quinta-feira, 23 de julho de 2015

Eu também não te condeno - João 8

A mulher adúltera

Uma segunda chance.


A bíblia relata no capítulo 8 de João, que uma mulher foi “apanhada em adultério”, a rejeição

bíblica em relação a esse ato é citada nos 10 mandamentos, descritos no capitulo 20 de Êxodo:

Não adulterarás (Êxodo 20.14)

Jesus confirma aquilo que havia sido relatado no antigo testamento:

Não Cometerás adultério (Mateus 5.27)


O adultério consiste basicamente no relacionamento sexual ilícito, ou seja, uma

relação extraconjugal, que em nossos tempos tem sido chamada por um nome

simplificado de “traição”,  uma vez que o casamento trata-se de um consentimento

mútuo, os votos de fidelidade devem ser respeitados. Pessoas se dispõem a serem

padrinhos, pastores se disponibilizam para abençoar casais, portanto o compromisso

do casamento que é exposto publicamente deve ser respeitado.

Na situação citada nos versículos utilizados como base para esse estudo, percebe-se

que Jesus tinha a preocupação de ensinar os seus seguidores, com esse cuidado ele se

dirige ao templo de Jerusalém, pois, lá haveria pessoas que poderiam ouvir seus

Como é citado na revista, Jesus havia feito algumas afirmações que geraram incomodo

entre os fariseus, pois, eles não concebiam a ideia de um homem se autointitular filho

de Deus, salvador do mundo, pão da vida, etc. Sua preocupação agora além de ensinar,

era de firmar a convicção de que suas palavras eram verdadeiras em seus ouvintes.

Durante esse período de ensino que teoricamente deveria ser tranquilo os escribas e

fariseus trazem uma mulher apanhada em adultério, a intenção deles não era tratar do

pecado em si, mas testar aquele que estava falando, afim de que o surpreendessem

expondo alguma palavra negativa, tanto consentindo no pecado, como sendo a favor

da morte  e contradizendo sua posição de cordeiro de Deus que tira o pecado do

A mulher é posta no meio de todos os ouvintes, para os fariseus pouco importaria se

ela morresse, pois, sua intenção era ter algo que pudesse condenar Jesus.

Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando, E, na lei, nos

mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes? (João 8.4 e 5)

A lei afirma que o fim para pessoas que cometessem esse pecado era o

Também o homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a

mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera. (Levítico 20.10)

Quando um homem for achado deitado com mulher, casada com marido, então

ambos morrerão, o homem que se deitou com a mulher e a mulher: assim tirarás o

mal de Israel. (Deuteronômio 22.22)

A pergunta é cheia de astúcia, semelhante a outras vezes que testaram Jesus, veja

duas situações: “E os principais dos sacerdotes e os escribas procuravam lançar mão

dele, naquela mesma hora; mas temeram o povo, porque entenderam que contra

eles dissera esta parábola.E, trazendo-o debaixo de olho, mandaram espias, que se

fingissem justos, para o apanharem nalguma palavra e o entregarem à jurisdição e

poder do presidente.E perguntaram-lhe, dizendo: Mestre, nós sabemos que falas e

ensinas bem e retamente, e que não consideras a aparência da pessoa, mas ensinas

com verdade o caminho de Deus.É-nos lícito dar o tributo a César, ou não? E

entendendo ele a sua astúcia, disse-lhes: Por que me tentais?Mostrai-me uma

moeda. De quem tem a imagem e a inscrição? E, respondendo eles, disseram: De

César.Disse-lhes, então: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.

E não puderam apanhá-lo em palavra alguma diante do povo; e, maravilhados da

sua resposta, calaram-se.”

Veja que no questionamento dos escribas, a resposta de Jesus poderia ser utilizada

contra ele, pois, a negligência ao pagamento de tributos geraria um argumento para

Veja mais uma situação:

“E ACONTECEU, num daqueles dias, que, estando ele ensinando o povo, no templo, e

anunciando o evangelho, sobrevieram os principais dos sacerdotes e os escribas, com

E falaram-lhe, dizendo: Dize-nos, com que autoridade fazes estas coisas? Ou,

E, respondendo ele, disse-lhes: Também eu vos farei uma pergunta: Dizei-me,

os anciãos,

quem é que te deu esta autoridade?

pois:

O batismo de João era do céu, ou dos homens?

