sexta-feira, 28 de julho de 2017

ÚLTIMOS DIAS: AVIVAMENTO OU APOSTASIA?

ÚLTIMOS DIAS: AVIVAMENTO OU APOSTASIA?

Essa igreja viverá um avivamento, ou um funeral.
Leonard Ravenhill

SERMÃO ENTREGUE A AD LÍRIO DOS VALES - JD MIRIAM 


‘Nos últimos dias, diz Deus, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os jovens terão visões, os velhos terão sonhos.
Sobre os meus servos e as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e eles profetizarão.
Atos 2:17,18
Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.
Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos,
Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons,
Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus,
Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.
2 Timóteo 3:1-5
Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios;
Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência;
1 Timóteo 4:1,2


POR QUE TARDA O PLENO AVIVAMENTO?

Hernandes Dias Lopes disse em um de seus sermões que só podemos almejar o que de fato conhecemos.
Infelizmente a igreja brasileira pouco sabe sobre suas origens, em especial nossos irmãos pentecostais, grupo no qual estou inserido.
Eu concordo com a fala de Hernandes Dias Lopes sobre a nossa história, precisamos urgentemente olhar para trás e ver o esforço de nosso pioneiros nas assembleias de Deus no Brasil.
Chegamos a 106 anos, a comemoração do centenário durante 2011 foi algo que marcou a história do Brasil, grandes cultos, lembranças contínuas, esperanças renovadas e as promessas de manter o legado de nossos fundadores.
Hoje no Brasil há mais de 42 milhões de evangélicos, sendo que 60% são pentecostais. Desses 60%, 22 milhões são da assembleia de Deus em seus diversos campos e convenções. Somos hoje a maior igreja do Brasil, é difícil ir a uma cidade que não tenha ao menos uma igreja desse ministério, temos também mais de 100.000 templos espalhados por todo território nacional.
Teologicamente nos orgulhamos de viver uma plenitude além do que os nosso irmãos tradicionais vivem, cremos no continuísmo, ou seja, que os milagres que ocorreram em Atos dos apóstolos, os milagres da bíblia, são vigentes, os dons espirituais são para os nossos tempos, cremos no batismo com o espírito Santo, cremos no derramar do Espírito, cremos nos grandes avivamentos, cremos no Espírito Santo como agente capacitador da igreja.
Porém os anos se passaram e com eles chegamos a uma dura realidade, infelizmente não cremos com as mesmas forças que críamos em outros tempos. As manifestações do Espírito Santo tem sido cada vez mais raras em nossos cultos, a plenitude do Espírito está se tornando fato raro nas igrejas, os avivamentos no padrão de Atos dos apóstolos estão acontecendo em terras remotas e também são pouco vistos, a igreja já não cai mais na graça do povo, já não é um exemplo de caráter e postura a ser seguido, já não tem sido uma instituição recuperadora como outrora, teologicamente deixou a simplicidade para dar pérolas nos campos, e pérolas não germinam, despreza a própria história e a simplicidade da fé cristã. Nossa pergunta para a noite de hoje é:
Se estamos nos últimos dias e essa promessa é vigente, por que então tarda o pleno avivamento?
A segunda questão que não é menos intrigante é:
Estamos vivendo avivamento ou apostasia?

Ambas palavras, de Timóteo, Jesus e de Joel estão sob vigência para nossos dias, ao contrário do que os cessacionistas dizem, a promessa como Pedro diz é para todos quanto Deus chamar:

Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar.
Atos 2:39

Ora se a promessa é para nós, porque temos visto o contrário acontecer?
Muitos irmãos infelizmente estão apostatando da fé, estão andando em direção oposta ao que Deus lhes chamou para viver, iniciaram bem, mas estão terminando mal.
Lembro-me de um renomado pregador: João de Deus, que ao receber uma oferta para morar na Arábia com a filha que conheceu um Sheik largou tudo, inclusive suas agendas no Brasil para ser adepto do islamismo.
Vimos recentemente outros casos como o da pastora Lana Holder que chegou a dizer que estava liberta do lesbianismo e inclusive pregou e contou testemunhos sobre isso, porém posteriormente voltou ao seu velho caminho.
Ainda há inúmeros casos de perto de nós, de pessoas que largaram a fé cristã ao entrar em faculdades, largaram a fé cristã ao serem confrontados por ateus e amigos em seus trabalhos, ou que por uma decepção ou pecado cometido.
Vimos muito mais hoje pessoas apostatando da fé do que vivendo o verdadeiro avivamento.
Vemos hoje as pessoas blasfemando de nossa fé, não por estarem sob influência de demônios, mas por conta dos nosso inimigos internos, hoje o problema no Brasil não é de perseguição, estamos até bem, comparados a outros países.
Mas quando uma igreja deixa de ser sal, deixa de ser luz ela está morta, tem nome de que vive mas está morta, há na igreja contemporânea o espírito de Sardes.
Estamos sob um extremo, ou mudamos ou morreremos.
Ou vivemos o avivamento ou a apostasia completa. Ou vivemos a plenitude do espirito, ou sofreremos sua ausência total e a igreja não faz nada sem o espírito Santo.

Estamos em tempos que na mesma proporção em que se diz que deseja o espírito Santo, se peca. Na mesma proporção de clamores por avivamentos se deseja libertinagem entre nosso povo, para adultérios, novos casamentos e por aí vai.
Na mesma proporção em que há vigência da promessa de derramamento do espírito, há proporção de pecados e tempos trabalhosos como Timóteo disse.

Estamos hoje em um contexto onde clamamos avivamento, mas porque ele não acontece?
Pretendo responder em poucas palavras essa perturbadora pergunta.

