segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Filadélfia - a Porta do Serviço Ministerial - Sermão entregue a Ad Brás Jd Guarujá 2 em 23/09/2018


Filadélfia - a Porta do Serviço Ministerial - Sermão entregue a Ad Brás Jd Guarujá 2 em 23/09/2018

A carta a igreja de Filadélfia é a sexta entre as 7 escolhidas para receber as mensagens de Cristo na Ásia.
Segundo a interpretação histórica a igreja de Filadélfia representa o período da reforma, chefiado por grandes heróis da fé, tal como Adoniram Judson, Jeronimo Savonarola e Martinho Lutero.
Ainda sobre a interpretação histórica, há quem diga que a igreja contemporânea é representada por Laodicéia, em partes é perfeitamente aceitável essa interpretação, porém há desdobramentos que problematizam essa afirmativa. De fato todos no tempo atual se consideram “Ricos, abastados, de nada há falta?” Todos são vistos no tempo atual como “Desgraçados, miseráveis, pobres, cegos e nus?”. O fato é que tanto a igreja de Laodicéia como a de Filadélfia representam esses últimos dias. Se por um lado há uma igreja em decadência e com inúmeros recursos, porém morna e insípida. Há também um remanescente. Em nossas cabeças há diversas vezes um nó, como pode Joel 2.28 dizer que o Senhor derramaria seu espírito sobre toda carne e em Timóteo dizer que nos últimos dias viriam tempos trabalhosos, que o amor de todos se esfriaria, etc. Parece que há divergência entre as profecias, parece haver uma aparente discordância.
Porém não é esse o caso, hoje tanto a igreja de Filadélfia, como também a de Laodicéia estão vigentes. Cabe a nós tomar o exemplo das duas e optar por trilhar o melhor caminho, a saber o caminho dos remanescentes de Filadélfia.
R. N Champlin afirma que os elogios descritos nessa carta se restringem a uma minoria na igreja, a grande maioria já havia se entregado ao culto ao imperador, já havia se perdido com os terremotos e a instabilidade da cidade, não só isso, muitos queriam conciliar judaísmo e cristianismo, de modo que tanto a lei como a graça seriam necessárias para a salvação. Havia ainda um outro inimigo, além dos opositores a igreja, os falsos judeus, existiam os gnósticos, portanto os remanescentes tratavam-se de uma minoria. Tal como naqueles dias, a igreja atual tem inúmeros grupos vigentes, perseguições de diversos lados e alguns dos opressores se denominam como perfeitos, porém são em sua maioria uma sinagoga de satanás. Hoje no Brasil essa é a situação, infelizmente os bons são menos e não mais numerosos entre os que professam a fé.

A cidade.

Filadélfia foi fundada por alguns colonos vindos de Pérgamo, como já foi falado anteriormente Pérgamo era a maior cidade da Ásia, importantíssima na região. Átalo II era o rei na época e levou 21 anos para construir a cidade. Foi chamada assim por conta do grande amor de Átalo por seu irmão Eumenes, o nome philadelphos fora aplicado a ele, era um símbolo do companheirismo dos dois. O nome Filadélfia quer dizer “amor fraternal”.
Ainda hoje o Senhor se manifesta por meio da igreja em amor fraternal, nos últimos dias essa deve ser nossa principal imagem, uma igreja que ama, uma igreja que é eficaz e que vive de fato o amor de Deus.
A cidade tinha localização privilegiada, estava posicionada próxima a estrada que ligava Roma ao Oriente, era chamada de “porta do oriente”.  Em 17 a.c. Ela foi abalada juntamente com Sardes por um terremoto implacável esse terremoto atingiu ainda outras dez cidades.  Após esse ocorrido, muitos se recusaram a voltar para lá, por conta do medo.  Sua reconstrução fora feita sob favor imperial, agora o nome da cidade seria Neo-Cesaréia, pois César lhe ajudara. Posteriormente sob domínio de Vespasiano seu nome se tornou “Flávia”. Já que Flávio era seu apelido.  A cidade tinha sua principal fonte de renda no turismo, uma vez que o correio imperial de Roma passava por lá, não só isso, foi também estrategicamente construída com o fim de transmitir a cultura grega ao oriente, já que não se falava mais em “Lídio”, apenas grego.  Também era privilegiada pelo fato de ter uma ótima agricultura.

