Resumo do livro
“Ajunta-te a esta carruagem” - T.L. Osborn
Aluno: Lucas Araujo
Rodrigues
Osborn escreveu esse
livro levando em conta principalmente o fato de que a igreja moderna resgatou
muitas coisas que se perderam nos tempos de trevas, especialmente a idade
média.
Com a reforma
protestante que em 2017 completa 500 anos, muitos princípios fundamentais da
igreja foram resgatados, doutrinas que são nosso norte, especialmente no que
diz respeito a salvação. Resgatou-se o culto, a ausência de mediadores e da
necessidade de inquisições, voltamos as escrituras. Mas Osborn almeja tratar de
um dos resgates que ainda não foi plenamente realizado pela igreja, o do
testemunho “fora do santuário”.
Logo no início do
livro há ideias extremamente confrontadoras quanto a postura da igreja atual, o
autor almeja convidar o leitor a repensar seus métodos, seu sentimento em
relação as almas e propõe mudanças radicais na visão moderna de evangelização.
A igreja acostumou-se
a convidar os pecadores ao templo, para isso se mobiliza, convida cantores,
pregadores, bandas, investe na estrutura física de seus templos e desconsidera
o fato de que da totalidade dos pecadores, apenas 10% frequentariam uma igreja,
os outros 90% não virão e isso não pode ser revertido com meros convites,
cartazes ou por performances dos pastores e cantores que trabalham nesses
cultos.
Aparentemente com a
expansão dos templos, modernização e conforto cada vez maior, as pessoas amam
seus templos e não estão dispostas a sair de seu conforto a fim de conquistar
as almas onde de fato elas estão: FORA DO SANTUÁRIO.
Ainda segundo Osborn
estamos nos dedicando a evangelizar o perímetro correspondente ao templo com um
vigor que deveria ser aplicado a todo o mundo. Aparentemente de modo
involuntário a igreja parece demonstrar amor por bancos, púlpitos, sons,
equipamentos e espera que por sua estrutura os pecadores venham, com isso
transforma-se o “ide” em “vinde” e o único que pode dizer “vinde” é Cristo.
Cabe a nós o “ide”.
Outro problema
comumente enfrentado pelas igrejas modernas encontra-se no fato de que
continuamente terceirizamos as responsabilidades quanto a pregação da palavra,
pensam que essa responsabilidade é exclusiva ao pastor, inclusive há igrejas
que pensam que sua única obrigação é frequentar os cultos e sustentar seu
pastor e os que “fazem a obra”. Porém o chamado de Cristo para ir é de todos. O
Espírito Santo está sobre todos.
Um texto muito
enfatizado durante o livro é o de Atos 1.8.
Mas recebereis a virtude
do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em
Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.
A virtude do Espírito
Santo nos é dada para que testemunhemos, em Jerusalém, toda a Judéia e Samaria
e até os confins da terra.
Almejando confrontar
a postura dos cristãos na atualidade, o autor propõe que olhemos para as
testemunhas de Jeová. Seus convites não são para que o pecador se dirija ao
“salão do reino”, antes disso eles vão as casas, de porta em porta, todos os
dias e não param de crescer. Criticamos continuamente sua teologia, porém não
podemos negar que eles praticam o seguinte texto:
E todos os dias, no templo e nas casas, não
cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus Cristo.
Atos 5:42
Atos 5:42
Todos os dias, no
templo, nas casas, não cessavam de anunciar Jesus.
De imediato, não
falam de Cristo. Porém seguem os demais princípios e nisso são eficazes, em
demonstrar empatia para com os pecadores, em demonstrar que de fato se
preocupam.
Nossa postura
infelizmente tem sido a seguinte: “A igreja está aberta, temos toda a
estrutura, nosso pastor prega muito bem, quem quiser salvação que venha! O
máximo que fazemos é convidar as pessoas que passam em frente à igreja a entrar”.
Supervalorizamos o templo, mas não amamos de modo considerável as pessoas.
Outro problema
levantado por Osborn é que a espiritualidade, quando descoberta, tem levado
muitos a demonstrarem seus dons carismáticos entre si, quando na verdade o
poder para testemunhar é para FORA DO SANTUÁRIO.
Como o Espírito foi
derramado sobre toda a carne, inclusive filhos e filhas; Osborn aproveitou para
tratar da restrição que muitos tem imposto sobre as mulheres. Distorcendo dois
textos que Paulo escreveu. As mulheres
tem sido caladas dentro do santuário, porém o próprio Senhor Jesus enfatizou
sua utilidade na obra missionária. Uma mulher foi a primeira pessoa a anunciar
a ressurreição de Cristo, as mulheres sempre tiveram um papel fundamental na
igreja e ainda que as ordens de Paulo fossem entendidas como atuais, nada há
que lhes restrinja da pregação fora da igreja. Para esclarecer o mal-entendido
que se estende até nossos dias, há um capítulo inteiro dedicado aos textos em
que Paulo aconselhou as mulheres para que não falassem. Tratavam-se de ordens
específicas, extremamente necessárias para o contexto da época, mas sem sentido
para nossos dias.
A leitura dessa obra
foi extremamente relevante para mim, me fez repensar velhos métodos que usei,
me fez rever o quanto um dia amei e como tenho amado tão pouco as almas. Que
assim como a grande maioria dos Cristãos, tenho exercido um apego enorme ao
templo e a pregação no santuário, porém ainda há tempo de ajuntar-se a essa
carruagem. Carruagem que pode estar na escola, no trabalho, nas ruas, nas
praças.
Que todos os dias, em
todo lugar, de casa em casa anunciemos a Cristo.
Que a leitura desse
livro marque um recomeço em meu ministério, pois não há posição que mais me
assemelhe a Cristo do que quando eu abraço o pecador, não há momento em que
demonstro estar cumprindo a palavra de modo tão claro, quanto o momento em que
saio do santuário para pensar nos 90% que nunca irão até lá.
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