1° Por que não oramos

Nós acostumamos o povo a uma relação com Deus em que as orações são petições, quando falamos “vamos orar a Deus” já subentende-se que vamos “pedir” para Deus qualquer coisa.
Estamos em tempos em que os crentes a fim de não participar do momento da oração arrumam as mais diversas desculpas, seja o tempo, seja as ocupações, as crianças para cuidar, a porta para cuidar, a arrumação da igreja, enfim, toda as atividades parecem mais importantes para nós.
O resultado é que vemos muita lógica, muito conhecimento, muito entretenimento, mas não agozinamos mais em oração.
Esse assunto é rotulado para todos nós como velho, ultrapassado e muitas vezes ao ser confrontado a cerca disso arrumei as minhas desculpas mais diversas: Falta de tempo, orgulho dos que oram (o que é de fato um problema), a oração como refúgio para não cumprir o “ide”, a oração para mim durante muito tempo foi substituída pelo tempo de leitura, o tempo que me dediquei a ler diversos livros poderia ser melhor administrado se eu tivesse dividido esses períodos com orações.
A questão fundamental é que a oração fere nosso orgulho, ninguém precisa ser inteligente para orar, ninguém precisa ser muito gabaritado para orar, dentro do quarto de joelhos no chão, não há diplomas, não há faculdades, não há livros, Deus não se impressiona com minhas citações, Deus não se impressiona com meu bom português, Deus não se impressiona com o quanto tenho sido esforçado em ler e conhecer, obviamente ele leva em conta tudo isso, mas o que de fato precisamos é voltar a oração.
Estamos em tempos tão complicados com relação a oração que ela se tornou evitada pelos crentes mesmo nos momentos públicos, frequentemente as nossas orações são mecânicas, com palavras já premeditadas, versículos salteados a fim de tornar a oração mais extensa, ou cumprir o tempo determinado pela igreja local, os crentes frequentemente chegam após a oração. Se a reunião inicia-se às 19:30 com oração, procuramos chegar às 20:00 a fim de evitar passar alguns momentos de joelhos.
A Batalha de nossos sermões, de nossa vida espiritual não se vence no púlpito, não se vence de microfones na mão, não se vence com boa oratória, na verdade nosso desempenho por melhor que seja pode tocar apenas a mente  e convencer pessoas sobre nossos argumentos, mas a batalha da igreja ainda se vence no quarto secreto, quando ninguém nos vê, quando não preciso forjar nada, quando uso meus momentos secretos para a glória de Deus.
Valorizamos demais as atividades externas, mas pouco damos valor para as secretas. Gostamos de pregar e de cantar, mas qualquer pessoa que conheça as regras de homilética, tenha boa oratória, seja convincente e conheça o texto que está comentando pode pregar e até ser relativamente bom. Mas somente a oração é o método cirúrgico de Deus para adentrar os corações.
Eu não preciso ser espiritual para pregar ou cantar, basta ter talento, apenas crentes espirituais oram.
Essas realidades são muito difíceis de ouvir, visto que não queremos prostrar nossos conhecimentos diante de um quarto de oração, não queremos ter nossa lógica humilhada, pregamos corretamente, falamos corretamente, mas não oramos mais, daí inicia-se a crise que vemos hoje.
É péssimo ouvir um sermão de quem não ora, louvor de quem não ora, ensino de quem não ora.
Nós precisamos submeter toda a nossa vida em oração a Deus, e quando digo isso não me refiro a oração como petição, como reza, como demonstração externa de espiritualidade.
Infelizmente esse último grupo que citei tem tomado conta da igreja, de alguma maneira recorremos a leituras sobre os reformadores e heróis da fé e passamos a tentar imitá-los, bem como sua fala sobre oração, suas experiências, logo os crentes que oram um pouco mais, ou que tiram esse tempo para orar, tornam-se crentes orgulhosos, crentes que tem estrela na testa e seu discurso a respeito de oração é dado de um palanque mais alto.
No fundo todo nós sabemos da necessidade de orar, mas não praticamos.
E Deus permanece como nos dias de Ezequiel:

E busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, e estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; porém a ninguém achei.
Ezequiel 22:30

Deus ainda hoje procura esses homens que estejam na brecha, que estejam de joelhos intercedendo pelo seu povo, porque tarda o pleno avivamento?
Por que fazemos tudo, menos orar.
Por que aplaudimos e enchemos reuniões de movimentos, mas não queremos saber de orar 30 minutos antes do culto, porque não temos vida em secreto.
Por que tarda o pleno avivamento? Por que estamos cada vez mais preocupados com as performances diante dos homens, porque nos relacionamos com todos, mas não falamos mais com Deus.
Porque Deus né nosso último plano, costumamos ainda dizer: Esgotei todos meus recursos, agora só Deus pode fazer algo por mim. Falamos isso com lamento, a oração tornou-se nossa última alternativa. A igreja prioriza tudo, menos a oração. Faz construções, dá avisos, dá ensino, mas não ora.
Alegamos falta de tempo, mas acaso temos menos tempo do que Daniel?
Então disseram ao rei: "Daniel, um dos exilados de Judá, não te dá ouvidos, ó rei, nem ao decreto que assinaste. Ele continua orando três vezes por dia".
Daniel 6:13
Daniel continuava orando três vezes ao dia, mesmo depois de ser um dos governadores da Babilônia, Daniel continuava orando três vezes ao dia, pois, sua ocupação política não lhe privou de ter contato com Deus.
Certamente as atividades de um governador eram mais extensas que as minhas.
No fundo nos sobra tempo, mas nos falta garra, nos falta querer um pouco mais.
Jogamos sobre o pregador a responsabilidade de fazer as coisas, jogamos sobre os pastores a responsabilidade trazer avivamentos como os antigos, mas não oramos como os antigos oravam.
Precisamos ainda hoje rever as nossas prioridades, nosso Wathsapp, nosso facebook, nossos e-mails, nossos trabalhos, nossos amigos, tem sido mais privilegiados com a nossa atenção do que o próprio Deus.
Usamos nossas orações como petições para poder conseguir coisas de Deus, logo na sequência o colocamos em segundo plano.
Não norteamos mais as nossas decisões para poder fazer qualquer coisa, a igreja em tempos bíblicos orava em todas as decisões e o espírito Santo as falava o que fazer:

E na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé e Simeão chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes o tetrarca, e Saulo.
E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.
Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram.
Atos 13:1-3
Estamos requerendo uma autonomia que Deus não nos deu, separamos obreiros, instituímos lideranças, sem orar.
Nem Jesus fez isso, pelo contrário:

E aconteceu que naqueles dias subiu ao monte a orar, e passou a noite em oração a Deus.
E, quando já era dia, chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze deles, a quem também deu o nome de apóstolos:
Lucas 6:12,13

Jesus passou a noite toda em oração para escolher os seus doze, mas nós não aguentamos vinte minutos de joelhos. Como vamos afirmar que queremos avivamento sem oração?
           
Estamos muito preocupado com finanças e veja o que o Rev. Leonard Ravenhill disse;

Não se pode negar que a maior preocupação da igreja hoje são as finanças. E, no entanto, esse problema que tanto inquieta as igrejas modernas era o que menos perturbava a do Novo Testamento. Hoje damos mais ênfase à contribuição; eles a davam à oração.
Por que tarda o pleno avivamento?

No fundo nos falta fé na provisão de Deus, por isso falamos tanto de ofertas oramos tão poucos, fazemos campanhas de enriquecimento, imploramos ao povo que contribua, mas com isso estamos negando nossa origem na igreja do novo testamento. Lucas relata que entre o povo não havia necessidade, todos compartilhavam entre si os seus bens, os crentes de Antioquia conseguiram de sua pobreza ajudar os crentes da Judéia que viviam em miséria, pois, uma igreja que ora não tem necessidades financeiras. Voltemos a oração!
Logo vale a pena orar, pois, a oração é o sacrifício necessário para ter comunhão com Deus e viver de fato um verdadeiro avivamento.
Muito se tem dito a respeito de reforma geral nas igrejas, me refiro obviamente ao sistema, mas nós não queremos reformar nosso proceder. Os jovens gritam: Reforma já! Mas não tem a disposição de mudar seus próprios comportamentos.
Querem usar armas carnais como protestos, lógica, estudo, questionamentos dos mais diversos tipos; Mas as armas de nossa milícia são outras:

Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas;
2 Coríntios 10:4
Para viver a reforma da maneira que almejamos, precisamos voltar a usar nossas armas espirituais, em especial a oração.
Hoje clamamos avivamento, mas não estamos mais como o povo no cenáculo, hoje clamamos a presença de Deus, mas isso passou a ser um simples jargão, poucos sentem falta de Deus.
Enumero aqui alguns motivos para a nossa negligência na oração:

1° - Ela não exige intelectualidade
2° - Ela não é reconhecida pelos homens
3° - Ela não é incentivada pela igreja tampouco ensinada
4° - No fundo confiamos pouco em Deus
5° - Amamos menos a Deus do que nossos amigos e família
6° - Por que gostamos de resultados instantâneos

2° Perdemos o amor pela palavra de Deus.

Muito se tem falado a respeito da palavra, muito se tem pregado sobre Deus.
Na verdade, estamos em tempos de expansão da pregação nos meios de comunicação.

