terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Lutando contra a Ansiedade

 

Ansiedade – Mateus 6.25-34

 

A ansiedade é um sentimento comum, todas as pessoas em algum momento da vida passarão por um pico de ansiedade. Ela tende a ser mais comum em dias de atividades ininterruptas, alta demanda, ou grandes expectativas em torno de um acontecimento. Ter picos de ansiedade é algo totalmente natural, porém o que caracteriza o mal da ansiedade e a torna um transtorno é quando se torna um estado natural do ser, quando nos auto definimos ansiosos e excedemos a normalidade, este sentimento pode causar problemas diversos e inclusive caracterizar um “pecado”.

A aceleração do ritmo da vida em nosso tempo contribuiu consideravelmente para o aumento do número de pessoas ansiosas e num estado prolongado de ansiedade.

Muitas vezes a ansiedade é mais facilmente demonstrada com seus sintomas do que com explicações. Logo cabe ressaltar quais são os sintomas que sentimos em picos de ansiedade?

 

- Inquietação

- Insônia

- Desenvolvimento de fugas diversas para atividades atuais

- Expectativas elevadas (na maioria das vezes expectativas ruins)

- Roer unhas

 

São vários os sintomas da ansiedade.

 

A pergunta que nos cabe responder agora é:

A Ansiedade é prejudicial? E a resposta bíblica e cristã é SIM.

 

Nós tratamos a ansiedade como um sentimento romantizado, um desejo de resolver as coisas, objetividade, pietismo e tratamos todas essas coisas com sinônimos não muito claros, mas que remetem sempre a este mesmo mal, a ansiedade.

 

 

 

O que a bíblia diz sobre isso?

1° - A ansiedade geralmente é a iminência do pior – Parábola dos talentos


Mas, chegando também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste;
E, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.
Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei?
Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros.
Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos”. Mateus 25.

 

Quase todas as coisas que nos inquietam hoje jamais acontecerão como estamos imaginando, a ansiedade geralmente é focada em negativismo, em pensamentos de que as coisas não darão certo, ou serão muito mais difíceis do que de fato são.

O homem da parábola pensou inúmeras coisas a cerca de seu senhor, movido por ansiedade deixou de trabalhar e granjear, de modo que enterrou seu talento para preservar o pouco que tinha. A ansiedade tem um potencial considerável de limitar, “travar” e não permitir que desenvolvamos todas as nossas aptidões.

 

2º - A ansiedade nos atrapalha no ministério

Disse mais a sentinela: Vejo o correr do primeiro, que parece ser o correr de Aimaás, filho de Zadoque. Então disse o rei: Este é homem de bem, e virá com boas novas.
Gritou, pois, Aimaás, e disse ao rei: Paz. E inclinou-se ao rei com o rosto em terra, e disse: Bendito seja o SENHOR, que entregou os homens que levantaram a mão contra o rei meu senhor.
Então disse o rei: Vai bem com o jovem, com Absalão? E disse Aimaás: Vi um grande alvoroço, quando Joabe mandou o servo do rei, e a mim teu servo; porém não sei o que era.

2 Samuel 18:27-29

 

Aimaás soube da morte do filho do rei, Absalão estava relativamente protegido sob o pedido de Davi de que não lhe tocassem. Após a morte do príncipe de Israel, alguém precisava levar a notícia ao seu pai, é então que Joabe (capitão dos exércitos) escolhe Cuzi como o portador das más notícias. Ao ouvir isso, na ansiedade de contar logo a Davi, sem levar em conta o teor da mensagem, Aimaás se prontifica, se oferece, quer a todo custo contar, ser o mensageiro, esta ainda não era a ocasião certa para ele.

Mediante muita insistência e sem a devida autorização Aimaás pega um atalho, passa a frente do verdadeiro mensageiro, chega a Davi e finalmente tem seu momento.

Quando Davi lhe pergunta sobre a mensagem, Aimaás chega de forma incompleta, ele informa sobre a guerra, mas não lembra do que ocorreu a Absalão. De certa forma Davi sabia que ia vencer, sua maior preocupação era seu filho, o que mais interessava Davi não vem com Aimaás, é então que o rei lhe coloca de “lado” e espera o mensageiro que não foi ansioso e está pronto para comunicar a notícia.

