terça-feira, 15 de junho de 2021

Não desista de orar – Sermão entregue a Ad Brás Santo Eduardo em 30-05-2021








E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles?
Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?
Lucas 18:7,8

  

A parábola é um instrumento de ensino, trata-se de uma história fictícia que tem por intenção demonstrar realidades práticas à respeito de várias coisas.

A história não deve ser interpretada a luz de seus fatos isolados, mas sob uma perspectiva geral, de modo que ao observarmos uma parábola, devemos absorver dela sua lição fundante, principal. Há assuntos que se tratados de forma muito técnica não seriam alcançadas por nós, é visando a compreensão, que o Senhor Jesus escolheu ensinar os seus por meio de exemplos lúdicos tal qual são expostos nas parábolas.

 

As parábolas de oração

A oração foi um assunto e uma prática levada muito a sério por Jesus. Especialmente Lucas fala sobre várias ocasiões em que Jesus orou e de forma indireta traçou princípios a nós seus discípulos.

Lucas fez uso de sete ocasiões em que Jesus orou e que outros evangelistas não mencionaram:

- Após seu batismo – 3.21

- Após purificar o leproso – 5.16

- A noite inteira para escolher os seus doze – 6.12

- Antes da confissão de Pedro – 9.18

- Na transfiguração – 9.28

- Antes da oração dominical – 11.1

- Na cruz – 23.24

 

Há ainda as ocasiões em que os sinópticos mencionam orações de Jesus, de modo que fica notória a ênfase que Jesus dava a oração.

 

 

É considerando a importância que ele próprio (Jesus) dava a oração e a necessidade que seus discípulos teriam de semelhantemente orarem, que o mestre opta por contar ao menos três parábolas diretamente relacionadas a oração.

São elas:

1º - O amigo importuno – Lucas 11

2º - O juiz iníquo – Lucas 18

3º - O fariseu e o publicano

 

As três tem lições sobre como devemos nos aproximar de Deus em oração.

 

 

E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer,
Lucas 18:1

 

1º - A primeira consideração sobre oração na perspectiva de Jesus é: Orar é um dever.

Nós temos considerável dificuldade de lidar com “deveres”, gostamos de coisas que fazemos por opção, por iniciativa própria, a perspectiva de dever nos incomoda profundamente, isto porque fomos ensinados a fazer coisas que gostamos, quando sentimos, quando desejamos.

Mas há questões na caminhada cristã que estão para além do desejo e que devemos fazê-las, independente do querer, independente do gostar, mesmo sem desejo.

A cerca deste desejo de informalidade, de “não obrigação” C.S. Lewis disse:

“A melhor coisa a fazer, se possível, é afastar completamente o paciente em questão da intenção de rezar. Se o paciente é um adulto, recém-convertido para o lado do Inimigo, como é o caso do nosso homem, conseguimos tal feito quando o encorajamos sempre a lembrar-se, ou a pensar que se lembra, do quanto suas preces na infância eram automáticas. Em contrapartida, você talvez possa persuadi-lo a almejar algo totalmente espontâneo, introspectivo, informal, livre de regras; e isso na verdade significará, para um iniciante, o esforço para produzir em si mesmo um estado de espírito vagamente devocional no qual a verdadeira concentração de vontade e inteligência não desempenham nenhum papel.

C. S. Lewis - Cartas de um diabo ao seu aprendiz”

 

Em nome de uma “não formalização” nós estamos tentando criar vias alternativas a oração, tal qual a meditação, o “lembrar-se de Deus”, a experiência “agradável” de oração.

 

Porém Jesus lida com esta questão dizendo: Temos o “dever” de orar.

Orar é uma obrigação, algo que não devemos fazer porque gostamos, ou quando queremos, ou de modo o tempo inteiro agradável. Orar é questão de sobrevivência.

Uma vez perguntando sobre o que é mais importante: Orar ou ler a bíblia?

Tozer respondeu: “Qual asa é mais importante para um pássaro, a esquerda ou a direita?”

É sob esta perspectiva de subsistência, sobrevivência, necessidade que beira a obrigatoriedade que Jesus nos chama ao orar.

 

Ao falar sobre a armadura de Deus, Paulo fala sobre uma série de itens, a saber: Capacete da salvação, couraça da justiça, cinto da verdade, calçado da preparação do evangelho da paz, espada do espírito que é a palavra, o escudo da fé.

