GIDEÃO
E OS TREZENTOS – AVIVAMENTO PARA HOJE
1°
Parte – A necessidade do Avivamento e o que lhe impede
Desde os tempos mais remotos a devoção a Deus tem se dado
mediante opressões, como um pai e um marido que sofre por amor, Deus inflige
castigos ao seu povo a fim de que esse esteja mais próximo dele.
A respeito dissoe C.S. Lewis disse:
“Deus sussurra em nossos ouvidos por meio de nosso prazer,
fala-nos mediante nossa consciência, mas clama em alta voz por intermédio de
nossa dor; este é seu megafone para despertar o homem surdo.”
Vez por outra vimos essa relação de forma clara no antigo
testamento, a figura mais clara sobre esse sentimento de Deus é vista na vida
dos profetas e patriarcas, Deus almeja ter seu povo perto, mas por ser
rejeitado e saber que a rejeição é a morte para eles, Deus castiga seu povo,
por vezes os entrega a opressões, outras vezes são levados cativos, outras
vezes são envergonhados em batalhas, tudo para que finalmente acordem e tornem
ao Senhor.
O tempo dos juízes foi um tempo de ciclos repetitivos, aliás,
extremamente tristes que se davam na seguinte sequência:
Tempos de paz, apostasia, opressão por nações inferiores,
clamores, restauração e novamente tempos de paz. As palavras mais repetidas no
livro dos Juízes são: “Porém o povo de Israel tornou a fazer o que era mal aos
olhos do Senhor”. Quando a estabilidade os atingia eles buscavam distrações e
se distanciavam de Deus.
A nação Israelita estava em um tempo decisivo, haviam sido
conduzidos por alguns patriarcas até que chegou a terra prometida sob a
liderança de Josué, a ordem inicial era de se apossar da terra e matar os
moradores, sem poupar nenhum. O povo nunca havia sido habituado à guerra,
Israel se viu envolvido em guerras muito mais como protecionismo do que por
expansão, logo a eficácia das estratégias de batalha e de liderança dependiam
diretamente de Deus. Israel sempre foi uma nação que viveu da agricultura, logo
guerrear nunca havia sido seu forte. Todas as vezes que saiam para suas guerras
sem a devida preparação espiritual o povo era envergonhado. Mais uma vez o povo
peca e Deus se entristece, permitindo com isso que os Israelitas sejam
humilhados por uma nação inferior:
“Porém os filhos de Israel fizeram o que
era mau aos olhos do SENHOR; e o SENHOR os deu nas mãos dos midianitas por sete
anos.
Juízes 6:1”
As opressões que haviam se dado até então eram feitas por
tempos maiores, porém essa recebe um detalhamento maior, pois, de certa forma
ainda que houvesse opressões de mais de 70 anos, essa de sete era superior pelo
sofrimento infligido ao povo.
Os Midianitas eram em partes descendentes de Abraão e
Quetura, viviam no deserto da Arábia e as margens do mar morto e também próximo
as fronteiras de Moabe e Edom. Suas aparições na história não são das mais
positivas, pelo contrário.
Há duas menções em especial, quando Israel se aproximou de
Moabe, o seu rei Balaque contratou um “profeta” chamado Balaão para amaldiçoar
Israel, este foi avisado por Midianitas, que fizeram uma “aliança” para
derrubar Israel, porém sem sucesso. NM 22.4-7.
Quando Israel Avançou na posse das terras até Canaã teve de
se apossar de Midiã, entre os mortos estavam cinco reis Midianitas, bem como
todos os homens, as mulheres e crianças foram tomados como despojo,
posteriormente as mulheres que já haviam sido casadas foram mortas também. NM. 31.17.
De certa forma os Midianitas eram motivados tanto pelos
despojos Israelitas, como também pela vingança de seus antepassados.
Os Midianitas oprimem por sete anos, mas a descrição desses
sete anos é bem clara quanto aos acontecimentos desse período e do quanto o
povo de Israel sofreram:
“E, prevalecendo a mão dos midianitas sobre
Israel, fizeram os filhos de Israel para si, por causa dos midianitas, as covas
que estão nos montes, as cavernas e as fortificações.
Porque sucedia que, semeando Israel, os midianitas
e os amalequitas, e também os do oriente, contra ele subiam.
E punham-se contra ele em campo, e destruíam os
frutos da terra, até chegarem a Gaza; e não deixavam mantimento em Israel, nem
ovelhas, nem bois, nem jumentos.
