terça-feira, 13 de novembro de 2018

O Dia que Deus sentiu saudades - Sermão entregue a Ad Brás Jd Guarujá 2 na ceia de novembro


“Lembro-me de ti, da piedade da tua mocidade, e do amor do teu noivado, quando me seguias no deserto, numa terra que não se semeava.”
Jeremias 2:2


O Deus verdadeiro sente saudades
Um dos sentimentos mais negativos que podemos ter é o de se dar conta que temos um amor não correspondido, de que você dá muito mais atenção a alguém do que recebe, de se dar conta que no fundo tudo parte de você e se não houver suas iniciativas o relacionamento acaba. A reciprocidade é sem dúvidas um sentimento que devemos praticar e que esperamos receber em nossas boas atitudes, dedicações, falas, enfim, é um sentimento necessário em nome da boa convivência com alguém.
Também é péssima a sensação de não ter correspondido a alguém e se dar conta que deveria ter feito, de quem em algum momento você falhou com alguém que lhe é especial, peculiar, sentir que em algum momento causou tristeza em uma pessoa que você não deveria ter feito.
É triste o fato de que as vezes fazemos chorar quem amamos, geramos tristeza em quem deveríamos fazer sorrir, abraçar, ou mesmo entre amigos que nunca falharam conosco, vez por outra me vejo com a péssima sensação de que deveria ter correspondido de modo mais afetuoso a pessoas que me veem como amigo e sinto que não as considero como deveria, talvez todos já fizemos isso em algum momento da vida.
Ao ser cobrado por algo assim nossa preocupação é de reverter esse sentimento de insatisfação, não equivalência de sentimento, tentamos reparar o mau causado, nos preocupamos em ver novamente a pessoa que a muito nos espera, nos lamentamos por isso, toda pessoa normal de alguém modo se incomoda com essas duas posições, a de ter amor não correspondido e a de não ser recíproco com alguém quando deveria.
O resumo até aqui é que todos em algum momento cobrarão ou serão cobrados pelo modo como levam suas relações de amizade, amorosas, familiares, empresariais e inclusive nos compromissos eclesiásticos.
Um dia Deus chamou o seu povo para falar de seu relacionamento, de como seu povo vinha lhe tratando, talvez sem se dar conta, Deus de algum modo abriu o coração no sentido antropomórfico e se deixou fragilizar para mostrar o que de fato sentia com as atitudes de seu povo.
Deus chamou Israel para discutir as relações, para lhe falar como seu coração estava quebrado, triste e abalado por ver seu povo agindo assim.

A passionalidade de Deus

Em tempos antigos, considerava que Deus estava de algum modo extremamente independente de nós, isso com certa razão, pois, a bíblia define Deus em termos de o Deus altíssimo, aquele que está num alto e sublime trono, o Deus que tem conhecimentos profundos e ricos.
Quando se dizia que Deus sentia falta de alguém, que Deus estava triste, abalado, que Deus estava chorando, eu não conseguia conceber essas ideias, de forma que constantemente contestava essas falas.
Porém ainda que pareça pouco simpático para nós, o Deus altíssimo é extremamente passional, de algum modo que não consigo definir é sensível, se entristece, se abala e até chora.

Por duas vezes Jesus chorou, uma diante de Lázaro - João 11.35
e outra vendo Israel - Lucas 19.42
 Ao falar de Israel Deus diz que se lhe movimentavam as entranhas – Jr 31.20
Deus em alguns momentos demonstra certo sentimento de impossibilidade de deixar Israel, como quem depende de seu povo para amar – Oséias 11.8
Em alguns momentos Deus demonstra certa frustração por não ser correspondido em seu amor por seu povo – Mateus 23.37

Esse sentimento se expressa em Oséias, por ter visto a situação que o povo vivia, Deus vocaciona o profeta, manda-o tomar por esposa a Gômer, entender sua prostituição, ainda que desnecessária, aceitar os filhos nascidos em sua lascívia, pois, este era o sentimento de Deus e em cada filho Deus demonstra seu sentimento com relação ao seu povo.
Deus se sente traído e tendo de assumir os frutos destas traições, Deus se sente cativo por amor e ofendido.