·         Há pelo menos 26 rádios evangélicas em atividade no Brasil, sendo que algumas programações tomam espaço em rádios não evangélicas.
·         Há canais na tv aberta com programação 24 Hrs.
·         Há inúmeras bíblias de estudo, Thompson, pentecostal, do pregador, do pastor, do líder, da mulher, da adolescente, do homem, do pregador pentecostal, do ministro, etc, etc, etc.
Porém o que vemos em nossas igrejas é cada vez mais a negligência na palavra, os nossos congressos têm 15 minutos de mensagem, 30 de ministração de ofertas, 3 horas de louvor, 5 minutos de oração.
O povo já não conhece a bíblia, quando pregamos em alguns livros do antigo testamento ou cartas as pessoas são obrigadas a procurar em índices, pois, não encontram os livros.
Não sabem quantos livros tem a bíblia, não sabem sequer um versículo.
Os nossos jovens já leram E.L. James, já leram Jojo Moisés, Já leram toda a coleção de Harry Potter, mas não leram as cartas de Paulo, não leram os evangelhos, a porcentagem de pessoas que já leram toda a bíblia é absurda.
As pregações devem ser cada vez mais rasas, pois, o povo por não ler não entende, logo os pregadores não são mais esforçados em ler, pois é frustrante falar a um povo que não tem interesse.
Os pregadores também falham ao não incentivar seus ouvintes a ler, torna-se mais fácil para todos, pregar simples demais, com piadas, entretenimento, heresias, a fim de agradar seus ouvintes, o povo por sua vez aplaude, pois, como crianças que nunca se desenvolveram dependem do lúdico para compreender. Há preguiça de pensar, há preguiça para ler, principalmente quando se trata da palavra.
Os cultos de ensino são pouco frequentados, nossas mensagens são preparadas em cima do púlpito, ou simplesmente abrimos a bíblia e falamos o que vem a mente, o povo está negligenciando a palavra.
Nossas vigílias são cheias no momento do louvor, durante a oração para a palavra metade se vai deixando o pregador só.
Estamos em tempos tão complicados com relação a palavra que o povo pede confirmações para coisas que estão escritas na bíblia, as experiências tem se colocado acima da palavra.
A tentação que Jesus sofreu no deserto só foi vencida por conhecer a palavra, mas nós diferentemente de nosso mestre estamos transformando as pedras em pães, estamos pulando dos pináculos do templo e nos prostrando para receber coisas. Falta-nos o está escrito.
Estamos vivendo nos tempos que Amós profetizou:
Eis que vêm dias, diz o Senhor DEUS, em que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do SENHOR.
Amós 8:11

Por faltar ler a palavra, falta o temor diante dela como nos dias de Esdras:
Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto não vos entristeçais; porque a alegria do Senhor é a vossa força.
E os levitas fizeram calar a todo o povo, dizendo: Calai-vos; porque este dia é santo; por isso não vos entristeçais.
Neemias 8:10,11

Clamamos por um avivamento mas qual a nossa postura diante da palavra?
Acaso estamos sendo confrontados e nos permitindo ser confrontados por ela?
Receio que não. Na hora da palavra hoje conversamos, ansiamos que ela acabe logo, ou ainda somos tentados a desprezar toda a pregação por conta de erros mínimos de português.
Queremos avivamento como antes, mas não amamos a palavra como antes.

3° Por não conhecer a palavra, não conhecemos a Deus.

A falta do conhecimento de quem Deus é tem feito boa parte dos crentes lhe tratarem como qualquer coisa, menos Deus.
Quem é Deus para nós?
Deus tem sido um garçom.
Deus tem sido para alguns a última alternativa.
Deus tem sido para alguns um autenticador das besteiras que se faz.
Deus tem sido para algum um refúgio emocional qualquer.
Deus tem sido para alguns simplesmente um meio de ser aceito

E é daí que vem as orações mais absurdas que temos visto hoje em dia.
Falam com Deus como quem fala a qualquer pessoa, dizem a Deus, faça isso e ele é obrigado a fazer.
Mandamos em Deus em nossas orações, ordenamos que ele vá a lugares, ordenamos que ele cure, que ele aja, que ele faça o que queremos, e tal como o conceito católico de castigos aos santos, tentamos fazer chantagens com Deus do tipo: “ Se não me responderes hoje eu largo tudo”
Julgamos que somos indispensáveis, totalmente importantes, ao ponto de que se eu parar não há mais pregação, se eu parar não há mais louvor e no fundo nos falta saber quem Deus é!
1° Deus é não só grande, Deus é o maior. 
2° Deus é bom, é amor, mas é santo, irado, tem ciúmes.
3° Deus odeia o pecado
4° Deus não pode resistir o mal

Deveríamos ao orar ser tomados de temor, de forma que jamais daríamos ordens a Deus como damos.
Uma real compreensão de Deus nos levaria a pensar duas vezes antes de tratar Deus como o tratamos.
De sorte que, longe de nos elogiar, a
cruz mina nossa justiça própria. Só podemos nos aproximar dela com a cabeça curvada e em espírito de
contrição. E aí permanecemos até que o Senhor Jesus nos conceda ao coração sua palavra de perdão e aceitação,
e nós, presos por seu amor, e transbordantes de ação de graças, saíamos para o mundo a fim de viver as nossas
vidas no serviço dele.

A Cruz de Cristo - John Stott

Com frequência perguntamos a Deus o por que ele que não pune o mal, ou permite o sofrimento, mas a pergunta se fosse feita com honestidade nos condenaria, pois, como pode um Deus santo como esse tolerar minhas mentiras, nossos jeitinhos, nosso egoísmo?
 Como? Temos vivido por falta do conhecimento de Deus uma adoração rasa.
Letras rasas. Onde está a poesia dos salmos? Onde estão os louvores inspirados pela grandeza de Deus?
Onde estão as letras que enalteciam a Deus exclusivamente e não o colocava em nosso serviço? Onde estão os adoradores? Só uma compreensão correta sobre Deus nos levará a um avivamento.

Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.
Oséias 6:3








4° - Por que negligenciamos nossa história
O movimento pentecostal teve início em 1906, com o avivamento da rua Azuza.
O pregador americano William Joseph Seymour acreditava na vigência da profecia de Joel 2.28-29. Pregava que o falar em línguas era uma evidência do batismo com o Espírito Santo, apresentou alguns sermões sobre o assunto, porém ele ainda não era batizado. Por não desfrutar da mensagem que dizia, lhe privaram de pregar nos templos. William foi hospedado na casa de alguns irmãos e durante muitos dias orou a Deus buscando a plenitude do Espírito, até que finalmente recebeu essa graça e pela primeira vez falou em línguas, nas reuniões seguintes algumas pessoas passaram a falar novas  línguas também e logo as notícias sobre o novo movimento correram de forma que a casa já não podia suportar tantas pessoas.
Na rua Azuza número 312, em 1906 o movimento ganhava forças e pessoas de todo o mundo iam até lá, cegos viam, paralíticos andavam e membros de outras igrejas pouco a pouco iam se desligando a fim de pertencer a esse novo avivamento. Pessoas de todo o mundo mandavam seus testemunhos ou iam visitar a pequena igreja de Seymour, entre eles estavam Daniel Berg e Gunnar Vingren.
Esses saíram da Suécia e desembarcaram no Brasil em 1910 e se filiaram a igreja Batista, sua igreja de origem no país natal. Adeptos do movimento pentecostal, eles passaram a ensinar essa doutrina no Brasil e logo foram severamente rejeitados. Porém alguns acreditaram em suas palavras e buscaram receber o batismo no Espírito Santo, entre elas estava a senhora Celina de Albuquerque primeira pessoa batizada no Espírito Santo no Brasil.
Com os adeptos da visão da rua Azuza, os missionários instituíram a igreja Missão de fé apostólica que posteriormente foi chamada de Assembléia de Deus.