 

A ansiedade atrapalha consideravelmente a vida, pois, pessoas apressadas demais vivem se retratando, corrigindo, se esquecendo. Falando de ministério, Aimaás chega aonde deseja, mas não chega pronto. Este é um mal muito atual, tomando atalhos, se apressando, se chega onde se quer, mas sem a bagagem necessária.

 

3º - A ansiedade me torna um “mal terreno” para o crescimento da palavra.

E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-na.
Mateus 13:7

E o que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo, e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera;
Mateus 13:22

 

A ansiedade nos rouba a fé, nos rouba a atenção, a concentração, a ansiedade nos impede de viver o desenvolvimento espiritual pela palavra, pois, estamos sempre com a semente entre os espinhos das preocupações da vida.

 

4º - A ansiedade é a raiz de muitos pecados, de modo que estancando a ansiedade evitaremos vários erros:

 

·         A ansiedade por aceitação e inclusão nos leva a más companhias e a tentar agradar quem não deveríamos.

·         A ansiedade por um relacionamento leva a autodepreciação

·         A ansiedade por resultados gera rispidez

·         A ansiedade por dinheiro pode gerar desonestidade

 

 

 

 

5º - A ansiedade sempre me priva dos momentos para me levar a situações fúteis:

E respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária;
Lucas 10:41

                                                  

6º - Paulo nos diz que não deveríamos estar ansiosos em hipótese alguma:
Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças.
Filipenses 4:6

 

 

O texto que foi escolhido como base: Mateus 6.25 a 34 é o sermão de Jesus contra a ansiedade:

 

·         Jesus trata a ansiedade como sinônimo de incredulidade – V 30.

·         Jesus diz que não deveríamos ser ansiosos por pelo menos três vezes

 

1º Ansiosos pela vida, o que comer e beber, o que vestir -  V.25

2º No versículo 31 novamente esses itens

3º Não vos inquieteis pelo amanhã – V 34

 

 

Jesus faz questão de usar a fé como antônimo a ansiedade e nos incentiva a lutar contra essa incredulidade com promessas:

 

1º Se Deus cuida do corpo e da vida ele nos dará alimento e roupa:

Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?
Mateus 6:25

 

O que é mais difícil, criar e sustentar um corpo tão complexo como o nosso? Ou nos dar o recurso para comer e se vestir? Se Deus cuida do corpo e da vida, ele nos dará o que precisamos, esta é a primeira promessa.

 

2º Se Deus cuida de pássaros ele também cuidará de nós – V.26

Consideremos o valor dos pássaros, não é possível que nós nos consideremos inferiores a eles. Eles não se preocupam com nada, ainda assim Deus os alimenta. A pergunta de Jesus é: “Você acha que vale menos que um pássaro? Então qual a razão de tantas preocupações?

 

3º - A ansiedade não nos ajuda em nada – V.27

Você vive mais por ser ansioso?  Jesus está demonstrando o controle da vida, a vida vai até onde ele quer que vá. Os ansiosos com todos seus cuidados não adicionam um côvado a vida (Côvado é a medida do cotovelo a ponta do dedo médio).

 

4º - Se Deus cuida dos lírios do campo ele cuidará de nós – 28-30

O lírio existe um dia e no outro não, se Deus os veste bem assim, não vestirá a nós? A pergunta de Jesus é “Você vale menos que uma flor?”

 

5º - Jesus sabe o que você precisa – 31-32

A paz é uma característica que deveria nos diferenciar totalmente do mundo, as coisas banais com as quais nos preocupamos são sempre um mau testemunho.

São os gentios que vivem preocupados, os filhos de Deus devem repousar em seu cuidado.

 

6º - Ao confiar e priorizar ao Senhor, ele dará o que de fato precisamos – Mateus 6.33

Ler também Romanos 8.32

 

7º - Não devemos nos preocupar com o amanhã – 6.34

A promessa implícita é, o amanhã está nas mãos de Deus.

 

Conselhos finais:

Tomemos o exemplo de Paulo em Fp. 4.6

Não devemos estar ansiosos por nada

Paulo propôs três métodos para nos acalmar:

·         Oração

·         Súplicas (orações intensas e até de desabafo)

·         Ações de graça (Uma vida de agradecimento inclusive antecipadamente)

·         Ao cumprir isso viveremos a paz que excede todo o entendimento – Fp 4.7

·         Devemos em dias de ansiedade pensar em coisas – Fp 4.8

 

Em crises de ansiedade devemos questionar a própria alma, qual a razão de tamanho desespero? Salmo 42 (Porque estás abatida oh Minh ‘alma?)