Assim como as demais cidades, exceto Tiatira, ela foi tentada a prestar culto ao imperador, também fora assediada pelos gnósticos, e era chamada de pequena “Atenas” devido a sua grande quantidade de deuses. A principal adoração era a Dionísio. Que fora chamado mais tarde de “Baco” – O Deus da intoxicação que une o homem a Deus.


A carta.

Jesus se apresenta inicialmente como aquele que é santo e verdadeiro:
E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro
Santidade geralmente é um atributo aplicado ao Deus pai, porém Cristo também é Deus, consequentemente também é santo e mais do que isso, é nosso padrão de santidade conforme Romanos 8.29. Ele é nosso primogênito e exemplo que a igreja deve seguir, no que tange a santificação. Ele foi separado totalmente do pecado, com o fim específico de cumprir a vontade de Deus. A saber, morrer pelos pecadores a fim de resgatar a muitos. Em meio ao panteísmo, pluralismo e todas as crenças contemporâneas podemos confiar no fato de que Cristo é diferente, excepcionalmente separado, sob essa ótica ele sempre é o “outro”. Ele é alheio a indiferença dos demais deuses, sob a ótica do panteísmo tudo é DEUS, porém para nós, tudo vem de Cristo, de Deus pai, porém só ele tem poder por si só, todos os demais ou são falsos ou emanam dele.
A santidade de Cristo foi reafirmada até pelos demônios:
Dizendo: Ah! que temos contigo, Jesus Nazareno? Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus.
Marcos 1:24
E vós tendes a unção do Santo, e sabeis todas as coisas.
1 João 2:20
Verdadeiro – o Sentido é: “Aquele que é confiável”.
Assim que aquele que se bendisser na terra, se bendirá no Deus da verdade; e aquele que jurar na terra, jurará pelo Deus da verdade; porque já estão esquecidas as angústias passadas, e estão escondidas dos meus olhos.
Isaías 65:16
Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, porque todos os seus caminhos justos são; Deus é a verdade, e não há nele injustiça; justo e reto é.
Deuteronômio 32:4
Cristo se definiu como sendo caminho verdade e vida, verdade está arraigada em seu caráter, nele não há sombra de variação, nele não há dupla personalidade, nele não há dobras nas palavras.
Em resumo Cristo está dizendo que seu caráter é diferente daqueles que são a sinagoga de satanás, ele é confiável, não trata-se de um bordão de cana quebrado como fora o Egito, aqueles que se apoiavam sobre ele tinham suas mãos perfuradas, porém o Senhor estava garantindo a todos que era a rocha perfeita, seu caráter era santo tal como o do pai e ele é a verdade. Por ser santo ele é diferente dos demais, por ser verdadeiro deve-se dar credibilidade a tudo o que ele diz. Se no mundo há mentiras de todos os lados, Cristo se apresenta como o oposto a tudo isso. Cristo se dirige a aqueles poucos irmãos que se mantiveram fieis apontando que tanto a origem como os meios para que fossem como são, emanam dele, não de seus méritos ou forças. Santidade e verdade tem início em Deus, são presentes da graça divina. “Porque Deus é quem opera em nós tanto o querer como o efetuar segundo a sua boa vontade”. Filipenses 2.13
Enquanto alguns judaizantes afirmavam o fato de que Cristo era um herege, ou um rebelde e queriam de todo modo incitar a lei e a liberalidade dos gnósticos, Cristo se apresenta como fonte de santidade em oposição a tais acusações. A verdade não estava entre aqueles religiosos, a verdade estava em Cristo, só nele.
As apresentações de Cristo às igrejas são um desafio contínuo para que busquemos ser a semelhança da imagem perfeita que ele é. Cada apresentação é vista como um encorajamento para a igreja.

o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre:
Apocalipse 3:7
Davi era um tipo do reino futuro de Cristo no AT.
Davi em toda sua autoridade, eficácia e genialidade foi considerado um homem sendo o coração de Deus, alguém querido mesmo em muitas gerações posteriores. Quando se falava de um rei que o povo gostaria que voltasse, logo falavam de Davi.
“ O meu servo Davi reinará sobre eles, e todos eles terão um pastor. Andarão nos meus juízos, e guardarão os meus estatutos e os observarão”. Ezequiel 37.24