Nossos pioneiros foram homens de oração, homens de simplicidade, que com poucas coisas mudaram o mundo desde aquela época!
Martin Lutherking revolucionou o mundo com sua fé e vida dedicada a Deus e ao próximo.
William Seymour orava sete horas a Deus para receber revestimento de poder, Lutero três horas diária, Withefield oito horas
Precisamos voltar a nossa história e lembrar que o avivamento na igreja gerou revoluções nunca vistas antes.
Dietrich Bonhoeffer foi um dos maiores opositores ao Nazismo e abriu os olhos de parte da humanidade com o que ele viu, escreveu e fez. Engajado na luta contra Hitlher foi o símbolo de um Cristão que ama sua pátria, que ama a Deus sobre tudo.

Que voltemos aos nossos pilares, como os pais da igreja e clamemos como Jeremias:

Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para as vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos nele. Jeremias 6:16
Converte-nos a ti, Senhor, e seremos convertidos; renova os nossos dias como dantes. Lamentações 5:21
               
O que devemos fazer para retornar ao avivamento bíblico?

Em primeiro lugar devemos notar que o avivamento não acontecerá sob a moda Brasileira, com jeitinhos.
De forma alguma teremos avivamento com reuniões marcadas, com músicas de forró e corinhos de fogo, com danças, entretenimento, com novos métodos.

Ainda assim, agora mesmo diz o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto.
E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal.
Joel 2:12,13

Precisamos rasgar os corações e clamar pela igreja Brasileira, tal como Moisés fez, durante quarenta dias esteve com o Senhor no Sinal, tal como ele que em outra ocasião poupou a morte de milhares por conta de sua intercessão:
Perdoa, pois, a iniqüidade deste povo, segundo a grandeza da tua misericórdia; e como também perdoaste a este povo desde a terra do Egito até aqui.
E disse o Senhor: Conforme à tua palavra lhe perdoei.
Números 14:19,20
Precisamos chorar mais por nossos pecados:

E Neemias, que era o governador, e o sacerdote Esdras, o escriba, e os levitas que ensinavam ao povo, disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus, então não vos lamenteis, nem choreis. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei.
Neemias 8:9

Nós precisamos ser tomados dessa convicção de pecado. Nós temos errado muito e ainda ousamos exigir muito de Deus, ousamos pedir curas como antes, mas onde está o temor de antes?

Nós precisamos voltar a palavra como nos dias de Josias:
O rei subiu à casa do Senhor, e com ele todos os homens de Judá, e todos os moradores de Jerusalém, os sacerdotes, os profetas e todo o povo, desde o menor até ao maior; e leu aos ouvidos deles todas as palavras do livro da aliança, que se achou na casa do Senhor.
2 Reis 23:2

Nós precisamos ser movidos por um senso de urgência

O evangelista deve aguentar correr mais do que cavalos - JR. 12.15
Deus mandou Felipe alcançar o Etíope que estava indo a perdição
Felipe  significa - O que ama cavalos.
Nós devemos correr adiante da carruagem que está levando as almas pro inferno, chegar lé e explicar as escrituras.

- O pleno avivamento é dado mediante oração com unidade de propósitos
"Como esperar o Pentecoste se nem ainda fomos despertados para orar? Primeiro, vem a igreja toda, unânime, perseverando em oração, só depois vem o Pentecoste".

Insistência na oração – 1.14
Unanimidade – Todos oravam 2.1
Mesmo propósito 2.1

O pleno avivamento nos levará a multiplicação das almas:
A igreja iniciou-se com 12 – Lucas 9.1
Depois 70 – Lucas 10.1
Em Atos 1.15 tinha - 120
Em Atos 2.14 – Três mil pessoas
Em Atos 4.4 – Cinco mil
O número continua crescendo ao ponto de perder a conta (Atos 5.14)
-Mais crescimento inclusive conversão de sacerdotes (Atos 6.1 e 7)
-Cristãos se espalham devido à perseguição (Atos 8.1 e 4)
-Muitas Igrejas fundadas (Atos 9.31)
-Aldeias inteiras tornam-se cristãs (Atos 9.35)
-Gentios se convertem a Cristo (Atos 13.48,49)
-Igrejas erguidas na Ásia menor e Turquia (Atos 14.1-28)
-Igrejas fundadas na Europa (Atos 16.5 e 11,12; 17.4)
-Milhares de judeus tornam-se cristãos (Atos 21.20).


Em último lugar, o avivamento tarda porque roubamos a glória que pertence a Deus. Reflitamos um pouco sobre essas palavras de Jesus: “Eu não aceito glória que vem dos homens”. “Como podeis crer, vós os que aceitais glória uns dos outros, e contudo não procurais a glória que vem do Deus único?” (Jo 5.41,44.) Chega de toda essa autopromoção nos púlpitos. Chega de tanto exaltar “meu programa de rádio”, “minha igreja”, “meus livros”. Ah, que repulsiva demonstração carnal vemos nos púlpitos: “Hoje, temos o grande privilégio...” E os pregadores aceitam isso; não, eles já o esperam. (E se esquecem de que só estão ali pela graça de Deus.) E a vaidade é que, quando ouvimos tais homens pregar, notamos que nunca ficaríamos sabendo que eram tão importantes, se não tivessem sido apresentados como tal. Coitado de Deus! Ele não está recebendo muita glória! Então, por que ele ainda não cumpriu sua terrível mas bendita ameaça de que iria vomitar-nos de sua boca? Nós fracassamos; estamos impuros. Apreciamos os louvores dos homens. Buscamos nossos próprios interesses. Ó Deus, liberta-nos dessa existência egoística, egocêntrica! Dá-nos a bênção do quebrantamento! O juízo deve começar por nós, pelos pregadores!

Sal e luz - O grande desafio da atualidade

SAL E LUZ – O GRANDE DESAFIO DA ATUALIDADE

sermão entregue a Ad Brás jd São Marcos - Semana jovem

Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.
Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte;
Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa.
Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.
Mateus 5:13-16