 

Um dos textos mais significativos que li sobre ansiedade é do escritor John Piper no livro Graça futura:


“Deveríamos seguir o padrão de Jesus e Paulo. Deveríamos lutar contra a incredulidade da ansiedade com as promessas da graça futura. Quando estou ansioso sobre alguma nova aventura ou encontro arriscado, luto com uma das minhas promessas mais frequentemente usadas: Isaías 41:10. O dia que parti para Alemanha, para ficar três anos ali, meu pai me ligou de uma longa distância e me deu essa promessa ao telefone. Por três anos eu devo ter citado para mim mesmo umas quinhentas vezes em meio a períodos de tremendo estresse. "Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel" (Isaías 41:10). Quando o motor da minha mente está no neutro, o zunido do sistema de marchas é o som de Isaías 41:10.

 

Quando estou ansioso sobre meu ministério ser inútil e vazio, eu luto contra a incredulidade com a promessa de Isaías 55:11: "Assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei."

 

Quando estou ansioso sobre ser muito fraco para realizar o meu trabalho, eu luto contra a incredulidade com a promessa de Cristo: "A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza" (2 Coríntios 12:9).

 

Quando estou ansioso sobre decisões que preciso tomar sobre o futuro, eu luto contra a incredulidade com a promessa: "Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho" (Salmos 32:8).

 

Quando estou ansioso sobre encarar oponentes, eu luto contra a incredulidade com a promessa: "Se Deus é por nós, quem será contra nós?" (Romanos 8:31).

 

Quando estou ansioso sobre o bem-estar daqueles a quem amo, eu luto contra a incredulidade com a promessa que se eu, sendo mau, sei como dar coisas boas para os meus filhos, "quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem?" (Mateus 7:11). E luto para manter meu equilíbrio espiritual com a lembrança que ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos por amor a Cristo "que não receba, já no presente, o cêntuplo de casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições; e, no mundo por vir, a vida eterna" (Marcos 10:29-30).

 

Quando estou ansioso sobre ficar doente, eu luto contra a incredulidade com a promessa: "Muitas são as aflições do justo, mas o SENHOR de todas o livra" (Salmos 34:19). E tomo a promessa com temor: "A tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado" (Romanos 5:3-5).

 

Quando estou ansioso sobre estar ficando velho, eu luto contra a incredulidade com a promessa: "Até à vossa velhice, eu serei o mesmo e, ainda até às cãs, eu vos carregarei; já o tenho feito; levar-vos-ei, pois, carregar-vos-ei e vos salvarei" (Isaías 46:4).1

 

Quando estou ansioso sobre morrer, eu luto contra a incredulidade com a promessa que "nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor. Foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressurgiu: para ser Senhor tanto de mortos como de vivos" (Romanos 14:7-9).

 

Quando estou ansioso sobre a possibilidade de naufragar na fé e me afastar de Deus, eu luto contra a incredulidade com as promessas: "aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus" (Filipenses 1:6); e "também pode salvar totalmente os que por ele [Cristo] se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles" (Hebreus 7:25).

 

Essa é a forma de vida que ainda estou aprendendo à medida que me aproximo dos meus cinquenta anos. Estou escrevendo este livro na esperança, e com a oração, que você se unirá a mim. Lutemos, não contra outras pessoas, mas contra nossa própria incredulidade. Ela é a raiz da ansiedade, a qual, por sua vez, é a raiz de muitos outros pecados. Assim, liguemos nossos para-brisas, o jato de água e mantenhamos nossos olhos fixos nas mui grandes e preciosas promessas de Deus. Tome a Bíblia, peça auxílio ao Espírito Santo, guarde as promessas em seu coração, e lute o bom combate – viver pela fé na graça futura.”

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

A casa sobre a rocha – Sermão entregue a Ad Brás Santo Eduardo - Ceia de Janeiro

 

A casa sobre a rocha – Fundamentos da vida Cristã

 

Toda palavra muito mencionada se desgasta, tende a ser menos valorizada, banalizada, etc.