Porque subiam com os seus gados e tendas; vinham
como gafanhotos, em grande multidão que não se podia contar, nem a eles nem aos
seus camelos; e entravam na terra, para a destruir.
Juízes 6:2-5”
A dificuldade tornou a adaptação necessária, os Midianitas
vinham como gafanhotos que destruíam tudo o que viam pela frente, de forma que
para escapar com vida o povo teve que construir covas nos montes, quando
plantavam e pensavam em colher os Midianitas vinham e tomavam toda a colheita,
de tempos em tempos, na época de desfrutar do trabalho o povo tinha que se esconder nas covas
cavadas nos altos para não ser morto, ao descer dessas covas restava poucas
sobras de alimentos que sustentavam o povo, mas não havia mais prosperidade,
trabalhavam de forma que nem para comer tinham. Os Midianitas acabam
providenciando uma aliança com o povo de Amaleque e juntos destroem o gado, a
lavoura, a colheita e os filhos de Israel passam por uma fome que nunca havia
sido vista. Escondidos, acuados, com medo, com fome, mergulhados em pecados, a
situação de Israel nunca foi tão grave e se estendeu por sete anos
ininterruptos, sem que houvesse paz.
A figura é como de um trabalhador que se esforça o mês
inteiro, durante sete anos, no dia de sacar seu salário ele acaba sendo roubado
em uma “saidinha” de banco, mês a mês, por sete anos. O povo plantava cada fruto em sua época, mas
nada subsistia. A nação se enfraqueceu muito e a adaptação se fez necessária. Morar
nos altos e não mais nas planícies, morar em cavernas e não mais em casas se
tornou a única alternativa para viver, esconder-se não era mais algo restrito a
uma invasão que ocorreria uma única vez na vida, durante sete anos o povo teve
que aprender que a partir de agora essa seria sua rotina. A pobreza passa a fazer parte da sina
Israelita:
“Assim Israel empobreceu muito pela presença dos
midianitas, então os filhos de Israel clamaram ao Senhor”.
Juízes 6:6
Em continuidade ao ciclo outrora mencionado, o povo torna a
clamar ao Senhor por livramentos. Todos os grandes avivamentos se iniciam com uma
profunda convicção de pecado. Essa convicção finalmente toma o povo, ao sentir
o pesar por seus pecados há um clamor a Deus por misericórdia, livramento, pelo
fim da opressão.
Havia a necessidade de um avivamento urgente e até que o
povo percebesse sua real condição isso não aconteceria. Ainda hoje há uma
necessidade extrema de avivamento, assim como nos tempos dos Juízes há uma
crise de lideranças e referenciais de modo que não há continuidade em boas
gestões, sempre ocorre perversão e pergunta que não quer calar é: Quem
conduzirá o povo? Isso se aplica a política que também está totalmente
corrompida. No âmbito religioso o povo evangélico também se prostitui,
transformando a igreja em algo profano, relativizando, ordenando e condenando
coisas sob seus próprios pretextos e padrões, sem naturalmente se fundamentar
na bíblia. Economicamente se atravessa um momento difícil na nação e ao olhar
abaixo da superfície notamos uma causa comum para os mesmos problemas: O
pecado.
O avivamento do qual necessitamos se dará quando o povo
começar a clamar ao Senhor, pois, foi dessa forma que o avivamento se iniciou
em Judá após o cativeiro, foi dessa forma que o avivamento se iniciou após o
dia de pentecostes, foi dessa forma que o avivamento encontrou a igreja nos
dias dos heróis da fé durante a terrível idade média, foi dessa forma que o
avivamento aconteceu em Éfeso e por fim cito o avivamento dos dias de Gideão.
Não há avivamentos verdadeiros que não sejam precedidos de longos períodos de
oração. O povo Israelita se viu sem alternativas até que finalmente começou a
orar.
Com a temática do avivamento proposta, de agora em diante
considero interessante dizer em primeiro lugar às coisas que impedem os
avivamentos de acontecerem:
O QUE IMPEDE
O AVIVAMENTO?
1°
- O povo manter-se fazendo o que é mal.
