Betesda
– A intervenção de Deus quando a vida deixa de seguir
Depois disto havia uma festa entre os judeus, e
Jesus subiu a Jerusalém.
Ora, em Jerusalém há, próximo à porta das ovelhas, um tanque, chamado em hebreu Betesda, o qual tem cinco alpendres.
Nestes jazia grande multidão de enfermos, cegos, mancos e ressicados, esperando o movimento da água.
Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque, e agitava a água; e o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse.
E estava ali um homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermo.
E Jesus, vendo este deitado, e sabendo que estava neste estado havia muito tempo, disse-lhe: Queres ficar são?
O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho homem algum que, quando a água é agitada, me ponha no tanque; mas, enquanto eu vou, desce outro antes de mim.
Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma o teu leito, e anda.
Logo aquele homem ficou são; e tomou o seu leito, e andava. E aquele dia era sábado.
João 5:1-9
Ora, em Jerusalém há, próximo à porta das ovelhas, um tanque, chamado em hebreu Betesda, o qual tem cinco alpendres.
Nestes jazia grande multidão de enfermos, cegos, mancos e ressicados, esperando o movimento da água.
Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque, e agitava a água; e o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse.
E estava ali um homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermo.
E Jesus, vendo este deitado, e sabendo que estava neste estado havia muito tempo, disse-lhe: Queres ficar são?
O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho homem algum que, quando a água é agitada, me ponha no tanque; mas, enquanto eu vou, desce outro antes de mim.
Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma o teu leito, e anda.
Logo aquele homem ficou são; e tomou o seu leito, e andava. E aquele dia era sábado.
João 5:1-9
V.
1 –
Não se sabe que festa foram festejar em Jerusalém, as hipóteses são as mais
variadas possíveis, podendo ser a páscoa se for continuação dos capítulos 3 e
4, se for visto como introdução do capítulo 6, tratava-se do pentecostes, R.N.
Champlin comenta que possivelmente a festa observada era a do Purin, por conta
de não ter sido mencionada no evangelho segundo João, todas as teorias não
passam de meras suposições, é impossível determinar qual festa estava em
andamento e este de fato não é o fator mais relevante nesta passagem.
Era
hábito dos judeus, por mais distante que morassem de Jerusalém, peregrinar até
sua terra no período das festas, páscoa, pentecostes, tabernáculos, Purin, eram
observados nos termos de Jerusalém, Jesus como Judeu foi observar uma dessas
festas.
V.2
Segue-se a descrição do tanque, primeiramente vejamos sua localização, ele
estava próximo a porta das ovelhas, ou seja, o local onde eram comercializadas
as ovelhas que seriam sacrificadas no templo.
A
ideia entre outras coisas era de que as ovelhas seriam vendidas, em seguida
seriam lavadas no tanque e depois apresentadas no templo como oferta a Deus.
O
tanque segundo Rodrigo Silva era divido em duas partes, sendo que a primeira
tinha aproximadamente 66 metros de extensão, a segunda 60, no diâmetro total os
tanques tinham 5.000 metros quadrados.
No
tanque também era feito o Miqvah, que tratava-se de um ritual de purificação
prévio para quem fosse adentrar no templo, nos tempos de festa mais de 2
milhões de turistas afluíam a Jerusalém a fim de prestar culto e observar as
festas, para tal era necessário o banho de purificação denominado Miqvah, este
era realizado em Siloé e Betesda.
O
tanque recebe esse nome vindo do HB. Bezatha “Casa da misericórdia, ou casa da
graça”.
O
tanque tinha 5 pavilhões, uma espécie de colunas cobertas, onde ficavam
multidões de enfermos, cegos, coxos e paralíticos.
Esses
pavilhões eram o abrigo dos enfermos do escaldante sol nos períodos de verão.
O
tanque ficava próximo ao templo, na região norte, de modo que todos viam a
condição dos enfermos e sabiam o que ali acontecia e a situação dos seus
enfermos, uma cena que pode demonstrar um pouco da indiferença religiosa.