Esta parábola é uma das mais conhecidas, citadas e talvez uma das mais negligenciadas em seu conteúdo e contexto externo. Todos conhecem a parábola das duas casas, mas poucos sabem o que de fato ela significa e as razões por trás das falas de Jesus.

A pergunta que devemos levantar é, o que de fato Jesus quis dizer? O que ele almejava ao falar sobre duas casas?

Observações iniciais

O presente sermão encontra-se no final das palavras da sequência do sermão do monte e da planície – Mateus 5 a 7 e Lucas 6.

Trata-se então de uma palavra de fixação de tudo que foi dito por Jesus, Jesus desejava que as pessoas guardassem algo de tudo que ele disse, isso estava no final desta parábola, era o apelo de Jesus.

 

O sermão do monte tem pelo menos 4 partes principais:

1º - As bem aventuranças – V.3 a 12

2º - Más aventuranças com relação as palavras de Jesus – O sal pisado v 13, o menor no reino v.19.

3° - Reinterpretações da lei – Homicídios, adultérios, Divórcio, Juramento, Olho por olho, amor aos inimigos.

4º - Conselhos práticos para convivência e devoção.

 

Para finalizar Jesus propôs três parábolas que dizem sobre os tempos da vida Cristã: Começo, meio e fim.


Com relação as palavras de Jesus há um começo – Tomamos o caminho largo ou o estreito – MT. 7.13 e 14

O meio diz respeito a qualidade de frutos – v.16 a 20.

O fim fala sobre 2 casas com fundamentos diferentes – A presente parábola

 

Tendo dito todas as palavras que Jesus disse, as pessoas estavam espantadas com tamanha sabedoria e autoridade para ensinar: Discípulos, multidões, estrangeiros, enfermos.

Todos admitiam que Jesus era um grande mestre, um Rabi, eles optaram por reconhece-lo como um mestre para si, ouviriam e interpretariam seus ensinos. Jesus angariou após si inúmeros discípulos (Talmidim).

 

Jesus percebe que todos estão maravilhados com seu ensino, propõe que eles tomem o caminho estreito, sejam a árvore que produz bons frutos, mas agora virá a parte final da mensagem.

 

Lucas 6.46 – Por que me chamais Senhor, Senhor e não fazeis o que eu mando?

Todos já haviam entendido Jesus, estavam maravilhados com Jesus, estavam dizendo entre si que estavam satisfeitos, mas Jesus introduz a confrontação.

Para Jesus não basta que as pessoas escolham que partes do evangelho seguir, que partes devo levar a sério, para Jesus só se aceita a devoção completa.

Bonhoeffer – Há muitas possibilidades para entender o sermão do monte, porém Jesus só conhece seguir e obedecer.

No que diz respeito a mandamentos, Jesus não pesa intenções, compreensões claras, a ele só importa o obedecer. Para Jesus não há conflito ético, não há relativização.

Adriano, um antigo amigo dizia: “Na escola todos vamos para aprender o ABCD, ao seguir JESUS aprendemos que só importa OBDC”.


Tiago também fala sobre dois modos de lidar com a palavra: Ouvir e praticar;

“E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.
Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural;
Porque se contempla a si mesmo, e vai-se, e logo se esquece de como era.
Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito.
Tiago 1:22-25

 

 

 

 

As parábolas de Jesus são repletas de paralelismos:

·         Jeitos certos e errados

·         De Dar esmolas

·         Jejuar e orar

·         Tesouro desejável e indesejado

·         Olhos bons e maus

·         Deus e dinheiro

·         Ansiedade e busca pelo reino

·         Porta larga e estreita

·         Árvore boa e má

 

Jesus agora quer demonstrar um exemplo prático de ouvir e praticar, pois, este é seu objetivo: Obediência – V.47

 

As duas casas – V. 48 e 49

 

Explanação sobre construções ontem e hoje

 

Construções nos tempos

Hoje

Na época

Múltiplos materiais

Recursos escassos

Entrega agendada

Tudo dependia de inúmeros fatores variáveis

Estruturas de ferro

Estruturas de madeira

Pedras sob medida

Pedras brutas

 

Particularidades daquele tempo:


1º - Todo solo Israelita era coberto de areia e se tornava muito dura – ao ponto de terem alusões ao solo como “bronze” Lev. 26.19

2º - As construções eram feitas no verão, por gerar um tempo propício, sem chuvas, sem um inverno rigoroso.