Nos tempos de Jeremias o sentimento era o mesmo, Jeremias era a última tentativa de Deus para resgatar Israel, ele era a cartada final, a prova cabal a favor de Deus para futura aplicação de juízo.
Ao olharem para trás e se perguntarem sobre as razões de estarem como estavam, olhariam para Jeremias e então chegaria a dura conclusão de que Deus tentou até o fim.
O clamor de Deus por meio de Jeremias

Deus não deseja aplicar o castigo, num clamor emocionado, segundo as palavras de Hernandes Dias Lopes, ele tenta chamar o seu povo de volta para si. Como quem discute sua relação de esposo, Deus chama Israel que é sua esposa para falar sobre o que está de fato sentindo e o capítulo dois é a consumação do sentimento de Deus sobre a sua amada esposa, na prática ainda somos a esposa de Deus, portanto o sentimento de Deus ontem ainda se aplica a nós hoje, ouçamos então o que Deus tem a nos dizer sobre sua relação conosco.

Lembro-me de ti

A princípio Deus fala sobre uma lembrança de outros tempos, as meras lembranças de modo algum são um sentimento negativo, é possível ter boas lembranças e sorrir com elas, lembrar saudoso de momentos de alegria e ser motivado no presente.
Porém o que Deus sente não são nostalgias provocadas por boas lembranças, mas um outro sentimento negativo, Deus sente saudades, Deus sente falta, Deus sofre por um passado bom que ficou no passado e a realidade do presente lhe é extremamente dolorosa, triste e inquietante.

Quais são as lembranças de Deus? O que lhe causa saudades?

1° Deus tem saudades da nossa devoção (afeição). V.2
De algum modo Deus sentia saudades de ver seu povo junto dele, Deus sentia saudades de ouvir seu povo lhe clamando, sente saudades de suas canções, sente saudades dos seus sacrifícios, da dedicação exclusiva que o povo até então tinha por ele.
Deus está abalado por perceber que os anos se passaram e a devoção se esvaiu com eles, que talvez o muito conhecimento, as muitas ocupações, a própria rotina lhe levou a perder a dimensão do amor de Deus para uma mera rotina.
Os brilhos nos olhos dos nossos membros se vão, mas Deus lembra, Deus lembra da empolgação ao falar de suas coisas, Deus lembra do quanto éramos interessados em saber sua vontade, do quanto era importante para nós ter um tempo para Deus, de que mesmo sem saber muito, sem técnica, sem erudição falávamos de seu amor e nos encantávamos com suas grandezas.
Acostumamo-nos mas não deveríamos, os anos são um fator negativo para a relação, o relacionamento de Judá com Deus se desgastara, de modo que passaram a considerar por padrão ser amado como era sem necessariamente corresponder e Deus por natureza bom e paciente, deixou as coisas acontecerem e de algum modo pelo muito cuidado tentara fazer seu povo voltar ao amor do início, mas sendo uma esposa extremamente ingrata Judá e a igreja recebem a atenção de Deus sem se dar conta do valor disso, sem ter o sentimento de reciprocidade e Deus com o passar dos anos sofre por amor ao seu povo.
Deus se lembra exatamente dos tempos bons de comunhão, do quanto o amávamos, de quantas vezes choramos debruçados sobre a palavra, do quanto essa palavra foi decisiva nos momentos diversos da vida.
Deus se lembra da nossa afeição, o brilho nos olhos, a alegria do Salmo 122, o entusiasmo no caminho e a ansiedade por ler a palavra, ouvir a palavra, dos lenços e travesseiros molhados em oração.
Deus lembra dos tempos dedicados a obra sem ver as horas passando e sente saudades dessa afeição, dessa alegria, dessa empolgação, desse encantamento.