Aparentemente a armadura está sem um item, onde entraria a oração nesta armadura completa?

Paulo Complementa:

Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito
Efésios 6:18

 

A ideia fundante de Paulo é que devemos tomar cada item da armadura orando, orar ao colocar capacete, couraça, cinto, calçado, espada e escudo.

A oração neste sentido pode constituir a própria batalha, de modo que orar é guerrear, orar é se defender, orar é receber de Deus estratégia. Considerando que ao vir para a caminhada Cristã não recebemos de Deus um kit “diversão”, um vale férias, um passaporte diferenciado, mas sim uma armadura, há algumas implicações:


1º - A batalha nos impede de tomar a opção de nos manter passivos;

2º - A batalha só se milita com as armas que Jesus nos deu;

3º - A oração é nossa arma de ataque e nossa melhor defesa (Daniel e o príncipe da Pérsia).

É considerando tudo isso que Jesus fala do “dever de orar”.

John Flex saudava seus companheiros dizendo: “Você está orando? Você está orando?”

John Welch – Quem não ora morre

 

2º - Não devemos desistir de orar

A oração as vezes pode se constituir uma atividade extensa, uma atividade que não tem respostas instantâneas, é considerando os tempos de espera no processo de oração que Jesus não só torna a oração uma questão sobrevivência, mas uma questão de paciência.

e nunca desfalecer,
Lucas 18:1

 

O chamado de Jesus é claro: Não desista de orar, não se canse de orar, não abandone a oração.

Não devemos desistir de orar, pois, de certa forma a oração sempre será a cartada final, a última alternativa de reversão, a última porta a se bater.

·         Foi a oração da Cananéia que fez Jesus socorrer sua filha após o silêncio, após a resposta desproporcional e a aparente humilhação – Mateus 15

·         Não devemos cansar de orar – Exemplo (Adoniram Judson)

 

·         Talvez Deus esteja chamando pessoas a retomarem orações por causas abandonadas, sonhos, conversões, mudanças, profundidade, Deus está nos convidando a não desistir de orar, a não parar de orar, a insistir na oração, a perseverar.

Naturalmente se diz que a espera é sempre parada, é sempre estagnada, esperar é se manter imóvel.

Isso se aplica às esperas comuns, porque no que diz respeito a oração, no que diz respeito ao Senhor, esperar em Deus é sempre caminhar.

Josué junto ao povo deu 13 voltas até que o muro caísse, assim é a vida de oração, uma vida que exige persistência, a sensação de dar voltas se sentido, mas enquanto oramos sem desfalecer há uma série de coisas acontecendo.

Deus está nos convidando a não se cansar de orar.

Quando ouvimos de Deus uma devolutiva negativa, devemos seguir o exemplo do mestre, de não mais insistir, mas dizer: “Seja feita a tua vontade”.

Mas enquanto a resposta não está clara, a devoção esperada é de “não se cansar de orar”.


Tal qual Ana fez, de ano em ano, de sacrifício em sacrifício, as vezes sem força e só mexendo os lábios, quando a resposta veio foi “O Senhor lhe conceda o seu pedido” até que passados dois anos a situação foi “por este menino orava eu”.

 

Os barcos mais pesados, costumam demorar mais, por conduzirem cargas maiores – Spurgeon

 

1º - Quando eu não oro eu peco

2º - Pecamos porque deixamos de orar

3º - Pecado e oração são opositores

Helena Raquel

 

3º Não orar me faz desanimar

Parece haver uma relação direta que torna necessário dizer “o dever de orar sempre sem desanimar”, pois, não orar me desanima na caminhada, a oração é ânimo,  combustível, vigor, entusiasmo.

Sem oração nós perdemos o encanto, perdemos a força, perdemos a alegria.

A oração revigora, dá intimidade, relacionamento.

 

A oração muda o semblante (Transfiguração).

A oração enche de vigor.

Talvez grande parte dos nossos desânimos, distrações, irritações se dão por uma mesma razão: A falta de oração.

 

 

 

4º Nossas dificuldades não são levadas em conta pelo Juiz (Viúva)

A viúva no tempo da bíblia era um símbolo de necessidade, os diáconos foram instituídos prioritariamente para cuidar das viúvas e órfãos. Viúvas não trabalhavam, não tinham heranças, não possuíam nada.