Deus não abençoará uma igreja que continua praticando a
iniquidade, aliás, ao praticá-la, seu estado torna-se pior, ao fazê-lo,
espera-se que Deus traga avivamentos num “jeitinho Brasileiro” e a moda
Brasileira espera-se que aconteçam grandes expansões na igreja, que Deus faça a
igreja crescer, que as coisas tornem-se melhores e haja uma relevância para
além dos templos, que as transformações sociais não se restrinjam ao espaço
físico da congregação. Porém isso deve ficar claro para todos nós, Deus não
abençoa nossas maldições, Deus não dá jeitos, não adapta seus princípios a fim
de que as coisas “deem certo”.
Como o famoso texto de 2° Crônicas diz, no calor da
inauguração do templo Deus responde as orações de Salomão e de todo o povo:
“E se o meu povo, que se chama pelo meu
nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus
caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a
sua terra. 2 Crônicas 7:14”
Até mesmo a adoração regada por pecado é rejeitada por Deus.
“De que me serve a mim a multidão de vossos
sacrifícios, diz o Senhor? Já estou farto dos holocaustos de carneiros, e da
gordura de animais cevados; nem me agrado de sangue de bezerros, nem de
cordeiros, nem de bodes.
Quando vindes para comparecer perante mim, quem
requereu isto de vossas mãos, que viésseis a pisar os meus átrios?
Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é
para mim abominação, e as luas novas, e os sábados, e a convocação das
assembléias; não posso suportar iniqüidade, nem mesmo a reunião solene.
As vossas luas novas, e as vossas solenidades, a
minha alma as odeia; já me são pesadas; já estou cansado de as sofrer.
Por isso, quando estendeis as vossas mãos,
escondo de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não
as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue.
Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de
vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer mal.
Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo;
ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas.
Vinde então, e argüi-me, diz o Senhor: ainda que
os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve;
ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã.
Isaías 1:11-18”
É necessário um arrependimento urgente no povo de Deus, ou estará
fadado a irrelevância, serão humilhados publicamente, nada tira o poder da
igreja com mais violência do que o pecado. Como no caso dos filhos de Ceva, que
ao tentar expulsar um demônio acabaram sendo espancados, despidos, humilhados
em público, pois, a falta de graça e poder de Deus se dá na multidão de
iniquidades escondidas, a igreja necessita urgentemente se conscientizar de que
a reforma antes de ocorrer em sermões deve ocorrer na vida privada dos membros,
pois, reforma em liturgia e sermão sem reforma pessoal leva ao formalismo
vazio, uma síndrome de Laodicéia, que pensa estar rica, mas está desgraçada,
miserável, pobre, cega e nua. Só o arrependimento pode mudar essa situação, até
que ele aconteça Deus esconderá seu rosto e os Midianitas continuarão fazendo a
“festa” entre o povo de Deus e na nação onde ele está inserido, a reforma que
precisamos se dará na mudança da vida privada da igreja. Não há igreja
relevante onde a vida privada da igreja é cheia de erros e o errado passa como
certo, onde há relativização do sagrado, onde há vista grossa e a falta da
prática de disciplina, não há avivamento enquanto se mente, rouba, adultera e
tudo é tratado na visão da graça barata, ou em termos mais populares a graça
desvalorizada, o convite a igreja atual se dá na dimensão do arrancar o olho, a
mão, o pé, mas ganhar com tudo isso o reino de Deus. Deus é santo, santo, santo
três vezes santo, logo não tolera o mal. Pensemos nisso.
2°
- Não há avivamento enquanto a igreja continua a se esconder
Certa vez Leonard Ravenhill escreveu um livro clássico:
“Por que tarda o pleno avivamento?”
Livro que até os dias de hoje provoca profunda influências sobre as igrejas
Brasileiras, porém posteriormente por ter visto que o povo continuava da mesma
forma, ele escreveu um segundo livro chamado “Por que ainda tarda o pleno
avivamento”?
E a resposta foi:
“O avivamento tarda porque a igreja está muito
feliz sem ele”.
A igreja acostumou-se com cultos sem almas, a igreja
acostumou-se a passar tempos sem ser percebida, acostumou-se a criar seus
casulos, suas tocas, em seu conceito dualista optou por ter uma subcultura que
não lhe envolve com as questões fundamentais da vida. Em linhas gerais o segmento
evangélico tem atraído as massas, tem atraído os mais simples e isso de fato é
muito bom, porém há pouca eficácia no que diz respeito aos segmentos mais
preparados e intelectualizados, se faz necessário uma urgente ruptura de
conceitos que nos levam a uma busca por simplicidade do “jeito” errado. A
igreja necessita sair de suas tocas, porém em nosso tempo vemos o povo se
adaptando a elas, o Ekklésia vem sendo deixado de lado para que as tocas sejam
aperfeiçoadas. Como num movimento semelhante ao de Babel querem centralizar
tudo dentro do espaço físico do templo, não há expansão, apenas uma linguagem
própria, um dialeto adaptado e o povo permanece escondido.
