segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

A casa sobre a rocha – Sermão entregue a Ad Brás Santo Eduardo - Ceia de Janeiro

 

A casa sobre a rocha – Fundamentos da vida Cristã

 

Toda palavra muito mencionada se desgasta, tende a ser menos valorizada, banalizada, etc.

Esta parábola é uma das mais conhecidas, citadas e talvez uma das mais negligenciadas em seu conteúdo e contexto externo. Todos conhecem a parábola das duas casas, mas poucos sabem o que de fato ela significa e as razões por trás das falas de Jesus.

A pergunta que devemos levantar é, o que de fato Jesus quis dizer? O que ele almejava ao falar sobre duas casas?

Observações iniciais

O presente sermão encontra-se no final das palavras da sequência do sermão do monte e da planície – Mateus 5 a 7 e Lucas 6.

Trata-se então de uma palavra de fixação de tudo que foi dito por Jesus, Jesus desejava que as pessoas guardassem algo de tudo que ele disse, isso estava no final desta parábola, era o apelo de Jesus.

 

O sermão do monte tem pelo menos 4 partes principais:

1º - As bem aventuranças – V.3 a 12

2º - Más aventuranças com relação as palavras de Jesus – O sal pisado v 13, o menor no reino v.19.

3° - Reinterpretações da lei – Homicídios, adultérios, Divórcio, Juramento, Olho por olho, amor aos inimigos.

4º - Conselhos práticos para convivência e devoção.

 

Para finalizar Jesus propôs três parábolas que dizem sobre os tempos da vida Cristã: Começo, meio e fim.


Com relação as palavras de Jesus há um começo – Tomamos o caminho largo ou o estreito – MT. 7.13 e 14

O meio diz respeito a qualidade de frutos – v.16 a 20.

O fim fala sobre 2 casas com fundamentos diferentes – A presente parábola

 

Tendo dito todas as palavras que Jesus disse, as pessoas estavam espantadas com tamanha sabedoria e autoridade para ensinar: Discípulos, multidões, estrangeiros, enfermos.

Todos admitiam que Jesus era um grande mestre, um Rabi, eles optaram por reconhece-lo como um mestre para si, ouviriam e interpretariam seus ensinos. Jesus angariou após si inúmeros discípulos (Talmidim).

 

Jesus percebe que todos estão maravilhados com seu ensino, propõe que eles tomem o caminho estreito, sejam a árvore que produz bons frutos, mas agora virá a parte final da mensagem.

 

Lucas 6.46 – Por que me chamais Senhor, Senhor e não fazeis o que eu mando?

Todos já haviam entendido Jesus, estavam maravilhados com Jesus, estavam dizendo entre si que estavam satisfeitos, mas Jesus introduz a confrontação.

Para Jesus não basta que as pessoas escolham que partes do evangelho seguir, que partes devo levar a sério, para Jesus só se aceita a devoção completa.

Bonhoeffer – Há muitas possibilidades para entender o sermão do monte, porém Jesus só conhece seguir e obedecer.

No que diz respeito a mandamentos, Jesus não pesa intenções, compreensões claras, a ele só importa o obedecer. Para Jesus não há conflito ético, não há relativização.

Adriano, um antigo amigo dizia: “Na escola todos vamos para aprender o ABCD, ao seguir JESUS aprendemos que só importa OBDC”.


Tiago também fala sobre dois modos de lidar com a palavra: Ouvir e praticar;

“E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.
Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural;
Porque se contempla a si mesmo, e vai-se, e logo se esquece de como era.
Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito.
Tiago 1:22-25

 

 

 

 

As parábolas de Jesus são repletas de paralelismos:

·         Jeitos certos e errados

·         De Dar esmolas

·         Jejuar e orar

·         Tesouro desejável e indesejado

·         Olhos bons e maus

·         Deus e dinheiro

·         Ansiedade e busca pelo reino

·         Porta larga e estreita

·         Árvore boa e má

 

Jesus agora quer demonstrar um exemplo prático de ouvir e praticar, pois, este é seu objetivo: Obediência – V.47

 

As duas casas – V. 48 e 49

 

Explanação sobre construções ontem e hoje

 

Construções nos tempos

Hoje

Na época

Múltiplos materiais

Recursos escassos

Entrega agendada

Tudo dependia de inúmeros fatores variáveis

Estruturas de ferro

Estruturas de madeira

Pedras sob medida

Pedras brutas

 

Particularidades daquele tempo:


1º - Todo solo Israelita era coberto de areia e se tornava muito dura – ao ponto de terem alusões ao solo como “bronze” Lev. 26.19

2º - As construções eram feitas no verão, por gerar um tempo propício, sem chuvas, sem um inverno rigoroso.

3º - O Barro aparentava ser uma ótima massa e fundamento, pois, devido a seca era duro demais.

4º - Todo solo tinha rocha abaixo, mas dava muito trabalho escavar. A maioria considerando o trabalho, o sol, a comodidade, faziam casas sobre a argila.

5º - A chuva muitas vezes amaciava e tornava o solo uma verdadeira lama, de modo que a casa se abalava.

 

Bailey diz que o ideal era escavar até três metros abaixo do solo, até encontrar a rocha.

Essa figura de edificação sobre rocha é antiga, Jesus estava dando uma extensão a uma profecia de Isaías – 28.14 a 18.