 

1º As viúvas tinham roupas características – Gn 38.14

2º Não herdavam bens do marido

3º Não tinham renda

4º Se permanecesse na família era quase uma serva

5º Se voltasse para a casa de sua família ela deveria devolver o valor do dote.

6º Frequentemente elas eram vendidas como escravas para saldar dívidas dos maridos que iam embora.

 

O juiz, quando importunado, não se importou com nada disso, tanto em sentido negativo, como por piedade, os juízes desta terra são indiferentes.

Os juízes neste tempo frequentemente atendiam apenas homens, ou seus porta-vozes, além disso eram movidos por muitos subornos, de modo que uma viúva nesta situação ficaria em uma situação ainda mais extrema, sem intercessores por ela, sem condições de nem mesmo pagar um suborno.

Ela não tinha outras vias a não ser insistir em seu pedido mesmo com todas as limitações.

 

5º Consideremos os contrastes, Jesus usa uma situação de extrema necessidade e de extrema indiferença que foi revertida com perseverança.

 

Agora consideremos nossa posição em comparação com esta mulher:

·         Estrangeira x filhos

·         pouco acesso de viúva x total acesso ao trono

·         a mulher não tinha um intercessor x nós temos um advogado

·         ela vai a um tribunal x nós vamos ao trono da graça

·         ela clama sendo pobre x em cristo temos todas as riquezas

 

Nós estamos em uma situação de todo favorável.

 

7º Para Deus responder orações é uma questão de caráter

 

8º A espera pode matar a fé de muitos, mas devemos aprender a esperar (Ele achará fé na terra).


terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Lutando contra a Ansiedade

 

Ansiedade – Mateus 6.25-34

 

A ansiedade é um sentimento comum, todas as pessoas em algum momento da vida passarão por um pico de ansiedade. Ela tende a ser mais comum em dias de atividades ininterruptas, alta demanda, ou grandes expectativas em torno de um acontecimento. Ter picos de ansiedade é algo totalmente natural, porém o que caracteriza o mal da ansiedade e a torna um transtorno é quando se torna um estado natural do ser, quando nos auto definimos ansiosos e excedemos a normalidade, este sentimento pode causar problemas diversos e inclusive caracterizar um “pecado”.

A aceleração do ritmo da vida em nosso tempo contribuiu consideravelmente para o aumento do número de pessoas ansiosas e num estado prolongado de ansiedade.

Muitas vezes a ansiedade é mais facilmente demonstrada com seus sintomas do que com explicações. Logo cabe ressaltar quais são os sintomas que sentimos em picos de ansiedade?

 

- Inquietação

- Insônia

- Desenvolvimento de fugas diversas para atividades atuais

- Expectativas elevadas (na maioria das vezes expectativas ruins)

- Roer unhas

 

São vários os sintomas da ansiedade.

 

A pergunta que nos cabe responder agora é:

A Ansiedade é prejudicial? E a resposta bíblica e cristã é SIM.

 

Nós tratamos a ansiedade como um sentimento romantizado, um desejo de resolver as coisas, objetividade, pietismo e tratamos todas essas coisas com sinônimos não muito claros, mas que remetem sempre a este mesmo mal, a ansiedade.

 

 

 

O que a bíblia diz sobre isso?

1° - A ansiedade geralmente é a iminência do pior – Parábola dos talentos


Mas, chegando também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste;
E, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.
Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei?
Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros.
Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos”. Mateus 25.

 

Quase todas as coisas que nos inquietam hoje jamais acontecerão como estamos imaginando, a ansiedade geralmente é focada em negativismo, em pensamentos de que as coisas não darão certo, ou serão muito mais difíceis do que de fato são.

O homem da parábola pensou inúmeras coisas a cerca de seu senhor, movido por ansiedade deixou de trabalhar e granjear, de modo que enterrou seu talento para preservar o pouco que tinha. A ansiedade tem um potencial considerável de limitar, “travar” e não permitir que desenvolvamos todas as nossas aptidões.