V.3
João continua a descrição narrando as categorias de doentes, eram pessoas
cegas, mancas, ressicadas (encolhidas por doenças), ou seja, pessoas
invalidadas por alguma enfermidade.
Tratava-se
do local na cidade onde se reuniam os doentes, toda a união se dava em torno de
uma crença.
A
parte b do versículo 3 e o versículo 4 tratam-se de comentários de copistas, ou
seja, uma adição posterior ao texto na intenção de explicar as razões para o
povo permanecer onde está.
Pensemos
na cena que Jesus contemplou ao ir até o tanque:
Milhares de pessoas compartilhando necessidades a beira
das águas, o cheiro do lugar com certeza não era agradável, visto que não saiam
para não perder o movimento da água, logo qualquer necessidade era vista como
distração.
Olhos continuamente sobre as águas eram a atividade
diária dos doentes, a espera e a paciência para eles era a dura virtude
necessária para viver.
Dificilmente este anjo que movimentava as águas era
visto, de modo que um mero movimento na água era motivo de correria, nas
escadas em redor das águas havia uma expectativa e competitividade terrível, a
cada balançar de águas brigas ocorriam nas escadas, grande movimentação e muito
provavelmente boa parte das vezes em que entraram nas águas não aconteceu. É
fato de que possivelmente houveram curas, os mais liberais atribuem ao placebo,
os mais conservadores dão valor a fala de historiadores como Tertuliano que
mencionou as curas por intermédio de anjos.
O fato é que Betesda era também um lugar de muita
frustração para todos os que estavam ao seu redor.
Até o presente momento a história está trabalhando em
linhas gerais, será apresentado de agora em diante um protagonista:
E
estava ali um homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermo.
João
5:5
O texto não fala a idade, tampouco o tempo a beira do tanque, essa descrição de tempo trata-se apenas do tempo de enfermidade.
São
38 anos lutando contra essa paralisia, pode ter sido gerada por uma doença degenerativa,
pode ter sido gerada por um problema nos ossos, o fato é que há trinta e oito
anos esse homem se achava enfermo.
Se
ele se movimentava, fazia se arrastando, de modo que o toque nas águas era uma
alternativa que lhe salvaria ou lhe mataria, era tudo ou nada.
Seus
últimos trinta e oito anos são gastos em torno de uma cura que ele está
deixando de acreditar que acontecerá de fato.
Muito
provavelmente passado esse período ele foi deixado no tanque por sua própria família,
tornou-se mais um necessitado no tanque.
V.6 E
Jesus, vendo este deitado, e sabendo que estava neste estado havia muito tempo,
disse-lhe: Queres ficar são?
João
5:6
Jesus olha para o homem, se compadece dele, num primeiro
momento sua intenção é tirar os olhos das distrações, da condição atual e
colocar os olhos na fé, na possibilidade, a intenção de Jesus é que o rapaz
novamente creia na possibilidade da vitória.
A pergunta é para reflexão, não se espera uma mera
resposta objetiva, é óbvio que o rapaz quer ser curado, mas no fundo a dúvida
é, você ainda acredita?
Você ainda está disposto a sonhar depois dessa cura? Como
reerguer a vida passados trinta e oito anos parado?
V.7 O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho homem
algum que, quando a água é agitada, me ponha no tanque; mas, enquanto eu vou,
desce outro antes de mim. João 5:7
Os
homens traumatizados tendem a tecer figuras dramáticas e poéticas sobre sua
dor.
“Não
tenho ninguém” é o grito preso na garganta de muitos.
Não
há quem nos entenda, não há quem se importe de verdade, não há quem queira de
fato dar atenção aos nossos sentimentos e nossas crises, um dos grandes
problemas do mundo se dá nisso, não tenho ninguém.
“Que
me ponha no tanque” – O tanque são as soluções mundanas que não passam de
superstições e verdadeiras distrações sem sentido, quando se alcança essas
coisas, se chega a conclusão de que não era esse tanque que se precisava.