Fundamentos

Israel antigo

Futuro

Aliança com o Egito

Aliança com Deus

Refúgios na mentira

Uma pedra aprovada preciosa e de esquina

Falsa segurança

Quem nela crer não será confundido

 

Possibilidades

As pessoas no decorrer da história se perguntaram, quem é esta pedra?

Alguns pensavam que era a pedra no santo dos santos, outros pensavam na comunidade de Qumram

 

Jesus ressignifica o entendimento deles:

Ele e suas palavras são a pedra onde devemos cavar nossos alicerces:

1º - Essa pedra foi rejeitada por muitos, mas é o nosso fundamento de esquina – Sl. 118.22

2º - Jesus é a Pedra angular – At.4.11

3º - Ele é a pedra que derruba gigantes – 1º Sm 17.49

4º - A pedra que derruba impérios – Dn.2.34-35

5º - A pedra que mata a sede – Nm. 20.11

6º - Ele é a padra de descanso – Jacó

7º - Fundamento da igreja – Mateus 16.18

8º - Nós estamos edificados nele como pedras vivas – 1º Pe. 2.4-5

 

Na parábola há duas casas – Uma de pé e outra cai. O Segredo está nos alicerces:

 

Lições práticas

 

1º - Toda casa é igual até o dia da tempestade – Lidório Caráter e reações

O sol que endurece o barro amolece a cera – Spurgeon

 

2º - Há uma infinidade de solos argilosos para sustentar a vida – Keller Deuses falsos

3º - O caminho da vida com fundamentos rasos sempre será mais cômodo, porém arriscado.

4º - A tempestade virá sobre todas as casas.

5º - Nós precisamos de fundamentos profundos (Vida secreta com Deus)

6º - Fé Cristã é mais resistir do que conquistar – Fp 4

7º - As palavras de Jesus são o fundamento mais seguro do mundo – Exemplo de Pedro sobre as águas.

8º - Deus deseja nos dar segurança em dias difíceis – Salmo 40, 46, Hb 6.18 e 19 – Âncora da alma.


O sofrimento é o momento em que os homens mais honram ou desonram a Deus.

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Moisés - Uma vida de intimidade com Deus parte 1

E nunca mais se levantou em Israel profeta algum como Moisés, a quem o Senhor conhecera face a face;
Nem semelhante em todos os sinais e maravilhas, que o Senhor o enviou para fazer na terra do Egito, a Faraó, e a todos os seus servos, e a toda a sua terra.
E em toda a mão forte, e em todo o grande espanto, que praticou Moisés aos olhos de todo o Israel.

Deuteronômio 34:10-12

 

As lápides dos caixões das pessoas, vez por outra dizem um pouco sobre quem essas pessoas foram. As vezes tratam de parte das obras das pessoas, como por exemplo um Sr. Chamado Mel Blanc, que ao morrer carregou sob sua lápide a frase que tantas vezes dublou:

“Isso é tudo pessoal”

Michael Jackson carregou em sua lápide – “O rei do Pop”

Quando A.W. Tozer morreu, o homenagearam com o título “homem de Deus”

 

As lápides podem ser cômicas, podem ser aleatórias, mas algumas vezes podem ter significados profundos, os epitáfios se constituem para alguns um resumo de uma vida.

 

No epitáfio de Moisés há a seguinte fala:

“Nunca mais se levantou alguém como Moisés, a quem o Senhor conheceu face a face”.

 

Refletimos muito sobre oração e sua necessidade, porém o presente sermão deseja falar sobre um benefício específico da oração, a saber a intimidade com Deus.

Moisés tem a vida diferenciada, o que de fato marca sua vida não é seu potencial de influenciar gerações, de ser um príncipe do Egito, o que tornou Moisés diferenciado foi sua intimidade com Deus.

A intimidade com Deus de fato faz toda a diferença, todas as lideranças em nosso tempo têm sobre si uma infinidade de recursos disponíveis para que tenham êxito em seu ministério. Moisés não era dotado de nada disso, seu único recurso era sua intimidade com Deus e esta o promoveu, diferenciou, o fez viver o que todos os faraós e césares não viveram.

 

Como essa relação de intimidade com Deus começou?

Na vida de Moisés, foi relativamente tarde. Aos 40 anos especificamente, Moisés apascentava as ovelhas de seu sogro, quando há uma intervenção divina na sua vida comum:

 

1° - Deus já nos conhece e deseja que o conheçamos também

 

“E vendo o Senhor que se virava para ver, bradou Deus a ele do meio da sarça, e disse: Moisés, Moisés. Respondeu ele: Eis-me aqui.
Êxodo 3:4

 

Deus o chama pelo nome no meio do deserto, diante de uma sarça que ardia sem se consumir, Moisés admira o fato de que essa voz o conheça por nome sem que haja alguém lá.

O que espanta Moisés além do fato da árvore arder sem se consumir, é o fato de que não havendo ninguém lá, uma voz sai do meio do fogo e o chama. É a voz de Deus, não bastasse todas essas coisas, essa voz o chama pelo seu nome.

Moisés é vocacionado e o sentido de vocação é exatamente esse, ser encorajado a partir de uma voz. Deus o chama e ordena que ele há até o Egito e retire os Israelitas de lá.

