sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Avivamento em tempos difíceis – Joel 2 - Sermão entregue no culto de Ensino

 

Avivamento em tempos difíceis – Joel 2

 

O livro do profeta Joel constitui uma das profecias mais difíceis de delimitar data, informações pessoais, reinos aos quais as palavras são dirigidas, etc.

Há poucas referências a cerca de quem tenha sido este homem, sua origem, suas motivações, tornam qualquer estimativa de data meramente subjetiva, visto que a única fonte que temos é o conteúdo de sua palavra, a partir dela se tira conclusões diversas no que diz respeito a tempos possíveis da profecia, objetivos específicos e gerais. Tudo isso de modo algum tira a importância desta profecia, pois, Joel é denominado com muita justiça o “profeta do avivamento”. A única evidência interna sobre a vida pessoal do profeta está logo no início do livro, Joel é filho de Petuel V.1.

Como muito bem observa Paul Gardner “Essas questões pouco afetam os grandes assuntos que os profetas abordam”.

A maior parte dos teólogos definem que a profecia de Joel se deu por volta de 800 a.c. no período em que Joás era rei de Judá, este assume o reinado com apenas 7 anos de idade, acredita-se que seus primeiros anos foram dirigidos por meio de tutores e com o auxílio principalmente de sacerdotes e agentes religiosos que se constituíam como conselheiros dos reis, no caso de Joás, especificamente Joiada. Logo, a não menção do rei se deu em virtude de este ser ainda muito tenro para discernir a complexidade de seus problemas, ainda muito jovem, Joás instituiu uma considerável reforma entre seu povo, paulatinamente tornou-se um agente de avivamento em Judá sob influências claras do seu conselheiro.

Após uma sucessão de reinos não tão bem sucedidos, como foi o de Acazias seu pai e da usurpadora Atalia, Joás tem sob si a responsabilidade de ser um bom rei mesmo passados tantos anos.

Sempre a piedade do rei era um norte considerável para a espiritualidade do povo Judeu, tendo uma sucessão de maus reinos, a nação vinha de mal a pior espiritualmente, ainda que sob uma interrupção nos dias de Josafá, em linhas gerais, Judá teve mais reis maus do que bons.

Josias tem sob si a responsabilidade de reinar uma nação que perdeu o norte no que diz respeito a ser o “povo de Deus”, visto que se misturavam com muita frequência a confissões pagãs. Não bastasse isso, há tempos os Sírios ameaçam invadir Judá e causar inúmeros transtornos, mortes e instabilidades.
A importância dos sacerdotes como conselheiros era extrema, os anciãos também tinham certo papel preponderante, Joás toma o cetro para reinar, mas depende da orientação de pessoas que infelizmente encontravam-se totalmente alheias a tudo o que era certo e sob intensas crises.

Até o período em que Joiada vivia, Joás caminha bem, porém após a sua morte, sem orientações de homens de Deus, apenas de alguns bajuladores, estes lhe aconselham de forma alheia a Joiada, que tendo afrouxado a sua liderança, viu o povo desviar-se.
Deus enviou outros profetas em seu tempo, inclusive o filho de Joiada que foi hostilizado e morto no pátio do templo.

Com todo este ambiente hostil, favorável a destruição definitiva, a humilhação da nação, o profeta Joel se levanta como uma cartada final de Deus para evitar a destruição definitiva.

A vocação de Joel vem no momento anterior ao golpe final, quando não havia mais alternativas, quando não havia mais meios humanos, o profeta propõe a alternativa de Deus para a saída da crise.

 

A profecia de Joel

 

1º - Os gafanhotos

O livro de Joel inicia-se com a abordagem de uma praga de Gafanhotos que abalava a nação.

Joel faz alusão a uma praga tão considerável que convoca para que ouçam os mais velhos e que estes mais velhos digam se já viram algo assim, que transmitam essa história para as gerações posteriores.

Daí em diante vem a explanação sobre a sucessão de destruições que os gafanhotos causaram:

“O que o gafanhoto cortador deixou, o gafanhoto migrador comeu; o que o migrador deixou, o gafanhoto devorador comeu; o que o devorador deixou, o gafanhoto destruidor comeu.”