3º - O Barro aparentava ser uma ótima massa e fundamento, pois, devido a seca era duro demais.

4º - Todo solo tinha rocha abaixo, mas dava muito trabalho escavar. A maioria considerando o trabalho, o sol, a comodidade, faziam casas sobre a argila.

5º - A chuva muitas vezes amaciava e tornava o solo uma verdadeira lama, de modo que a casa se abalava.

 

Bailey diz que o ideal era escavar até três metros abaixo do solo, até encontrar a rocha.

Essa figura de edificação sobre rocha é antiga, Jesus estava dando uma extensão a uma profecia de Isaías – 28.14 a 18.

Fundamentos

Israel antigo

Futuro

Aliança com o Egito

Aliança com Deus

Refúgios na mentira

Uma pedra aprovada preciosa e de esquina

Falsa segurança

Quem nela crer não será confundido

 

Possibilidades

As pessoas no decorrer da história se perguntaram, quem é esta pedra?

Alguns pensavam que era a pedra no santo dos santos, outros pensavam na comunidade de Qumram

 

Jesus ressignifica o entendimento deles:

Ele e suas palavras são a pedra onde devemos cavar nossos alicerces:

1º - Essa pedra foi rejeitada por muitos, mas é o nosso fundamento de esquina – Sl. 118.22

2º - Jesus é a Pedra angular – At.4.11

3º - Ele é a pedra que derruba gigantes – 1º Sm 17.49

4º - A pedra que derruba impérios – Dn.2.34-35

5º - A pedra que mata a sede – Nm. 20.11

6º - Ele é a padra de descanso – Jacó

7º - Fundamento da igreja – Mateus 16.18

8º - Nós estamos edificados nele como pedras vivas – 1º Pe. 2.4-5

 

Na parábola há duas casas – Uma de pé e outra cai. O Segredo está nos alicerces:

 

Lições práticas

 

1º - Toda casa é igual até o dia da tempestade – Lidório Caráter e reações

O sol que endurece o barro amolece a cera – Spurgeon

 

2º - Há uma infinidade de solos argilosos para sustentar a vida – Keller Deuses falsos

3º - O caminho da vida com fundamentos rasos sempre será mais cômodo, porém arriscado.

4º - A tempestade virá sobre todas as casas.

5º - Nós precisamos de fundamentos profundos (Vida secreta com Deus)

6º - Fé Cristã é mais resistir do que conquistar – Fp 4

7º - As palavras de Jesus são o fundamento mais seguro do mundo – Exemplo de Pedro sobre as águas.

8º - Deus deseja nos dar segurança em dias difíceis – Salmo 40, 46, Hb 6.18 e 19 – Âncora da alma.


O sofrimento é o momento em que os homens mais honram ou desonram a Deus.

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Moisés - Uma vida de intimidade com Deus parte 1

E nunca mais se levantou em Israel profeta algum como Moisés, a quem o Senhor conhecera face a face;
Nem semelhante em todos os sinais e maravilhas, que o Senhor o enviou para fazer na terra do Egito, a Faraó, e a todos os seus servos, e a toda a sua terra.
E em toda a mão forte, e em todo o grande espanto, que praticou Moisés aos olhos de todo o Israel.

Deuteronômio 34:10-12

 

As lápides dos caixões das pessoas, vez por outra dizem um pouco sobre quem essas pessoas foram. As vezes tratam de parte das obras das pessoas, como por exemplo um Sr. Chamado Mel Blanc, que ao morrer carregou sob sua lápide a frase que tantas vezes dublou:

“Isso é tudo pessoal”

Michael Jackson carregou em sua lápide – “O rei do Pop”

Quando A.W. Tozer morreu, o homenagearam com o título “homem de Deus”

 

As lápides podem ser cômicas, podem ser aleatórias, mas algumas vezes podem ter significados profundos, os epitáfios se constituem para alguns um resumo de uma vida.

 

No epitáfio de Moisés há a seguinte fala:

“Nunca mais se levantou alguém como Moisés, a quem o Senhor conheceu face a face”.