 

Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?
E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós.
Êxodo 3:13,14

 

Moisés dá um passo além, se Deus lhe solicita o nome, Moisés também deseja saber quem Deus é, até então todas as pessoas se referiam a Deus como uma voz, uma presença, o meu Deus, o Deus de meus pais.

Mas Moisés vai além, ele pede a Deus sua identidade, qual era de fato o seu nome, é então de Deus diz:


Meu nome é “EU”

E sobrenome “sou”

 

Talvez Moisés perguntaria, mas o SENHOR é o que?

 

El Roi – O Deus que vê

El Shaddai – O Deus todo poderoso

Jeová Jireh – O Deus que provê

Jeová Nissi – O Senhor é minha bandeira

Jeová Shalom – O Deus de paz

Jeová Sabbaoth – O Senhor dos exércitos

Jeová  Raah – O senhor é meu pastor

Jeová Tsidkenu – O Senhor é a nossa justiça

Jeová Rafá – O Senhor que sara

Deus revelou seu nome a Moisés e com isso Moisés excedeu um nível de intimidade nunca antes tentado por outros homens.

 

2° A intimidade com Deus dá condições

Moisés mesmo vocacionado tenta fugir, é então que Deus dá uma sequência de incentivos a Moisés:

1° Os dois sinais – Do cajado e da mão leprosa

2° O “dono da Boca”

3° Ex 4.12-16

Vai, pois, agora, e eu serei com a tua boca e te ensinarei o que hás de falar.
Ele, porém, disse: Ah, meu Senhor! Envia pela mão daquele a quem tu hás de enviar.
Então se acendeu a ira do Senhor contra Moisés, e disse: Não é Arão, o levita, teu irmão? Eu sei que ele falará muito bem; e eis que ele também sai ao teu encontro; e, vendo-te, se alegrará em seu coração.
E tu lhe falarás, e porás as palavras na sua boca; e eu serei com a tua boca, e com a dele, ensinando-vos o que haveis de fazer.
E ele falará por ti ao povo; e acontecerá que ele te será por boca, e tu lhe serás por Deus.
Êxodo 4:12-16

Em 7.1 Deus reafirma isso, Moisés agora seria por Deus a Faraó e Arão o profeta.

 

Moisés tenta se desviar pelo fato de não saber se expressar, em seguida ele diz ao Senhor que ele era a segunda opção, Moisés propõe sair de cena para que o titular assumisse a missão, na sua mente está Arão, pois, Arão era Levita em exercício.
Deus discerne sua mente e o transforma em um porta-voz, Arão seria por boca de Moisés, Moisés seria “Deus” para Arão.

A ideia é de representatividade, Arão representa Moisés, mas Moisés representa Deus.

Há uma profunda diferença entre eles.

Ainda hoje existem pessoas que se contentam em ser boca de alguém, representante de um outro homem, mas há aqueles que recebem de Deus o privilégio de serem seus porta-vozes.

Estes vivem uma experiência de não terem intermediários, seu contato é com Deus.

Deus está nos chamando para deixar de ouvi-lo apenas por terceiros, ele deseja falar conosco na intimidade.

 

3° A intimidade tem custos

E aconteceu no caminho, numa estalagem, que o Senhor o encontrou, e o quis matar.
Êxodo 4:24

 

Aos que desejam ser íntimos de Deus, ele põe cargas superiores aos que não pensam em ser. De algum modo Deus espera mais de quem deseja mais dele, pois, a quem mais é dado mais é cobrado. Lucas 12.48

Moisés quase é morto por Deus, em virtude de não ter observado a circuncisão do seu filho, Deus exige mais de quem quer mais dele.

Esta é a razão de muitos de nós as vezes sentirmos que somos “mais cobrados” isso é porque Deus deseja nos dar mais, mas é necessário uma medida maior de pesos, de provações, de rigor, se outra pessoa fizesse isso não teria o mesmo risco que Moisés correu, mas somos chamados a andar como é “digno da nossa vocação”

 “Portanto, eu, prisioneiro no Senhor, suplico-vos que andeis de modo digno para com o chamado que recebestes” – Efésios 4.1

Deus nos chama para a intimidade com ele, mas essa intimidade tem custos diversos que devemos estar dispostos a arcar.

4° -  As vezes nossa intimidade com Deus é explorada por pessoas que não querem buscar

Ex. 8.8-15

Na praga das Rãs os magos conseguiram imitar o sinal, porém havia um problema entre os Egípcios, sobre eles estavam as pragas envidas pelos seus mágicos e pelo próprio Deus.

Faraó considerando a calamidade pública, roga a Moisés que ore a Deus para que as rãs vão embora, porém Moisés ousadamente pergunta a que horas deseja que as rãs sejam removidas.

Faraó pede que seja no dia seguinte, visando uma desculpa de que elas saíram por si mesmas, de forma natural.

Quando Moisés ora, as rãs morrem e o mal cheiro toma conta do Egito.

Terminado todo este processo e sem a pressão social e pessoal, Faraó endureceu novamente o coração.

Vendo, pois, Faraó que havia descanso, endureceu o seu coração, e não os ouviu, como o Senhor tinha dito.
Êxodo 8:15

 

Há pessoas que usam da intimidade de outros para ter os benefícios de suas orações, são muitos os que não oram, não tem compromisso com Deus, mas rogam orações, consultam profetas, vão a campanhas, apenas para que tendo recebido seu alívio, saiam imediatamente dessa posição de necessidade. Os faraós ainda vivem, são pessoas que exploram a comunhão e intimidade dos outros.