Segundo Hernandes Dias Lopes as igrejas estão se enforcando
em seu próprio cordão umbilical, estão com uma síndrome de mar morto em que só
recebem e não fazem nada para além de seu espaço. Há ainda um sentimento oposto
ao da mulher da parábola da dracma perdida, ao invés de buscar a moeda que se
perdeu, há uma expectativa em torno de polir as moedas que estão em mãos, não
se busca o que se perdeu, mas se dá atenção demasiada ao que está sob seu
controle. O avivamento acontecerá na medida em que o povo novamente estiver
disposto a assumir sua identidade e sair das quatro paredes do templo, quando
fizermos como Felipe que ao ver o convite do Espírito Santo lhe dizendo
“Ajunta-te a essa carruagem” foi e atendeu.
3°
- Não há avivamento enquanto o povo não clama a Deus
No texto já citado de 2° Cr. 7.14 há uma exigência de Deus
para o povo: “Orar e buscar a minha face” é necessário que haja um constante
clamor, como ocorreu nos dias de Pedro durante sua prisão, como ocorreu com
Daniel ao orar por 21 dias, como ocorreu com o povo em pentecostes após dez
dias, como ocorreu com o povo de Nínive ao pedir a misericórdia de Deus, como
aconteceu com Josué ao ser cercado por diversos inimigos.
É necessário que haja um clamor como no tempo da sociedade
dos Morávios, orações ininterruptas, constantes, sem cessar, clamores com panos
de saco em sinal de arrependimento.
A oração tornou-se para muitos de nós uma última
alternativa e ainda assim é negligenciada, somos capazes de se atrasar para
evita-la, somos capazes de falar horas com amigos e esquecer de Deus, somos
capazes de passar horas nas redes sociais, mas nos falta clamar pelo povo ao
nosso redor, e temos uma dificuldade imensa em falar com Deus, a impressão que
temos é de que a conversa não rende, não há assuntos, logo a oração é evitada.
Aprende-se a pregar, a cantar, a cultuar, a fazer todas as
exigências do ministério enquanto organização humana, só não se dedica tempo a
oração. A morte de qualquer avivamento se dá quando o povo deixa de orar. Não
há avivamento bíblico que não seja precedido de contínua oração, que não tenha
sido repleto de clamores incessantes.
Chegamos a uma instância em que nos assemelhamos demais aos
filhos de Israel. Chegamos ao tempo da confrontação, em que ou haverá mudanças
ou pereceremos, ou haverá clamor ou haverá morte.
Há muito tempo atrás houve um pastor que pregou em sua igreja
a seguinte frase:
“Essa
igreja viverá um avivamento ou um funeral”.
Não há mais tempo, é hora de clamar, clamar por novos
tempos, por nova vida, por força, por santidade. Se a oração é a própria batalha espiritual em
andamento, nos revistamos então da armadura e guerreemos essa guerra, visto que
não há mais tempo para adiar, procrastinamos tanto quanto podemos e o resultado
foi um povo com fome, desnutrido e carente de Deus.
O texto afirma na sequência que há uma denúncia feita por
um profeta e posteriormente um anjo aparece a Gideão. O avivamento se dá
mediante choro, jejum, gemidos, orações contínuas e Deus em sua soberania
responde trazendo mudanças e o tão pedido avivamento.
4°
Avivamentos se seguem após denúncias de verdadeiros homens de Deus
“Enviou o Senhor um profeta aos filhos de Israel
Juízes 6:8”
Após o clamor do povo por mudanças em sua atual
configuração Deus envia um profeta, este divide seu sermão em lembranças sobre
os feitos de Deus, as orientações de Deus e as sanções que foram anteriormente
avisadas caso não lhe ouvissem, bem como a denúncia de que mediante todos os
avisos eles optaram por não seguir o mandato de Deus.