 

Refletimos muito sobre oração e sua necessidade, porém o presente sermão deseja falar sobre um benefício específico da oração, a saber a intimidade com Deus.

Moisés tem a vida diferenciada, o que de fato marca sua vida não é seu potencial de influenciar gerações, de ser um príncipe do Egito, o que tornou Moisés diferenciado foi sua intimidade com Deus.

A intimidade com Deus de fato faz toda a diferença, todas as lideranças em nosso tempo têm sobre si uma infinidade de recursos disponíveis para que tenham êxito em seu ministério. Moisés não era dotado de nada disso, seu único recurso era sua intimidade com Deus e esta o promoveu, diferenciou, o fez viver o que todos os faraós e césares não viveram.

 

Como essa relação de intimidade com Deus começou?

Na vida de Moisés, foi relativamente tarde. Aos 40 anos especificamente, Moisés apascentava as ovelhas de seu sogro, quando há uma intervenção divina na sua vida comum:

 

1° - Deus já nos conhece e deseja que o conheçamos também

 

“E vendo o Senhor que se virava para ver, bradou Deus a ele do meio da sarça, e disse: Moisés, Moisés. Respondeu ele: Eis-me aqui.
Êxodo 3:4

 

Deus o chama pelo nome no meio do deserto, diante de uma sarça que ardia sem se consumir, Moisés admira o fato de que essa voz o conheça por nome sem que haja alguém lá.

O que espanta Moisés além do fato da árvore arder sem se consumir, é o fato de que não havendo ninguém lá, uma voz sai do meio do fogo e o chama. É a voz de Deus, não bastasse todas essas coisas, essa voz o chama pelo seu nome.

Moisés é vocacionado e o sentido de vocação é exatamente esse, ser encorajado a partir de uma voz. Deus o chama e ordena que ele há até o Egito e retire os Israelitas de lá.

 

Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?
E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós.
Êxodo 3:13,14

 

Moisés dá um passo além, se Deus lhe solicita o nome, Moisés também deseja saber quem Deus é, até então todas as pessoas se referiam a Deus como uma voz, uma presença, o meu Deus, o Deus de meus pais.

Mas Moisés vai além, ele pede a Deus sua identidade, qual era de fato o seu nome, é então de Deus diz:


Meu nome é “EU”

E sobrenome “sou”

 

Talvez Moisés perguntaria, mas o SENHOR é o que?

 

El Roi – O Deus que vê

El Shaddai – O Deus todo poderoso

Jeová Jireh – O Deus que provê

Jeová Nissi – O Senhor é minha bandeira

Jeová Shalom – O Deus de paz

Jeová Sabbaoth – O Senhor dos exércitos

Jeová  Raah – O senhor é meu pastor

Jeová Tsidkenu – O Senhor é a nossa justiça

Jeová Rafá – O Senhor que sara

Deus revelou seu nome a Moisés e com isso Moisés excedeu um nível de intimidade nunca antes tentado por outros homens.

 

2° A intimidade com Deus dá condições

Moisés mesmo vocacionado tenta fugir, é então que Deus dá uma sequência de incentivos a Moisés:

1° Os dois sinais – Do cajado e da mão leprosa

2° O “dono da Boca”

3° Ex 4.12-16

Vai, pois, agora, e eu serei com a tua boca e te ensinarei o que hás de falar.
Ele, porém, disse: Ah, meu Senhor! Envia pela mão daquele a quem tu hás de enviar.
Então se acendeu a ira do Senhor contra Moisés, e disse: Não é Arão, o levita, teu irmão? Eu sei que ele falará muito bem; e eis que ele também sai ao teu encontro; e, vendo-te, se alegrará em seu coração.
E tu lhe falarás, e porás as palavras na sua boca; e eu serei com a tua boca, e com a dele, ensinando-vos o que haveis de fazer.
E ele falará por ti ao povo; e acontecerá que ele te será por boca, e tu lhe serás por Deus.
Êxodo 4:12-16

Em 7.1 Deus reafirma isso, Moisés agora seria por Deus a Faraó e Arão o profeta.

 

Moisés tenta se desviar pelo fato de não saber se expressar, em seguida ele diz ao Senhor que ele era a segunda opção, Moisés propõe sair de cena para que o titular assumisse a missão, na sua mente está Arão, pois, Arão era Levita em exercício.
Deus discerne sua mente e o transforma em um porta-voz, Arão seria por boca de Moisés, Moisés seria “Deus” para Arão.