 

5° - A intimidade nos diferencia nas orações

E disseram a Moisés: Não havia sepulcros no Egito, para nos tirar de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos fizeste isto, fazendo-nos sair do Egito?
Não é esta a palavra que te falamos no Egito, dizendo: Deixa-nos, que sirvamos aos egípcios? Pois que melhor nos fora servir aos egípcios, do que morrermos no deserto.

Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje vistes, nunca mais os tornareis a ver.
O Senhor pelejará por vós, e vós vos calareis.

Então disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem.
Êxodo 14:11-15

 

Estão todos gritando, desesperados, sem muitas alternativas a não ser lutar e sabiam que seria um suicídio, clamam a Deus sem resposta, brigam com Moisés e não entendem os planos de Deus.

A confusão é generalizada, até que Moisés ergue a voz, uma oração de Moisés parou a Deus, fez com que ele perguntasse: Por que clamas a mim?

Todas as orações provavelmente foram ouvidas, mas Deus só respondeu a Moisés de imediato, porque Moisés era íntimo.

Estão todos preocupados, mas Moisés demonstra uma calma de quem sabe o que Deus vai fazer, sabe que Deus vai responder, essa convicção que ele já demonstrou na oração para retirar as rãs, essa mesma convicção de agora, é de alguém que descobriu em oração quem Deus é, o que Deus faz e como ele age:

 

Fez conhecidos os seus caminhos a Moisés, e os seus feitos aos filhos de Israel.
Salmos 103:7

 

Todo o povo via os feitos, apenas Moisés sabia os caminhos.

 

6° - A intimidade com Deus tira nossas posses e ele se apropria.

 

O povo encontrava-se com extrema sede e Deus deu uma direção a Moisés, após toda a pressão que ele enfrentou:

Então disse o Senhor a Moisés: Passa diante do povo, e toma contigo alguns dos anciãos de Israel; e toma na tua mão a tua vara, com que feriste o rio, e vai.
Êxodo 17:5

Até este momento a vara pertencia a Moisés, foi com ela que ele teve o primeiro sinal no deserto, com ela que ele fez sinais diante dos Egípcios, agora com ela ele iria extrair a água da rocha.

Moisés assim o faz, toca na rocha e a água sai.

Posteriormente ele dá uma nova ordem por conta da peleja contra os Amalequitas.

Por isso disse Moisés a Josué: Escolhe-nos homens, e sai, peleja contra Amaleque; amanhã eu estarei sobre o cume do outeiro, e a vara de Deus estará na minha mão.
Êxodo 17:9

 

A vara muda de titularidade, ela era de Moisés até tocar a rocha, tendo tocado na rocha ela estava consagrada a Deus daqui em diante.

Tudo que tem contato com a Rocha passa a ser dela, Deus estava dizendo a Moisés que neste sentido era possessivo, o que o tocou passa a pertence-lo, o mesmo seria com nossos talentos, aptidões, etc. Tudo quanto na intimidade com Deus toca a rocha, já não é mais nosso, mas sim dele.

 

7° - A intimidade causa respeito

E disse o Senhor a Moisés: Eis que eu virei a ti numa nuvem espessa, para que o povo ouça, falando eu contigo, e para que também te creiam eternamente. Porque Moisés tinha anunciado as palavras do seu povo ao Senhor.
Êxodo 19:9

 

Deus desejava tanto que Moisés desse certo, que ele fez questão de falar de forma visível, demonstrando claramente o seu apoio a Moisés.

Aos íntimos Deus dá confirmações públicas de sua aprovação.

E Moisés levou o povo fora do arraial ao encontro de Deus; e puseram-se ao pé do monte.
E todo o monte Sinai fumegava, porque o Senhor descera sobre ele em fogo; e a sua fumaça subiu como fumaça de uma fornalha, e todo o monte tremia grandemente.
E o sonido da buzina ia crescendo cada vez mais; Moisés falava, e Deus lhe respondia em voz alta.
E, descendo o Senhor sobre o monte Sinai, sobre o cume do monte, chamou o Senhor a Moisés ao cume do monte; e Moisés subiu.
Êxodo 19:17-20

 

8° -Deus estabelece níveis de intimidade:

Depois disse a Moisés: Sobe ao SENHOR, tu e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel; e adorai de longe.
E só Moisés se chegará ao Senhor; mas eles não se cheguem, nem o povo suba com ele.
Êxodo 24:1,2

 

Mesmo Jesus tinha filtros:
Multidão

Discípulos

Os 70

Os 12

Os três mais íntimos

E João que deitava o peito sobre Jesus.

O Senhor permitiu certa aproximação de alguns, mas o chegar-se ao Senhor era privilégio de Moisés.

Ainda hoje Deus nos chama para sermos íntimos dele.

E, subindo Moisés ao monte, a nuvem cobriu o monte.
E a glória do Senhor repousou sobre o monte Sinai, e a nuvem o cobriu por seis dias; e ao sétimo dia chamou a Moisés do meio da nuvem.
E o parecer da glória do Senhor era como um fogo consumidor no cume do monte, aos olhos dos filhos de Israel.
E Moisés entrou no meio da nuvem, depois que subiu ao monte; e Moisés esteve

Êxodo 24:15-18

 

Considere o privilégio de carregar algo escrito pelo de dedo de Deus:

E deu a Moisés (quando acabou de falar com ele no monte Sinai) as duas tábuas do testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus.