2° Deus tem saudades do nosso amor – V.2
Num sentimento que se assemelha ao da última carta aos Efésios ditada por Cristo e escrita por João, Deus expressa um sentimento de saudades do amor de noiva.
Da ansiedade por ver a Deus, do desejo ardente em vê-lo, senti-lo, abraça-lo, mas numa velocidade que é inexplicável esse amor se vai.
É com profundo pesar que ao pensar nessas palavras carrego comigo o peso do coração de Deus que dói, por ver que num espaço de menos de um ano há pessoas que perdem o primeiro amor, que envolvem-se em atividades e relacionamentos que o afastam de Deus. Como é triste ao profeta ver que num espaço curto de tempo ele vê gerações nascendo, pessoas conhecendo a Deus, se entusiasmando e rapidamente perdendo o amor.
Como pastor e obreiro no decorrer da vida temos que conviver com a constante inquietação de ver pessoas nascendo em Cristo, começando a caminhada, demonstrando o primeiro amor, mas num curto espaço de tempo vemos o amor se esfriar, o brilho nos olhos passar, a empolgação ao falar das coisas de Deus ir embora, o sentimento e o desejo de fazer e ser alguém de quem Deus se agrada se vai junto a muitos outros sonhos e as campinas ao lado passam a parecer mais verdes do que o pasto onde se está, o cuidado de Deus passa a ser menos atrativo do que coisas nos chamam a deixa-lo.
O amor de noiva é a dimensão de amor que Deus deseja aos seus, o amor que conta as horas para rever, o amor que deseja agradar, o amor que evita aborrecer, o amor que arde no peito tirando o sono, o amor que nos leva a encarar horas com o amado tendo pensado estar alguns poucos minutos.

  Deus tem saudades da confiança que tínhamos nele V.2-3

O Senhor deseja lembrar dos tempos que Israel lhe seguia no deserto. Os desertos são terras sem estradas, não se sabe para onde está indo, apenas se vê areia, logo confiamos em alguém que nos guie nesse caminho desconhecido, nos conduza por trilhas ainda não seguidas antes, alguém que nos leve no caminho do não explorado.
Deus toma Israel nessa condição, seu povo lhe segue assim, sem ter lhe visto, sem ouvir especificamente a sua voz, a não ser por meio de emissários, mas ainda assim confiam nele. Se negam a buscar experiências visíveis, se negam a buscar ter certezas, é uma caminhada em que se vai primeiro, para depois saber onde se está indo, tal como Abraão, confiança de deixar terra, deixar parentela, deixar o que for necessário para segui-lo.
O que Deus sente saudades é de quando nele confiávamos de modo “inconsequente” no bom sentido, sem questionar, apenas o seguindo, lhe respeitando, sem por em dúvida seu caráter, quando simplesmente acreditávamos e a confiança se dava em níveis extremos, se faltar comida Deus vai nos dar, se faltar roupa Deus vai suprir e se não suprir confiamos em quem nos conduz pelo deserto.
O deserto fala também de tempos a sós, de falta de distrações, de espaço para pensar, talvez nos falte essas duas coisas: Confiança em Deus ao ponto de caminhar no deserto e também o seguir no deserto sem distrações.
Deus às vezes toma as dificuldades como modo de ter nossa aproximação, de ter exclusiva atenção, pois, de algum modo Deus é procurado no meio do nosso sofrimento e por mais estranho que possa parecer a “vida boa nos afasta de Deus”. A vida desértica é um meio de manter exclusividade com ele.
Deus prepara desertos educativos para nós e de certo modo esse é o melhor momento da vida. Deus sente falta até de nossas orações desesperadas, mas sinceras e sem formalismos, o deserto é este lugar que seguimos sem saber ao certo para onde, mas seguros da companhia daquele que chama.

“Portanto, eis que eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração. Oséias 2:14”
O Deserto é um lugar onde Deus fala e ouvimos, devemos estar dispostos a caminhar no deserto com Deus.