A ideia é de representatividade, Arão representa Moisés, mas Moisés representa Deus.

Há uma profunda diferença entre eles.

Ainda hoje existem pessoas que se contentam em ser boca de alguém, representante de um outro homem, mas há aqueles que recebem de Deus o privilégio de serem seus porta-vozes.

Estes vivem uma experiência de não terem intermediários, seu contato é com Deus.

Deus está nos chamando para deixar de ouvi-lo apenas por terceiros, ele deseja falar conosco na intimidade.

 

3° A intimidade tem custos

E aconteceu no caminho, numa estalagem, que o Senhor o encontrou, e o quis matar.
Êxodo 4:24

 

Aos que desejam ser íntimos de Deus, ele põe cargas superiores aos que não pensam em ser. De algum modo Deus espera mais de quem deseja mais dele, pois, a quem mais é dado mais é cobrado. Lucas 12.48

Moisés quase é morto por Deus, em virtude de não ter observado a circuncisão do seu filho, Deus exige mais de quem quer mais dele.

Esta é a razão de muitos de nós as vezes sentirmos que somos “mais cobrados” isso é porque Deus deseja nos dar mais, mas é necessário uma medida maior de pesos, de provações, de rigor, se outra pessoa fizesse isso não teria o mesmo risco que Moisés correu, mas somos chamados a andar como é “digno da nossa vocação”

 “Portanto, eu, prisioneiro no Senhor, suplico-vos que andeis de modo digno para com o chamado que recebestes” – Efésios 4.1

Deus nos chama para a intimidade com ele, mas essa intimidade tem custos diversos que devemos estar dispostos a arcar.

4° -  As vezes nossa intimidade com Deus é explorada por pessoas que não querem buscar

Ex. 8.8-15

Na praga das Rãs os magos conseguiram imitar o sinal, porém havia um problema entre os Egípcios, sobre eles estavam as pragas envidas pelos seus mágicos e pelo próprio Deus.

Faraó considerando a calamidade pública, roga a Moisés que ore a Deus para que as rãs vão embora, porém Moisés ousadamente pergunta a que horas deseja que as rãs sejam removidas.

Faraó pede que seja no dia seguinte, visando uma desculpa de que elas saíram por si mesmas, de forma natural.

Quando Moisés ora, as rãs morrem e o mal cheiro toma conta do Egito.

Terminado todo este processo e sem a pressão social e pessoal, Faraó endureceu novamente o coração.

Vendo, pois, Faraó que havia descanso, endureceu o seu coração, e não os ouviu, como o Senhor tinha dito.
Êxodo 8:15

 

Há pessoas que usam da intimidade de outros para ter os benefícios de suas orações, são muitos os que não oram, não tem compromisso com Deus, mas rogam orações, consultam profetas, vão a campanhas, apenas para que tendo recebido seu alívio, saiam imediatamente dessa posição de necessidade. Os faraós ainda vivem, são pessoas que exploram a comunhão e intimidade dos outros.

 

5° - A intimidade nos diferencia nas orações

E disseram a Moisés: Não havia sepulcros no Egito, para nos tirar de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos fizeste isto, fazendo-nos sair do Egito?
Não é esta a palavra que te falamos no Egito, dizendo: Deixa-nos, que sirvamos aos egípcios? Pois que melhor nos fora servir aos egípcios, do que morrermos no deserto.

Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje vistes, nunca mais os tornareis a ver.
O Senhor pelejará por vós, e vós vos calareis.

Então disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem.
Êxodo 14:11-15

 

Estão todos gritando, desesperados, sem muitas alternativas a não ser lutar e sabiam que seria um suicídio, clamam a Deus sem resposta, brigam com Moisés e não entendem os planos de Deus.

A confusão é generalizada, até que Moisés ergue a voz, uma oração de Moisés parou a Deus, fez com que ele perguntasse: Por que clamas a mim?

Todas as orações provavelmente foram ouvidas, mas Deus só respondeu a Moisés de imediato, porque Moisés era íntimo.