O profeta simplesmente aparece e denuncia o erro do povo,
talvez nossos clamores não sejam tão intensos porque será custoso viver esse
avivamento necessário, será necessário tratar de coisas com as quais nos
acostumamos, será necessário mexer em lideranças, mudar hábitos, será
necessário finalmente alguém abrir a boca e dizer o que está errado. No fundo
não é a verdade que desejam ouvir, almejam muito mais um conforto para sua
atual prática, mas quando se clama por avivamento há uma mudança até nas
mensagens que são pregadas.
Não há mais mensagens de conforto, mas de confronto, não
são mais antropocêntricas, pelo contrário, são mensagens “ante autoajuda” .
Precisamos clamar também por isso, pois, na configuração atual estamos como o
povo de Judá em cativeiro sendo confortados com mensagens do tipo “Em dois anos
o cativeiro acaba”, mas Deus enviará “seus Jeremias” para confrontar e dar o
real conselho de Deus. No modo atual os pregadores confirmam comportamentos que
nunca deveriam confirmar, mas quando o avivamento chega se faz necessário mudar
o tom das mensagens confortantes para o bom e velho “arrependa-se”.
Esse avivamento se dá em pelo menos três instâncias:
Avivamento pessoal, comunitário e nacional. Há uma progressão no avivamento.
5° Não se pode desejar o que não se conhece
Ao denunciar o povo, o profeta fez uma lembrança sobre seu passado,
talvez seja necessário fazer o mesmo em nossos dias, talvez não desejem um
avivamento verdadeiro por não saber como ele ocorre e quais são os seus
efeitos. Portanto considero interessante que voltemos a história da assembleia
de Deus e de alguns avivamentos espirituais:
O movimento pentecostal teve início em 1906, com o avivamento da rua
Azuza.
O pregador americano William Joseph Seymour acreditava na vigência da
profecia de Joel 2.28-29. Pregava que o falar em línguas era uma evidência do batismo com o Espírito Santo, apresentou
alguns sermões sobre o assunto, porém ele ainda não era batizado. Por não
desfrutar da mensagem que di
zia,lhe privaram de pregar nos templos. William foi hospedado na casa de
alguns
irmãos e durante muitos dias orou a Deus buscando a plenitude do
Espírito, até que finalmente recebeu essa graça e pela primeira vez falou em
línguas, nas reuniões seguintes algumas pessoas passaram a falar novas línguas também e logo as notícias sobre o
novo movimento correram de forma que a casa j
á não podia suportar tantas pessoas.
Na rua Azuza número 312, em 1906 o movimento ganhava forças e pessoas de
todo o mundo iam até lá, cegos viam, paralíticos andavam e membros de outras
igrejas pouco a pouco iam se desligando a fim de pertencer a esse novo avivamento.
Pessoas de todo o mundo mandavam seus testemunhos ou iam
visitar a pequena igreja de Seymour, entre eles estavam Daniel Berg e
Gunnar
Vingren.
Esses saíram da Suécia e desembarcaram no Brasil em 1910 e se filiaram a
igreja Batista, sua igreja de origem no país natal. Adeptos do movimento
pentecostal, eles passaram a ensinar essa doutrina no Brasil e logo foram severamente
rejeitados. Porém alguns acreditaram em suas palavras e buscaram receber o
batismo no Espírito Santo, entre elas estava a senhora Celina de Albuquerque
primeira pessoa batizada no Espírito Santo no Brasil.
Com os adeptos da visão da rua Azuza, os missionários instituíram a
igreja Missão de fé apostólica que posteriormente foi chamada de Assembleia de Deus.
Nossos pioneiros foram homens de oração, homens de simplicidade, que com
poucas coisas mudaram o mundo desde aquela época!
Martin Lutherking revolucionou o mundo com sua fé e vida dedicada a Deus
e ao próximo.
William Seymour orava sete horas a Deus para receber revestimento de
poder, Lutero três horas, Whithefield oito horas. Precisamos voltar a nossa
história e lembrar que o avivamento na igreja gerou revoluções nunca vistas
antes.
Nós precisamos
voltar a nossas origens, olhar para trás e saber que nascemos dando glória a
Deus e aleluias, falando em línguas, profetizando, vivendo a plenitude do
Espírito, cheios do Espírito. A morte da igreja se dá com o pecado, com a falta
de oração, com a adaptação a coisas que não deveria se adaptar, com a falta de
denúncia das coisas erradas, mas, sobretudo se dá quando não se conhece suas
origens, não se sabe sequer a própria posição em Cristo. Nós precisamos falar
de avivamento para que as pessoas desejem ele.
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