Contexto histórico – O contraste entre o viver cristão e o viver do mundo.
Jesus estava ensinando seus discípulos a respeito da nova existência após seu chamado. Os destinatários são os discípulos de Jesus de todas as épocas. Eles são chamados a um modo de viver que é extremamente oposto ao que os demais homens viviam em seu tempo. As bem-aventuranças são um chamado a contramão, para viver a contracultura que o reino de Cristo propõe.
A partir de agora o feliz é aquele que mais sofre por causa da justiça, o que tem fome e sede será farto, o que é manso e constantemente tenta ser pacífico herdarão uma nova terra.
Se por um lado o mundo tenta propor uma constante cultura vingativa, indiferente e má, Cristo nos chama a um modo de vida totalmente diferenciado, carregando consigo uma cruz e nessa nova comunidade a paz reina, a justiça social impera, os que são perseguidos sorriem, pois, seguem o exemplo de seu Senhor, os que almejam uma sociedade diferente a alcançam por meio do chamado de Cristo.
Jesus alerta seus discípulos do fato de que seriam perseguidos por causa da justiça, que deveriam se atentar na medida em que serão a contracultura, pois, atrairão após si alguns inimigos, pois, assim como os profetas eles também seriam extremamente perseguidos por amor ao seu nome.
Há uma hostilidade contra o cristianismo em todas as épocas, o proceder diário dos cristãos verdadeiros tem feito muitos odiarem suas práticas, no século 20 grandes opositores se levantaram contra esse proceder.
Karl Marx dizia que a religião é o ópio do povo, pois, lhe cega, lhe impede de batalhar nas guerras da atualidade, o pacifismo cristão segundo Marx nos faz pensar apenas no futuro e nos conformar com as explorações de agora, favorece os patrões e perpetua a escravidão. Ainda hoje muitos adeptos da ideologia de Marx têm total aversão ao cristianismo.
Freud dizia que o cristianismo surgiu para suprir as frustrações da paternidade que ocorrem ainda na infância, todos almejam um pai super-herói, porém os anos passam e percebemos que os pais tem falhas e não são tudo o que imaginávamos ao seu respeito, logo uma frustração cresce com todas pessoas, a da ausência do “pai-herói” o cristianismo propõe um “pai nosso”, um pai que tem todo poder, um pai que ama, um pai que se ira contra nossos inimigos e nos defende, um pai que cuida de nós o tempo todo. Logo o Cristianismo nasce da fragilidade dos homens. Pessoas bem resolvidas não vão se tornar adeptas dele, pois, as carências de infância estão bem resolvidas, logo segundo Freud o cristianismo vem para os frágeis, para pessoas inferiores, para poder suprir a necessidade humana de fugas. Uns partem para as drogas, outros para aventuras, outros para sexualidade desenfreada, outros para a religião, a religião visa ser uma dessas compensações segundo ele.
Nietzsche foi talvez o maior opositor ao cristianismo no século 20, segundo ele o homem em seu orgulho criou um deus a sua imagem e semelhança, ou seja, o homem projetou em Deus suas frustrações, seus sentimentos, um Deus que mata, um Deus que tem sentimentos de ciúmes, que almeja exclusividade, segundo ele Deus é fruto de nossas fraquezas e orgulho, projetar em um ser onipotente todos os nossos sentimentos ocultos é o que tornou esse deus tão popular. A ideia de pecado, culpa, segundo Nietzsche tornou o mundo negativo.
Quem não se lembra da famosa frase “Deus está morto, nós o matamos”.
A última e mais significativa frase dele para a presente reflexão é “Na verdade o único cristão verdadeiro morreu numa cruz”.

OS CRISTÃO DEVEM TER PENSAMENTOS NO CÉU E PÉS NO CHÃO
Como demonstrado acima a perseguição ideológica, política e física aos cristãos está em vigência.
Se o sermão do monte se encerrasse aqui, seríamos tentados ao isolamento, a nos confinar no próprio mundo, sendo uma contracultura isolada, um povo a parte, distante de tudo e de todos, pois, todos nos odeiam, logo é mais seguro e eficaz se manter unido e isolado, porém isso mataria o cristianismo logo em seu início. Ao discípulo, não basta imitar a Cristo em sua intimidade, ou vivendo isolado, é preciso também se envolver com um mundo que nos odeia, um mundo que vai de mal a pior. É esse o convite de Jesus a partir de agora, todos os conselhos dos versículos anteriores são aplicáveis a vida prática dos cristãos entre si e dão a entender que o mundo é seu total inimigo, logo não é bom se envolver com eles.
Essa posição seria relativamente cômoda, pois, bastaria o isolamento, confinamento para manter a segurança necessária para o Cristão.
Se o sermão se encerrasse aqui, a impressão de todos seria de que a igreja é dispensável, indigna desse mundo, os próprios crentes viveriam apenas sob a luz do alto, sem os pés no chão. Mas Jesus vem demonstrar agora não mais a relação do Cristão com o reino de Deus, mas sim para com o mundo, esse mesmo mundo que nos rejeita, não pode viver sem a igreja.
O Cristão deve pensar no que é de cima, mas com os pés na terra. A missão se dá aqui.
Jesus nos convida a ir além da zona de segurança, nos convida a ser de fato o “Ekklesia” chamados para fora. O mundo pode os odiar, mas o discípulo não deve se isolar, é necessário contato, pois, os campos estão brancos aguardando quem os cegue, como ouvirão se não há quem pregue? Os discípulos serão a resposta dos anseios que esse mundo que os odeia possui.
A primeira realidade desse texto é que a terra é perecível, o mundo está se desfazendo, está em trevas, pouco a pouco seu estado se torna mais irreversível, expostos como os alimentos dos tempos de Jesus, o mundo começa a apodrecer, a perder qualidade, textura, gosto, significado e utilidade.


A TERRA E O MUNDO EM QUE ESTAMOS

A terra foi despedaçada, está destruída, totalmente abalada!
A terra cambaleia como um bêbado, balança como uma cabana ao vento; tão pesada sobre ela é a culpa de sua rebelião que cai para nunca mais se levantar!
Isaías 24:19,20

Nunca esses versículos tiveram tanta vigência como em nossos dias.
Zigmunth Bauman dizia:
“A liquidez da sociedade contemporânea escorre pelos dedos, o que era sólido se desfez”.
Temos presenciado os pilares da sociedade sendo relativizados, família não tem mais o mesmo sentido, o amor se esfria, as relações são descartáveis, não há em quem confiar, não há pessoas para quem possamos olhar e manter confiança, os homens se traem entre si, os homens se aborrecem contra os de sua própria casa.
O tráfico de drogas e estende em níveis absurdos, de modo que com o constante desemprego os jovens estão pouco a pouco partindo para esse caminho sem volta, cada vez mais cedo os moços são recrutados ao tráfico, crianças de 10 anos são viciadas e usadas para vender a droga.
Os jovens pouco a pouco se entregam aos vícios e a filosofia de vida que não visa futuro, apenas a curtição aqui e agora, não importando o preço a se pagar, estamos em tempos de pessoas sem limites, sem respeito, letras obscenas, pessoas sem pudor, pessoas que não respeitam pais e mães, pais e mães que odeiam seus filhos e tentam mata-los. Famílias divididas, o certo se passando por errado, o errado se passando por certo. Assassinatos coletivos, chacinas, crimes hediondos, crimes passionais, mortes de crianças, incentivos para estupros, ensinos para isso, sites especializados em orientação para abusadores de crianças e estupradores, mortes de pessoas que pensam diferente, dissolução política, dissolução educacional, greves contínuas, governos corruptos que oprimem os pobres, governos que roubam até o último centavo a fim de se manter em seu status.
Guerras e mais guerras, as ameaças contínuas de ataques por parte da Coreia do Norte, que testa suas bombas, as ameaças de represálias dos EUA.
Os conflitos entre Rússia e EUA, a tomada do tráfico no RJ, o pânico no ES, a fome na África que nunca é resolvida, conflitos armados na Síria, milhares de mortes no mar entre o oriente médio e a Europa, a crise de refugiados, o terrorismo.
As pessoas estão cada vez mais sem esperança, estão a cada dia mais céticas. Não há esperança para o futuro, logo há uma tendência muito forte de que as pessoas busquem fugas, sejam drogas, bebidas, trabalho, ou até em casos extremos o suicídio.
·         804 mil pessoas cometem suicídio anualmente – uma morte a cada 40 segundos.
·         Em 2010 – 9,8% das pessoas sofriam depressão no mundo.
·         400 milhões de pessoas hoje estão depressivas.
·         24.000 pessoas morrem de fome por dia, 9 milhões por ano, sendo que desses 9, 8 milhões são crianças.
·         154 pessoas morrem em decorrência de homicídio por dia no Brasil, no conflito entre Israel e Palestina que era uma guerra declarada morriam 66.
·         O mundo está em estado de deterioração, não será preservado a não ser que algo seja feito.