Estão todos preocupados, mas Moisés demonstra uma calma de quem sabe o que Deus vai fazer, sabe que Deus vai responder, essa convicção que ele já demonstrou na oração para retirar as rãs, essa mesma convicção de agora, é de alguém que descobriu em oração quem Deus é, o que Deus faz e como ele age:

 

Fez conhecidos os seus caminhos a Moisés, e os seus feitos aos filhos de Israel.
Salmos 103:7

 

Todo o povo via os feitos, apenas Moisés sabia os caminhos.

 

6° - A intimidade com Deus tira nossas posses e ele se apropria.

 

O povo encontrava-se com extrema sede e Deus deu uma direção a Moisés, após toda a pressão que ele enfrentou:

Então disse o Senhor a Moisés: Passa diante do povo, e toma contigo alguns dos anciãos de Israel; e toma na tua mão a tua vara, com que feriste o rio, e vai.
Êxodo 17:5

Até este momento a vara pertencia a Moisés, foi com ela que ele teve o primeiro sinal no deserto, com ela que ele fez sinais diante dos Egípcios, agora com ela ele iria extrair a água da rocha.

Moisés assim o faz, toca na rocha e a água sai.

Posteriormente ele dá uma nova ordem por conta da peleja contra os Amalequitas.

Por isso disse Moisés a Josué: Escolhe-nos homens, e sai, peleja contra Amaleque; amanhã eu estarei sobre o cume do outeiro, e a vara de Deus estará na minha mão.
Êxodo 17:9

 

A vara muda de titularidade, ela era de Moisés até tocar a rocha, tendo tocado na rocha ela estava consagrada a Deus daqui em diante.

Tudo que tem contato com a Rocha passa a ser dela, Deus estava dizendo a Moisés que neste sentido era possessivo, o que o tocou passa a pertence-lo, o mesmo seria com nossos talentos, aptidões, etc. Tudo quanto na intimidade com Deus toca a rocha, já não é mais nosso, mas sim dele.

 

7° - A intimidade causa respeito

E disse o Senhor a Moisés: Eis que eu virei a ti numa nuvem espessa, para que o povo ouça, falando eu contigo, e para que também te creiam eternamente. Porque Moisés tinha anunciado as palavras do seu povo ao Senhor.
Êxodo 19:9

 

Deus desejava tanto que Moisés desse certo, que ele fez questão de falar de forma visível, demonstrando claramente o seu apoio a Moisés.

Aos íntimos Deus dá confirmações públicas de sua aprovação.

E Moisés levou o povo fora do arraial ao encontro de Deus; e puseram-se ao pé do monte.
E todo o monte Sinai fumegava, porque o Senhor descera sobre ele em fogo; e a sua fumaça subiu como fumaça de uma fornalha, e todo o monte tremia grandemente.
E o sonido da buzina ia crescendo cada vez mais; Moisés falava, e Deus lhe respondia em voz alta.
E, descendo o Senhor sobre o monte Sinai, sobre o cume do monte, chamou o Senhor a Moisés ao cume do monte; e Moisés subiu.
Êxodo 19:17-20

 

8° -Deus estabelece níveis de intimidade:

Depois disse a Moisés: Sobe ao SENHOR, tu e Arão, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel; e adorai de longe.
E só Moisés se chegará ao Senhor; mas eles não se cheguem, nem o povo suba com ele.
Êxodo 24:1,2

 

Mesmo Jesus tinha filtros:
Multidão

Discípulos

Os 70

Os 12

Os três mais íntimos

E João que deitava o peito sobre Jesus.

O Senhor permitiu certa aproximação de alguns, mas o chegar-se ao Senhor era privilégio de Moisés.

Ainda hoje Deus nos chama para sermos íntimos dele.

E, subindo Moisés ao monte, a nuvem cobriu o monte.
E a glória do Senhor repousou sobre o monte Sinai, e a nuvem o cobriu por seis dias; e ao sétimo dia chamou a Moisés do meio da nuvem.
E o parecer da glória do Senhor era como um fogo consumidor no cume do monte, aos olhos dos filhos de Israel.
E Moisés entrou no meio da nuvem, depois que subiu ao monte; e Moisés esteve

Êxodo 24:15-18

 

Considere o privilégio de carregar algo escrito pelo de dedo de Deus:

E deu a Moisés (quando acabou de falar com ele no monte Sinai) as duas tábuas do testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus.

Êxodo 31:18