Joel 1:4

Uma nuvem de Gafanhotos equivalente a que estava à beira do Brasil, come por dia o suficiente para alimentar 350 mil pessoas, neste caso, na Argentina havia 3 nuvens, Judá enfrentaria aparentemente 4.

Gafanhotos consomem 100 mil toneladas de vegetação por dia, afetando a lavoura, abastecimento, etc.

Por onde passam eles se constituem como uma nuvem, venenos não costumam matá-los, mesmo que tenhamos muita tecnologia a respeito. Eles avançam, diariamente e por onde passam são símbolo de destruição.

Em Judá houve 4 fases, gafanhoto cortador, migrador, devorador e destruidor.

A ideia dos economistas e ambientalistas, é que diariamente eles causam prejuízos de 1 milhão de reais por dia.

Os Gafanhotos ameaçavam acabar com toda a vegetação de Judá, em nossos dias vivemos também sob intensas ameaças deles.

Contemporaneidade de Joel

Os profetas menores carregam uma contemporaneidade que não é vista em outras fontes, suas profecias, ainda que datadas a até 2800 anos atrás, quando transliteradas são sempre atuais.

As vezes como símbolo do juízo de Deus, ele envia catástrofes, pragas, foi assim nos dias de Naum, em que passados anos de sua profecia houve um grande dilúvio, foi assim nos dias dos de Davi em que Deus lhe propôs enviar uma praga, também nos dias de Moisés com serpentes ardentes.

Estamos ainda hoje sob uma sucessão infindável de pragas, os Gafanhotos nos cercam, vivemos a sucessão de doenças difíceis de discernir:

Gripe Aviária, Gripe Suína, Hiv, Ebola, Sarampo agora como uma espécie de ápice a COVID 19. Joel trata dessas coisas como o “dia do Senhor”, este dia se refere a juízos de Deus para que o povo se arrependa.

Não há dúvidas de que Deus talvez esteja querendo nos dizer coisas sobre este tempo que vivemos,

C.S. Lewis foi quem disse:
“Deus sussurra por meio do prazer, fala as nossas consciências, mas grita por meio do sofrimento, o sofrimento é o megafone de Deus”

 

Talvez Deus esteja com seu megafone, tal como nos dias de Joel nos chamando, para voltar-se para ele, quando o sacerdote exerce seu ministério de forma convencional, ele ensina a palavra, mas vez por outra Deus transformava a proclamação em profecia, dando peso maior, visto que havia interpretação e aplicação.

 

2º A apatia da nação

Joel faz uma proclamação para chocar as pessoas:

“Acordem, beberrões, e chorem! Lamentem, todos vocês que gostam de vinho, por causa do vinho novo, pois foi tirado da boca de vocês.

Joel 1:5

 

A ideia de Joel é que o povo se mantinha anestesiado, sem se dar conta da gravidade do que estava diante de seus olhos. Eles tinham dificuldades de compreender o nível de assolação que enfrentavam, é então que Joel vai até a história de Israel e convoca os pais a perguntar: Vocês já viram algo igual?

Talvez devêssemos considerar também a gravidade do que está diante de nossos olhos, quando vimos doenças tão graves quanto essas? Sem cura, sem perspectivas de melhora, a economia piorando, ao ponto de na Argentina as pessoas desenterrarem carnes estragadas para não morrer de fome, o desemprego, o suicídio, etc.

Quando todo esse período começou e as pessoas ficaram em casa, ao invés de temerem e se voltarem a Deus, viram empresas de sites pornográficos removendo as taxas para manter o vício de seus consumidores, as lives de cantores diversos tendo milhões de visualizações.

As pessoas talvez não tenham dado conta da gravidade do que estamos enfrentando.

Os ébrios constituem todos que não se atentam aos sinais e continuam pensando apenas em seus prazeres.

Ao invés de tentarem comemorar ou se distrair, o convite de Deus era que eles chorassem como a virgem que perdeu o noivo.

 

3º Havia razões claras para chorar

Na Casa do Senhor, foram cortadas as ofertas de cereais e as libações. Os sacerdotes, ministros do Senhor, estão enlutados.
Os campos foram arrasados, e a terra está de luto, porque o cereal foi destruído, o vinho novo acabou, o azeite está no fim.”