·         
A IGREJA É O SAL E A LUZ DO MUNDO

Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.
Mateus 5:13
O sal era usado para diversas atividades nos tempos de Jesus, a sua principal função era conservar.
Em viagens longas, expostos ao sol, os peixes, carnes e diversos alimentos facilmente pereceriam, mas uma vez cobertos por sal, eles teriam sua validade preservada.
O sal também era aplicado aos sacrifícios oferecidos ao Senhor, como uma adição a fim de agradar mais a Deus, como uma purificação nos sacrifícios. Obviamente também havia a questão do tempero, o sal dá gosto, dá sabor, torna a refeição mais agradável ao paladar.
O sal causa sede, logo ao apontar para o sal, Cristo almejava que as pessoas ao verem a igreja iriam pouco a pouco pensar em se filiar a ela.
A realidade sobre ser sal e luz era vigente, nós não seremos o sal, não pregaremos sobre o sal, não trata-se de algo para o tempo futuro, é uma realidade vigente: Você é o sal, você é a luz.
Uma vez vocacionados pelo Senhor, nosso estado passa a ser diferenciado, nós devemos nos envolver além do santuário, devemos partir para além das quatro paredes do templo, devemos pensar que a partir do momento em que somos discípulos devemos entender no mínimo duas coisas:

A primeira delas é que a sociedade, o mundo pode ser restaurado pelo sal, que qualquer alimento pode ser restaurado pelo sal, que o sal é um tempero indispensável, que sem ele o apodrecimento dos produtos perecíveis seria extremamente rápido, portanto sua necessidade é urgente e indispensável. Tudo pode ser restaurado pelo sal.
A segunda realidade é que perdemos a opção ao sermos vocacionados, o livre arbítrio do qual tanto falamos nos foi removido na medida em que nos propomos a estar no discipulado com Cristo. Há restauração para muitas coisas pelo sal, só não há restauração para um sal insípido, logo não temos a opção de não salgar, não preservar, não dar sabor, ou somos sal, ou seremos descartados, para nada serviremos, a não ser para ser pisados.
Jesus diz essas palavras sobre um monte próximo ao mar da Galiléia, ao falar sobre o sal, certamente lhe veio à mente as suas funções, mas também a alternativa de se tornar irrelevante. E é pensando na irrelevância possível dos discípulos que ele fala sobre o um sal insípido.
Ao citar isso, Jesus aponta para o Jordão que estava a 160 Km de onde estavam.
Todo peixe que saia do Jordão com direção ao mar morto acabava não resistindo, pois, esse mar não tem saídas, a água desce sobre ele e se mantém, além disso o mar morto possui dez vezes mais a quantidade de sal dos demais mares.
Nada vive lá, é um local que faz jus a seu nome.
Por outro lado, ao falar de uma luz que vive escondida, Jesus se refere aos essênios, eles eram profundos conhecedores das leis de Deus, um povo que aguardava ansiosamente a vinda do Messias e discernia a lei como poucos, compreendia a grandeza de Deus, porém viviam isolados, confinados e não compartilhavam seus conhecimentos sobre Deus com outras pessoas. Eram como o texto bíblico, uma luz escondida.

É apontando para um mar que possui sal, mas não tem vida e morre onde está e para um grupo com luz confinada que Jesus diz essas palavras.
Jesus estava apontando para a identidade da igreja bem como os riscos que ela corre ao não ser o que ele determinou.

1.    O bom sal obrigatoriamente é puro – Questão da santidade
2.    O bom sal deve dar mais sabor – a capacidade de dar significado
3.    O sal deve ter contato com a matéria a fim de produzir o efeito desejado
4.    O sal serve para preservar em validade a superfície do alimento – a igreja como mantenedora da vida
5.    O sal é a identidade atual dos crentes e não algo futuro
6.    O sal só é útil se salgar, não há utilidades para o material sem sabor.
7.    O sal é purificador de sacrifícios
8.    O sal se referia a identidade, sal que não salga indica crentes sem personalidade, igreja sem as devidas características
9.    O sal gera sede
10. O sal não é protagonista


A respeito da Luz

11. A luz indica o caminho para os demais – A igreja missionária
12. A luz indica o holofote – A igreja clareando a escuridão do mundo (testemunho).
13. A igreja não tem luz própria, mas como estrelas reflete a glória da luz principal, o sol da justiça.
14. A igreja tal como a lâmpada não se acende só, apenas quando ligada a corrente elétrica.
15. A luz deve estar em local visível, logo é necessário a disponibilidade da igreja
16. Cristo é a luz, mas nos convida a também ser luz nesse mundo.
17. Devemos ser vistos, estar disponíveis
18. Devemos ser guias
19. Devemos ser advertência contínua

Sal insípido, luz posicionada no lugar errado.


É triste constatar que em níveis gerais a igreja está insípida, não está edificada sobre um monte, não é luz visível.
É com profundo pesar que demonstro abaixo alguns dados que demonstram nossa irrelevância na sociedade.
·         Há hoje 42 milhões de crentes no Brasil representam 22% da população segundo o senso de 2010.
·         Desses 60% são pentecostais
·         De 2000 a 2010 o número cresceu em 61%.
·         12.314.410 membros na assembleia de Deus.
·         Boa parte não tem ensino médio completo.
·         18 cidades são consideradas 100% cristãs no Brasil.
·         Hoje a bancada evangélica possui 74 deputados.
·         São arrecadados anualmente 15 bilhões de reais nas igrejas
·         São abertas 4.380 igrejas por ano.
·         Doze igrejas com CNPJ por dia.
·         Há pelo menos 26 rádios evangélicas, desconsiderando nessa conta os programas que tem espeço em rádios “não evangélicas”
·         Há pelo menos 5 canais evangélicos na TV aberta.


Não obstante esses números, o número de crimes não para de crescer, a desonestidade toma conta do Brasil.
Irrelevância política
O nosso maior representante na política Sr. Eduardo Cunha, é diácono na assembleia de Deus, tomou as rédeas para o afastamento da antiga presidenta,  esse que fez a maior parte dos discursos moralistas contra o governo vigente, foi o que estava mais mergulhado em corrupção, sendo inclusive cassado e posteriormente descoberto em seu esquema de corrupção.
Lutas por questões irrelevantes
Nossos representantes têm se esforçado a fim de lutar apenas por uma causa, a luta contra as agendas da bancada lgbt e de esquerda, não almejo entrar nas questões de legitimidade dessas pessoas, porém é de se notar que não há um projeto pedagógico relevante partindo de um Cristão. Não há estadistas dos quais o povo se orgulha, nosso único representante empossado numa posição honrosa foi o sr. Marco Feliciano que posteriormente foi expulso da presidência da comissão dos direitos humanos. Politicamente a igreja é relevante.

Irrelevância social
Nas questões sociais a igreja também padece em muitos lugares, hoje a assembleia de Deus tem até operadora de celular, uma rede social, mas não abre orfanatos, escolas, não paga estudos aos seus membros, não incentiva seu povo a estudar.
São raríssimos os exemplos de relevância social de uma igreja evangélica no Brasil. Preocupa-se com os templos, a estética, a estrutura, em arrumar cada vez mais seus salões, desconsiderando seus fiéis e suas demandas.

Irrelevância cultural
Culturalmente pouca coisa se produz, visto que as músicas são desprovidas de boas letras, bons arranjos e em boa parte delas o que é propagado é o ódio e não mais as belas poesias que marcaram gerações. Músicas como Amazing Grace, são cada vez mais raras.
Hoje cantamos “Sou canela de fogo do reteté de Jeová, estou nadando no azeite e não consigo parar”.
Letras sem sentido, letras que negam a própria palavra.
Irrelevância na pregação
Nunca o evangelho foi tão propagado e ao mesmo tempo as pessoas tiveram tanta sede por ouvir todas as palavras de Deus, falam muito sobre Deus, sobre teologia da prosperidade, mas bem pouco se ouve Deus falar.

