sexta-feira, 28 de julho de 2017

A TENTAÇÃO DE JESUS - 2° PARTE

Sermão entregue a AD Brás Jd Guarujá II – 2° Culto de ensino.
A TENTAÇÃO DE JESUS – PARTE 2

Então o diabo o transportou à cidade santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo,
Mateus 4:5

Jesus havia acabado de declarar que sua confiança estava posta nas palavras que saem da boca de Deus, tratava-se de uma declaração de fé e segurança nas palavras de Deus. Jesus foi capaz de rejeitar pão e popularidade, pois, confiava no que Deus disse a respeito do caminho que deveria trilhar bem como seus planos.
Essa primeira tentação era sobre sua carne, sobre sua popularidade. Agora a tentação é em seus sentimentos, seu espírito. O Diabo transporta Jesus para a cidade santa, colocando-o sobre o pináculo do templo.

E disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo; porque está escrito: Que aos seus anjos dará ordens a teu respeito, E tomar-te-ão nas mãos, Para que nunca tropeces com o teu pé em alguma pedra.
Mateus 4:6

O pináculo do templo provavelmente se refere ao lado do templo que dá para o vale de Cedrom. Do pináculo ao vale do rio Cedrom haviam 150 metros de altura.
Mateus se refere a Jerusalém como a cidade Santa, pois, assim os judeus a compreendiam.


Grande é o SENHOR e mui digno de louvor, na cidade do nosso Deus, no seu monte santo.
Formoso de sítio, e alegria de toda a terra é o monte Sião sobre os lados do norte, a cidade do grande Rei.
Salmos 48:1,2

A cidade Davi, de seu trono, de sua dinastia eterna.
A cidade da casa de Deus, onde ele prometeu estar para sempre
A Cidade onde pessoas de todo o mundo vinham para comemorar as festas religiosas, em resumo a cidade Santa.
O diabo lhe leva ao ponto mais alto do templo, consequentemente, o ponto mais alto da cidade. Lhe propõe que pule de lá.
Quais são as intenções do diabo ao propor isso? O que estava em jogo nessa segunda tentação? Assim como na primeira tentação citada, o diabo almeja prejudicar Jesus, fazendo o mal passar por bem.

O tempo era semanalmente visitado por inúmeras pessoas, não se sabe ao certo a que horas Jesus foi tentado, nem se havia uma grande multidão no templo.
Porém o fato é que todos que contemplassem um homem vindo do templo logo creriam.
Seria um atalho tentador para Jesus ser aclamado, na verdade daria até menos trabalho do que transformar as pedras em pães, pense comigo, qualquer pessoa que subisse ao templo na hora dos sacrifícios e simplesmente pulasse sem se machucar seria altamente confiável sob a ótica dos judeus, visto que havia uma promessa no Antigo Testamento que apontava para um evento relacionado ao Messias e o templo.
e de repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais; e o mensageiro da aliança, a quem vós desejais, eis que ele vem, diz o SENHOR dos Exércitos.
Malaquias 3:1
O texto de Malaquias fala sobre uma vinda repentina do Messias ao templo, essa seria a aparição perfeita, um salto do pináculo do templo, a aprovação religiosa estaria garantida, todos reconheceriam na hora que o Messias estava entre eles.

A proposta de Satanás se inicia igual a outra vez:
Se tu és o filho de Deus lança-te daqui.
Sempre o inimigo dirá coisas que colocarão em xeque nossa identidade, personalidade e convicções, ainda que tudo esteja garantido na palavra de Deus.
Mas a partir do momento que depositamos a confiança totalmente em Deus, o diabo investe para que tenhamos dúvidas da eficácia de sua palavra, para isso, nosso adversário é capaz de usar a própria palavra.
A tentação se dá no momento em que é oferecida popularidade religiosa com bases bíblicas, ainda que incompletas.
Jesus já havia sido tentado no campo da popularidade de massas, agora a tentação é por popularidade religiosa no povo mais exigente do mundo, a saber os judeus.

Então o diabo lhe cita um texto:
Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, eles te sustentarão nas suas mãos, para que não tropeces com o teu pé em pedra.
Salmos 91:11,12
A princípio a proposta parece decente, concreta e extremamente plausível.
Está escrito que o Senhor daria ordem a anjos para nos livrar, logo não haveria possibilidade de acontecer qualquer problema, Jesus simplesmente pularia, seria guardado por anjos que apareceriam entre o povo e não deixariam sequer que seu pé fosse machucado, como num simples passo comum, Jesus desceria 150 metros tranquilamente.
O que está por trás desse ato de levar Jesus ao alto do templo?
O que Satanás almejava?
O que tornou essa simples descida com bases bíblicas algo tentador, ou seja, algo que poderia prejudicar Jesus?