Como estamos lidando com os desertos de nossa vida? Como estamos lidando com os maus momentos? Estamos tentando ser seguros em nossas experiências de modo que tentamos uma certa autonomia nos desertos? Estamos dispostos a caminhar e obedecer tal como antes? Ou se cogita olhar para trás como a mulher de Ló? Se confia ao ponto de seguir por terras não semeadas? Confiamos ao  ponto de mantermo-nos fieis vendo tudo dando errado? Onde está a nossa fé?
Deus tem saudades da fé confiante, inabalável, da fé que diz ao mar para abrir e se não abrir passará por cima, da fé que diz que por pior que as coisas estejam nós vamos orar e vai dar certo, onde está sua fé?
A pergunta de Jesus aos discípulos ainda ecoa e nós a ouvimos no clamor emocionado de Deus: Lembro-me de sua fé.

Deus busca motivos para esse afastamento:


Talvez a falha fosse de Deus V.4-8
Deus pensa em sua relação com seu povo e num ato de “fragilidade” se pergunta se no fundo a culpa não era dele e traz a luz alguns fatos.
Que injustiça o povo teria achado contra Deus? Em algum momento Deus falhou?
Será que Deus em algum momento faltou com sua palavra? Lhe faltaram cuidados de Deus? Lhe faltaram refrigérios em seu amor? Deus deixou de lhe ouvir? Deus sente certa insegurança e desafia o povo a buscar as razões de ter se afastado, talvez a culpa fosse dele, mas neste caso o desafio é proposto sabendo que Deus é justo, Deus não falha.
No fundo ao refletir o problema seria que chegariam à conclusão de que o problema era de gratidão.
O que nos move a obedecer segundo John Piper são as promessas, mas a gratidão é que dá força para crer nas promessas de graça futura e nos manter fieis no presente. Por tirar os olhos das bênçãos passadas, deixaram de crer nas promessas futuras e prejudicaram a comunhão no presente.
A gratidão afeta a comunhão uma vez que nos faz desacreditar do caráter de Deus, nos faz pensar que Deus de algum modo é distante e os outros deuses é que são próximos, são deuses que resolvem, são deuses que tem promessas para aqui e agora.

O convite a reflexão
A pergunta é, será que Deus mudou? Será que o tempo também o afetou e ele deixou de ser o marido que deveria ser e com isso abriu precedente para a mulher Israel fazer o que fez?
A resposta é não.
Deus apela a questionamentos possíveis, alega que a falta de reflexão causou esse mal:

-Os pais não se perguntaram sobre o Deus do passado
-Os sacerdotes não perguntaram pelo Senhor e se acostumaram a cultuar sem alma
-Os que transcreviam a lei, faziam sem coração
-Os líderes do povo se rebelaram contra Deus
-E por fim os profetas agiram falsamente

O mal do povo foi não repensar sua relação com Deus, os líderes não se preocupavam, os pais não ensinaram aos filhos, os profetas não pregavam a verdade e numa verdadeira bola de neve o povo se perdeu.


Deus agora convida o povo a olhar para o mundo, nações vizinhas e ver como elas tratavam os seus deuses
“Atravessem o mar até o litoral de Chipre e vejam; mandem observadores a Quedar e reparem de perto; e vejam se alguma vez aconteceu algo assim:
Alguma nação já trocou os seus deuses? E eles nem sequer são deuses! Mas o meu povo trocou a sua Glória por deuses inúteis.
Jeremias 2:10,11”

As devoções que as pessoas fazem a deuses diversos são um verdadeiro soco em nossa face.

·         Fátima – Oração em todas os bancos, aproximadamente 50 em cada lado.
·         Um percurso de 300 metros de joelhos
·         A saída do santuário de costas para a porta para não dar costas aos santos
·         O fantástico exibiu recentemente a procissão chamada de CAMINHO DA FÉ, uma rota de 600 Km feita em 25 dias.
·         Nas Filipinas e Espanha são feitas penitências com autoflagelamento.
·         Os Islâmicos incentivam o martírio em nome de um paraíso com 72 virgens, vinho, camas, uma rua na palestina ganhará placas nas ruas.
·         Os Indianos andam sobre brasas
·         Exemplo dos recabitas - Jeremias

Deus convida os Israelitas a ver as nações vizinhas e pergunta: Alguém deixa seus deuses por não serem deuses? As pessoas creem com força demasiada em coisas que sabemos não ser a verdade, mas elas convictas de estarem fazendo o certo vão em frente, creem e se sacrificam por eles.
Na verdade é uma grande falha nossa ser menos devotos do que o mundo é.
Deus está consciente de que não tem inimigos, de que não tem alguém páreo a ele, mas ele se entristece com o fato de que mesmo sendo quem é, o seu povo opta por esses deuses falsos.