E eles arrazoavam entre si, dizendo: Se dissermos: Do céu, ele nos dirá: Então por

E se dissermos: Dos homens; todo o povo nos apedrejará, pois têm por certo que

que   o    não crestes?

João era profeta.

E responderam que não sabiam de onde era.

E Jesus lhes disse: Tão-pouco vos direi com que autoridade faço isto.

Os fariseus fazem uma pergunta inicial, “Com que autoridade fazes estas coisas ?”, a

resposta de Jesus poderia gerar a acusação de blasfêmia, então ele entendo que a

partir do momento que ele é questionado teria também o direito de fazer uma

pergunta, aproveita a situação e pergunta a eles: “O batismo de João era do céu ou

dos homens ?”

A pergunta que partiu de Jesus foi suficiente para deixá-los sem palavras, pois, se

afirmassem que o batismo era do céu eles seria coagidos a crer nos sinais de Cristo, se

respondessem que era dos homens o ministério de João seria questionado e todos

tinham convicção de que ele era um verdadeiro profeta, qualquer discordância em

relação a eficácia do ministério dele seria tratada pelo povo com completa rejeição,

podendo gerar inclusive o apedrejamento para aqueles que levantassem tal

questionamento.

É necessário perceber que Essa não foi a primeira vez que Jesus havia sido testado,

porém diferente das outras vezes em que o mestre surpreendia os fariseus e escribas

agora ele é surpreendido com a pergunta feita pelos doutores da lei.

Porém independente daquilo que o homem tramasse para tentá-lo, nada adiantaria,

pois, a bíblia diz:

“Ele apanha os sábios na sua própria astúcia” Jó 5.13

Essa era uma das situações mais complicadas que Jesus já havia vivenciado, pois,

com a capacidade que os fariseus tinham de influenciar o povo, seu ministério poderia

ser destruído através de uma palavra mal colocada, porém Ele é conhecedor de tudo,

como no versículo acima, ele utiliza o conhecimento dos tais doutores para repreendê-

Jesus passa a ser o advogado daquela mulher adúltera, a palavra advogado vem do

grego “parakaleõ” e significa literalmente “chamar para o lado”, ou seja Jesus estaria

ao lado dela diante daqueles que se posicionaram como juízes de sua causa. O papel

de Cristo nessa situação é semelhante ao do Espírito Santo, que intercede por nós

los.

junto ao pai:

“Da mesma maneira o espírito nos ajuda nas nossas fraquezas, não sabemos o que

havemos de pedir como convém, mas o mesmo espírito intercede por nós com

gemidos inexprimíveis” (Romanos 8.26)

Jesus decide defender a mulher adúltera, para demonstrar que o perdão é muito mais

importante do que o julgamento, principalmente para nós homens que estamos

sujeitos ao erro todos os dias, como a bíblia diz em Romanos 3.23: “Porque todos

pecaram e destituídos estão da glória de Deus”

Insistiram na pergunta e Jesus respondeu-lhes:

“Aquele que, de entre vós, está sem pecado, seja o primeiro que atire pedra contra

ela.” (João 8.7)

A postura de Jesus diante dessa situação não foi favorável ao pecado, pelo contrário,

ele estava demonstrando que o julgamento não pode partir de homens, veja o que é

dito em outras passagens:

Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois

todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo.

Romanos 14:10

“Porque todos devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que cada um

receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal.” 2° Coríntios

5.10

Com essa pergunta feita pelo mestre cada um examinou a sua própria vida,

percebendo que era necessário renunciar algo para pudessem estar com o coração

tranquilo, todos olharam para si e não viram condições de atirar nenhuma pedra. Os

acusadores se retiraram e Jesus perguntou a aquela mulher: “onde estão os seus

acusadores? Ninguém te condenou?”

Perceba que a postura de Cristo não foi de concordância com o pecado, até porque a

bíblia diz: “Meus filinhos, essas coisas vos escrevo para que não pequeis”  1° João

Veja que há uma exortação, o pecado gera consequências, não vamos negar que Cristo

tem poder para perdoar, mas dependendo do pecado será necessário sofrer sanções

previstas em lei, como por exemplo, em casos de crimes.