Joel 1:9,10

 

O primeiro motivo era que a carestia era tanta, que não havia sequer culto coletivo. As ofertas se davam a partir da agricultura, mas nenhum fruto da terra estava mais disponível, era uma frustração de diversas naturezas. Não havia o que comer, por não ter o que comer, não havia o que oferecer e estando nessa situação também era impossível a criação de gado. Os sacerdotes estavam sem razões de ser, pois, os cultos estavam interrompidos.

É com razão que João Calvino diz a cerca disso que o maior juízo de Deus a este povo foi se privar de receber os sacrifícios deles. A situação era mais desoladora do que a de Isaías 1, Deus falava sobre sua situação de enfado em ver as pessoas lhe cultuando de forma indiferente, neste caso, a situação é mais grave, pois, o Juízo os impede de sequer tentar, era uma situação drástica que representava o abandono de Deus.

 

Me espanta profundamente o fato de que o que para Joel era um Juízo severo de Deus, para nós foi um alívio, ficar sem cultuar.

 

 

Fiquem envergonhados, lavradores; lamentem, vinhateiros, por causa do trigo e da cevada, porque a colheita foi destruída.
As videiras secaram, as figueiras murcharam, as romãzeiras, as palmeiras e as macieiras também. Todas as árvores do campo secaram, e já não há alegria entre os filhos dos homens.”
Joel 1:11,12

 

Havia uma sensação de trabalho em vão, de não colher o que plantaram durante meses, os gafanhotos levaram tudo. Essa sensação passou a afetar o emocional do povo.

 

 

4º - A reação proposta por Joel

“Sacerdotes, vistam roupa feita de pano de saco e pranteiem. Ministros do altar, lamentem. Ministros do meu Deus, venham e passem a noite vestidos de panos de saco. Porque no templo de seu Deus não há mais ofertas de cereais e libações.
Proclamem um santo jejum, convoquem uma reunião solene. Reúnam os anciãos e todos os moradores desta terra na Casa do Senhor, seu Deus, e clamem ao Senhor.”

Joel 1:13,14

Os sacerdotes deveriam deixar seus adornos, a mitra, todo o mais, abandonar seus meios de fazer naturalmente as coisas, deveriam se humilhar. Ainda hoje para nós é necessário o mesmo, estamos muito felizes com uma série de conquistas que pleiteamos, mas quando buscamos a Deus e num raro momento pedimos perdão pelos pecados, o fazemos cheios de justiça própria.

Deveríamos compreender que “Deus só dá onde há mãos vazias” – Agostinho

Que nossa justiça própria diante dele de nada vale, é como um trapo de imundícia -  Is. 64.6

Aos sacerdotes foi proposto se humilhar com pano de saco, chorar, se humilhar e esquecer da pompa para se tornarem intercessores intensos.

 

 

 

 

 

 

5º - Se Deus é contra nós, quem será por nós?

Gostamos de afirmar Romanos 8.31, mas o contrário também é verdadeiro, neste caso, o livro de Joel relatava um desses dias em que Deus se pôs como inimigo de seu povo.

Tocai a trombeta em Sião, e clamai em alta voz no meu santo monte; tremam todos os moradores da terra, porque o dia do SENHOR vem, já está perto;
Dia de trevas e de escuridão; dia de nuvens e densas trevas, como a alva espalhada sobre os montes; povo grande e poderoso, qual nunca houve desde o tempo antigo, nem depois dele haverá pelos anos adiante, de geração em geração.

Joel 2:1,2

 

Deus convoca seu povo a estar prontos para uma nova invasão, não mais de gafanhotos, mas de um exército que viria. Os gafanhotos eram um tipo do que estava por vir. Este momento é denominado o “dia do Senhor”, este dia, é a vingança de Deus, o juízo de Deus.