 

2º - A ansiedade nos atrapalha no ministério

Disse mais a sentinela: Vejo o correr do primeiro, que parece ser o correr de Aimaás, filho de Zadoque. Então disse o rei: Este é homem de bem, e virá com boas novas.
Gritou, pois, Aimaás, e disse ao rei: Paz. E inclinou-se ao rei com o rosto em terra, e disse: Bendito seja o SENHOR, que entregou os homens que levantaram a mão contra o rei meu senhor.
Então disse o rei: Vai bem com o jovem, com Absalão? E disse Aimaás: Vi um grande alvoroço, quando Joabe mandou o servo do rei, e a mim teu servo; porém não sei o que era.

2 Samuel 18:27-29

 

Aimaás soube da morte do filho do rei, Absalão estava relativamente protegido sob o pedido de Davi de que não lhe tocassem. Após a morte do príncipe de Israel, alguém precisava levar a notícia ao seu pai, é então que Joabe (capitão dos exércitos) escolhe Cuzi como o portador das más notícias. Ao ouvir isso, na ansiedade de contar logo a Davi, sem levar em conta o teor da mensagem, Aimaás se prontifica, se oferece, quer a todo custo contar, ser o mensageiro, esta ainda não era a ocasião certa para ele.

Mediante muita insistência e sem a devida autorização Aimaás pega um atalho, passa a frente do verdadeiro mensageiro, chega a Davi e finalmente tem seu momento.

Quando Davi lhe pergunta sobre a mensagem, Aimaás chega de forma incompleta, ele informa sobre a guerra, mas não lembra do que ocorreu a Absalão. De certa forma Davi sabia que ia vencer, sua maior preocupação era seu filho, o que mais interessava Davi não vem com Aimaás, é então que o rei lhe coloca de “lado” e espera o mensageiro que não foi ansioso e está pronto para comunicar a notícia.

 

A ansiedade atrapalha consideravelmente a vida, pois, pessoas apressadas demais vivem se retratando, corrigindo, se esquecendo. Falando de ministério, Aimaás chega aonde deseja, mas não chega pronto. Este é um mal muito atual, tomando atalhos, se apressando, se chega onde se quer, mas sem a bagagem necessária.

 

3º - A ansiedade me torna um “mal terreno” para o crescimento da palavra.

E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-na.
Mateus 13:7

E o que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo, e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera;
Mateus 13:22

 

A ansiedade nos rouba a fé, nos rouba a atenção, a concentração, a ansiedade nos impede de viver o desenvolvimento espiritual pela palavra, pois, estamos sempre com a semente entre os espinhos das preocupações da vida.

 

4º - A ansiedade é a raiz de muitos pecados, de modo que estancando a ansiedade evitaremos vários erros:

 

·         A ansiedade por aceitação e inclusão nos leva a más companhias e a tentar agradar quem não deveríamos.

·         A ansiedade por um relacionamento leva a autodepreciação

·         A ansiedade por resultados gera rispidez

·         A ansiedade por dinheiro pode gerar desonestidade

 

 

 

 

5º - A ansiedade sempre me priva dos momentos para me levar a situações fúteis:

E respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária;
Lucas 10:41

                                                  

6º - Paulo nos diz que não deveríamos estar ansiosos em hipótese alguma:
Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças.
Filipenses 4:6

 

 

O texto que foi escolhido como base: Mateus 6.25 a 34 é o sermão de Jesus contra a ansiedade:

 

·         Jesus trata a ansiedade como sinônimo de incredulidade – V 30.

·         Jesus diz que não deveríamos ser ansiosos por pelo menos três vezes

 

1º Ansiosos pela vida, o que comer e beber, o que vestir -  V.25

2º No versículo 31 novamente esses itens

3º Não vos inquieteis pelo amanhã – V 34

 

 

Jesus faz questão de usar a fé como antônimo a ansiedade e nos incentiva a lutar contra essa incredulidade com promessas:

 

1º Se Deus cuida do corpo e da vida ele nos dará alimento e roupa:

Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?
Mateus 6:25

 

O que é mais difícil, criar e sustentar um corpo tão complexo como o nosso? Ou nos dar o recurso para comer e se vestir? Se Deus cuida do corpo e da vida, ele nos dará o que precisamos, esta é a primeira promessa.

 

2º Se Deus cuida de pássaros ele também cuidará de nós – V.26

Consideremos o valor dos pássaros, não é possível que nós nos consideremos inferiores a eles. Eles não se preocupam com nada, ainda assim Deus os alimenta. A pergunta de Jesus é: “Você acha que vale menos que um pássaro? Então qual a razão de tantas preocupações?