Enumero de agora em diante algumas dessas tentações que englobam a segunda proposta de Satanás.

1° Tentação de usar partes da palavra para autenticar comportamentos
O diabo simplesmente distorceu um texto na intenção de que Jesus pulasse do templo, talvez os anjos lhe guardariam, ou Jesus teria se matado, ou acionaria o seu poder e seria aclamado de vez.
Porém a questão fundamental é que o diabo se baseou na bíblia para dar esse conselho, usou um texto e caso Jesus não conhecesse a palavra completamente, teria seguido os conselhos de satanás e pularia de onde estava, cedendo a tentação do diabo.
Durante muitos anos e muitas épocas textos bíblicos isolados foram usados a fim de autenticar as maiores bizarrices que se possa imaginar.

Bendito seja o SENHOR, minha rocha, que ensina as minhas mãos para a peleja e os meus dedos para a guerra;
Salmos 144:1
Esse versículo durante um tempo foi usado em fuzis americanos na intenção de autenticar a guerra, ele era gravado sobre as armas para que os muçulmanos se recusassem a tocar nele caso caíssem no chão ou abatessem um soldado americano.
Autenticaram com esse versículo as muitas mortes realizadas durante as invasões americanas a países do oriente médio, obviamente não pretendo seguir um pensamento pacifista e utópico, porém usar a religião como um meio de autenticar tantas mortes é algo perverso com o qual temos dificuldade de lidar, mas infelizmente foi feito com base bíblica.
Em filmes como doze anos de escravidão vemos os senhores de engenho lendo textos bíblicos para garantir a submissão dos escravos, sem reclamar, pois, estão trabalhando para Deus.
Vós, servos, obedecei a vossos senhores segundo a carne, com temor e tremor, na sinceridade de vosso coração, como a Cristo;
Efésios 6:5
Esses versículos eram lidos sem levar em conta os textos seguintes que diziam para não ameaçar os servos, sabendo que o Deus que contempla os escravos também contempla os senhores. A intenção era citar parte das escrituras para garantir a submissão completa, para que os escravos tivessem seus olhos voltado apenas ao futuro.
Recentemente foi noticiado o caso de um pastor que estava tendo relações sexuais com diversas fiéis de sua igreja, tomando como base um texto de Oséias, a falha na observância da acentuação gráfica fez toda a diferença naquela ocasião.
Heresias modernas tem sido fundamentada em sua maioria com base em versículos isolados e quase tudo é possível se afirmar quando o contexto não é levado em conta.
Ainda mais nos salmos imprecatórios, ou em textos onde Deus demonstra sua total indignação com os pecados de seu próprio povo.
Tomar textos isolados pode ser uma alternativa para justificar divórcios, bigamia, poligamia, homicídios, guerras, enfim, por ser um texto extenso e abrangente a bíblia pode propor muitos caminhos e caso não seja levado em conta o contexto, podemos justificar todo tipo de prática.
Isso tem sido feito em muitos lugares, novas unções, atos proféticos e todos os dias surgem novas ideias a fim de atrair o público, quem tomou a primeira vez partes de um texto para convencer pessoas foi o diabo, tal como ele ainda há muitos fazendo o mesmo.



2° Tentação de buscar proteção de Deus fora do seu caminho
O complemento do texto diz justamente “Para te proteger em todos seus caminhos”, Caminhos aqui, indicam caminhos de Deus.
Cristo é tentado a usar a palavra e o falso ensino para se assegurar da proteção de Deus fora de seus caminhos, em resumo uma graça barata.
No fundo, todos sabemos o caminho certo, boa parte de nossas dúvidas não são para simplesmente conhecer as coisas, mas simplesmente para se assegurar de que estamos certos, ou mesmo para encontrar alguém que concorde conosco.
No fundo sabemos que proteção divina, garantia de vida por conta de promessas, é algo condicionado a estar nos caminhos de Deus.
Costumamos cantar que quem tem promessas não morre, ainda que esteja longe e de fato Deus protege muitos, porém via de regra a proteção divina está condicionada ao seguir seus caminhos.
A tentação do diabo é dar uma falsa segurança, a segurança de que ainda que eu esteja pecando, errando, estou assegurado de que serei livrado em tudo, de que sempre haverá tempo de voltar, sempre haverá um amanhã.

Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?
Lucas 12:20

O diabo almeja nos fazer repousar na segurança de que sempre iremos nos superar.
Nos faz usar Deus como um refúgio ou um escudo para nos proteger das consequências dos próprios riscos que optamos por correr, o tempo passa e com ele as oportunidades se vão.
Repousamos numa segurança que não está na palavra, não está em Deus.
Há muitas coisas que Deus nunca prometeu, mas sobre as quais nós repousamos, há muitos caminhos que Deus nunca nos mandou ir, mas a falta do conhecimento tem nos levado a trilha-os achando que a ordem inclusive foi de Deus.
Gostamos de abrir a bíblia aleatoriamente, ou de ler caixas de promessas, sem levar em conta pra quem são, a que contexto se aplicam e sob essa ótica qualquer palavra é confirmação.
Sempre há os irmãos que buscam confirmações de Deus para seus mais diversos tipos de atividades, quando oram, leem, carecem de que algo a mais aconteça, no meio pentecostal tem surgido uma nova tendência de consultar “profetas”, tal como no antigo testamento, o irmão que possui o dom de profecia passa a ser requisitado a fim de que diga alguma palavra necessária ao seu ouvinte. Toda a cena é forjada, dizem que nos veem assinando papéis, nos veem ao lado da cama orando, ou dizem que Deus está conosco, mesmo sem saber o que está por trás daquela consulta. São os profetas da mesa de Jezabel, que dizem que há paz, quando não há paz, que confirmam a presença de Deus mesmo quando o consultante está totalmente errado.
No fundo as consultas são para confirmar os próprios caminhos errados que trilhamos, para que posteriormente digamos: Deus falou. Sendo que Deus não disse nada.
Deus não confirma caminhos de homens que vivem na prática do pecado, Deus não orienta seu povo na intenção de simplesmente agradá-los, Deus como diz C.S. Lewis, não é apenas um avô no céu, ele é pai.
“Com frequência queremos apenas bondade, não amor verdadeiro, com efeito queremos um avô no céu, que simplesmente nos permita se divertir, independente do que façamos, os pais todavia corrigem, até castigam se julgar necessário. Ao pedir um Deus que quer apenas divertimento queremos menos amor, não mais”.

Queremos que Deus simplesmente diga: “Não importa o que façam contanto que sejam felizes”.
E Deus não é assim. Deus não confirma caminhos tortos, caminhos errados não tem seu apoio, devemos nos atentar para que o caminho que estamos trilhando não seja sustentado por ensinos isolados, mas sim por toda a bíblia.


3° Tentação de usar sensacionalismo como atrativo
Descer do alto de um templo sem se machucar e no símbolo da religião judaica, era algo sensacional e que chamaria muito a atenção.
Imagine a reação dos judeus, eles suspenderiam qualquer atividade, pois, ver anjos descendo do céu, firmando os passos de um homem sem que ele se machucasse seria algo revolucionário e a resposta dos anseios de tantos anos entre os judeus, o Messias esperado faria algo visível, provaria sua divindade e que de fato era o cumprimento das profecias.
Porém toda religião e movimento que tenta manter seus seguidores mediante o sensacionalismo tendem a desaparecer em pouco tempo, pois, novos shows, espetáculos, são necessários para manter a atenção do público, daí vem a origem de tantas heresias.
Como poderíamos manter o povo com sensacionalismo durante anos? A criatividade deve ser enorme e se de alguma forma o nível de novidades cair, outro que faça novidades tão relevantes ou que seja pelo menos diferente atrairá o público após si.
A partir daí surgem as manifestações bizarras que temos visto na TV, internet e redes sociais.
Pílulas do esquecimento, unção de Manassés, óleo da chave da bênção, troca do anjo, mesa da revelação, drive thru de oração, vassoura ungida, enfim a lista é imensa.
Todos querem um guru, o sensacionalismo, não vale mais citar os pais da igreja a bíblia, vale mais o que o apóstolo ou o pastor está dizendo, eles estão acima das escrituras.
Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.
Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema
Gálatas 1:8,9

4° O diabo omite as consequências de suas propostas
Se víssemos as consequências do que o diabo propõe nunca aceitaríamos suas propostas, se ao fazer a proposta para usar drogas já víssemos o fim de um viciado jamais um pai de família ousaria usar.
Se víssemos as consequências de um adultério, a família destruída, jamais ousaríamos pensar em fazê-lo.
Mas o diabo fornece as propostas omitindo consequências, nos faz pensar no aqui e no agora, nos leva a uma falsa segurança.
Nunca o diabo mostrará suas reais intenções, ele fará as propostas ruins com cara de boas, ele nos fará andar com quem não devemos nos fazendo pensar que assim seremos mais sociais, ele nos leva a fazer as coisas erradas pensando que estamos certos, sendo que sua real intenção é nos derrubar ao fim de tudo.