Os
tanques de hoje são:
“Rir
é o melhor remédio”, “você precisa de estabilidade financeira”, “tudo o que
você precisa é de um casamento”, “você precisa de paz, descanso e viagens é
tudo o que você precisa”.
Essas
são coisas que dizemos: “Se eu tivesse isso, tudo estaria resolvido”.
Esse
homem tem três queixas principais:
1°
Não tenho recursos – Dados 38 anos de lutas, ele não tem recursos suficientes
2°
Não tenho ninguém – A sensação de solidão
3° Outros
vêm antes de mim – A sensação de que a vida é exclusivamente mais difícil para
nós, e que outros nas mesmas condições já evoluíram e a vida parou só para nós.
Todos
nós em algum momento da vida nos sentimos assim. Ou sem recursos, ou sem
ninguém, ou com a sensação de atraso, de predestinação ao sofrimento, a soma de
todas elas estava sobre o inválido, é possível que vivamos uma delas, ou mais
de uma simultaneamente.
Quase
sempre se pede fé, mas há momentos em que até a fé falha, cansamos de
acreditar, cansamos de passar campanhas sem ver algo bom acontecer, os anos se
passam e a sensação que temos é de que a vida parou a alguns meses, ou alguns
anos, não são vistas evoluções significativas.
Só uma intervenção divina pode mover quem está paralisado como esse homem está.
Ao
contrário do que se possa pensar a priori, há mais pessoas com essa sensação do
que podemos imaginar, a terrível sensação de ver outros chegando primeiro tendo
saído depois, a terrível sensação de que a vida é mais difícil para você do que
para outros e de que só a fé é seu recurso para sair dessa e até a fé falta.
Em
contextos como esse de janeiro, é possível que sejamos incentivamos a exercitar
nossa fé, mas passadas tentas tentativas e mergulhos nas águas sem resultado
nos falta fé, as três queixas dos homens são as nossas nesses tempos, como
então Jesus reagiria a um homem sem fé?
Vejamos
a partir de agora algumas aplicações práticas desta palavra para os nossos
dias.
1°
Toda “Betesda” sem Jesus não passa de um coletivo de enfermos, a igreja só é
relevante por causa de Jesus.
(Betesda
se assemelha as igrejas em muitos aspectos, reúnem-se pessoas enfermas, pessoas
com fé, pessoas com expectativas de milagres, num lugar que tem por proposta
ser a casa da misericórdia).
O que diferencia a igreja de todas as outras crenças? Ou mesmo do placebo?
O que diferencia a igreja de todas as outras crenças? Ou mesmo do placebo?
O
que a igreja Cristã tem que as demais não tem?
Nós temos a Cristo – Sadu Sudar Singh
Nós temos a Cristo – Sadu Sudar Singh
O
que faz de fato a diferença é que cremos em Jesus.
2° O
problema do pecado cria multidões a beira dos tanques da vida.
O
versículo 14 narra a causa da enfermidade deste homem, o problema principal era
o pecado.
Por
conta do pecado e de suas consequências os homens estão em busca de tanques na
vida.
Sexualidade
desenfreada
Bebedices
Drogas
Festas
sem interrupção
“Despreze
a vida troque ela por dinheiro, cego que guia cego cai no desfiladeiro, toma um
banho no sangue do cordeiro, limpa alma espírito, se lave por inteiro. Dê
dinheiro aos pobres e não pro joalheiro viciado em soprar a cinza pro ar, bate
as cinzas no cinzeiro, uísque com gelo, bebeu um litro inteiro, uma corrida pra
ver quem morre primeiro, a vida é um dom de Deus e o ser humano não tem medo de
perde-lo, Deus esperava mais de seus próprios herdeiros”
Pregador
Luo – Deus esperava Mais
Ao
redor dos tanques da vida estão muitos necessitados, hoje não só enfermos
físicos, mas emocionais, na alma, o problema da culpa tem origem no pecado e só
Jesus pode curar isso.
3° A
vida pode se tornar extremamente desconfortável para os que são coadjuvantes
nas corridas diárias
A
figura de “Betesda” é da corrida da vida, alguns correm e chegam antes, tem
mais condições, tem recursos melhores, tem oportunidades melhores, quanto a
alguns de nós, estamos invalidados na vida.