 

3º - A ansiedade não nos ajuda em nada – V.27

Você vive mais por ser ansioso?  Jesus está demonstrando o controle da vida, a vida vai até onde ele quer que vá. Os ansiosos com todos seus cuidados não adicionam um côvado a vida (Côvado é a medida do cotovelo a ponta do dedo médio).

 

4º - Se Deus cuida dos lírios do campo ele cuidará de nós – 28-30

O lírio existe um dia e no outro não, se Deus os veste bem assim, não vestirá a nós? A pergunta de Jesus é “Você vale menos que uma flor?”

 

5º - Jesus sabe o que você precisa – 31-32

A paz é uma característica que deveria nos diferenciar totalmente do mundo, as coisas banais com as quais nos preocupamos são sempre um mau testemunho.

São os gentios que vivem preocupados, os filhos de Deus devem repousar em seu cuidado.

 

6º - Ao confiar e priorizar ao Senhor, ele dará o que de fato precisamos – Mateus 6.33

Ler também Romanos 8.32

 

7º - Não devemos nos preocupar com o amanhã – 6.34

A promessa implícita é, o amanhã está nas mãos de Deus.

 

Conselhos finais:

Tomemos o exemplo de Paulo em Fp. 4.6

Não devemos estar ansiosos por nada

Paulo propôs três métodos para nos acalmar:

·         Oração

·         Súplicas (orações intensas e até de desabafo)

·         Ações de graça (Uma vida de agradecimento inclusive antecipadamente)

·         Ao cumprir isso viveremos a paz que excede todo o entendimento – Fp 4.7

·         Devemos em dias de ansiedade pensar em coisas – Fp 4.8

 

Em crises de ansiedade devemos questionar a própria alma, qual a razão de tamanho desespero? Salmo 42 (Porque estás abatida oh Minh ‘alma?)

 

Um dos textos mais significativos que li sobre ansiedade é do escritor John Piper no livro Graça futura:


“Deveríamos seguir o padrão de Jesus e Paulo. Deveríamos lutar contra a incredulidade da ansiedade com as promessas da graça futura. Quando estou ansioso sobre alguma nova aventura ou encontro arriscado, luto com uma das minhas promessas mais frequentemente usadas: Isaías 41:10. O dia que parti para Alemanha, para ficar três anos ali, meu pai me ligou de uma longa distância e me deu essa promessa ao telefone. Por três anos eu devo ter citado para mim mesmo umas quinhentas vezes em meio a períodos de tremendo estresse. "Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel" (Isaías 41:10). Quando o motor da minha mente está no neutro, o zunido do sistema de marchas é o som de Isaías 41:10.

 

Quando estou ansioso sobre meu ministério ser inútil e vazio, eu luto contra a incredulidade com a promessa de Isaías 55:11: "Assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei."

 

Quando estou ansioso sobre ser muito fraco para realizar o meu trabalho, eu luto contra a incredulidade com a promessa de Cristo: "A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza" (2 Coríntios 12:9).

 

Quando estou ansioso sobre decisões que preciso tomar sobre o futuro, eu luto contra a incredulidade com a promessa: "Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho" (Salmos 32:8).

 

Quando estou ansioso sobre encarar oponentes, eu luto contra a incredulidade com a promessa: "Se Deus é por nós, quem será contra nós?" (Romanos 8:31).

 

Quando estou ansioso sobre o bem-estar daqueles a quem amo, eu luto contra a incredulidade com a promessa que se eu, sendo mau, sei como dar coisas boas para os meus filhos, "quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem?" (Mateus 7:11). E luto para manter meu equilíbrio espiritual com a lembrança que ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos por amor a Cristo "que não receba, já no presente, o cêntuplo de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições; e, no mundo por vir, a vida eterna" (Marcos 10:29-30).

 

Quando estou ansioso sobre ficar doente, eu luto contra a incredulidade com a promessa: "Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR de todas o livra" (Salmos 34:19). E tomo a promessa com temor: "A tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado" (Romanos 5:3-5).

 

Quando estou ansioso sobre estar ficando velho, eu luto contra a incredulidade com a promessa: "Até à vossa velhice, eu serei o mesmo e, ainda até às cãs, eu vos carregarei; já o tenho feito; levar-vos-ei, pois, carregar-vos-ei e vos salvarei" (Isaías 46:4).1

 

Quando estou ansioso sobre morrer, eu luto contra a incredulidade com a promessa que "nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor. Foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressurgiu: para ser Senhor tanto de mortos como de vivos" (Romanos 14:7-9).