O dia é descrito nos seguintes termos

Trevas, escuridão, nuvens e densas trevas – Dias de incertezas

Alva espalhada sobre os montes – Dizendo respeito ao modo como se espalhariam

Um potencial destruidor – v.3

 

O Senhor é o Jeová Sabbaot, o Senhor dos exércitos, quando a favor, isso é ótimo, mas no que diz respeito a ser contra, é uma grande tragédia:

 

E o Senhor levantará a sua voz diante do seu exército; porque muitíssimo grande é o seu arraial; porque poderoso é, executando a sua palavra; porque o dia do Senhor é grande e mui terrível, e quem o poderá suportar?
Joel 2:11

 

Deveríamos reconsiderar nossos pensamentos sobre as tragédias, sobre catástrofes, com frequência atribuímos isso ao diabo, mas não há um pedaço neste mundo do qual Deus não diga que o pertence.

Logo, sendo criador e sustentador de tudo, há inúmeras razões para acreditarmos que os males que nos acometem são planos de Deus, pensamentos dele.

“Com freqüência excessiva, vivemos dia após dia sem dar o devido valor a nossas bênçãos, até Deus permitir que ocorra uma calamidade natural e nos lembrar de nossa dependência total dele. Quando a água é racionada e a comida é escassa e quando os preços para os produtos de primeira ne­cessidade ficam cada vez mais altos, então descobrimos a pobreza de nossa civilização artificial e de nossa sociedade descartável. De repente, as necessidades tornam-se lu­xos, e os luxos transformam-se em fardos. Deus não precisou mandar grandes ba­talhões a Judá para levar a nação a ajoelhar-se. Tudo o que precisou foi enviar nuvens de pequenos insetos que cumpriram sua missão. Às vezes, ele usa vírus ou bactérias, seres tão minúsculos que só podem ser vis­tos ao microscópio. Ele é o "Senhor dos Exér­citos", o Senhor das hostes celestiais eternas. Ele é "o Todo-Poderoso" (v. 15), e ninguém pode deter sua mão poderosa.”

Warrem Wiersbie

 

As propostas de Deus para restauração

 

1º - Convertei-vos a mim de todo o coração

Isso diz respeito a um novo nascimento, a uma regeneração que transcende em muito o mero assentimento intelectual, o mero convencimento, é o nascer da água e do espírito para ver e entrar no reino.

 

2º - Com Jejuns

Perguntado sobre as razões de Jejuar, sendo que Paulo diz que comendo ou bebendo devemos fazer tudo para a glória de Deus.

Se Jejuar é para a glória de Deus e comer também é, porque jejuar então?

John Piper diz que o pão terreno é um tipo do pão do céu, um símbolo, porém quando jejuamos não nos alimentamos de um tipo, mas do próprio pão do céu, a saber Jesus.

Foram muitas as vezes que em momentos decisivos foram propostos jejuns, porém nós abandonamos essa prática.

3º - Com choro e pranto

Nós buscamos a Deus com os olhos secos demais, o chamado de Deus para nós requer lágrimas nos olhos, quebrantamento.

John Bunyan orou apenas sobre seus pecados por 18 meses com muitas lágrimas e pranto.

Nós temos por hábito não chorar, nos tornamos duros, buscamos a Deus com os olhos secos, mas deveríamos nos preocupar com isso, buscar a Deus e nos arrepender até que a convicção do pecado nos leve aos prantos.

 

4º Uma demonstração interna mais do que externa

E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal.

Joel 2:13

 

O Senhor os chamou para ir além da performance, para abrir o coração e rasgar ele, pois, Deus contempla dimensões que transcendem em muito o visual.

Nós somos muito propensos a performances, mais do que a demonstrações sinceras.

Citar o impostor que vive em mim.

 

5º - Devemos fazê-lo considerando quem Deus é

porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal.

Joel 2:13 ver tbm 14

 

Ex. Jonas, Moisés

6º - Todos devem se unir no sentido de buscar esse avivamento

- Tocar a trombeta diz respeito a uma convocação para a guerra – v. 15

- É proposto um jejum coletivo – só era feito em dia da expiação

- Ajuntar anciãos e congregar crianças

Nunca é cedo demais ou tarde demais para se buscar a Deus, este é um ponto importantíssimo para nossa reflexão.