Êxodo 31:18


quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Gideão e os trezentos - Uma palavra sobre avivamento - Parte 1 (Culto de ensino - Ad Brás Santo Eduardo)

 

GIDEÃO E OS TREZENTOS – AVIVAMENTO PARA HOJE

 

1° Parte – A necessidade do Avivamento e o que lhe impede

 

Desde os tempos mais remotos a devoção a Deus tem se dado mediante opressões, como um pai e um marido que sofre por amor, Deus inflige castigos ao seu povo a fim de que esse esteja mais próximo dele.

A respeito dissoe C.S. Lewis disse:

“Deus sussurra em nossos ouvidos por meio de nosso prazer, fala-nos mediante nossa consciência, mas clama em alta voz por intermédio de nossa dor; este é seu megafone para despertar o homem surdo.”

Vez por outra vimos essa relação de forma clara no antigo testamento, a figura mais clara sobre esse sentimento de Deus é vista na vida dos profetas e patriarcas, Deus almeja ter seu povo perto, mas por ser rejeitado e saber que a rejeição é a morte para eles, Deus castiga seu povo, por vezes os entrega a opressões, outras vezes são levados cativos, outras vezes são envergonhados em batalhas, tudo para que finalmente acordem e tornem ao Senhor.

O tempo dos juízes foi um tempo de ciclos repetitivos, aliás, extremamente tristes que se davam na seguinte sequência:

Tempos de paz, apostasia, opressão por nações inferiores, clamores, restauração e novamente tempos de paz. As palavras mais repetidas no livro dos Juízes são: “Porém o povo de Israel tornou a fazer o que era mal aos olhos do Senhor”. Quando a estabilidade os atingia eles buscavam distrações e se distanciavam de Deus.

A nação Israelita estava em um tempo decisivo, haviam sido conduzidos por alguns patriarcas até que chegou a terra prometida sob a liderança de Josué, a ordem inicial era de se apossar da terra e matar os moradores, sem poupar nenhum. O povo nunca havia sido habituado à guerra, Israel se viu envolvido em guerras muito mais como protecionismo do que por expansão, logo a eficácia das estratégias de batalha e de liderança dependiam diretamente de Deus. Israel sempre foi uma nação que viveu da agricultura, logo guerrear nunca havia sido seu forte. Todas as vezes que saiam para suas guerras sem a devida preparação espiritual o povo era envergonhado. Mais uma vez o povo peca e Deus se entristece, permitindo com isso que os Israelitas sejam humilhados por uma nação inferior:

 

Porém os filhos de Israel fizeram o que era mau aos olhos do SENHOR; e o SENHOR os deu nas mãos dos midianitas por sete anos.
Juízes 6:1

As opressões que haviam se dado até então eram feitas por tempos maiores, porém essa recebe um detalhamento maior, pois, de certa forma ainda que houvesse opressões de mais de 70 anos, essa de sete era superior pelo sofrimento infligido ao povo.

Os Midianitas eram em partes descendentes de Abraão e Quetura, viviam no deserto da Arábia e as margens do mar morto e também próximo as fronteiras de Moabe e Edom. Suas aparições na história não são das mais positivas, pelo contrário.

Há duas menções em especial, quando Israel se aproximou de Moabe, o seu rei Balaque contratou um “profeta” chamado Balaão para amaldiçoar Israel, este foi avisado por Midianitas, que fizeram uma “aliança” para derrubar Israel, porém sem sucesso. NM 22.4-7.

Quando Israel Avançou na posse das terras até Canaã teve de se apossar de Midiã, entre os mortos estavam cinco reis Midianitas, bem como todos os homens, as mulheres e crianças foram tomados como despojo, posteriormente as mulheres que já haviam sido casadas foram mortas também. NM. 31.17.

De certa forma os Midianitas eram motivados tanto pelos despojos Israelitas, como também pela vingança de seus antepassados.

Os Midianitas oprimem por sete anos, mas a descrição desses sete anos é bem clara quanto aos acontecimentos desse período e do quanto o povo de Israel sofreram:

“E, prevalecendo a mão dos midianitas sobre Israel, fizeram os filhos de Israel para si, por causa dos midianitas, as covas que estão nos montes, as cavernas e as fortificações.
Porque sucedia que, semeando Israel, os midianitas e os amalequitas, e também os do oriente, contra ele subiam.
E punham-se contra ele em campo, e destruíam os frutos da terra, até chegarem a Gaza; e não deixavam mantimento em Israel, nem ovelhas, nem bois, nem jumentos.
Porque subiam com os seus gados e tendas; vinham como gafanhotos, em grande multidão que não se podia contar, nem a eles nem aos seus camelos; e entravam na terra, para a destruir.
Juízes 6:2-5

A dificuldade tornou a adaptação necessária, os Midianitas vinham como gafanhotos que destruíam tudo o que viam pela frente, de forma que para escapar com vida o povo teve que construir covas nos montes, quando plantavam e pensavam em colher os Midianitas vinham e tomavam toda a colheita, de tempos em tempos, na época de desfrutar do trabalho  o povo tinha que se esconder nas covas cavadas nos altos para não ser morto, ao descer dessas covas restava poucas sobras de alimentos que sustentavam o povo, mas não havia mais prosperidade, trabalhavam de forma que nem para comer tinham. Os Midianitas acabam providenciando uma aliança com o povo de Amaleque e juntos destroem o gado, a lavoura, a colheita e os filhos de Israel passam por uma fome que nunca havia sido vista. Escondidos, acuados, com medo, com fome, mergulhados em pecados, a situação de Israel nunca foi tão grave e se estendeu por sete anos ininterruptos, sem que houvesse paz.