E ele lhe disse: Também eu sou profeta como tu, e um anjo me falou por ordem do Senhor, dizendo: Faze-o voltar contigo à tua casa, para que coma pão e beba água (porém mentiu-lhe).
Assim voltou com ele, e comeu pão em sua casa e bebeu água.
E sucedeu que, estando eles à mesa, a palavra do Senhor veio ao profeta que o tinha feito voltar.
E clamou ao homem de Deus, que viera de Judá, dizendo: Assim diz o Senhor: Porquanto foste rebelde à ordem do Senhor, e não guardaste o mandamento que o Senhor teu Deus te mandara,
Antes voltaste, e comeste pão e bebeste água no lugar de que o Senhor te dissera: Não comerás pão nem beberás água; o teu cadáver não entrará no sepulcro de teus pais.
E sucedeu que, depois que comeu pão, e depois que bebeu, albardou ele o jumento para o profeta que fizera voltar.
Este, pois, se foi, e um leão o encontrou no caminho, e o matou; e o seu cadáver ficou estendido no caminho, e o jumento estava parado junto a ele, e também o leão estava junto ao cadáver.
1 Reis 13:18-24

O diabo mente e muitas vezes pensamos que suas mentiras nos levarão simplesmente a meros castigos e que sempre haverá outras chances, mas é possível chegar a um determinado ponto onde não há mais volta. Esse homem de Deus pensou que simplesmente se alimentaria e tudo aconteceria normalmente, mas ele acabou morto por conta de palavras de um profeta velho e mentiroso.
O Diabo almeja nos enganar, de forma que provemos de coisas que não nos trarão consequências, porém o seu fim é a morte.







5° Tentação de ser aclamado sem sofrer
A tentação se dá num ponto mais alto quando é oferecido a Jesus a possibilidade de simplesmente pular e ser aclamado, sem sofrer.
Seria um atalho para a glória, sem cruz, sem sacrifício, sem renúncias, seria o caminho semelhante ao que satanás tentou no céu, estabelecer seu trono acima do trono de Deus, simplesmente por seu próprio desejo.
Não há glória sem sofrimento, não há céu sem passar pelas renúncias da terra, não haveria vitória para Jesus sem a cruz, ele precisava sofrer, morrer, uma morte de cruz para nos redimir dos pecados e é essa a razão de sua glória.
Era um caminho necessário, há quem diga que antes de que Deus dissesse haja luz, foi dito haja cruz;
Em sua presciência Deus providenciou um plano para a redenção da humanidade antes da fundação do mundo, Jesus tomou sobre si as nossas enfermidades e dores. Is. 53.4-7
Jesus pagou o preço de nossos pecados sobre si, se fez maldição por nós. Gl 3.13
Se fez pecado por nós – 2° Coríntios 5.21

Tudo isso foi necessário, tudo isso estava previsto desde o antigo testamento SL. 22.
Logo fugir disso seria deixar de cumprir o propósito de Deus.
Jesus nos deixou um exemplo 1° Pedro 2.21-25
Devemos seguir esse exemplo em tudo, somos levados constantemente a pensar que o caminho da cruz não era necessário para Jesus, consequentemente não será para nós.
Promessas do tipo: “Venha para Jesus e pare de sofrer”, “Venha para Jesus e deixe o desemprego” e tantas outras são feitas diariamente.
Porém não há fundamento bíblico para tais pensamentos, o caminho do cristianismo é um caminho de sofrimento.



Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse;
Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis.
1 Pedro 4:12,13

E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.
2 Timóteo 3:12

Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;
Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.
Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.
Mateus 5:10-12
Nós devemos repensar o cristianismo contemporâneo que nos promete coisas que Jesus nunca prometeu. O sofrimento é necessário. O Diabo propôs a Jesus glórias sem sofrer, hoje ele também propõe isso a igreja. Atalhos, teologias fáceis, fujamos disso.
6° Tentação de pedir provas a Deus sobre a autenticidade de suas palavras
Uma das tentações implícitas nesse texto é de pedir provas a Deus o tempo inteiro, de condicionar o que Deus sente por mim com base em meus sucessos ou fracassos.
Se Deus está comigo vai dar certo, mas a vida não funciona dessa forma, mesmo sendo crente as coisas podem ir de mal a pior.
E somos tentados a pedir sinais o tempo inteiro, a pedir provas de que Deus está conosco e como filhos mimados pedimos provas de amor. O diabo nos tenta a fazer com que o amor de Deus esteja condicionado para nós ao que ele nos dá, de modo que se estou desempregado, se estou apertado, é porque Deus não está comigo.
Se algo dá errado, Deus me abandonou e tomamos emprestado de forma errado o texto de Filipenses 4.13
“Posso todas as coisas naquele que me fortalece”
Brennam Manning expressa nosso sentimento no trecho de seu livro “O impostor que vive em mim”