Estamos propondo inúmeras coisas aos jovens e adolescentes e crianças, desconsiderando que ainda cedo podem ter maravilhosas experiências com Deus

Citar batismo na bola de neve

Citar Josias e Samuel

-Ninguém teria razões para não participar – dada urgência

Referências ao Jejum:

 

 

 

V. 18 a 27 a restauração de Deus

Avivamento de John Wesley

 

 

Avivamento na Roménia

 

 

V 28 o revestimento prometido para os últimos dias, a terceira alusão ao dia do Senhor

 


A vida na Pérsia parece uma festa interminável, mas só parece - Sermão Entregue a Ad Brás Sto Eduardo - Culto de Ensino

 

A vida na casa da Pérsia – As festas deste mundo não se comparam com a nossa.

Ester 1

 

O império medo-persa

 

·       Foi o império que sucedeu os Babilônios – Daniel 5

·       Belsazar fez uma festa e tomou as taças do templo

·       Deus o castigou com a manifestação da mão na parede o império passou aos medo-persas.

·       Dário tornou-se o primeiro imperador Persa

·       Foi sucedido respectivamente por Ciro, Dário III e Xerxes (Assuero)

·       Assuero reinava da Índia a Etiópia – Equivalente a duas vezes a Argentina

·       A capital do império era Susã.

·       Nestes dias ele se preparava para tentar tomar a Grécia e ampliar o império por todo o mundo.

·       Parte da preparação visava fornecer uma festa aos nobres que seriam recebidos aos poucos, durante 6 meses.

·       Em paralelo eram feitas festas pela rainha

·       Por fim haveria uma festa geral, com todos os civis.

·       Governando 127 cidades, Assuero se sente suficientemente capaz de tomar a Grécia.

·       O banquete era a ocasião de iniciar sua Coalizão e calar os opositores com seu poder e riquezas.


A vida no mundo parece uma festa

 

·       As vezes temos a sensação de que o mundo é uma grande festa.

·       Além do mais, não somos convidados a essa festa, apenas vemos da janela ou ouvimos os barulhos que vem de lá.

·       Essas “festas” arrancam de muitos de nós o suspiro “Ah seu eu pudesse”, “Quem me dera”.

 

 

O que mais te impressiona neste mundo?

 

Talvez Seja uma melhor situação financeira

Talvez uma despreocupação com tantos compromissos

Talvez melhores posses

Talvez uma casa em um lugar nobre

Talvez a liberdade

 

No fundo somos tomados com uma sensação de que isso não é para nós. No máximo visualizamos da janela, pelo instagram, etc.

 

·       A festa está rolando e nós ficando de fora. Ou pior, para participar da festa, devo deixar de ser quem sou.

 

 

Asafe enxergou o mundo desta forma no Salmo 73:

 

·       Os seus pés quase se desviaram – V.2

·       Ele invejou a festa – V.3

·       Viu que morreriam sem dores – V.4

·       Não sofrem, só aproveitam – V.5

·       Eles se gabam disso – V.6

·       São insaciáveis V.7

 

Considerando demais essas coisas, ele chega a conclusão que sua caminhada estava sendo em vão, ele no fundo estava tentado – V. 13-16

 

No fundo somos tentados como ele, aliás, a vida na casa da Pérsia é só festa? Talvez estejamos romantizando demais o proceder dos poderosos deste império.

 

A CONTEMPORÂNEIDADE DE ESTER

 

·       Ester é o melhor exemplo de como viver no mundo, pois, ela nasceu nele. Diferente de Daniel.

·       O livro de Ester não tem menções ao nome de Deus, nem palavras proféticas e nem grandes milagres visíveis.

·       Parece haver uma certa ausência de Deus, mas apenas parece.

·       O livro de Ester é o melhor paralelo bíblico de como viver numa era secular.

 

1º - Os persas permitem confissões de fé, mas nada “radical demais”.

Você pode ter fé, mas não ser tão intenso. Não se entregar demais.

Ser plural é o mandamento.

 

 

 

2º A casa da Pérsia é exibicionista – V.4-7

 

·       Assuero mostra as grandes riquezas de seu reino

·       Terminados os 180 dias o rei inicia outra festa

·       O palácio tinha 36 colunas de 20 MT cobertas de Seda e Ouro – Emílio Garófalo

·       Os materiais decorativos estão no versículo 6

·       As taças em formatos diferentes mostram o poder aquisitivo, visto que o trabalho dos ourives era muito mais delicado neste tempo.