Ezequiel estava falando posteriormente a morte de Davi, porém sua profecia apontava para um tempo futuro, essa profecia é sobre Cristo.
Não houve rei semelhante a Davi em Israel, porém sabemos de suas falhas como o homicídio de Urias e o recenseamento do povo Israelita. Cristo se apresenta como aquele que tem as chaves do reino e não só isso, ele é o próprio rei, porém agora em situação oposta, nele não há erros, não há falhas como Davi cometeu. Ele é um rei totalmente perfeito, Santo e verdadeiro como se apresentara no início da presente carta.
O “reino” que é citado pode representar também na tipologia a “casa de Davi”. Salmo 122.5
“Pois ali estão os tronos do juízo, os tronos da casa de Davi”.



A chave de Davi é mais facilmente entendida quando observada a passagem sobre Eliaquim.
E será naquele dia que chamarei a meu servo Eliaquim, filho de Hilquias;
E vesti-lo-ei da tua túnica, e cingi-lo-ei com o teu cinto, e entregarei nas suas mãos o teu domínio, e será como pai para os moradores de Jerusalém, e para a casa de Judá.
E porei a chave da casa de Davi sobre o seu ombro, e abrirá, e ninguém fechará; e fechará, e ninguém abrirá.
Isaías 22:20-22
Sebna até então possuía as chaves do reino, porém tal autoridade lhe levou a se engrandecer ao ponto de construir para si sepulturas como as dos reis, então o Senhor usa Isaias para lhe alertar e informar que seu cargo fora tirado e agora Eliaquim deveria possuir as chaves do reino.
As chaves do reino indicavam autoridade, possibilidade de acesso ao rei, acesso aos tesouros.
Cristo é nosso caminho ao pai, ele tem autoridade sobre o mundo, ele fecha e abre quando quer e uma vez fechado não há quem abra.
Essa figura representa sua autoridade sobre tudo e todos, inclusive no que tange a salvação. Ele admite e exclui quem quer.
No capítulo 1.8 – Jesus tem as chaves da morte e do inferno, ainda no primeiro capítulo Jesus tem sobre suas mãos as sete estrelas, agora ele tem sobre sua mão direita a chave de Davi, também posteriormente no capítulo 5 ele tem sobre sua mão o livro selado com sete selos.
Ele tem autoridade sobre céus e terra, sobre vida e morte, sore tudo e todos. Esse é o Senhor que se apresentou a Filadélfia.
eis que diante de ti pus uma porta aberta
Apocalipse 3:8

A porta aberta indica salvação e oportunidade para o serviço.
Devemos enxergar o serviço Cristão dessa forma, essa passagem sobre as chaves de Davi e sobre as portas abertas não indicam nada material, mas sim oportunidades singulares de ser tudo o que Deus quer a nosso respeito.
A porta do serviço é um meio que Deus usa para firmar pessoas com poucas forças, é um meio de preparar pessoas que estão com sua fé abalada para grandes obras e sobretudo alcançar os perdidos.
Paulo e Barnabé se referiram a porta dessa forma:
E, quando chegaram e reuniram a igreja, relataram quão grandes coisas Deus fizera por eles, e como abrira aos gentios a porta da fé.
Atos 14:27

Sobre Éfeso Paulo disse o mesmo:
Porque uma porta grande e eficaz se me abriu; e há muitos adversários.
1 Coríntios 16:9

A porta em trôade era a oportunidade de anunciar o evangelho.
Ora, quando cheguei a Trôade para pregar o evangelho de Cristo, e abrindo-se-me uma porta no Senhor,
2 Coríntios 2:12

Paulo rogou aos Colossenses que orassem para que a porta da palavra fosse aberta a ele em Roma.
Orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual estou também preso;
Colossenses 4:3