 

Quando estou ansioso sobre a possibilidade de naufragar na fé e me afastar de Deus, eu luto contra a incredulidade com as promessas: "aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus" (Filipenses 1:6); e "também pode salvar totalmente os que por ele [Cristo] se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles" (Hebreus 7:25).

 

Essa é a forma de vida que ainda estou aprendendo à medida que me aproximo dos meus cinquenta anos. Estou escrevendo este livro na esperança, e com a oração, que você se unirá a mim. Lutemos, não contra outras pessoas, mas contra nossa própria incredulidade. Ela é a raiz da ansiedade, a qual, por sua vez, é a raiz de muitos outros pecados. Assim, liguemos nossos para-brisas, o jato de água e mantenhamos nossos olhos fixos nas mui grandes e preciosas promessas de Deus. Tome a Bíblia, peça auxílio ao Espírito Santo, guarde as promessas em seu coração, e lute o bom combate – viver pela fé na graça futura.”

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

A casa sobre a rocha – Sermão entregue a Ad Brás Santo Eduardo - Ceia de Janeiro

 

A casa sobre a rocha – Fundamentos da vida Cristã

 

Toda palavra muito mencionada se desgasta, tende a ser menos valorizada, banalizada, etc.

Esta parábola é uma das mais conhecidas, citadas e talvez uma das mais negligenciadas em seu conteúdo e contexto externo. Todos conhecem a parábola das duas casas, mas poucos sabem o que de fato ela significa e as razões por trás das falas de Jesus.

A pergunta que devemos levantar é, o que de fato Jesus quis dizer? O que ele almejava ao falar sobre duas casas?

Observações iniciais

O presente sermão encontra-se no final das palavras da sequência do sermão do monte e da planície – Mateus 5 a 7 e Lucas 6.

Trata-se então de uma palavra de fixação de tudo que foi dito por Jesus, Jesus desejava que as pessoas guardassem algo de tudo que ele disse, isso estava no final desta parábola, era o apelo de Jesus.

 

O sermão do monte tem pelo menos 4 partes principais:

1º - As bem aventuranças – V.3 a 12

2º - Más aventuranças com relação as palavras de Jesus – O sal pisado v 13, o menor no reino v.19.

3° - Reinterpretações da lei – Homicídios, adultérios, Divórcio, Juramento, Olho por olho, amor aos inimigos.

4º - Conselhos práticos para convivência e devoção.

 

Para finalizar Jesus propôs três parábolas que dizem sobre os tempos da vida Cristã: Começo, meio e fim.


Com relação as palavras de Jesus há um começo – Tomamos o caminho largo ou o estreito – MT. 7.13 e 14

O meio diz respeito a qualidade de frutos – v.16 a 20.

O fim fala sobre 2 casas com fundamentos diferentes – A presente parábola

 

Tendo dito todas as palavras que Jesus disse, as pessoas estavam espantadas com tamanha sabedoria e autoridade para ensinar: Discípulos, multidões, estrangeiros, enfermos.

Todos admitiam que Jesus era um grande mestre, um Rabi, eles optaram por reconhece-lo como um mestre para si, ouviriam e interpretariam seus ensinos. Jesus angariou após si inúmeros discípulos (Talmidim).

 

Jesus percebe que todos estão maravilhados com seu ensino, propõe que eles tomem o caminho estreito, sejam a árvore que produz bons frutos, mas agora virá a parte final da mensagem.

 

Lucas 6.46 – Por que me chamais Senhor, Senhor e não fazeis o que eu mando?

Todos já haviam entendido Jesus, estavam maravilhados com Jesus, estavam dizendo entre si que estavam satisfeitos, mas Jesus introduz a confrontação.

Para Jesus não basta que as pessoas escolham que partes do evangelho seguir, que partes devo levar a sério, para Jesus só se aceita a devoção completa.

Bonhoeffer – Há muitas possibilidades para entender o sermão do monte, porém Jesus só conhece seguir e obedecer.

No que diz respeito a mandamentos, Jesus não pesa intenções, compreensões claras, a ele só importa o obedecer. Para Jesus não há conflito ético, não há relativização.