Porque dirão os gentios: Onde está o seu Deus?
Mas o nosso Deus está nos céus; fez tudo o que lhe agradou.
Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos dos homens.
Têm boca, mas não falam; olhos têm, mas não vêem.
Têm ouvidos, mas não ouvem; narizes têm, mas não cheiram.
Têm mãos, mas não apalpam; pés têm, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta.
A eles se tornem semelhantes os que os fazem, assim como todos os que neles confiam.
Salmos 115:2-8

Os céus são chamados como testemunhas:

Espantem-se diante disso, ó céus! Fiquem horrorizados e abismados", diz o Senhor.
Jeremias 2:12

Em seguida Deus traz a acusação principal:
"O meu povo cometeu dois crimes: eles me abandonaram, a mim, a fonte de água viva; e cavaram as suas próprias cisternas, cisternas rachadas que não retêm água.
Jeremias 2:13”
Os dois crimes são o abandono e a busca de fontes erradas.

É fato que ninguém vive sem água, como também não vive sem um Deus, seja ele qual for, seja um deus religioso, ou aos que são contra a religião o seu deus pode ser seu prazer, sua inteligência, seu orgulho.
Todos precisam de algum modo dessa água, de um modo ou de outro bebem dela.
Deus é o manancial, a fonte, Deus é a pureza que emana, tal como ele mesmo se descreve algumas vezes em termos de águas:
E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba.
Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre.

João 7:37,38
Jesus respondeu, e disse-lhe: Qualquer que beber desta água tornará a ter sede;
Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna.

João 4:13,14
É essencial que se busque essa água, só um Deus pode saciar essa nossa sede. Temos a nossa disposição aquele que pode dar água viva, aquele que pode nos fazer ser um manancial, aquele que nos faz jorrar.
Os judeus estavam optando por reter águas de chuva em cisternas, águas de reuso, utilizadas para limpeza eram agora o que iria saciar sua sede.
Qualquer um sabe que há uma profunda diferença entre águas diretamente de um manancial e águas de reuso ou captadas de chuva, essa não era uma troca sensata e inteligente.

O que Deus queria dizer com essa metáfora?
- As pessoas recusam-se a qualquer esforço em torno de “buscar água”
(Se opta pela cisterna em nome da comodidade, não sair de casa, não precisar ir longe, tomemos das águas próximas e retidas a muito).
Ao optar por cisternas estamos querendo algo inferior ao que viria com um pouco mais de esforço.
A água de cisterna deveria ser o último refúgio, mas o povo prefere abandonar o manancial para tomar essas fontes inferiores.


Há lógica em deixar um banquete para roer ossos?
Há lógica em deixar de tomar água limpa para optar por água barrenta?
Qual a lógica de deixar de ser filho de um Deus verdadeiro e a própria fonte para optar por imagens que são de águas ruins?
Deus é trocado por coisas fúteis entre nós.

3° - Nós precisamos buscar água diariamente, mas há muitos vivendo de estoque.
Luciano Subirá diz que há irmãos que optam por viver como crentes “camelos”, armazenam o máximo de água que podem e tentam caminhar com essa  água, andar muitos dias, ficam meses sem buscar a Deus, semanas sem ir ao culto.
Queremos sobreviver de culto em culto, de congresso em congresso, vivem das reservas da cisterna.

4° - Nós precisamos entender que as águas que tentamos armazenar estão em cisternas rotas, ou seja, furadas, não retém água.