A porta indicava para eles até então a missão de propagar a cultura helênica, porém o Senhor disse a eles, que a porta que se abriu não era apenas para transmitir o grego, mas para transmitir o evangelho de Cristo.
O Brasil está estrategicamente posicionado no Mercosul, uma cultura que aceita diversidades, que a liberdade religiosa é pregada. Temos a possibilidade única de propagar o evangelho, seja no rádio ou na televisão, há liberdade para cultos ao ar-livre, há liberdade para proclamar o evangelho sem medos. O estado é laico e o fato do estado ser laico torna todas as religiões iguais, nem religiões de matriz africana, nem catolicismo, nem espiritismo é imposto a nós como em culturas comunistas. Uma porta grande eficaz está aberta diante de nós e com ela há a oportunidade singular de ser uma igreja marcante e eficaz e também a responsabilidade de transmitir a tocha do evangelho ainda acesa.
O Senhor usa momentos em que nossa fé está um pouco abalada para nos vocacionar.
Vejamos exemplos:

Pedro
Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.
João 21:17

Onésimo
O qual noutro tempo te foi inútil, mas agora a ti e a mim muito útil; eu to tornei a enviar.
Filemom 1:11

Há ainda exemplos entre os heróis da fé.

Adoniram Judson – Pioneiro na Birmânia.
Guilherme Carey – O pai das missões modernas tradutor da bíblia em trinta idiomas.

A porta o serviço como fora salientado anteriormente está aberta, está disponível, porém há dois inimigos terríveis para a igreja contemporânea:

O narcisismo e o Hedonismo.
O Hedonismo tem feito as pessoas rejeitarem o serviço, visto que exige dedicação a outros, exige perder para ganhar, exige que sejamos simples galhos na árvore, que forneçamos frutos a outros sem usufruir. Essa busca constante por prazer tem sido o norte da sociedade contemporânea, as pessoas quando chamadas a renúncia, ou quando confrontadas por exemplos de heróis da fé dizem: “Onde ficaria minha felicidade, ou minha realização”.
O conceito por trás disso é que o homem é o centro, o homem deve ser feliz a todo custo, independente de família, trabalho, igreja, mesmo que por meios errados o importante é ser feliz.

O Narcisismo leva as pessoas a buscar reconhecimento o tempo inteiro, a porta do serviço tem sido confundida por motivações erradas, entendem serviço Cristão com vínculo empregatício, com vida luxuosa, ninguém quer ser herói da fé anônimo, todos buscam honras ainda em vida. O narcisismo cultiva uma constante vontade de ser reconhecido a todo custo. Essa postura leva muitos a fazer o certo com as motivações erradas, pregar por inveja ou por porfia tal como Paulo alertara eu suas cartas. Infelizmente é o que temos visto com muita frequência.
Precisamos urgentemente nos soltar das armadilhas do humanismo contemporâneo, certa vez quando perguntado sobre a razão de sua eficácia missionária George Muller disse:
“O segredo de George Muller é que ele não existe mais, George já morreu há um tempo, não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim”.
Jim Elliot uma vez disse:
“Almejo viver de tal forma que quando chegar a minha hora eu não tenha nada a fazer para Deus, exceto morrer”
Infelizmente a igreja contemporânea não tem abraçado como deveria a causa missionária, já não é dado o devido valor ao missionário, muitos que fazem tais obras, fazem por motivações erradas e isso desanima o povo nas contribuições e na dedicação a causa. Infelizmente hoje quando um pai vê o outro o desejo é comparar os filhos entre si, um pode dizer que seu filho está classificado para uma grande faculdade federal e encher o peito e o coração de orgulho ao dizê-lo, o mesmo não será possível no caso de um pai de um missionário.
Porém devemos seguir o conselho bíblico de mortificar nossa natureza terrena, não se amoldar a forma desse mundo, de não mais “viver” mas Cristo viver em nós.
Esse é um tempo crucial para a igreja brasileira, podemos ser os remanescentes de Filadelfia ou os demais denominados “sinagoga de Satanás” ou ainda nos assemelhar dia após dia a igreja do último tempo, a saber Laodicéia.
O Brasil está com as portas abertas, tanto da salvação quanto da oportunidade para o serviço, almejo sinceramente que nossos jovens sejam despertados e aprendam a amar as missões, chega de palanques, de interesses políticos, de popstars gospel, de levitas contemporâneos, precisamos resgatar a paixão, precisamos voltar a cumprir o “chorar com os que choram e alegrar-se com quem se alegra”.