Adriano, um antigo amigo dizia: “Na escola todos vamos para aprender o ABCD, ao seguir JESUS aprendemos que só importa OBDC”.


Tiago também fala sobre dois modos de lidar com a palavra: Ouvir e praticar;

“E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.
Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural;
Porque se contempla a si mesmo, e vai-se, e logo se esquece de como era.
Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito.
Tiago 1:22-25

 

 

 

 

As parábolas de Jesus são repletas de paralelismos:

·         Jeitos certos e errados

·         De Dar esmolas

·         Jejuar e orar

·         Tesouro desejável e indesejado

·         Olhos bons e maus

·         Deus e dinheiro

·         Ansiedade e busca pelo reino

·         Porta larga e estreita

·         Árvore boa e má

 

Jesus agora quer demonstrar um exemplo prático de ouvir e praticar, pois, este é seu objetivo: Obediência – V.47

 

As duas casas – V. 48 e 49

 

Explanação sobre construções ontem e hoje

 

Construções nos tempos

Hoje

Na época

Múltiplos materiais

Recursos escassos

Entrega agendada

Tudo dependia de inúmeros fatores variáveis

Estruturas de ferro

Estruturas de madeira

Pedras sob medida

Pedras brutas

 

Particularidades daquele tempo:


1º - Todo solo Israelita era coberto de areia e se tornava muito dura – ao ponto de terem alusões ao solo como “bronze” Lev. 26.19

2º - As construções eram feitas no verão, por gerar um tempo propício, sem chuvas, sem um inverno rigoroso.

3º - O Barro aparentava ser uma ótima massa e fundamento, pois, devido a seca era duro demais.

4º - Todo solo tinha rocha abaixo, mas dava muito trabalho escavar. A maioria considerando o trabalho, o sol, a comodidade, faziam casas sobre a argila.

5º - A chuva muitas vezes amaciava e tornava o solo uma verdadeira lama, de modo que a casa se abalava.

 

Bailey diz que o ideal era escavar até três metros abaixo do solo, até encontrar a rocha.

Essa figura de edificação sobre rocha é antiga, Jesus estava dando uma extensão a uma profecia de Isaías – 28.14 a 18.

Fundamentos

Israel antigo

Futuro

Aliança com o Egito

Aliança com Deus

Refúgios na mentira

Uma pedra aprovada preciosa e de esquina

Falsa segurança

Quem nela crer não será confundido

 

Possibilidades

As pessoas no decorrer da história se perguntaram, quem é esta pedra?

Alguns pensavam que era a pedra no santo dos santos, outros pensavam na comunidade de Qumram

 

Jesus ressignifica o entendimento deles:

Ele e suas palavras são a pedra onde devemos cavar nossos alicerces:

1º - Essa pedra foi rejeitada por muitos, mas é o nosso fundamento de esquina – Sl. 118.22

2º - Jesus é a Pedra angular – At.4.11

3º - Ele é a pedra que derruba gigantes – 1º Sm 17.49

4º - A pedra que derruba impérios – Dn.2.34-35

5º - A pedra que mata a sede – Nm. 20.11

6º - Ele é a padra de descanso – Jacó

7º - Fundamento da igreja – Mateus 16.18

8º - Nós estamos edificados nele como pedras vivas – 1º Pe. 2.4-5

 

Na parábola há duas casas – Uma de pé e outra cai. O Segredo está nos alicerces:

 

Lições práticas

 

1º - Toda casa é igual até o dia da tempestade – Lidório Caráter e reações

O sol que endurece o barro amolece a cera – Spurgeon

 

2º - Há uma infinidade de solos argilosos para sustentar a vida – Keller Deuses falsos

3º - O caminho da vida com fundamentos rasos sempre será mais cômodo, porém arriscado.

4º - A tempestade virá sobre todas as casas.

5º - Nós precisamos de fundamentos profundos (Vida secreta com Deus)

6º - Fé Cristã é mais resistir do que conquistar – Fp 4

7º - As palavras de Jesus são o fundamento mais seguro do mundo – Exemplo de Pedro sobre as águas.

8º - Deus deseja nos dar segurança em dias difíceis – Salmo 40, 46, Hb 6.18 e 19 – Âncora da alma.


O sofrimento é o momento em que os homens mais honram ou desonram a Deus.