Há pessoas que estão seguras em seu estoque de muitos anos atrás, vivem de experiências passadas, de tempos antigos, de quando fazia, de quando chovia em sua vida, eles guardaram essa água e pensam que com ela sobreviverão, mas mal percebem que sua cisterna está furada e em nome da segurança das águas guardadas deixam de buscar mais, sem se dar conta de que estão vazios, perdendo água dia após dia, este é um tempo de buscar.

Águas paradas tendem a perder qualidade, ser prejudiciais a saúde, nós podemos nos alimentar de águas correntes.

Águas paradas perdem qualidade, tornam-se até focos de mosquitos, se sujam, adquirem odores, de modo que a água tem certa validade, a sede pode ser de algum modo ser saciada por água a muito tempo parada, mas não é o jeito ideal de saciar, pois, pode prejudicar a saúde.
Como é a água que temos bebido?





Como está nossa comunhão com Deus?

Iniciamos a presente reflexão pensando em termos de como tratamos nossos amigos, do quão ruim é ser ofendido e não correspondido, mas também do quão ruim é notar que ofendemos quem nos ama.
Eu já errei com amigos, com familiares, de fato é horrível notar que ofendemos quem amamos.
Nos preocupamos com todas as relações, não queremos fazer chorar quem nos ama.
Mas paremos e pensemos, como está a nossa relação com Deus?
Você se preocupa sobre como Deus se sente?
Você  já tirou os olhos de você para olhar para o coração de Deus?

Aqui cabem perguntas para refletirmos:

Você lê a palavra ou usa textos prontos para saciar sua sede?
Com que frequência você lê a palavra?
Com que frequência você ora?
Com que frequência você vem a igreja e cultua?
Você ouve louvores e louva fora do templo?
Você ainda tem prazer em estar na igreja?
Você é ansioso pelo momento do término do culto?
Você se incomoda com muitas programações na igreja?
Você acha que faz muito, ou que lhe é exigido muito na igreja?
10° Você de fato ama a Deus?
11° Seu amor por Deus nos últimos meses aumentou ou diminuiu?
12° Quando foi a última vez que você chorou na presença de Deus?
13° Quando foi a última vez que você orou sem olhar a hora?
14° Há quanto tempo você sente que seu amor diminuiu?


Algumas dúvidas me vem a cabeça enquanto escrevo essas palavras.
Onde estão nossos membros nos cultos de oração?
Onde estão nossos membros às 18:00 no culto de domingo?
Onde estão nossos membros pela manhã na escola dominical?
Se esse incômodo está comigo, que dirá com Deus?

O Deus esquecido insiste:

Portanto ainda contenderei convosco, diz o Senhor; e até com os filhos de vossos filhos contenderei.
Jeremias 2:9

Com todas essas coisas Deus não desiste de nós.
Ele diz que vai continuar indo atrás, falando, exortando, enviando profetas, enviando Jeremias de todos os modos possíveis.
"Deus sussurra em nossos ouvidos por meio de nosso prazer, fala-nos mediante nossa consciência, mas clama em alta voz por intermédio de nossa dor; este é seu megafone para despertar o homem surdo."
C.S. Lewis.
Por meio do prazer o povo deveria ter ouvido os sussurros de Deus, conosco ainda hoje é assim, deveríamos ouvir Deus quando ele nos permite sorrir, quando o dinheiro sobra, quando as portas se abrem, quando bênçãos são conquistadas, neste sussurro há uma voz dizendo: Eu te amo, você é meu!
Se não ouvirmos o sussurro de Deus ele passa a falar na nossa consciência durante os atos errados e os esquecimentos, ele faz a ficha cair até que ouvimos sua voz, mas ela pode ser ignorada ainda assim.
Por fim, Deus talvez use o pior meio que é o sofrimento, a fim de lhe ouvir, de lhe perceber, Deus só recorre ao sofrimento como meio final, é o grito supremo de Deus com um megafone dizendo eu te amo, eu pleitearei contigo e se for necessário pesar a mão, ele pesará, ele gerará sofrimento, mas Deus não vai nos perder.