tendo pouca força, guardaste a minha palavra, e não negaste o meu nome.
Apocalipse 3:8

O Senhor conhecia o estado da igreja, sabia que boa parte dos membros eram pobres e pouco influentes naquela sociedade, mas esses pequenos seriam usados para alcançar lugares altos e os mais improváveis seriam os mais fantásticos. Tinham pouca força, mas ao contrário de Tiatira, optaram pela fidelidade em detrimento da fama, pela integridade em detrimento do poder. Eles escolheram o certo. Guardaram a palavra e não negaram o seu nome.
Esse elogio de Cristo tem uma crítica embutida, é obvio que a igreja tinha certamente poucas forças financeiras, pouca relevância cultural, ao ponto de que constantemente perguntavam qual a real finalidade da igreja, ou o que esse povo tanto busca.
Ainda hoje nos perguntam a mesma coisa, a nossa representação política é pífia, a nossa relevância é baixa no que diz respeito a educação. 100 anos de Assembleia de Deus e nenhum hospital, creche ou escola, qual a relevância de nossa igreja no lugar onde ela está inserida. Precisamos buscar a força de Deus que está disponível, não podemos regredir. Porém há um fato a ser destacado, que na verdade o próprio Cristo destacou, a igreja de Filadélfia não obstante a redução de forças guardou a palavra e não negou o nome de Jesus, seja por palavra ou por ateísmo prático, eles continuavam firmes. Ainda hoje o mesmo ocorre, há falhas no que diz respeito ao poder na igreja contemporânea, as reuniões de oração estão sendo pouco frequentadas e o poder na pregação da palavra além de sua exposição estão perdendo lugar para outros elementos, porém não obstante a isso, há pessoas que optam ainda hoje pelo certo, por seguir a Cristo independente das tendências culturais e morais. Esses são os remanescentes, enquanto muitos gritam que há um avivamento em vigência, esses poucos agem como exceção e enxergam que estão muito aquém disso. Que o avivamento proclamado atualmente é uma deturpação do evangelho de Cristo.
Conta-se que na mitologia grega muitos marinheiros morriam constantemente quando passavam por um determinado mar, haviam sereias que cantavam de forma encantadora e que se tornavam irresistíveis também pelo fato de serem muito belas. Apenas dois homens escaparam das sereias, o primeiro deles foi Orfeu. Ao se aproximar da dita ilha, Orfeu tocou uma música mais excelente que a das músicas, sua voz era mais bela e toda a tripulação sobreviveu porque de modo fantástico ele foi melhor do que as sereias.
O segundo sobrevivente era Ulisses, ele não tinha nenhum talento como o de Orfeu, não cantava, não tinha grandes poderes, nada do que fizesse com seus próprios esforços poderia livrá-lo. Porém ele teve uma estratégia excelente, optou por tapar os ouvidos de todos os tripulantes com cera, para que ao passar não ouvissem o canto das sereias. Ele deveria manter-se amarrado ao mastro do navio, mesmo que pedisse para ser solto os tripulantes deveriam apertar ainda mais as cordas. Chegado o momento crítico, Ulisses foi seduzido como previra, porém, ele optou por não tapar os ouvidos, queria manter-se amarrado para não ser enganado. Então quando finalmente passaram pela ilha, as sereias perceberam que foram derrotadas por simples mortais e iradas se jogaram na água e os tripulantes escaparam a salvo. O que fez Ulisses prevalecer foi o reconhecimento de sua fraqueza, não sua superioridade.
Os remanescentes de Filadelfia sabiam de sua condição porém optaram por não se gloriar em nada que não fosse a cruz de Cristo. Reconheceram que eram fracos como Paulo aconselhara:
“Mas ele me disse: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na sua fraqueza, portanto de muito bom grado me gloriarei das minhas fraquezas, para que em mim repouse o espírito da glória de Deus, porque quando penso que estou fraco é aí que estou forte”.
2º Coríntios 12.9-10
A fé do povo de Filadelfia estava posta a prova com todas as oposições que surgiram, porém bem disse Ronaldo Lidório:
“O caráter não se manifesta nos planejamentos, mas sim nas reações”.
O caráter do povo estava posto à prova, terremotos, instabilidade, adorações a todos Deuses possíveis, perseguição por parte de falsos judeus, etc. Porém eles permaneceram fieis independente disso.
Mesmo sem grandes manifestações espirituais, mesmo vivendo de reservas, o povo permanecera, e recebem o conselho presente e contínuo: “Guardem o que vocês tem”.
Ter fé não é ver coisas fantásticas e acreditar somente após isso, não é estar condicionado a sinais. Fé é crer sem ver, é caminhar só com a garantia da palavra. É fazer como os dez leprosos que Cristo curou, eles tinham apenas uma ordem: “Vá até o sacerdote!”, eles foram, mesmo sem ver nada de imediato, ao serem obedientes foram todos curados. Precisamos de uma fé madura. Hoje não vemos as manifestações de antes, não que Deus não faça, há muitas vertentes de pensamento quanto a isso, mas devemos crer independente de ser igreja continuísta ou cessacionista. Deus é o mesmo, devemos repousar no fato de que seu caráter é imutável e inerrante.