Pior que ser invalidade é ver todos os demais melhorando, saindo da posição de necessitado no tanque, enquanto continuamos esperando por uma intervenção, esperando misericórdia no entorno.
Pior que ser invalidade é ver todos os demais melhorando, saindo da posição de necessitado no tanque, enquanto continuamos esperando por uma intervenção, esperando misericórdia no entorno.
É
terrível ver que outros conseguiram de modo simples o que para nós é terrível.
4°
Alguns de nós somos confrontados com a pergunta: “Você quer sair dessa?”
O
querer é de fato uma das forças mais potentes do universo
Foi o “querer sair” que mobilizou
Foi o “querer sair” que mobilizou
- A
mulher do fluxo de Sangue
- O
pródigo
- Bartimeu
-
Desmond Doss
Na
força do querer estão as respostas de Jesus que admiramos e queremos ouvir: “A tua
fé te salvou”.
5°
Há momentos em que nossa fé falha pelos mesmos motivos do homem do tanque:
1°
Não tenho nada
2°
Não tenho ninguém
3°
Outros vem antes de mim
A
vida se paralisa, e a possibilidade de voltar a andar é muito remota, a
sensação é: 2019 será igual.
Muitos
de nós perdemos toda a capacidade de crer, de ter esperança, de modo que não se
faz planos, não se cria expectativas, não se deseja ou sonha com nada, para não
nos ferir mais, nos colocamos na beira do tanque aguardando algo que não sabemos
ao certo o que é, deixando a nossa responsabilidade a mercê dos outros.
Vive-se
uma fé budista e não a de Cristo.
6°
Jesus vem ao nosso encontro mesmo nos períodos de falta de fé
Jesus
disse-lhe: Levanta-te, toma o teu leito, e anda.
João
5:8
Três
palavras de Jesus são a demonstração do contraste entre o poder divino e nossa
incapacidade
Entre
a graça divina e nossa auto piedade
Entre
a força de Deus e nossa falta de garra
Nessa época e nesses dias somos chamados a crer com todas as forças, mas se a fé faltar, cremos no Deus que não esmaga a cana trilhada e nem apaga o pavio que fumega.
No
Deus que tem uma misericórdia para além da nossa falta de fé.
E
Jesus disse-lhe: Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê.
E
logo o pai do menino, clamando, com lágrimas, disse: Eu creio, Senhor! ajuda a
minha incredulidade.
Marcos
9:23,24
Esse
texto se destina aos cansados de tentar, aos que cansados de crer em promessas irresponsáveis
acostumaram-se a não querer mais nada.
7°
Jesus deseja restaurar nossa capacidade de andar - “Sonhar”.
Levanta-te,
toma o leito e anda
Essas
são as palavras de Jesus, levante-se, não por sua fé, não por suas forças, mas
com base em suas forças.
Deus
dá a condição de levantar e a ordem de voltar a andar
Na
prática, Jesus é o maior interessado em nos fazer voltar a sonhar, voltar ter
planos, voltar a dar passos.
Voltar
a querer se formar, sonhar com a felicidade de filhos, sonhar com ascensão profissional,
sonhos ministeriais.
Nós
precisamos voltar a sonhar e o maior interessado nisso é Jesus.
8° O
leito é a memória dos tempos difíceis.
Disto
me recordarei na minha mente; por isso esperarei.
Lamentações
3:21
Por
isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o
interior, contudo, se renova de dia em dia.
Porque
a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória
mui excelente;
2
Coríntios 4:16,17
Passados
os dias de falta de sonho, sonharemos pela palavra de Cristo, porém é possível
que novos maus momentos venham, quando estes chegarem olharemos para a cama e
lembraremos, tal como Samuel: Então tomou Samuel uma pedra, e a pôs entre Mizpá
e Sem, e chamou-lhe Ebenézer; e disse: Até aqui nos ajudou o Senhor.
1
Samuel 7:12