“Diante de Ruller, muitos de nós, cristãos, encontramo-nos revelados, despidos, expostos. Nosso Deus aparentemente é o Único que dá perus com benevolência e caprichosamente os tira. Quando os dá, sinaliza o interesse e o prazer que tem em nós. Sentimo-nos próximos de Deus e somos incitados à generosidade. Quando os tira, sinaliza o desprazer e a rejeição. Sentimo-nos repudiados por Deus. Ele é volúvel, imprevisível, excêntrico. Firma-nos apenas para nos decepcionar. Lembra-se de nossos pecados do passado e retalia arrancando os perus de saúde, riqueza, paz interior, progenitura, império, sucesso e alegria.”
Anteriormente Brennam Manning havia citado partes do conto The Trukey de Flannery O´Connor.
Um rapaz chamado Ruller se vê diante de situações em que o tempo todo condiciona sua relação com Deus aos acontecimentos de seu cotidiano.
Devemos repousar sobre a palavra, de modo que ainda que as circunstâncias não nos favoreça, importa o que Deus falou.
Não necessitamos de provas além do caráter de Deus, não necessitamos de luzes piscantes, profecias, sinais e tantas coisas para crer que Deus é bom, pois, toda a fé que é necessário ser autenticada por sinais não é fé. Mais bem aventurado é quem não vê, não sentiu, mas creu.
Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram.
João 20:29





7° Tentar a Deus é pôr em jogo seu caráter

Jesus encerra esse momento respondendo agora uma verdade absoluta das escrituras:
Não tentareis o Senhor vosso Deus, como o tentastes em Massá; Deuteronômio 6:16
O que ocorreu em Massá?
O povo havia chegado a localidade de Refidin e lá não havia água.
O povo pressionou Moisés de forma extrema para que ele conseguisse água, tentando Moisés estavam também tentando a Deus, seu caráter, lhe pressionando a agir miraculosamente, questionando seu caráter por conta da circunstância atual.
Está o Senhor no meio de nós, ou não?
Êxodo 17:7

Constantemente se faz isso no decorrer da caminhada cristã, queremos provas, queremos que Deus se mostre, se revele.
Jesus se negou a tentar a Deus por conta dessa proposta do diabo, exigir que ele aja para mostrar que está conosco é uma prática de quem não o conhece.
Colocar Deus na parede é uma atitude corriqueira nos dias atuais e as pessoas tem tentado a Deus com suas práticas.
Segundo Willyan Barclay: Desejar uma demonstração sobrenatural de Deus em nossos dias não é uma atitude de fé, mas de incredulidade.
“A fé que depende de maravilhas e sinais não é uma autêntica fé. Se a fé não pode acreditar sem recorrer às sensações não é verdadeiramente fé, mas sim dúvida que quer provas e que as busca equivocadamente. O socorro divino não é um poder com o que possa jogar-se e experimentar, é algo em que se deve confiar sem gritaria ao longo de toda a nossa vida cotidiana. Jesus rechaçou o caminho do sensacionalismo, porque sabia que era uma maneira segura de fracassar em sua empresa – e ainda o segue sendo –, porque desejar a demonstração extraordinária do poder maravilhoso de Deus é desconfiar de Deus e não ter fé nEle.”
Willian Barclay

Tentamos a Deus quando corremos riscos desnecessários querendo ter certezas de quem ele é.
Almejo uma fé com pés no chão, que não precise de provas a mais do que a palavra de Deus.
Uma fé que chegue ao ponto de considerar a palavra de Deus como um cheque vinculado a conta, não sei quando entrará, mas sei que o que já depositei é meu.

No silêncio, na calmaria que antecede a dor
No escuro, na pausa entre
A chuva e o primeiro trovão
Seja minha canção
Estrofe, ponte e refrão
Quando a porta recusa-se a abrir e eu bato em vão
Quando vejo de longe o trem partir
Com bilhete em minhas mãos
Seja minha canção
Estrofe, ponte e refrão
Os arrais – Bilhete e trovão (Trecho)

“Deus é sábio demais para errar, bom demais para querer o nosso mal”

Ricardo Gondim

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