A figura é como de um trabalhador que se esforça o mês inteiro, durante sete anos, no dia de sacar seu salário ele acaba sendo roubado em uma “saidinha” de banco, mês a mês, por sete anos.  O povo plantava cada fruto em sua época, mas nada subsistia. A nação se enfraqueceu muito e a adaptação se fez necessária. Morar nos altos e não mais nas planícies, morar em cavernas e não mais em casas se tornou a única alternativa para viver, esconder-se não era mais algo restrito a uma invasão que ocorreria uma única vez na vida, durante sete anos o povo teve que aprender que a partir de agora essa seria sua rotina.  A pobreza passa a fazer parte da sina Israelita:

“Assim Israel empobreceu muito pela presença dos midianitas, então os filhos de Israel clamaram ao Senhor”.
Juízes 6:6

Em continuidade ao ciclo outrora mencionado, o povo torna a clamar ao Senhor por livramentos. Todos os grandes avivamentos se iniciam com uma profunda convicção de pecado. Essa convicção finalmente toma o povo, ao sentir o pesar por seus pecados há um clamor a Deus por misericórdia, livramento, pelo fim da opressão.

Havia a necessidade de um avivamento urgente e até que o povo percebesse sua real condição isso não aconteceria. Ainda hoje há uma necessidade extrema de avivamento, assim como nos tempos dos Juízes há uma crise de lideranças e referenciais de modo que não há continuidade em boas gestões, sempre ocorre perversão e pergunta que não quer calar é: Quem conduzirá o povo? Isso se aplica a política que também está totalmente corrompida. No âmbito religioso o povo evangélico também se prostitui, transformando a igreja em algo profano, relativizando, ordenando e condenando coisas sob seus próprios pretextos e padrões, sem naturalmente se fundamentar na bíblia. Economicamente se atravessa um momento difícil na nação e ao olhar abaixo da superfície notamos uma causa comum para os mesmos problemas: O pecado.

O avivamento do qual necessitamos se dará quando o povo começar a clamar ao Senhor, pois, foi dessa forma que o avivamento se iniciou em Judá após o cativeiro, foi dessa forma que o avivamento se iniciou após o dia de pentecostes, foi dessa forma que o avivamento encontrou a igreja nos dias dos heróis da fé durante a terrível idade média, foi dessa forma que o avivamento aconteceu em Éfeso e por fim cito o avivamento dos dias de Gideão. Não há avivamentos verdadeiros que não sejam precedidos de longos períodos de oração. O povo Israelita se viu sem alternativas até que finalmente começou a orar.

 

Com a temática do avivamento proposta, de agora em diante considero interessante dizer em primeiro lugar às coisas que impedem os avivamentos de acontecerem:

 

O QUE IMPEDE O AVIVAMENTO?

1° - O povo manter-se fazendo o que é mal.

Deus não abençoará uma igreja que continua praticando a iniquidade, aliás, ao praticá-la, seu estado torna-se pior, ao fazê-lo, espera-se que Deus traga avivamentos num “jeitinho Brasileiro” e a moda Brasileira espera-se que aconteçam grandes expansões na igreja, que Deus faça a igreja crescer, que as coisas tornem-se melhores e haja uma relevância para além dos templos, que as transformações sociais não se restrinjam ao espaço físico da congregação. Porém isso deve ficar claro para todos nós, Deus não abençoa nossas maldições, Deus não dá jeitos, não adapta seus princípios a fim de que as coisas “deem certo”.

Como o famoso texto de 2° Crônicas diz, no calor da inauguração do templo Deus responde as orações de Salomão e de todo o povo:

E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra. 2 Crônicas 7:14








Até mesmo a adoração regada por pecado é rejeitada por Deus.

“De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios, diz o Senhor? Já estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; nem me agrado de sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes.
Quando vindes para comparecer perante mim, quem requereu isto de vossas mãos, que viésseis a pisar os meus átrios?
Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e as luas novas, e os sábados, e a convocação das assembléias; não posso suportar iniqüidade, nem mesmo a reunião solene.
As vossas luas novas, e as vossas solenidades, a minha alma as odeia; já me são pesadas; já estou cansado de as sofrer.
Por isso, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue.
Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer mal.
Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas.
Vinde então, e argüi-me, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã.
Isaías 1:11-18