O fim dessa história é o triste cativeiro.
“Judá não ouviu a voz do amor, acabou tendo de ouvir o chicote da disciplina.... mas mesmo na disciplina Deus tinha uma mensagem: Eu não desisto de você”
HDL

Do meio do cativeiro Deus insistiu em Israel:

Vinde, e tornemos ao SENHOR, porque ele despedaçou, e nos sarará; feriu, e nos atará a ferida.
Oséias 6:1
Se voltares, ó Israel, diz o SENHOR, volta para mim
Jeremias 4:1
Lewis diz a respeito desse amor:
Quando o cristianismo diz que Deus ama o homem, isso significa que Ele o ama realmente; não se trata de um interesse indiferente quase um "desinteresse" em nosso bem estar, mas que, numa verdade terrível e surpreendente, somos os objetos do seu amor. Você pediu um Deus de amor, e já tem. O grande espírito que invocou tão levianamente, o "Senhor de terrível aspecto", está presente... mas o próprio fogo consumidor, o Amor que fez os mundos, persistente como o amor do artesão pela sua obra... providente e venerável como o amor do pai pelo filho, ciumento, inexorável, exigente, como O amor entre Os sexos. Como isto pode ser, não sei: supera nosso poder de raciocínio explicar como quaisquer criaturas, para não dizer criaturas como nós, possam ter um valor tão prodigioso aos olhos de seu Criador. Trata-se certamente de um peso de glória não só além de nossos méritos mas também, exceto em raros momentos de graça, além de nosso desejo... Mas o fato parece Indiscutível. O Impassível fala como se sentisse paixão, e aquilo que contém em si mesmo a causa de sua própria e de outras bênçãos, fala como se pudesse sentir-se carente e ansioso. "Não é Efraim meu precioso filho? filho das minhas delícias? pois tantas vezes quantas falo contra ele, tantas vezes ternamente me lembro dele; comovesse por ele o meu coração como te deixaria, ó Efraim? Como te entregaria, ó Israel? Meu coração está comovido dentro em mim".





Pregador Luo expressou o sentimento de Deus nos seguintes termos da música “Deus esperava mais”:

Papai perdoai, aqui ninguém sabe o mal que faz
Incapazes de manter a paz
Você partiu e não voltou mais
Sei que Deus Esperava Mais
A minha oração é essa
Senhor volte depressa
Andamos sem rumo, sujos, com sede
O destino que traçaste pra nós com certeza não é esse

Fique longe da prostituição, impureza, lascívia... ou coisas semelhantes como mentira e traição, suicidas e racistas também podem ter nova vida, pois Jesus ainda pode esperar um pouco mais, Ele bate em seu coração espera que você possa ouvir sua voz, se você estiver ouvindo deixa ele entrar e convide-o pra cear e seja um bom mordomo, se vencer a carne vai poder sentar no trono, a vida é louca mais quem tem ouvidos ouça não se endureça, pois o espírito de Deus fala com sua igreja, fala com seu templo e você é o templo, viva um novo tempo pois é claro que Jesus também se entristece pois Jesus espera mais, espera que você seja mais amoroso tenha mais gozo mais paz, seja mais paciente, mais benigno, seja bom, seja fiel, Deus espera mais, mais mansidão, mais autocontrole, contra essas coisas não há lei, crucifique a carne para fazer viver eternamente o espírito, sem orgulho e sem inveja vamos todo mundo pra nova terra, aonde todo mundo é igual, nova africa celestial aonde Deus ainda espera por você . .
            Deus insistia por vislumbrar um tempo futuro descrito ainda por Jeremias:
Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei uma aliança nova com a casa de Israel e com a casa de Judá.
Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porque eles invalidaram a minha aliança apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor.
Jeremias 31:31,32
A nova aliança foi ratificada por Cristo, por meio de seu sangue que é reconciliador, Deus estava em Cristo nos reconciliando e hoje tomamos parte nessa nova aliança que é a chance de recomeço.
Ler 1° Coríntios 11.23

O sangue Cristo é uma nova aliança, uma nova chance, nós podemos participar conscientes de que o Deus bíblico nos ama e que nós devemos dar valor a este amor.

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