Irrelevância intelectual
A irrelevância se dá academicamente, são pouquíssimas as produções literárias de autores cristãos que fazem diferença na sociedade em que estão inseridas, escritores como John Wesley, Edwards, Bonhoeffer, que eram cristãos e produziram obras que revolucionaram o mundo acadêmico, hoje dão lugar a Benny Hin, Sara Sheeva. Pessoas que mal conseguem falar, mas que se arriscam a escrever e atraem milhões de seguidores após si.
Falta de ícones e referências
A irrelevância se dá também em ícones cristãos: Já tivemos Lutherking, o presidente que sancionou o fim do apartheid era cristão, já tivemos Lutero que deu fim a uma era em que os estudos eram proibidos, porém hoje em dia nossos ícones são uma vergonha: Malafaia, os presidentes de ministérios, Bolsonaro, são alguns dos patetas que representam a religião cristã.

não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte;
Mateus 5:14
A essa altura temos mais de 100 anos de assembleia de Deus no Brasil, 500 anos de reforma protestante.
Tantas igrejas no Brasil e onde chegamos?
Somos uma cidade edificada sobre os montes? Uma cidade que é vista e admirada de longe?
A essa altura essa já deveria estar de pé, com fundamentos, sendo admirada como um organismo inabalável, a imprensa deveria nos procurar para falar da nossa relevância, porém o que ocorre é o contrário nós buscamos o tipo de visibilidade errada.


Me pergunto constantemente onde foi parar o sabor do sal?
 Alguém ainda tem sede de ser como nós?
Quais são os motivos que nos levaram a perder o sabor e a deixar de preservar o mundo?
Onde foi que perdemos o papel de atalaias?
Onde a luz se apagou?











Enumero alguns deles:
O SAL NO SALEIRO A LÂMPADA PRIVADA:

DUALISMOS – A CULTURA CRISTÃ
A igreja cristã segundo C.S. Lewis vive um conflito chamado dualismo.
O dualismo é uma crença de que existe um mundo do mal e um mundo do bem, lugares do mal e lugares do bem, no mundo do mal satanás domina, no mundo do bem, Deus domina.
Logo há uma tendência de considerar tudo que é secular como diabólico e tudo o que é gospel, de Deus.
Devido a isso entendemos que só glorificamos a Deus em um culto, que só louvamos a Deus ao ensaiar na igreja, ao pregar, só é obra de Deus quando essa obra acontece no templo.
O dualismo tem levado a igreja a criar um universo a parte, dialetos particulares:
Terra, vaso, manto, há humor cristão, música cristã, hospital cristão, escola cristã, linguagem cristã, atletas de Cristo, criamos um universo a parte e nos privamos ao saleiro. Sal só é relevante fora do saleiro.
Nos tempos de Constantino o cristianismo se tornou senso comum, religião de todos, logo os mais profanos eram cristãos. Até que alguns protestaram e citaram o fato de que o discipulado cristão exigia renúncias e a fim de satisfazer esse anseio acabaram elegendo os monges, esses viveriam em mosteiros, renunciando tudo.
Lutero foi um deles, abriu mão de tudo, menos de si mesmo ao entrar para o mosteiro, mas notou que o que Cristo almejava era uma vida fora do santuário, foi quando então ele rompe com o mosteiro por entender que ele já era parte do próprio mundo, porém adaptado. A saída de Lutero do mosteiro para o mundo deu um novo norte ao cristianismo, agora o discipulado seria entre as carnes que apodrecem, esse mundo que perde sabor, o contato com a matéria seria indispensável.
Hoje estamos no saleiro, na luz privativa, como as lâmpadas de livros. Como as luzes de palco exclusivas sobre os protagonistas.





NARCISISMO – O AMOR PRÓPRIO
“Infelizmente, uma parte desse ensinamento tem permeado a igreja e há cristãos recomendando que devemos não somente amar a Deus e ao próximo, mas também a nós mesmos. No entanto, isso é um erro por três razões. Em primeiro lugar, Jesus falou do “primeiro e grande mandamento” e do “segundo”, mas não mencionou um terceiro. Em segundo lugar, amor próprio é um dos sinais dos últimos tempos (2Tm 3.2). Em terceiro lugar, o significado do amor ágape é o sacrifício próprio em benefício de outros. Sacrificar-se a serviço de si mesmo é, nitidamente, um contrassenso.

John Stott - O discípulo radical”


Hoje há uma dificuldade em ser sal, pois, nos amamos demais, pensamos em como ficará nossa felicidade, pensamos muito sobre o que será de nosso amanhã, a ansiedade, os cuidados, tem feito a igreja amar a si mesma sob a desculpa de que isso é o que Deus quer. O amor próprio me faz pensar, porque deveria me envolver com esse mundo podre? Porque deveria me importar? Onde serei beneficiado nisso?
C.S. Lewis disse:
“Nós não nascemos para a felicidade, nós nascemos para amar.”

Receio que o cristianismo atual esteja a nosso próprio serviço, as luzes poupam brilho para não se desgastar, o sal não quer se envolver para não sumir, pois, para ele é interessante se manter junto, com cor, beleza e mantendo sua aparência, mas Cristo nos chama a sumir.
O amor próprio nos leva a um egoísmo, cada um vive por si e as comunidades que deveriam demonstrar união e amor mútuo vivem cada uma por si.
Que sejamos feridos com o que fere o coração de Deus, de amor sacrificial, que o senso de urgência nos tome nos tempos atuais.

HEDONISMO – A PROCURA DE LAZER E DIVERTIMENTO

Sinto que infelizmente estamos tal como Nero ao queimar Roma, tocamos flauta vendo o mundo se desfazer. Constantemente nos perguntamos : Onde ficará o nosso divertimento ao nos envolver na missão? E meu lazer?
Quando sobrará tempo para sair? Para me divertir?
Não desconsidero que momentos de descontração são benéficos a todos, porém tenho notado que infelizmente a igreja contemporânea caiu em outro extremo, hoje queremos diversão demais, lazer demais.
·         Por 7 anos fui líder dos jovens e me vi muitas vezes pressionado por pais e jovens que me perguntavam a respeito de quando faríamos passeios, quando sairíamos  para um lugar legal e pensando nisso negociei dias de culto para sair, para exibir filmes, reservei dias para pizza, porém o divertimento, entretenimento e diversão tornaram-se um outro extremo, constantemente quando se falava em qualquer tipo de contribuição ou participação em coisas sérias, o vigor estava muito longe de ser o mesmo, pelo contrário.
A igreja da atualidade tem se ocupado sem segurar seus jovens com entretenimento, com divertimento, em nome disso nossas escolas dominicais estão vazias, nos ensaios há desfalques, os cultos inclusive a ceia são trocados por idas ao cinema e somos capazes de mexer em qualquer culto, para não ser privado de um momento como esse.
A necessidade de diversão está tirando o sabor do sal, está privando a luz a ambientes fechados.
C.S. Lewis fala que almejamos não um pai, mas um avô no céu.