É necessário um arrependimento urgente no povo de Deus, ou estará fadado a irrelevância, serão humilhados publicamente, nada tira o poder da igreja com mais violência do que o pecado. Como no caso dos filhos de Ceva, que ao tentar expulsar um demônio acabaram sendo espancados, despidos, humilhados em público, pois, a falta de graça e poder de Deus se dá na multidão de iniquidades escondidas, a igreja necessita urgentemente se conscientizar de que a reforma antes de ocorrer em sermões deve ocorrer na vida privada dos membros, pois, reforma em liturgia e sermão sem reforma pessoal leva ao formalismo vazio, uma síndrome de Laodicéia, que pensa estar rica, mas está desgraçada, miserável, pobre, cega e nua. Só o arrependimento pode mudar essa situação, até que ele aconteça Deus esconderá seu rosto e os Midianitas continuarão fazendo a “festa” entre o povo de Deus e na nação onde ele está inserido, a reforma que precisamos se dará na mudança da vida privada da igreja. Não há igreja relevante onde a vida privada da igreja é cheia de erros e o errado passa como certo, onde há relativização do sagrado, onde há vista grossa e a falta da prática de disciplina, não há avivamento enquanto se mente, rouba, adultera e tudo é tratado na visão da graça barata, ou em termos mais populares a graça desvalorizada, o convite a igreja atual se dá na dimensão do arrancar o olho, a mão, o pé, mas ganhar com tudo isso o reino de Deus. Deus é santo, santo, santo três vezes santo, logo não tolera o mal. Pensemos nisso.

2° - Não há avivamento enquanto a igreja continua a se esconder

Certa vez Leonard Ravenhill escreveu um livro clássico: “Por que tarda o pleno avivamento?”
Livro que até os dias de hoje provoca profunda influências sobre as igrejas Brasileiras, porém posteriormente por ter visto que o povo continuava da mesma forma, ele escreveu um segundo livro chamado “Por que ainda tarda o pleno avivamento”?

E a resposta foi:

“O avivamento tarda porque a igreja está muito feliz sem ele”.

A igreja acostumou-se com cultos sem almas, a igreja acostumou-se a passar tempos sem ser percebida, acostumou-se a criar seus casulos, suas tocas, em seu conceito dualista optou por ter uma subcultura que não lhe envolve com as questões fundamentais da vida. Em linhas gerais o segmento evangélico tem atraído as massas, tem atraído os mais simples e isso de fato é muito bom, porém há pouca eficácia no que diz respeito aos segmentos mais preparados e intelectualizados, se faz necessário uma urgente ruptura de conceitos que nos levam a uma busca por simplicidade do “jeito” errado. A igreja necessita sair de suas tocas, porém em nosso tempo vemos o povo se adaptando a elas, o Ekklésia vem sendo deixado de lado para que as tocas sejam aperfeiçoadas. Como num movimento semelhante ao de Babel querem centralizar tudo dentro do espaço físico do templo, não há expansão, apenas uma linguagem própria, um dialeto adaptado e o povo permanece escondido.

Segundo Hernandes Dias Lopes as igrejas estão se enforcando em seu próprio cordão umbilical, estão com uma síndrome de mar morto em que só recebem e não fazem nada para além de seu espaço. Há ainda um sentimento oposto ao da mulher da parábola da dracma perdida, ao invés de buscar a moeda que se perdeu, há uma expectativa em torno de polir as moedas que estão em mãos, não se busca o que se perdeu, mas se dá atenção demasiada ao que está sob seu controle. O avivamento acontecerá na medida em que o povo novamente estiver disposto a assumir sua identidade e sair das quatro paredes do templo, quando fizermos como Felipe que ao ver o convite do Espírito Santo lhe dizendo “Ajunta-te a essa carruagem” foi e atendeu.

 

 

 

3° - Não há avivamento enquanto o povo não clama a Deus

No texto já citado de 2° Cr. 7.14 há uma exigência de Deus para o povo: “Orar e buscar a minha face” é necessário que haja um constante clamor, como ocorreu nos dias de Pedro durante sua prisão, como ocorreu com Daniel ao orar por 21 dias, como ocorreu com o povo em pentecostes após dez dias, como ocorreu com o povo de Nínive ao pedir a misericórdia de Deus, como aconteceu com Josué ao ser cercado por diversos inimigos.

É necessário que haja um clamor como no tempo da sociedade dos Morávios, orações ininterruptas, constantes, sem cessar, clamores com panos de saco em sinal de arrependimento.

A oração tornou-se para muitos de nós uma última alternativa e ainda assim é negligenciada, somos capazes de se atrasar para evita-la, somos capazes de falar horas com amigos e esquecer de Deus, somos capazes de passar horas nas redes sociais, mas nos falta clamar pelo povo ao nosso redor, e temos uma dificuldade imensa em falar com Deus, a impressão que temos é de que a conversa não rende, não há assuntos, logo a oração é evitada.

Aprende-se a pregar, a cantar, a cultuar, a fazer todas as exigências do ministério enquanto organização humana, só não se dedica tempo a oração. A morte de qualquer avivamento se dá quando o povo deixa de orar. Não há avivamento bíblico que não seja precedido de contínua oração, que não tenha sido repleto de clamores incessantes.

Chegamos a uma instância em que nos assemelhamos demais aos filhos de Israel. Chegamos ao tempo da confrontação, em que ou haverá mudanças ou pereceremos, ou haverá clamor ou haverá morte.

Há muito tempo atrás houve um pastor que pregou em sua igreja a seguinte frase:

“Essa igreja viverá um avivamento ou um funeral”.

Não há mais tempo, é hora de clamar, clamar por novos tempos, por nova vida, por força, por santidade.  Se a oração é a própria batalha espiritual em andamento, nos revistamos então da armadura e guerreemos essa guerra, visto que não há mais tempo para adiar, procrastinamos tanto quanto podemos e o resultado foi um povo com fome, desnutrido e carente de Deus.

