para lançar uma rede no lado
oposto do barco, tendo pescado a noite inteira.
Almejo que resgatemos a obediência simples, que diante dela
a nossa inteligência e experiência se prostre.
Nicodemos provavelmente fingiu não entender, se sua
primeira pergunta fosse feita sozinha seria compreensível, mas ele almeja
coagir Jesus com sua segunda pergunta:
“Porventura voltará ao ventre de sua mãe”?
Essa não era a única alternativa que ele tinha. Mas ele
propõe a mais óbvia como quem demonstra superioridade intelectual.
Os que são chamados ao discipulado muitas vezes tendem a
ser confrontados nas áreas que dominam, pois, não há ciência da qual Cristo não
entenda.
Até a teologia de Nicodemos, um membro do Sinédrio, fora
confrontada pela obediência simples que Jesus propõe.
Daí em diante vem a segunda afirmação de Jesus.
Jesus respondeu: Na verdade,
na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode
entrar no reino de Deus.
João 3:5
João 3:5
Jesus especifica mais sua fala, se a obediência simples é
desviada de Nicodemos ele opta por tornar ainda mais claro seu chamado e o que
se exige.
E Jesus almeja reafirmar com veemência: “Na verdade, na
verdade te digo”
Essa é uma verdade absoluta.
Nascer da água refere-se ao Batismo. O batismo é a
demonstração pública do discipulado. Seja por imersão ou por aspersão.
O batismo é a demonstração da morte do velho homem, do
nascimento de “cima”.
O batismo segundo Dietrich Bonhoeffer é a comunhão na cruz
de Cristo, somos chamados ao sepultamento da natureza terrena, somos chamados
ao sepultamento do velho homem.
Esse é o fardo que devemos levar e colocar aos pés da cruz. O batismo é a demonstração externa do discípulo de que se dispôs a amaldiçoar seus desejos mesquinhos, de que ele almeja agora transformar o que era um fardo pesado em algo suave e leve pois o discipulado lhe permite isso. A cruz que Cristo carregou é pesada, a do discípulo é leve, o batismo na água é a comunhão do discipulado. É a cruz do discípulo.
Esse é o fardo que devemos levar e colocar aos pés da cruz. O batismo é a demonstração externa do discípulo de que se dispôs a amaldiçoar seus desejos mesquinhos, de que ele almeja agora transformar o que era um fardo pesado em algo suave e leve pois o discipulado lhe permite isso. A cruz que Cristo carregou é pesada, a do discípulo é leve, o batismo na água é a comunhão do discipulado. É a cruz do discípulo.
O batismo indica que o pecado já não tem poder sobre mim,
pois, morri para o pecado.
Ou não sabeis que todos
quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte?
De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.
Romanos 6:3,4
De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.
Romanos 6:3,4
Somos batizados na morte, na comunhão da cruz. No Batismo
nos apropriamos do sacrifício de Cristo e tomamos nossa cruz para o seguir.
No batismo somos imersos em Deus, em sua morte, e na morte
do batismo deixamos sobre as águas o velho homem e seus pecados, para que assim
como Cristo foi ressuscitado, renasçamos agora sob nova condição, pois, o
pecado não tem poder sobre mortos ou ressurretos. Na ressureição de Cristo
encontra-se a vitória contra o pecado, assim andamos em novidade de vida. Nisso
consiste o nascimento da água.
Sepultados com ele no batismo,
nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre
os mortos.
E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas,
Colossenses 2:12,13
E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas,
Colossenses 2:12,13
Estávamos mortos, como dito anteriormente aos Efésios,
agora reforçado em Colossenses, Paulo explica a condição anterior do pecador
sem Cristo. Estávamos mortos nos pecados, mas em Cristo fomos sepultados e
ressuscitados para viver em novidade de vida e vivificados na com ele, mediante
a nossa parte da “cruz” que é o batismo.
O Batismo é o sinal externo, porém é por si só
insuficiente. É a demonstração de que alguém viu o reino. Porém Jesus diz, não
basta ver, é necessário entrar no reino. Essa entrada se dá mediante o nascer
do espírito.
O nascer do espírito é o agir do próprio Deus nos
inclinando diariamente ao bem, nos separando para um fim específico, a saber a
chamada divina.
Quando Jesus se referiu a água e espírito, também falava da
água como o lavar externo comum dos fariseus.
Eles se higienizavam a cada saída, a cada refeição e sua
preocupação não era mais com saúde, mas apenas mero formalismo sem sentido.
O lavar da água são as nossas atitudes externas, são as
lavagens de pés após as viagens, são as lavagens das mãos antes das refeições.
São nossas tentativas de ser santo, de parecer puro. São as obras decorrentes da fé, porque a fé
só é confirmada mediante as obras que exerço. Fé que não é vista, é morta.
O nascer do espírito é a mudança radical da vida, que não
se dá de outra forma que não seja nascendo de novo. É algo tão gritante que não
se pode comparar com nenhum outro acontecimento na vida, se não com um novo
nascimento. É um reinício nas atitudes, nos pensamentos, nas motivações, é o
desaprender para aprender certo.