3º - Toda liberdade do mundo é condicional – V. 8

 

·       Você só é livre para fazer o que eles querem.

·       Prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo.

2 Pedro 2:19

4º - Visando a continuidade da festa, este mundo não se constrange em objetificar pessoas – V.11

 

“Acidentes acontecem, uma menina morreu, mas tem a festa” – Rede  Globo Sobre a morte de uma menina durante os desfiles do carnaval.

 

5º - Os poderosos deste mundo são desmoralizados em coisas simples – V.12

·       Querem dominar tudo, mas não dominam nem a si, nem aos seus.

·       Paulo jogou o jogo deles e viu que tudo era Banal – Fp 3.

·       Salomão fez o mesmo – EC 2

6º - Os poderosos deste mundo não são tão poderosos assim

·       Pensam que com leis e pressão governam tudo

·       Mas os corações são ingovernáveis.

7º - Temos um rei diferente de Assuero

·       Ele não nos usa para mostrar poder

·       Ele nos incluiu no banquete

·       Neste banquete ainda há lugar

·       Ele não é orgulhoso

8º As festas deste mundo acabam mal, a nossa será só alegria

·       Belsazar e Assuero acabaram mal.

·       Na nossa festa ainda há lugar – Paralelo com parábola

·       Temos aqui lampejos da festa vindoura.

7 verdades sobre O filho mais velho em Lucas 15 – Sermão entregue a Ad Brás Santo Eduardo

 

7 verdades sobre O filho mais velho – Dificuldades com a graça

 

As parábolas bíblicas são divididas em categorias em alguns casos, há parábolas de vigilância, do reino, sobre a oração e entre tantas outras há as parábolas descritas como as de “resgate”.

Essas parábolas de resgate são assim chamadas, em virtude de ter um aspecto de perdas e reencontros, como bem disse certo escritor o resumo das três parábolas de resgate se dá com o seguinte termo:

“Perdido, achado e alegria”.

Estes três atos se dão em cada uma das histórias.

Ovelha, Dracma e filho se perdem

Ao serem reencontrados há festas.

O resumo de todas talvez esteja na conclusão da segunda parábola, esta diz que há alegria no céu diante dos anjos por um pecador que se arrepende.

Toda parábola deve ser analisada a luz do contexto cultural e posteriormente o imediato.

Consideremos primeiro o contexto imediato:

Jesus estava assentado junto a publicanos e pecadores, estes lhe cercavam para lhe ouvir e Jesus não só permitia que estes o ouvissem mas lhes concedia a graça de compartilhar com eles refeições, o que no contexto cultural implicava em comunhão e parceria. Assentar-se a mesa com alguém estava para além de simplesmente uma questão de conveniência ou de superficialidade, o assentar-se a mesa para compartilhar uma refeição era um ato de comunhão, de amizade.

Por estar ladeado dessas pessoas Jesus é duramente criticado pelos fariseus e escribas.

As parábolas que se seguem são uma resposta a crítica dos fariseus, não é sempre que Jesus dá respostas diretas aos anseios dos que estão a sua volta, a autenticidade de Jesus não exigiria isso, mas se tratando do mestre, havia situações que uma vez tratadas, quebrariam diversos paradigmas e abririam outros caminhos para repensar a fé em seus dias.

Jesus almeja exatamente isso, antes que atinja o clímax do seu ensino, Jesus apresenta as duas parábolas iniciais.

Na terceira parábola que é o alvo do nosso ensino hoje, Jesus traça um paralelo.

Os publicanos e pecadores que o cercam são tipificados pelo filho mais novo o pródigo.

Os fariseus e escribas são tipificados pelo filho mais velho.

Jesus assim o faz, como em toda parábola, sem a nossa perspectiva ocidental, ou seja, nós costumamos falar sobre algo para em seguida tipificar com um exemplo.

No que diz respeito a parábola, eram usados exemplos do dia a dia, sem necessariamente apontar de imediato os alvos, estes eram subentendidos pelos ouvintes iniciais.