O texto afirma na sequência que há uma denúncia feita por um profeta e posteriormente um anjo aparece a Gideão. O avivamento se dá mediante choro, jejum, gemidos, orações contínuas e Deus em sua soberania responde trazendo mudanças e o tão pedido avivamento.

 

4° Avivamentos se seguem após denúncias de verdadeiros homens de Deus

“Enviou o Senhor um profeta aos filhos de Israel
Juízes 6:8

Após o clamor do povo por mudanças em sua atual configuração Deus envia um profeta, este divide seu sermão em lembranças sobre os feitos de Deus, as orientações de Deus e as sanções que foram anteriormente avisadas caso não lhe ouvissem, bem como a denúncia de que mediante todos os avisos eles optaram por não seguir o mandato de Deus.

O profeta simplesmente aparece e denuncia o erro do povo, talvez nossos clamores não sejam tão intensos porque será custoso viver esse avivamento necessário, será necessário tratar de coisas com as quais nos acostumamos, será necessário mexer em lideranças, mudar hábitos, será necessário finalmente alguém abrir a boca e dizer o que está errado. No fundo não é a verdade que desejam ouvir, almejam muito mais um conforto para sua atual prática, mas quando se clama por avivamento há uma mudança até nas mensagens que são pregadas.

Não há mais mensagens de conforto, mas de confronto, não são mais antropocêntricas, pelo contrário, são mensagens “ante autoajuda” . Precisamos clamar também por isso, pois, na configuração atual estamos como o povo de Judá em cativeiro sendo confortados com mensagens do tipo “Em dois anos o cativeiro acaba”, mas Deus enviará “seus Jeremias” para confrontar e dar o real conselho de Deus. No modo atual os pregadores confirmam comportamentos que nunca deveriam confirmar, mas quando o avivamento chega se faz necessário mudar o tom das mensagens confortantes para o bom e velho “arrependa-se”.

Esse avivamento se dá em pelo menos três instâncias: Avivamento pessoal, comunitário e nacional. Há uma progressão no avivamento.

5° Não se pode desejar o que não se conhece

 

Ao denunciar o povo, o profeta fez uma lembrança sobre seu passado, talvez seja necessário fazer o mesmo em nossos dias, talvez não desejem um avivamento verdadeiro por não saber como ele ocorre e quais são os seus efeitos. Portanto considero interessante que voltemos a história da assembleia de Deus e de alguns avivamentos espirituais:

 

O movimento pentecostal teve início em 1906, com o avivamento da rua Azuza.

O pregador americano William Joseph Seymour acreditava na vigência da profecia de Joel 2.28-29. Pregava que o falar em línguas era uma evidência do  batismo com o Espírito Santo, apresentou alguns sermões sobre o assunto, porém ele ainda não era batizado. Por não desfrutar da mensagem que di

zia,lhe privaram de pregar nos templos. William foi hospedado na casa de alguns

irmãos e durante muitos dias orou a Deus buscando a plenitude do Espírito, até que finalmente recebeu essa graça e pela primeira vez falou em línguas, nas reuniões seguintes algumas pessoas passaram a falar novas  línguas também e logo as notícias sobre o novo movimento correram de forma que a casa j

á não podia suportar tantas pessoas.

Na rua Azuza número 312, em 1906 o movimento ganhava forças e pessoas de todo o mundo iam até lá, cegos viam, paralíticos andavam e membros de outras igrejas pouco a pouco iam se desligando a fim de pertencer a esse novo avivamento. Pessoas de todo o mundo mandavam seus testemunhos ou iam

visitar a pequena igreja de Seymour, entre eles estavam Daniel Berg e Gunnar

Vingren.

Esses saíram da Suécia e desembarcaram no Brasil em 1910 e se filiaram a igreja Batista, sua igreja de origem no país natal. Adeptos do movimento pentecostal, eles passaram a ensinar essa doutrina no Brasil e logo foram severamente rejeitados. Porém alguns acreditaram em suas palavras e buscaram receber o batismo no Espírito Santo, entre elas estava a senhora Celina de Albuquerque primeira pessoa batizada no Espírito Santo no Brasil.

Com os adeptos da visão da rua Azuza, os missionários instituíram a igreja Missão de fé apostólica que posteriormente foi chamada de Assembleia de Deus.

Nossos pioneiros foram homens de oração, homens de simplicidade, que com poucas coisas mudaram o mundo desde aquela época!

Martin Lutherking revolucionou o mundo com sua fé e vida dedicada a Deus e ao próximo.

William Seymour orava sete horas a Deus para receber revestimento de poder, Lutero três horas, Whithefield oito horas. Precisamos voltar a nossa história e lembrar que o avivamento na igreja gerou revoluções nunca vistas antes.

 

Nós precisamos voltar a nossas origens, olhar para trás e saber que nascemos dando glória a Deus e aleluias, falando em línguas, profetizando, vivendo a plenitude do Espírito, cheios do Espírito. A morte da igreja se dá com o pecado, com a falta de oração, com a adaptação a coisas que não deveria se adaptar, com a falta de denúncia das coisas erradas, mas, sobretudo se dá quando não se conhece suas origens, não se sabe sequer a própria posição em Cristo. Nós precisamos falar de avivamento para que as pessoas desejem ele.