Eis que eu farei aos da sinagoga de Satanás, aos que se dizem judeus, e não são, mas mentem: eis que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo.
Apocalipse 3:9

A sinagoga de satanás é um avanço de seu trono. O trono se dá quando a cultura é exatamente igual ao governo do diabo, quando já não se sabe o que é influência demoníaca e o que é cultura, ali está um trono de satanás, o grande problema é quando isso afeta a igreja. Os falsos judeus na verdade eram a sinagoga de satanás, pois, eles tinham a oportunidade de ensinar e se escondiam em sua religiosidade para perturbar o povo.
Tal como Paulo se referiu a alguns “falsos irmãos” na igreja da Galácia, que se meteram e espiar a liberdade que eles tinham. Para muitos “falsos judeus” a salvação de gentios era inadmissível, somente pela graça aos olhos deles era uma blasfêmia, então passaram a perseguir os cristãos chamando-os de “seita dos nazarenos, etc”.
Quanto a esses que os perturbam, quem dera que se castrassem!
Irmãos, vocês foram chamados para a liberdade. Mas não usem a liberdade para dar ocasião à vontade da carne; pelo contrário, sirvam uns aos outros mediante o amor.
Toda a lei se resume num só mandamento: "Ame o seu próximo como a si mesmo".
Gálatas 5:12-14
O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor
Romanos 13:10
Os falsos judeus são os que não compreendem o sentido real da lei, sobre esses Paulo disse:

Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne.
Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus.
Romanos 2:28,29
Eis que eu farei que venham, e adorem prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo.
Apocalipse 3:9
O sentido dessa palavra não é de vingança, não era para produzir uma falsa sensação de superioridade na igreja. Mas sim que o evangelho convenceria até os falsos judeus de que Cristo é o Senhor.
Os falsos Judeus julgavam-se superiores aos Cristãos, a sinagoga é um termo de certa forma diminutivo, Cristo não queria sequer chamá-los de igreja, mas de algo inferior. Enquanto se julgavam superiores, Deus queria deixar claro que o tempo futuro seria um tempo em que todo joelho se dobraria ao Senhor e até os falsos judeus hão de confessar que Cristo é o Senhor. FP 2.9-10.
Nos tempos atuais a opressão não é de falsos judeus, mas sim dos Gnósticos modernos, querem a todo custo que confessemos que Cristo é fantástico, que foi um excelente homem, mas não o Senhor da igreja. Não um ser divino, mas alguém em quem podemos nos espelhar como um ser de bom proceder, porém não podemos baixar a guarda, Cristo é o Senhor! Por mais que tentem de todos os lados nos fazer admitir que “todos os caminhos levam a Deus” há um único caminho, a saber, Jesus o filho de Deus!
Chegará o tempo em que os opressores hão de se converter, tal como recentemente o renomado escritor Augusto Cury fizera, chegará o tempo em que mesmo os que durante toda a vida negaram o senhorio de Cristo, hão de se dobrar perante ele, pois, todo olho o verá, do oriente ao ocidente e confessarão sua divindade e veracidade.

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