 

Costumamos nos ater muito a primeira parte da parábola, quando falamos sobre um filho mais novo que sai, gasta tudo e tendo lembranças da casa do pai volta.

Usamos este texto em cultos evangelísticos com muita frequência e de fato é um texto riquíssimo.

Porém muitas vezes negligenciamos a continuação do texto quando apresenta o filho mais velho, encerramos toda a história sem lidar com a parte que trata de forma mais específica dos fariseus.

O motivo possivelmente seja o fato de ser indigesto, não se referir a algo tão positivo como a primeira parte da história, etc.

Mas ao fazê-lo, estamos deixando de refletir sobre questões extremamente relevantes para os nossos dias e ainda mais no contexto igrejeiro.

 

Consideremos as características dos grupos que eram alvo da parábola:

 

Publicanos – Eram os coletores de impostos do império romano.

Estes tinham nacionalidade muitas vezes do próprio povo cobrado e por assim proceder, sendo coletores de impostos, tinham reputações duvidosas e eram considerados traidores do povo. Resumidamente eram pessoas que tinham uma má reputação entre todos.

 

Pecadores – Aqueles que praticavam o “mal” abertamente, de modo que o adjetivo lhe cabia com precisão. Em pecadores assumidos, impenitentes, também de reputação extremamente negativa.

 

Os fariseus – Eram os guardiões da lei, um grupo que se levantou durante os anos de exílio e que visava manter a tradição da lei, porém faziam isso de forma muito extrema, caindo muitas vezes em exageros que lhes caracterizavam como um povo de imperativos morais elevadíssimos.

Santidade, excelência, superioridade, eram sentimentos muito presentes entre eles, de modo que estes se consideravam em tudo superiores a publicanos e pecadores, se a reputação era um problema para publicanos e pecadores, para os fariseus, era a base de seu sustento.

Os escribas além de tratar das questões morais, eram pessoas dotadas da capacidade de copiar leis e interpretá-las e assim o faziam aplicando novas leis de acordo com seu gosto.

 

A pergunta que devemos fazer ao se deparar com esta parábola é:

Com qual das duas figuras mais nos parecemos?

Talvez essa pergunta seja o nosso maior incômodo com a segunda parte da parábola, pois, no fundo todos sabemos que outrora fomos o mais novo, mas ao sermos recebidos já vimos os rostos carrancudos dos que estavam do lado de fora e assim vendo, nós sem querer talvez repetimos os comportamentos de quem está do lado de dentro.

Há uma série de estudos sobre o que chamamos de conformidade social, que é entre outras coisas a tendência de que seja repetido o comportamento dos que estão a nossa volta, mesmo sem que entendamos ao certo o porque das coisas serem assim.

A conformidade social do ambiente igrejeiro infelizmente em sua maioria é de ter dificuldade de receber os nossos pródigos.

Como foi dito em uma outra série de mensagens, o que mais torna difícil o recebimento de Rute e Noemi no povo não é a distância, não é só o choque cultural, mas sobretudo os olhares, perguntas, prognósticos do povo.

 

Vamos meditar em alguns pontos relevantes a respeito dessa parábola:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

1º - O filho mais velho trabalha para o pai, mas perde as celebrações da casa.

E o seu filho mais velho estava no campo; e quando veio, e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças.
E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo.
Lucas 15:25,26

 

Me espanta a facilidade que temos de trabalhar, de ir ao campo, de pregar, de cantar, de organizar, de fazer tudo no campo para o pai, mas ao mesmo tempo a dificuldade de se alegrar com os pródigos que chegam, com os que são perdoados.

As vezes temos mais medo de que o pródigo que chega fedendo a porco suje a casa, do que ele morra comendo as comidas dos porcos.

Muitos de nós tem facilidade de trabalhar, desenvolve talentos, mas tem dificuldades com o principal que é o irmão, é gente.

Deveríamos repensar nossa prática de serviço como cristão, se eu sou bom em palavras e não gosto de pessoas eu não posso ser pregador.

Se eu me digo pastor de ovelhas e tenho facilidade com números, eventos, mas não gosto de gente, não sirvo para a função.