COMODISMO – NOS ESTUDOS, NA LEITURA, NA MISSÃO
           
Recentemente estive em um culto em que o pastor celebrou a ceia no recolhimento dos copinhos pediu que cada irmão citasse um versículo a começar dos obreiros, naquela ocasião de 100 membros presentes, apenas 4 conseguiram recitar versículos e riram disso.
Estamos em tempos de Cristãos que cantam bem, mas não sabem encontrar um livro da bíblia, tempos em que leem E.L. James, mas não leem sequer o peregrino que é de fácil compreensão e um clássico da literatura, tempos em que sabem os títulos e traduções das letras dos artistas favoritos, mas não sabem quem são os fundadores da assembleia de Deus. Tempos em que os crentes não estudam, não leem, a nós basta os sermões fracos de sempre, basta que alguém grite, fale uma língua e toda a massa é manipulada.
Cristãos jovens que não tem plano algum de aprender a palavra, que nunca leram a bíblia, sendo engolidos por ateus e pessoas comuns que tem muito mais curiosidade do que o povo cristão.
O comodismo sem dúvidas tem sido um fator que nos leva a ficar presos ao saleiro, nos leva a pensar que as coisas estão boas assim, vivemos numa teologia da manutenção, os crentes são bebês, os pastores pais que os mimam, ou são artistas que se apresentam e seus membros os sustentam.
Precisamos de garra nos tempos atuais para não engolir o senso comum, seremos sal a medida em que não conformarmos como os demais, formos peixes nadando contra as correntezas da vida.




O SAL SEM SABOR – A LÂMPADA QUEIMADA
IMEDIATISMO E MATERIALISMO:
O diabo ofertou a Jesus a transformação de pedras em pães, a fim de lhe proporcionar popularidade, pois, quem assim o fizesse ganharia qualquer pessoa, por interesse, Behaviorismo e teria sobre si todos a humanidade, dado o fato de que há mais pedras do que pães no mundo.
Jesus se negou a fazer com que seu ministério fosse marcado por pães, a ele bastava toda a palavra que sai da boca de Deus.
Receio que fizemos o contrário, hoje temos o evangelho do pão, no lugar do evangelho da palavra. Queremos crescimento imediato por métodos errados, por interesse. Logo vendemos tal como no tempo antigo indulgências modernas, ofertamos para ganhar dinheiro, o dinheiro torna-se um assunto de extrema grandeza em nossas igrejas.
O evangelho do pão promete curas, promete graça barata, promete perdão se arrependimento, o evangelho do pão tem sido um sucesso em muitos lugares, os testemunhos de livramentos, prosperidade financeira, alcance de carros e coisas das mãos de Deus tem sido os de maior celebração entre o povo de Deus. Somos imediatistas e materialistas. Não sabemos esperar, logo o mundo nos vê como uma extensão de si mesmo, porém com um garçom que nos serve ao nosso bel prazer.
O púlpito torna-se um balcão, as bênçãos a mercadoria, os membros fregueses, a igreja o comércio.
Estamos buscando popularidade por meios errados, está na hora de retornar ao anseio de ouvir as palavras de Deus.
Ainda que morramos de fome, preferimos as palavras de Deus.





PLURALISMO – TODOS CAMINHOS LEVAM A DEUS

Em nome da tolerância e com a intenção de ganhar mais pessoas, temos negociado verdades que jamais deveriam ser negociadas. Negamos a supremacia de Cristo, a inerrância das escrituras, estamos deixando nos dizer “todos os caminhos levam a Deus”. Falta paixão por Jesus, ser tomados por um zelo que nos faça demonstra o quão bom Deus é.
Estar prontos a dizer a todos as razões da nossa fé 1° Pedro 3.15.
Falta-nos o sentimento de que Cristo é único:
“Se alguém provasse que o evangelho é uma farsa, eu diria: bendita farsa! Porque ela me deu significado, me deu esperança, me deu a certeza de que há ainda beleza em algum lugar” Ricardo Gondim

 Devemos continuar a afirmar a imparidade e perfeição de Jesus Cristo. Pois ele é singular em sua encarnação (o único Deus homem); singular em sua expiação (somente ele morreu pelos pecados do mundo); e singular em sua ressurreição (somente ele venceu a morte). E sendo que em nenhuma outra pessoa, a não ser em Jesus de Nazaré, Deus se tornou humano (em seu nascimento), carregou os nossos pecados (em sua morte) e triunfou sobre a morte (em sua ressurreição), ele é singularmente competente para salvar os pecadores. Ninguém mais tem suas qualificações. Assim, podemos falar sobre Alexandre, o grande, Charles, o grande, Napoleão, o grande, mas não Jesus, o grande. Ele não é o grande — ele é o Único. Não existe ninguém como ele. Ele não tem rival nem sucessor.

John Stott - O discípulo radical.




NEGAÇÕES PRÁTICAS – ATEÍSMO CRISTÃO   

O termo “Ateu cristão” pode soar estranho, porém constantemente nos deparamos com isso. Falamos de escatologia, falamos de renúncia, falamos de amor ao próximo e temos certamente os discursos mais bonitos da história.
Porém a nossa prática nega as palavras que professamos, perdemos sabor na medida em que as pessoas não conseguem enxergar na prática a fé que professamos ter e isso é preocupante, vivemos como se Deus não existisse, não esperamos sua volta, esperamos que sejamos alegres aqui e agora e em nada nos diferenciamos do mundo. As negações práticas fazem a pessoas crerem em Deus, mas odiarem a igreja, daí o ateísmo aparece como alternativa de uma bondade sem deus. Ou os “Cristãos não praticantes” ganham argumento a medida que a igreja se corrompe e perde cada vez mais.

Mahatma Gandhi Disse uma certa vez:
Eu Creio no Cristo dos Cristãos, mas não no cristianismo dos Cristãos.

Não há como ser eficaz negando na prática a fé que professamos, somos o povo do perdão, das segundas chances, das novas oportunidades, pois, Cristo assim o fez e é por crer em Cristo que demonstramos em nossas vidas como é ser igual a ele. Somos luz, pois, ele assim nos designou.




O SAL MISTURADO – A LUZ SEM FORÇA

·         SINCRETISMOS E EMOCIONALISMOS         
·         ESCÂNDALOS CONTÍNUOS
·         FALTA DE ORAÇÃO

COMO SER RELEVANTE NESSES TEMPOS DIFÍCEIS?

1.    SAIR DO SALEIRO – 1° PD. 2.9 – PV. 11.30
 ORAÇÃO SACERDOTAL
2.    AMAR MAIS O PRÓXIMO
3.    RENÚNCIAR MAIS – SUMIR NA MATÉRIA
4.    CONSCIÊNCIA DA IDENTIDADE
5.    SENSO DE URGÊNCIA
(*) Gideon Ousley foi um pregador pioneiro no Metodismo nascente. Homem simples, trabalhava no campo descascando o milho e lançando a palha fora. Sem a retórica de seus antecessores ele se achava incapaz para ministério. Gideon conta que em uma oração ouviu a voz de Deus que lhe dizia: – “ Pregue o Evangelho” ao que ele respondia: “Não sou capaz” ! O Senhor continuou: – “Gideon, você conhece a enfermidade ?” (sim Senhor) – “Gideon, você conhece o remédio ?”{ (sim Senhor) – “Então vá e fale da enfermidade e do remédio. O resto é palha” http://img.anotacoes.org/img-empregobaixada.gif

6.    VOLTAR AS SAGRADAS ESCRITURAS
7.    VOLTAR A OBEDIÊNCIA SIMPLES
8.    VOLTAR A ORAÇÃO
9.    REPENSAR O NOSSO CULTO
FAZER TUDO PARA A GLÓRIA DE DEUS


Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.
Mateus 5:16