Se Jesus fosse a favor do pecado ele estaria se contradizendo, pois, seu objetivo ao vir

a terra foi levar sobre si as nossas iniquidades. (Ler Isaías 53.4-6 e 1° Pedro 2.24)

Se ele fosse a favor da morte daquela mulher estaria contra as autoridades romanas,

A mulher percebe que seus acusadores  haviam se retirado, então Jesus ao questionar

sobre eles afirma: “Eu também não te condeno, vá não peques mais”

Nesse momento aquela mulher foi justificada pela graça!

Uma definição básica para justificação: É o processo de transformação que ocorre no

homem ao aceitar a Jesus, através dessa decisão  o homem passa do estado de

pecador, para remido pela fé salvífica em Cristo, tornando-se apto a receber a vida

Justificar em outras palavras é “tornar justo”, essa questão é difícil de entender,

perceba que o homem pode ser considerado justo diante de Deus, como isso é

Essa pergunta foi feita três vezes no livro de Jó:

“Seria, porventura, o homem mais justo do que Deus? Seria, porventura, o varão mais puro

do que o seu criador?” Jó  4.17 – Palavras de Elifaz o temanita.

“Na verdade sei que assim é: porque como se justificaria o homem para com Deus?

Jó 9.2 – Palavras de Jó

“Como, pois, seria justo o homem perante Deus, e como seria puro aquele que nasce da

mulher?” Jó 25.4 – Palavras de Jó

Pensando em nossas limitações e falhas não nos consideramos justos de maneira nenhuma,

mas ao lermos a bíblia percebemos que o sangue de Cristo nos purifica dos pecados:

“Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o

sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.

Jesus nos purifica e dá a condição de servi-lo de todo o nosso coração,  com a vida restaurada

e mudada, pois, uma vez estando nele nos tornamos novas criaturas:

“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram;

eis que tudo se fez novo” (2° Coríntios 5.17)

A nossa vida é mudada a partir do momento que estamos em Cristo e ele em nós.

Talvez assim como aquela mulher as pessoas nos acusem, em relação ao nosso

passado, antiga postura e maneira de viver, mas é importante entender que Deus nos

aceita e nos justifica diante de todas as acusações:

“Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.

Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu, ou, antes, quem ressuscitou de

entre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.”

Veja mais: “PORTANTO, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo

Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito” (Romanos 8.1)

Ninguém pode condenar aquele  que está em Cristo, pois, como Paulo disse ao aceitá-

lo estamos crucificados com ele:

“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim;

e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me

amou, e se entregou a si mesmo por mim.” Galatás 2.20

O que devemos fazer para alcançar a justificação?

“SENDO, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus

“E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é

justificado todo aquele que crê.” (Atos 13.39)

“De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé

fôssemos justificados” (Gálatas 6.24)

Perceba que dois textos citados acima foram citados por Paulo, que compreendeu que

todo o seu passado, todos os pecados, falhas, erros e inúmeras outras falhas, foram

cravadas por Cristo no calvário:

“Havendo riscado a cédula que era contra nós, nas suas ordenanças, a qual de

alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz.”

Concluindo, Jesus diz para a mulher adúltera: “Vai-te e não peques mais”

A Justificação produz em nós um desejo de santificação, passamos a partir daí a

rejeitar aquilo que é oferecido a nós, que pode muitas vezes nos afastar da presença

A fé nos faz viver uma vida diferenciada, separada do mundo e com o foco em agradar

aquele que nos resgatou.

Não devemos utilizar a graça como desculpa para pecar, pois, Deus está disposto a nos

perdoar, mas a sua justiça também é infalível, além disso entre essas idas e vindas a

nossa vida pode ser ceifada e infelizmente vivendo de maneira inconsequente muitas

pessoas tem um duplo caráter, quando na verdade Deus procura pessoas que sejam

O pecado é tudo aquilo que você não faria na frente de Jesus, pois, a atitude

pecaminosa envergonha tanto aquele que pecou, como Cristo que contempla a atitude

errada de seu filho. Devemos sempre pensar que os olhos de Deus estão como chamas

de fogo sobre nós, que nossos atos serão julgados por ele no tribunal de Cristo e que o

nosso galardão será conforme as nossas obras.

Lucas Araujo Rodrigues 01/09/2012

EBD – Assembleia de Deus Ministério do Brás

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