O nascer da água era alcançado pelo proselitismo, quando um
homem era convertido ao Judaísmo lhe consideravam uma nova pessoa, seu passado
de pecado ficou para trás. Esse pode ser um dos sentidos de nascer da água.
Porém o nascimento do Espírito depende só de Deus. Nascer de cima não é um
privilégio que outorgo a mim mesmo, trata-se de uma dádiva exclusivamente
divina.
É impossível que um homem nasça de novo por si só, apenas
na mortificação da natureza terrena e na regeneração o homem pode viver o
nascimento de cima. Mortos não renascem. Mas o mesmo poder criativo de Deus nos
garante o novo nascimento.
Porque Deus, que disse que das
trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para
iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo.
2 Coríntios 4:6
2 Coríntios 4:6
O nascer do espírito é a lavagem interna de caráter. Novos
pensamentos e atitudes que são impulsionados pelo espírito.
Só se torna discípulo, quem nasceu do alto. Nasceu em
Cristo.
Há uma diferença entre ver o reino de Deus e entrar no
reino de Deus, na verdade o novo nascimento fala da única possibilidade de
enxergar o reino inicialmente. Porém o novo nascimento não é um evento
realizado uma única vez e de modo totalmente definitivo, o novo nascimento é um
processo contínuo. É um norte que se dá e o que foi direcionado deve manter-se
caminhando em direção ao destino proposto.
É possível ver o reino de Deus e não entrar nele, é
possível enxergar, compreender, entender o certo, ver a terra e não a possuir.
Ainda hoje há pessoas que viram o reino de Deus, já sabem o
caminho, foram alcançadas e enxergaram seu real estado pecaminoso, frequentam
igrejas, fazem parte de grupos, participam dos sacramentos (ceia e batismo),
porém infelizmente apenas viram o reino e deixaram de caminhar. Se entregaram a
Cristo, viram o que lhe estava obscuro até o presente momento, enxergaram seus
pecados e pontos em que deviam melhorar. Mas se satisfizeram em ver sem andar,
em sentir e não ter comunhão, em ouvir sem praticar, em professar a fé sem de
fato exercê-la.
Todos cristãos viram o reino de Deus, é por essa razão que
se encontram na igreja e tem interesse em ouvir a palavra. Todos enxergaram o
reino, mas nem todos estão na caminhada para entrar. A regeneração se deu em um
nascimento do alto, mas falta a mortificação da antiga natureza. Carne e
espírito militam entre si, mas para os que apenas viram o reino sobre a culpa
ou o cinismo, a carne acaba prevalecendo.
São “cristãos”, mas sua conversão não mudou seu viver
diário, bem como sua mente. O que mudou de antes para agora, é que eles têm uma
consciência do caminho, ainda que ofuscada com o passar do tempo. Precisam
crescer em graça e conhecimento, precisam correr prosseguindo para o alvo.
Portanto, se já ressuscitastes
com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à
destra de Deus.
Colossenses 3:1
Colossenses 3:1
Precisamos pensar na conversão como um processo contínuo,
uma vez que fomos ressuscitados com Cristo, devemos buscar as coisas dessa nova
natureza que assumimos. Devemos pensar nas coisas de origem da nossa natureza
que agora é de “cima”.
“Cima” se refere a uma ordem superior, ao céu, a
pensamentos que excedem, devemos buscar não mais o interesse do velho adão que
está arraigado em nossa natureza, mas os pensamentos do alto.
Mortificai, pois, os vossos
membros, que estão sobre a terra: a fornicação, a impureza, o afeição
desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria;
Pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência;
Nas quais, também, em outro tempo andastes, quando vivíeis nelas.
Mas agora, despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca.
Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos,
E vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou;
Colossenses 3:5-10
Pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência;
Nas quais, também, em outro tempo andastes, quando vivíeis nelas.
Mas agora, despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca.
Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos,
E vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou;
Colossenses 3:5-10
Devemos mortificar os próprios membros que inclinam-se para
o mal. Pecados de natureza sexual, moral, desejos indevidos, altivez e
idolatria. Somos tentados continuamente a cair nesses erros, é nossa natureza.
Paulo nos aconselha a despojar de tudo isso, para nos revestir do novo.
Há irmãos que viram o novo, mas não querem se despojar e os
dois extremos são propostos, sem meio termo, ou se caminha ou paramos, e parar
implica em não entrar no reino de Deus.
Há irmãos parados, pessoas que deveriam progredir na sua
fé, em santificação, em novas atitudes. Mas não mudam, o mesmo proceder dos
tempos em que não conheciam a verdade tornaram a acontecer.
Irmãos que se asseguram da salvação em um culto, mas
permanecem na imoralidade.
Pessoas com graves problemas morais, mas que julgam ser
servas de Cristo.
Pessoas cheias de ira, cólera, palavras torpes, mas que
dizem ser de “Deus”, esses precisam de um novo nascimento.
Muitos anualmente se entregam a Cristo, aceitam a fé e até
iniciam bem, mas os velhos desejos estão a porta lhes convidando a voltar para
a antiga maneira de viver. Infelizmente boa parte das pessoas dá ouvidos a isso
e não avança na regeneração. Estão prestes a tornar a morrer
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