Nós chegamos a um momento em que trabalhamos muito para o pai, mas desconsideramos o que de fato enche o coração dele, o que enche o coração do pai de alegria não é um bom louvor, não é uma bela exposição, não é uma boa administração, nem mesmo uma boa liturgia.

O que causa festa é apenas o filho que volta.

 

Nós deveríamos repensar o que celebramos com forças, não há coisa que alegre mais o pai do que o serviço.

 

De que adianta trabalhar para o pai e não gostar do que de fato é sua obra.

 

Você consegue se alegrar com as pessoas que Deus está levantando?

Você consegue se alegrar com as pessoas que Deus está salvando?
Você consegue se alegrar quando Deus perdoa alguém e faz festa?

 

 

 

 

2º - O filho mais velho não sabe o que o pai está fazendo e nem o que ele pensa.

E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo - Lucas 15:26

 

Do que adianta morar na casa e não saber o que Deus está fazendo?


Temos uma ideia sobre Deus, sobre o que ele pensa, mas essa ideia está fundamentada em nossos princípios, pensamentos e ideias.

Dizemos com frequência que Deus não se agrada disso ou daquilo, que para alguém ser crente precisa ser isso ou aquilo, que para começar a trabalhar na obra precisa de tais requisitos, mas a maioria deles são criados por nós mesmos.

Deus não está diretamente relacionado aos nossos conceitos sobre ele.

Nós precisamos repensar a nossa prática de fé, talvez estejamos nos corredores da casa do pai, no quintal da casa do pai, no campo ao lado da casa do pai, mas por não entrar no quarto com ele, não se sabe o que ele pensa e o que ele faz.

Deus está nos chamando para perto, para entender o que ocupa seu pensamento, o que ele gosta, como ele pensa.

Muitos de nós temos sangue do pai, mas os servos sabem mais sobre o pai do que nós.

Há muitos de nós que moramos na casa, mas não falamos de forma parecida com o pai.

 

3º - O mais velho se sente extremamente Justo

Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento
Lucas 15:29

 

A mente deste filho funciona assim: Que sorte a deste pai por ter um filho tão bom como eu.

Nosso pai tem muitas coisas, mas a principal sou eu.

É uma mente tomada por orgulho. O Orgulho é um pecado praticado com muito mais recorrência do que imaginamos.

Nós não nos damos conta da parábola sobre o Fariseu e o publicano.

 

 

O fariseu dá graças por não ser como os pecadores:

“O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.

Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo - Lucas 18:11,12”

 

Veja a fala do filho mais velho:

-Te sirvo a anos

-Nunca transgredi

-Nenhum mandamento

 

O Dr. Russel Shedd fala sobre uma cadeira que encontra-se em uma catedral de Dublin na Irlanda, ela está em frente ao altar e serve para pessoas com crise de culpa, pessoas que sentem o peso dos pecados.

O pr perguntou a uma pessoa da catedral a quanto tempo ninguém se sentava naquela cadeira e ele lhe disse: Há mais de cem anos.

Este muitas vezes é nosso sentimento, de que somos bons, de que somos perfeitos, de que nossos filhos não devem se misturar com qualquer um, nem mesmo nós.

Nós deveríamos reconsiderar este nosso orgulho, ao fazê-lo, vamos nos dar conta de que se não fosse a graça de Deus não teríamos nada, mas o nosso orgulho nos põe em uma situação extremamente desagradável, pois, Deus sabe a realidade sobre nós.

Ler Mateus 23.

 

Pare e pense qual motivo de você ser uma benção?

Você merece isso?

O filho mais velho sempre pensa que merece algo e o mais novo não.

O filho mais velho é alguém sem memória.

 

 

 

 

4º - O mais velho tem mentalidade de empregado

“Eis que te sirvo a tantos anos”

 

A palavra original dá um sentido de servir como escravo.

A sua relação com o serviço não é por prazer, mas é por uma questão de meritocracia.

Porque fiz algo, mereço um tratamento diferente.

 

 

5º - O Filho mais velho se importa demais com os bezerros cevados e tem crises de cabrito (Coisas fúteis).

 

6º - Filhos mais velhos tem dificuldades de chamar o outro de irmão

 

7º - Filho mais velho não sabe valorizar o que tem.